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domingo - 03/09/2023 - 08:38h

Quem sabe, uma lembrança

Por Bruno Ernestoconversa-pai-e-filho-coluna-flavio-augusto-600x338-60b2ce20

Afinal, são as pequenas atitudes que nos marcam?

Após nosso almoço de domingo, a caminho de casa, meu filho me perguntou se em Mossoró havia alguma árvore de pau-brasil. Estávamos passando em frente ao Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL) e lembrei que detrás da capela havia um pau-brasil que foi plantado quando eu tinha mais ou menos a idade do meu filho Pedro.

Lembro que esse pau-brasil foi plantado juntamente com diversas outras mudas em razão de um projeto de plantio de árvores em risco de extinção. Está lá até hoje. Pois bem. Como era um domingo (27/08/2023), não seria possível entrar no colégio para ver o exemplar.

Lembrei que há duas árvores de pau-brasil em frente ao Tiro de Guerra (07-010). Partimos para lá para ele poder conhecer o famoso pau-brasil.

Como estava um pouco deserto, relutou em descer do carro. Não soube exatamente por qual motivo. Talvez estivesse com medo de assalto ou de ser preso pelo Exército. Só disse que estava com medo de descer e permaneceu dentro do carro olhando para o pau-brasil.

Apesar disso, consegui convencê-lo a descer para registrar o momento.

Retomando o caminho de casa, percebi que fiz o que meu pai, por diversas vezes, também fez comigo. Um pequeno momento, registrado numa despretensiosa fotografia, será lembrado, quem sabe, pela vida toda.

Eu lembro de vários com meu pai. Mesmo sem fotografias.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor.

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Odemirton Filho diz:

    Que bela crônica. Parabéns, Bruno Ernesto, com certeza você nos brindará com excelentes textos. Seja bem-vindo.
    Abração!

  2. Maria Paula diz:

    É o tipo de texto que dá gosto ler!

  3. Pedro diz:

    Oi Painho ❤️

  4. Marcos Pinto diz:

    Parabéns pela instigante crônica. Fez-me rasgar as vestes Talares da Alma do Tempo para vislumbrar o enlevo do menino “véi” bochudo arranchado debaixo de centenária aroeira ao lado do pai, que coava o café sertanejo em bule de barro muito bem situado “in riba” de
    brasas de uma trempe improvisada em pequeno buraco cavado no solo argiloso da amada serra do Apodi. E o menino véi escutava extasiado a explicação do pai mostrando e nominativo as árvores da caatinga sertaneja : imburana, Câmara, Pau D’Arco, catingueira, Xique-Xique, Pau Branco, Braúna, Mulungu, Uma ribeiro, Juazeiro, Oiticica etc. Eita saudade !.

  5. Marcos Pinto diz:

    Onde se lê uma Ribeiro leia-se Umarizeiro. Onde se lê Câmara leia-se Cajarana. Inté.

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