Vários internautas pedem a palavra do Blog. A pergunta é simples, não obstante resposta produzir inúmeras variáveis:
– Quem ganha e quem perde com a postulação do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) a governador?
Vamos por pedaço, como um "magarefe".
Levando a termo a postulação, Carlos sabe que parte lá de trás, tendo que "atropelar" quem está há mais tempo no prélio.
Enfrenta a prioridade do wilmismo que é o vice-governador Iberê Ferreira (PSB) e o favoritismo, até o momento, da senadora oposicionista Rosalba Ciarlini (DEM). Dois titãs, cada um com suas caracterÃsticas próprias.
Carlos Eduardo, a princÃpio, parece representar uma espécie de "sublegenda" do wilmismo, exumando esse artifÃcio legal criado no regime militar, para conter avanço da oposição.
Àquele tempo, entre meados dos anos 70 e inÃcio de 80, funcionou. A Arena, partido governista, costumava lançar mais de um candidato a prefeito em algumas situações, devido ao seu gigantismo e porque essa engenhoca pesava mais ainda a seu favor.
Nesse caso especÃfico, Carlos pesaria sobremodo para levar a disputa para o segundo turno. A leitura inicial, é de que seu nome na Grande Natal termine por influenciar de tal forma, que a disputa entre governo e oposição passe para essa etapa complementar. E aÃ, na prática, teremos outra campanha.
Agora é pueril se imaginar, que polÃtico com o temperamento de Carlos e guiado pelo pai e ex-prefeito de Parnamirim Agnelo Alves (PDT), aceite ser penduricalho de Iberê Ferreira. Se for mesmo candidato, visto que muitos duvidam, Carlos tem como missão inicial deixar o vice-governador na poeira.
Podem surgir sequelas daÃ.
Um eventual segundo turno ainda tem reflexos da campanha presidencial. Que peso teria a eleição da candidata de Lula, Dilma Roussef (PT)? Qual a influência se o resultado for em contrário, com o candidato do PSDB (Serra ou Aécio)?
Segundo as pesquisas noticiadas ao final do ano passado, a intenção de votos em Rosalba estabilizava-se em torno os 48%, mas com enorme margem de indecisos. O somatório dos pré-candidatos do governismo costumava promover empate técnico e numérico com ela.
Mas houve racha no governismo e um dos nomes desse grupo, deputado estadual Robinson Faria (PMN), mudou de lado e discurso. Por enquanto não há qualquer informação oficial apontando as consequências disso no eleitorado.
Não tenho dúvidas que boa parcela do eleitor sequer sabe desse acontecimento, mantendo alheamento quanto à própria sucessão.
O ex-prefeito natalense é um fato novo na pré-campanha, eclipsando até a migração de Robinson para o sistema de Rosalba. Entretanto, é preciso ainda se observar com mais atenção o passar dos dias e semanas.
Vamos aguardar a poeira assentar.
Foto – O Jornal de Hoje
Carlos Eduardo vai ser a grande surpresa dessa campanha que se aproxima.