Com certeza, quando Nietzsche, no seu Ecce Homo, disse: “Ridendo dicere severum” (“Rindo, dizer coisas sérias”), ele não estava se referindo à Revista Papangu, mas duvido que exista outra frase do filósofo alemão que melhor defina esta revista do que: “Rindo, dizer coisas sérias”.
Até porque, enganam-se quem pensa que no humor não se tem seriedade. “O humorismo é uma das coisas mais sérias do mundo”, já dizia Clarice Lispector.
Não era à toa que o grande Demócrito vivia rindo. E ele ria porque todas as coisas humanas lhe pareciam ignorâncias. E é de uma miserável ignorância os seres que teimam em permanecer aprisionados, dentro de uma caverna – onde só se tem o ‘direito’ de enxergar através de um prisma de uma única tonalidade de cor –, quando eles deveriam estar livres, para observarem a beleza do mundo, através de um arco-íris, onde todas as cores podem ter as suas verdades… e os seus espaços…
Portanto, rindo, há cinco belos anos, a Papangu mostra a sua indignação, a sua revolta… Revolta essa que, como dizia Camus, nasce do espetáculo da desrazão diante de uma condição injusta e incompreensível…
A Papangu clama e luta para que esse escândalo termine e que a liberdade seja sempre mais importante do que o pão, como lembrava o magnífico Nelson Rodrigues
“Eu me revolto, logo existo”, este tem sido o lema de todas as 59 edições desta revista. E a Papangu existe e sobreviver a todas as adversidades apenas para mostrar que “antes morrer de pé do que viver de joelhos”.
E como no poema de Schiller (Ode à alegria) – utilizado pelo gênio Beethoven, na sua Nona Sinfonia-, a Papangu nos convida a mudar: “Oh amigos, mudemos o tom, entoemos algo mais prazeroso e alegre…”. Sim! Mas que nunca é preciso mudar… é preciso mudar…
Qual a melhor parte da revista? Impossível de dizer.
Assim, como o nosso corpo todos os órgãos têm as suas funções primordiais e o que seria do cérebro sem os rins funcionando?
Na Papangu, o todo é sempre mais importante do que as partes: Túlio Ratto (o grande maestro desta orquestra), Rasec, Adriana de Oliveira, Affonso Romano de Sant’anna, Alexandro Gurgel, Ana Paula Cadengue, Antônio Amâncio, Antônio Capistrano, Cefas Carvalho, Clauder Arcanjo (meu amigo de fé), Cláudia Magalhães, Damião Nobre (meu colega de sofrimento), David Leite (meu irmão camarada), Joaquim Dantas, José Wellington, Silvia Batistuzzo, kydelmir Dantas, Raildo Lucena, Yasmine Lemos, Alex Rodrigues, Gerlane Gomes, Ag Sued, Carlos José, Eliéber Santos, T.R. Durão, Arnóbio júnior e Benjamim Linhares, parabéns a todos vocês!
E se vida é movimento, como dizia Aristóteles, eu só posso é desejar a vocês: vão em frente… vão em frente… vida longa a Papangu.
Francisco Edilson Pinto Leite Júnior – edilsonpinto@uol.com.br
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