• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sexta-feira - 06/04/2012 - 11:57h
A eficiência possível

Se o patrimônio é público, é nosso!

Temos bolsões de excelência no serviço público e crescente melhoria em outros tantos. Mas em alguns outros, quase nada funciona. Por quê?

Entendo que a intervenção estatal pode dar respostas satisfatórias às demandas sociais. Basta ser cobrado, punir com rigor os maus servidores e incentivar quem queira ascender numa carreira baseada na qualificação, no interesse e em méritos, nunca no compadrio ou arranjo politiqueiro.

Na coisa pública, parece que a Saúde é ‘casa de mãe-joana’. Se não está satisfeito, peça para sair. Vaza! Inaceitável é maltratar o cidadão comum, que na prática lhe paga o salário.

No Hospital Materno-Infantil Maria Correia (Hospital da Mulher), em Mossoró, recentemente inaugurado, controlado por uma Oscip (organização civil que faz serviço público de forma terceirizada), tem médico e enfermeiro reclamando. Estão irascíveis porque são obrigados a trabalhar certinho. Não querem ser punidos por atrasos e outros desleixos.

Devem estranhar, porque no público muitos trabalham como bem entendem. Acham que não são empregados e que não possuem patrão. Se recebem uma punição, queixam-se ao chefe político e tudo é sanado em prejuízo à coisa pública.

Existe excelência no serviço público também sem Oscip, fundações, ONG´s etc. Polícia Federal, Advocacia Geral da União (AGU), Receita Federal, Previdência, Caixa Econômica (CEF), setor portuário e Correios (no passado) são exemplos de eficiência pública. A Petrobras é essa gigante transnacional que orgulha o Brasil, uma das maiores empresas do mundo, símbolo de eficiência.

O Banco Central virou paradigma, em meio à crise mundial no setor financeiro norte-americano e bancarrota europeia.

Onde há prioridade ao funcionamento técnico, os resultados têm aparecido. Onde a prioridade é politica, os resultados nós conhecemos.

As melhores universidades do país são públicas, vocês sabem? Vocês conhecem a excelência do Hospital Sara Kubistchek?

O público é viável.

O caminho do serviço público é a ‘meritocracia’, o planejamento estratégico, prêmio aos melhores e punição à escória. São alguns princípios da iniciativa privada que se fundem aos propósitos inequívocos do Estado do Bem-Estar Social, ou seja, o bem comum.

É-nos vendida a ideia de que tudo que é público é ruim, para que aceitemos a terceirização, ONGs, Oscips, fundações etc. como panaceias. Erro crasso que a propaganda dirigida espalha, tentando nos iludir com tal inverdade.

Há um monte de gente criticando o serviço público e uma multidão ainda maior querendo desembarcar nele. Que paradoxo, não? Risível.

Se o patrimônio é público, é nosso. Portanto, não permitamos que saqueadores, espertalhões e maus servidores destruam o que nos pertencem, facilitando a prosperidade de uns poucos.

O patrimônio público é nosso!

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. Pedro vale diz:

    Parabens pelo texto, o problema do Brasil e pq na grande maioria dos orgaos publicos nao existe fiscalizacao e nem punicao!

  2. Wilpersil diz:

    Educação Pública Estadual é um exemplo disso, de maus funcionários, todo mundo se acha dono do nariz, mas é devido a interferência política dentro do setor. “Todo mundo manda, ninguém obedece…”

  3. Michell ferreira diz:

    Carlos
    Acho que é chave para a prestação de um bom serviço público é o compromisso que o profissional tem com a comunidade. É claro que é preciso estrutura, meios e condições, mas o que faz relamente a diferença é a motivação, seriedade e principalmente compromisso. Mesmo em orgãos públicos reconhecidamente deficientes, encontramos nichos, pequenos, de excelência, assim como em orgãos públicos com excelente estrutura organizacional e material, há muitos inaptos, incopetentes e descompromissados. Um exemplo é a PF de Mossoró, Unidade que teve um dos piores desempenho do Brasil, sefundo pesquisa feita pela própria instituição. Outro exemplo, este positivo, se refere a melhora do desempenho da Policia Civil de Mossoró, depois da chegada do Delegado Odilon Teodósio. Quase não vieram meios materiais, mas Odilon trouxe grande melhora da auto estima da PC , que melhorou o seu desempenho. O homem é que faz a diferença…

  4. Benilson Silva diz:

    Quando o pensamentos oportunos como o seu, alcança uma dimensão publica, e deixa de ser apenas (o que eu penso). Estamos iniciando um processo de mudança. O Brasil começou a mudar. A uma década, atras, segundo alguns conhecedores de movimentos sociais de transformação, o nosso país levaria duas decadas para atingirmos um grau de tranformação socio-cultural. e assim podermos viver verdadeiramente como uma grande nação e considerada de primeiro mundo. O processo é lento, mas já começou, quero crer que ainda chegaremos lá. São contribuições assim como a sua que fazem a diferença.

  5. Pedro Cardoso diz:

    Textos assim me impressionam, muito amplo, que dá linha de pensamento positivo sobre o nosso patrimônio público. Concordo com tudo que o texto diz, só penso diferente em questão à privatização, pois acredito
    muito nisso, é bem mais fácil de controlar e entendo que barateia os custos.

  6. Neto Vale diz:

    Prezado Carlos Santos,
    Parabéns. O caminho é a autonomia das instituições. Quanto mais distante ficarem os políticos, maior a possibilidade de termos um serviço público eficiente, somado a um rigoroso controle social da sociedade. Mais uma vez parabéns pela análise.

  7. FRANCISCO SILVEIRA diz:

    CONCORDO…… A PF DE MOSSORÓ, ATÉ AGORA, NÃO DISSE A QUE VEIO !!!!!!………. KD OS FIGURÕES ??????????? QUE TODO MUNDO FALA..?????????????????? SÓ PEGAM OS PEIXINHOS………… OU MELHOR………. AS “PIABAS”……………..;

  8. Jerônimo Rosado de Sousa Neto diz:

    Carlos Santos,
    Temos visto diversas discrepâncias no atendimento feito por maus profissionais do serviço público, boa parte deles são sabedores de sua estabilidade e, do faz de conta que norteia o setor público. De um lado o Estado ausente que insiste em pagar mau e, do outro o servidor que faz de conta que presta um serviço de qualidade.Com tudo, o prejudicado é o contribuinte que não tem um serviço a altura de suas necessidades, bem distante do que garante a CF. Desrespeito e despreparo, daqueles que deveriam prestar um serviço de excelência?? Com certeza!
    Com tudo, toda regra têm uma exceção; existem pessoas que são merecedoras desta estabilidade, existem muitas outras que não reflete essa minoria de maus servidores; a maioria trabalha com esmero e, presta um serviço com amor e compromisso; mesmo diante de uma estrutura precária que lhe é ofertado para a prestação desse serviço. ( fatos esses quem em nossa cidade assistimos de camarote). Infelizmente, não são considerados ou distinguidos os maus dos bons. Rompendo sempre a corda do lado mais fraco: o lado do funcionário público.
    Quando os culpados na verdade são os que governam e fazem de conta que trabalham. Projetam seus governos para os quatro anos que lhe é garantido pelo seu mandato e, nunca projetam uma administração pensando décadas à frente. Assistência à saúde (pública ou privada no Brasil) não passa de um bom negócio ou um negócio de futuro e, que rende muito dinheiro, principalmente por ser um serviço essencial para a vida. E ao final, no setor público termina sendo a vitrine dos maus tratos de servidores sem escrúpulos. Esses, que em sua essência moral deveriam tratar a vida com respeito e, na maioria das vezes tratam pacientes como mercadorias.
    Esse modelo de “privatizar a saúde pública” argumentando ser a solução para melhorar o atendimento ou personalizar-lo em detrimento do péssimo serviço prestado por maus servidores; não convence considerando que as Cooperativas Médicas e os Planos de Saúde no Brasil é exemplo de falência quando se fala em atendimento. Esse novo modelo de saúde público-privado é perigoso e deve ficar em “observação” pode abrir precedente obscuros para um arrastão ou artimanha contábil no desvio de recursos num setor tão sofrido.
    Entendendo do quadro preocupante que começa a se formar, quando setores que não refletem a maioria e se acham preteridos; tentam transformar o serviço público como um modelo falido ou ultrapassado: devemos ter consciência que esse “grupo de maus profissionais” não reflete o que tem de melhor no serviço público e, com garantia podemos dizer e clamá-los de minoria.
    Um tipo de minoria que aspirar a um modo de viver próprio se distingue do conjunto. É por isso que nem sempre podemos identifica com um grupo marginal e não é necessariamente objeto de segregação. Esse grupo que é uma minoria: remete para a definição de Alain Birou. “Minoria também pode constituir a referência a categorias ou grupos que, pela sua posição sócio-político-económico-cultural, ocupam um lugar de destaque e de influência na sociedade, sendo aqui sinônimo de “elite”. Esta minoria-maioria (número vs poder) deverá ser enquadrada na perspectiva do poder institucionalizado de uma maioria. No, e para o presente caso, interessa-nos a minoria entendida na perspectiva não institucional, mas marginal.”

  9. FRANSUELDO VIERIA DE ARAÚJO diz:

    Caro carlos, Impecável o texto que ora nos brindaste.

    Precisamos, isso sim, mudarmos a cultura que, infelizmente ainda resiste em muitas cabeças ditas “pensantes’, de que o estado é vaca de tetas eternas tetas, em que não se faz necessario produzir como em qualquer emprego, pra, no final de cada mês recebermos o devido sala´rio.

    Essa medíocre e provinciana cultura de deliberada confusão entre o público e o privado, é que fato cria esse paradoxo ao qual se referiste, ou seja milhões cirticam o serviço público e ao mesmo tempo milhões tetam uma boquinha, seja através de concurso público ou não, com um único objetivo, conseguir um bom salário, feriados , quinquênios, fe´rias e amis emais feriados e dias facultaitivos e, sobretudo estabilidade sem a devida reciprocidade de diretos e obrigações quanto aos serviços prestados.

    A FAMIGERADA CULTURA DO PARASITISMO QUE PERMEIA GRANDE PARTE DOS QUE TRABALHAM NO SERVIÇO PÚBLICO, Infelizmente, é fato.

    NO PAÍS DE MOSSORÓ, basta visitarmos grande parte dos órgões, instituições e autarquias estaduais e municipais, que, constatamos o quanto se brinca de trabalhar, na verdade se pratica o parasitismo funcional. Não é à toa o alto custo do serviços público e ao mesmo tempo a péssima qualidade desses mesmos serviços.

    Apesar de alguns avanços no serviço público, em especial nos quadros federais, infelizmente as nomeações políticas e o consequente engendramento de inúmeros cargos comissionados e mais ainda os famosos QI’S, ainda são verdadeiramente uma praga em nossa organização social, administrativa e política.

    Um abraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  10. SILVA diz:

    LEVEI MUE FILHO PRA SAO PAULO, 32 DIAS PRA SER ATENDIDO NUM HOSPITAL DE DONEÇA DO CORAÇÃO, NAO TINHA VAGA, FUI PARTICULAR, R$750,00 A CONSULTA PARTICULAR. NÃO TEM SAIDA, SÓ SE FAZ MEDICINA DE QUALIDADE COM DINHEIRO, MEDICO BEM PAGO, EXAME BEM FEITO, HOSPITAL EQUIPADO,GRAÇAS A DEUS TUDO RESOLVIDO.

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  1. […] dia 6 de abril deste ano, às 11h57, este Blog publicou postagem com o título acima (Veja AQUI). Abaixo dele, um texto em defesa do patrimônio da coletividade e contra manobras ardilosas que […]

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