Essa briguinha entre Dilma Roussef (PT) e Rosalba Ciarlini (DEM) tem exageros dos dois lados.

Do lado da candidata Dilma Roussef, é preciso respeitar o papel da oposição. Se bem que a crítica quanto ao discurso dúbio não é de todo, errada. Está mais do que evidente que os líderes do Democratas evitam, aqui no Estado, mostrar uma imagem de confronto direto com o presidente Lula.

Quanto à ação judicial citada por Dilma Roussef contra programas do Governo, como o ProUni, não foi patrocinada especificamente pelos senadores do RN, mas pelo partido, o Democratas, através da executiva nacional.

Portanto, não significa dizer que endossem tal atitude.

Quanto à senadora Rosalba, cometeu igual equívoco. Poderia ter tirado melhor proveito da situação. Entrar em "bate-boca" com Dilma Roussef só vai lhe trazer prejuízo.

A senadora, que em sua resposta acusou Dilma de ter sido agressiva, teve uma atitude talvez até pior. Até mesmo porque tentou minimizar as ações do Governo Lula ao RN à construção do presídio federal, já em funcionamento em Mossoró.

Convenhamos, é uma injustiça.

Pegando o exemplo de Mossoró. Busque na memória qualquer grande investimento público no município, inclusive boa parte dos feitos na gestão de Rosalba como prefeita, que vai se perceber que foram viabilizados pelo Governo do presidente Lula. É o caso do Ginásio Pedro Ciarlini, do Teatro Municipal Dix-huit Rosado, do saneamento básico, das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

No momento que afirma reconhecer o presídio federal, Rosalba reduz a importância da Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA). Institutição que esteve sucateada no Governo Fernando Henrique – na época era ESAM (Escola Superior de Agricultura de Mossoró) – e hoje tem mais de 20 cursos em Mossoró e avança pelo interior do Estado.

Convenhamos, afirmar que um presídio é mais importante que uma universidade federal, é uma agressão. É uma visão, por demais, pequena.

Rosalba poderia ter enaltecido seu papel, primeiro enquanto prefeita e depois como senadora, para contribuir com esses importantes investimentos federais. Poderia ter se colocado como parceira, como alguém que, mesmo adversária política não se rebaixa à pequenice da política provinciana, que prefere atrapalhar do que somar.

Poderia ter se agigantado nesse confronto. Preferiu o inverso. Fez exatamente o que Dilma e a campanha petista queriam. Adotou um discurso agressivo, radical e de negação ao Governo Lula no Rio Grande do Norte.

Extraído do Blog de Julierme Torres AQUI.

Nota do Blog – Impecável o raciocínio de Julierme Torres.

Rosalba tentou desqualificar a argumentadora em vez de contestar os argumentos.

Gritou em vez de falar.

E, em essência, despitou de novo o cerne da questão das críticas de Dilma.