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domingo - 06/12/2020 - 08:14h

Saudade do Potiba

Por Odemirton Filho

Um domingo desses senti uma vontade danada de assistir ao Potiba. De ver em campo os times do Potiguar e do Baraúnas. Da arquibancada cheia. Da resenha antes e depois do jogo.

O Estádio de Futebol Manoel Leonardo Nogueira, o Nogueirão, em dia de Potiba quase sempre recebia um bom público.

Antes de iniciar a partida, e após um gol, “pipocavam” os fogos de artifícios. O velho Nogueirão, literalmente, estremecia.

Clássico entre Potiguar e Baraúnas é o confronto sempre marcante no Nogueirão em Mossoró (Foto: Wilson Moreno)

Com um rádio de pilha no pé do ouvido, cada lance, na voz dos narradores, era uma emoção. Como em toda e qualquer torcida havia aquelas figuras humanas que fazem parte da magia do futebol. E, claro, ver jogando Cícero Ramalho e Júnior Xavier, craques.

O futebol de Mossoró fazia parte de nossas vidas. Durante o jogo era comum se ouvir o xingamento contra o árbitro, a reclamação pelo esquema de jogo do técnico, as ofensas contra os jogadores e a torcida adversária. Não tinha essa de briga entre as torcidas, pelo menos em tempos passados.

Como era bom assistir ao jogo tomando uma cerveja. No intervalo da partida descíamos para “merendar” um cachorro-quente com um refrigerante ou um espetinho de “gato”. Não era fácil ser atendido. Uma zoada. Das grandes.

Infelizmente, li que o Nogueirão foi interditado. De novo. Mais uma vez. Sei lá quantas vezes.

Os nossos representantes no futebol já não disputam em pé de igualdade com outros times. O Baraúnas, pelo que sei, no momento não participa mais de campeonatos. O Potiguar, ainda de pé, somente aqui ou acolá consegue formar um elenco competitivo.

O futebol de Mossoró há tempos vem numa peleja medonha pra sobreviver. Os bons tempos ficaram apenas no cantinho da recordação, como diria o querido Olismar Lima.

Que falta faz ouvir a galera da arquibancada do Nogueirão gritar pelos seus times do coração. O meu é vermelho, do Potiguar, “time macho”.

Mas sinto falta, até mesmo, de ouvir a torcida do Baraúnas:

“Solte o leão”!

Odemirton Filho é Bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Rocha Neto diz:

    Pois é amigo Odemirton, o leão adormecido e os machos sumidos, que saudades destas torcidas exaltadas em dia de potiba, dois times que até nos desfiles carnavalescos botava seus blocos na rua, corso da Coronel Gurgel e praça do Pax, os agitos do potiguar sob regência do saudoso Manoel Barreto, já o Baraunas sob o comando do velho Jonas Bezerra do BANDERN, os foliões torcedores subiam às nuvens em ovação de alegria.
    Lembro das duas agremiações futebolísticas nos primórdios eventos realizados no estádio Benjamin Constant, aonde hoje funciona o complexo social do SESI, foi ali que nasceu a fama de um grande jogador de Mossoró, conhecido por Carestia, filho do velho Mota da rua Melo Franco, Mota foi o idealizador da primeira charanga daqui, e foi idealizada pra celebrar com batuques e adufes os gol do seu filho Carestia, e daí vieram as demais, claro que o Baraunas teria a sua, e esta veio maior, por isso que foram pro Carnaval também.
    Realmente Mossoró se rescente das suas movimentações domingueiras oriundas do futebol, quando o Nova Betânia ficava intransitável após os confrontos do POTIBA, pois o estádio Manoel Leonardo Nogueira ainda estar em pé só pra viver de LEMBRANÇAS. Que pena!!
    Veja que nenhum dos candidatos a prefeito, e foram 6, prometeram fazer ressurgir o nosso futebol, nenhuma promessa, também nenhum torcedor falou ou fala nada.
    Lembro de Mossoró com muitos times de futebol, IPIRANGA, HUMAITÁ, SALINISTAS, POTIGUAR, BARAUNAS, DEMOCRATAS…

  2. Clóvis Pituleira diz:

    Beleza de cronica.Aqui em Caicó acabaram com o Caicó Esporte Clube e o Atlético Clube Corinthians.Só que aqui tudo isso aconteceu pela “competência”dos nossos dirigentes.RAPOSA E GALO hoje vivem de história.Aqui tem um detalhe interessante:políticos se deram bem “administrando” os clubes.O MARIZÃO um belo Estádio vive as moscas.
    As torcidas chupando os dedos e a imprensa muda.Em tempo:o Corinthians foi o primeiro clube do interior a vencer o campeonato estadual.No País do Futebol,os políticos conseguiram acabar com o Futebol em Caicó.

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Por pouco não trocaram o NOGUEIRÃO por um campo de futebol na estrada Assu/Mossoró.
    Se a maracutaia tivssse acontecido o futebol mossoroense não mais existiria. Se com o NOGUEIRÃO localizado no centro de Mossoró o futebol está na UTI, imagine qual torcedor iria se deslocar mais 20 ou 30 Km para assistjr a um jogo de futebol.
    Os mesmos que queriam trocar o NOGUEIRÃO, terreno vale dezenas de milhões de reais, pelo campinho na Assu/Mossoró, nunca moveram uma palha por melhorias no NOGUEIRÃO.
    O interesse é o fim do NOGUEIRÃO para que o terreno possa ser trocado por alguma coisa.
    O futebol tem que ser repensado em todo o Brasil. Basta ver as dívidas gigantescas dos clubes. Alguma coisa tem que ser feita, mas não com uso de dinheiro público.

  4. Inácio Augusto de Almeida diz:

    EXISTE SOLUÇÃO PARA O NOGUEIRÃO.
    Basta o novo Secretário de Cultura/Esporte formar uma equipe de trabalho realmente interessada em resolver este problema.

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