domingo - 13/04/2008 - 21:03h

Promotor comenta sobre mortes no Porcino Park Center

Como tenho dito e repetido, com o aval de fatos irrefutáveis, este Blog é um foro de debates. Graças a Deus não faltam opiniões divergentes, idéias conflitantes e participações enriquecedoras. A maioria sendo respeitosa e consistente.

O rol de debatedores cresce em número e qualidade. Ótimo.

Eis mais um: o promotor público Ítalo Moreira. Ele defende esse órgão e expõe meandros de determinadas demandas processuais. Ajuda-nos a entender o papel do MP e sua relação com o poder político, a força plutocrata e a própria sociedade.

A postagem "Mais uma morte no Porcino Park Center", veiculada à noite de sexta (11), é o ponto de partida à sua intervenção.

Leia-o, por favor:

É muito comum em tragédias como essa, opiniões e conclusões precipitadas, sem conhecimento de causa, serem apresentadas. Um dos motivos para isso deve-se, em parte, ao histórico recente de possíveis envolvimentos de um dos organizadores da vaquejada em atos de natureza delituosa, uma delas, inclusive, outra morte por eletroplessão (morte ocasionada por descarga elétrica) no mesmo parque de vaquejadas, evento este ocorrido, se não me falha a memória, em abril do ano de 2005.

À época fui o Promotor a receber o Inquérito Policial que apurou as causas da morte, bem como investigou os responsáveis pela sua ocorrência. Apenas um eletricista, responsável pela instalação da rede elétrica no local em que ocorreu o acidente, foi indiciado pela Autoridade Policial como autor do delito por ter agido com imperícia (homicídio culposo).

Como titular da ação penal, tivemos entendimento diverso e apresentamos denúncia-crime também contra os dois organizadores da vaquejada (até hoje escuto críticas de pessoas mencionando que nada aconteceu com os organizadores do evento, ignorando elas que, assim como o eletricista, aqueles também são réus na mesma ação penal).

Agimos dessa forma por entendermos, pelas evidências contidas no Inquérito, que os mesmos podiam e deveriam ter agido para impedir o resultado (morte). Ou seja, era possível, com o mínimo de atenção e cuidado dos organizadores, ter sido evitada aquela tragédia. O processo referido encontra-se em fase de instrução.

As providências tomadas à época foram de caráter exclusivamente criminal, não estando relacionadas à eventual interdição do parque de vaquejadas por um simples motivo: nossa atribuição é exclusivamente criminal. Eventual tentativa de interdição (providência de natureza civil) é da atribuição de outro órgão do Ministério Público.

Voltando ao caso recente, não é possível afirmar, por enquanto, se alguém poderá ser responsabilizado criminalmente, pois há de ser investigado se houve imprudência ou negligência dos organizadores da vaquejada ou ainda de terceiros. O mais importante neste momento não é encontrar culpados e sim esclarecer os fatos.

Após o esclarecimento destes aí sim poderemos chegar àqueles, se for o caso.

Ítalo Moreira.

* Veja mais AQUI.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Jean Carlos diz:

    Amigo, a título de informação:

    Um fato lamentável chocou a região do Alto Oeste Potiguar na manhã deste domingo…

    Na cidade de Francisco Dantas, mãe e filha morreram eletrocutadas.

    O fato aconteceu na zona rural do município franciscodantense, mais precisamente no sítio Maravilha.

    Uma criança de apenas dois anos, Rita de Cássia Pontes da Silva, encostou em um fio descascado e ficou pregada, agonizando…

    Ao assistir a cena, a mãe, Maria Regilene da Silva, de 29 anos, tentou salvar a menina e terminou ficando colada à criança…

    As duas morreram abraçadas. Mais informação la no blog.

  2. Robson Carvalho diz:

    É por momentos como este que acredito no meu país sobretudo na justiça, parabéns promotor Ítalo Moreira, apesar de novo, acredito que o nosso país nunca teve o direito do cidadão tão respeitado depois da atução efetiva do ministerio publico atraves dos promotores.

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