A entrevista que a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) concedeu ao Jornal da 96 (FM 96 de Natal), hoje pela manhã (veja postagem mais abaixo), não trouxe nada de novo. No máximo, o esperado. Portanto, o previsÃvel. O normal.
Mas nos subterrâneos da pré-campanha 2010 há algumas novidades. Elas são reflexos de um princÃpio da fÃsica, que se aplica à polÃtica: toda ação corresponde a uma reação.
Pode ser dito que a postulação da ex-prefeita mossoroense ao governo é praticamente irreversÃvel. "Praticamente", sublinho. Ela decolou.
Parece paradoxal, mas não é a perenidade em pesquisas, situando-a sempre no topo da preferência popular, que projeta essa maior segurança à senadora. O que provocou alento ao seu projeto é algo desencadeado na outra extremidade desse cabo-de-guerra pelo poder no RN.
A criação da dissidência governista "Unidade Potiguar", anunciada no dia 12 passado pelo deputado federal Henrique Alves (PMDB), indiretamente valorizou Rosalba no DEM. Num primeiro instante o surgimento do bloco provocou mal-estar e insegurança. Agora, passado o abalo sÃsmico, ela se fortalece. O governo é que continua sentindo o chão tremer.
O DEM – através do seu principal lÃder no RN e candidato à reeleição ao Senado, José Agripino (DEM) – calcula não ter outra alternativa para a disputa. Não há volta. É Rosalba.
Entretanto ninguém tome a cartada como ato de desespero. Não é exatamente um tudo ou nada.
Por influência do Palácio do Planalto e a força de atração do Estado, é pouco provável que o senador consiga encantar Robinson Faria (PMN), João Maia (PR) ou mesmo o PMDB de Henrique e do senador Garibaldi Filho (PMDB). Seu palanque está sendo isolado.
Rosalba – a partir dessa leitura – teoricamente surge como capaz de viabilizar dois projetos em um: a sua vitória particular ao governo e pavimentar caminho para Agripino continuar em BrasÃlia. Os lÃderes da Unidade Popular que "emparedaram" a governadora Wilma de Faria (PSB) levaram o DEM a se decidir, mesmo que publicamente nada seja dado como definitivo.
Hoje, é fácil se firmar algumas deduções quase inquestionáveis diante de informações à mesa na conjuntura que foco. Uma delas é de que o grupo governista, apesar de múltiplas postulações ao governo, não tem uma sequer com vigor.
Outro ponto, é que unido pode vencer as eleições. Porém unido não significa que vença. Não estamos diante de uma simples operação matemática.
Com Rosalba concorrendo ao governo, Agripino não deixa de ser "prioridade" do DEM como se propaga há alguns meses. Talvez apenas não seja sua estrela principal, numa campanha que pode desenhar outro mapa geopolÃtico para o Rio Grande do Norte, repleto de súditos e de escassos mandarins.























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