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quinta-feira - 11/11/2021 - 21:48h
Na pressão

Protesto ‘oficial’ da Porcellanati é outro tudo ou nada contra reversão

Durou pouco mais de uma hora e meia o protesto articulado pela própria Porcellanati Revestimentos Cerâmicos Ltda. (Grupo Itagrês), despejando empregados com camisas padronizadas na cor preta e com cartazes, em frente à sede da Prefeitura Municipal de Mossoró, centro da cidade, nessa quinta-feira (11).

Protesto foi organizado pela própria empresa como manifestação 'espontânea' (Foto: Canal BCS)

Protesto foi organizado pela própria empresa como manifestação ‘espontânea’ (Foto: Canal BCS)

Os manifestantes, pouco mais de 40 (muitos sequer são de Mossoró), chegaram em ônibus contratados pela empresa e ocuparam espaços na calçada do Palácio da Resistência e leito da rua.

A mobilização foi pacífica e defendia que municipalidade voltasse atrás no decreto publicado no último dia 5, no Jornal Oficial do Município (JOM), edição 639 (veja AQUIAQUI), que formaliza a reversão de doação de imóvel que tinha sido feita para a empresa há cerca de 17 anos. A doação aconteceu em 2004 e a Porcellanati em abril de 2014 parou suas atividades de vez.

O processo original de reversão começou em 2015 na gestão Francisco José Júnior (PSD), mas sofreu um freio. Retomado, no final de 2017, acabou ficando nas mãos da então prefeita Rosalba Ciarlini (PP). Só que em 2018, houve a grande promessa de retomada de atividades, inclusive com a prefeitura enfileirando mais de duas mil pessoas à apresentação de currículos (veja AQUI). Nunca contrataram sequer um ASG.

Com início da administração Allyson Bezerra (Solidariedade), o caso foi exumado e retomado, identificando-se que parte da documentação tinha sido extraviada na gestão anterior. Mesmo assim, houve amplo direito à defesa e obediência ao devido processo administrativo legal. Antes disso, em abril, parte do maquinário da Porcellanati foi levado (veja AQUI) por um dos credores, por falta de pagamento.

Dívidas e enredo infundado

Jornalista Vonúvio Praxedes foi quem melhor retratou o teatro mequetrefe de hoje (Reprodução)

Jornalista Vonúvio Praxedes foi quem melhor retratou o teatro mequetrefe de hoje (Reprodução)

A empresa acumula dívidas trabalhistas com os ex-empregados, que segundo a própria categoria ultrapassa R$ 20 milhões. Os débitos de impostos à municipalidade ultrapassam os 10 milhões.

Contudo, o rombo é muito maior e o Plano de Recuperação Judicial amarrado no bojo do processo de número 0300460-44.2017.8.24.0075, 1ª Vara Cível, na Comarca de Tubarão-SC, até hoje não ensejou respeito a compromissos.

Essa indústria catarinense começou suas atividades em Mossoró em dezembro de 2009. Foram investidos mais de R$ 120 milhões, sendo R$ 51 milhões da Sudene e R$ 52 milhões de outras fontes, incluindo R$ 21 milhões do Banco do Nordeste.

No auge de sua produção em Mossoró, a Porcellanati chegou a empregar 415 pessoas em 2013. Entretanto, ao encerrar suas atividades em abril de 2014, só tinha 115 trabalhadores.

Nos últimos dias, o seu marketing repete a informação infundada de que estaria com cerca de 120 pessoas em atividades e pronta para investir algo em torno de R$ 10 milhões.

O enredo é tão risível como esse teatro mequetrefe de hoje, em frente à prefeitura.

Leia AQUI série de mais de 50 matérias sobre a Porcellanati em Mossoró.

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Categoria(s): Gerais / Política

Comentários

  1. Naide Maria Rosado de Souza diz:

    Parece que a empresa não teve bons resultados. Empreendimento grande. Lastimo.

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    A empresa A&C recebeu doação de terreno e isenção de impostos, além de financiamento de mais de 21 MILHÔES de reais do BNDES
    Quantos mil empregos a A&C criou?
    Falo de empregos, não de estágios.
    Quantos são estagiários e quantos trabalham há anos com Carteira de Trabalho assinada desfrutando de todos os direitos trabalhistas na A&C?
    A promessa foi de geração de milhares de empregos. Esta promessa foi cumprida? Não vale inclusão de estagiários como empregados.
    Qual o percentual de estagiários que não são aprovados e após um curto período na A&C são dispensados e substituídos por novos estagiários?
    Até quando vai a isenção de impostos? Quando será feita uma fiscalização da aplicação do empréstimo milionário concedido a juros subsidiados pelo BNDES?
    São perguntas que faço.
    Sou um pagador de impostos e tenho o direito de saber em que o dinheiro dos impostos que pago é aplicado.

  3. Lair Solano Vale diz:

    Me interessa agora saber como vamos colocar obra funcionar a porcelanatti. Já sugeri que reunisse os ex-funcionários e criassem uma COOPERATIVA com os mesmos.
    A União da Pmp, Justiça do Trabalho, Credores e Funcionários pode render bons frutos.

  4. Lair Solano Vale diz:

    PARA FUNCIONAR …

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