Na curta estada em Mossoró nessa quinta, 5, de políticos como os senadores José Agripino (DEM), Rosalba Ciarlini (DEM), deputada federal Sandra Rosado (PSB) e governadora Wilma de Faria (PSB), além da presença elegante da anfitriã Fafá Rosado (DEM), prefeita municipal, nada de novo apontou no noticiário.

Tudo como antes.

A imprensa andou em círculos, fazendo as mesmas perguntas e colhendo as mesmas respostas, além de apontar as mesmas constatações óbvias. 

Não me queira mal. A observação é comum aos mais atentos. Há um clima amorfo, inodoro e anêmico na política, onde escasseiam valores intelectuais, vocações e referências. Estamos numa entressafra perniciosa e iníqua. Poucos se salvam, raros conseguem reunir maiores predicados.

A postura da elite política é de resguardo. Não está em época de muda, vale a repetição, o cavalheirismo programado e a cena de compadrio explícito. Como não existem mais cores, músicas e gestos separando supostas ideologias, tudo fica muito parecido, muito igual.

Não é para estranhar, por exemplo, que os "adversários" José Agripino e Wilma de Faria promovam escambo de afagos. Não há nada de surreal nisso. Eles são apenas e tão-somente contendores políticos.

Vez por outra apelam à retórica para fazer tipo, causar frisson e mobilizar os sentidos da crônica política.  Mais blefe do que flerte. Em seguida, encontram-se no saguão do aeroporto, nos restaurantes elegantes de Brasília e nas mansões cinematográgicas para animados bate-papos. Tudo longe da nossa pobreza e perplexidade, sem o olhar xereta da imprensa nativa.

A vida como ela é. Entretanto, nada rodriguiana. Sem substrato.

Briga mesmo, só em meio à escumalha, entre paus-mandados, puxa-sacos de aluguel e idiotas epidérmicos. Estamos na era da "política de resultados". Vale vencer, não importa como nem com quem.

Foi-se a era das campanhas em forma de Odisséia, com oradores inflamados, verde e encarnado, hinos populistas, passeatas, comícios, bacurau e bicudo rosnando um para o outro. Que pena!

Eu era feliz e não sabia.