A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN) concluiu um importante estudo sobre o impacto da indústria do petróleo e gás em Mossoró e região, além do próprio RN. O documento técnico foi produzido pela Diretoria de Inovação e Competitividade da entidade, com suporte do Instituto Fecomércio (IFC).
Denominado de “Considerações e dados sobre o setor de óleo e gás do RN – 2024”, o trabalho foi provocado por um dos vice-presidentes da Fecomércio, Michelson Frota, que também dirige o Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (SINDILOJAS). O presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, deliberou. “Os números mostram a pujança do segmento e seus desdobramentos em várias frentes, a partir da exploração dos campos maduros pela iniciativa privada,” aponta Frota.
O processo de privatização dos campos maduros de petróleo no RN teve início no final de 2019, mas passou a ser efetivo em 2020. Desde então, o volume de petróleo bruto exportado pelo RN saltou de US$ 59,5 milhões em 2020 para US$ 361,1 milhões em 2024 (números até outubro deste ano), um incremento de 506%.
Em 2020, foram US$ 59,5 milhões exportados pelo estado. Já em em 2023 os números chegaram a US$ 256 milhões.
Em 2024, até outubro, já foram US$ 361,1 milhões. Significa um incremento de incríveis 506,9%. Ele reflete o aumento de produtividade dos poços, que em média é da ordem de 56%. A produção diária do RN atingiu a casa dos 42 mil barris/dia em terra – em 2023. É uma ampliação considerável sobre a média de 14 mil barris/dia que vinha sendo registrada no Estado até o final dos anos 2010. Mas ainda distante dos quase 100 mil barris/dia produzidos pelo RN no auge dos anos 1990.
ICMS tem grande alta
Os impactos deste incremento podem ser sentidos diretamente no setor de Comércio e Serviços da região. Apenas em Mossoró, por exemplo, o valor recolhido em Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), saiu de R$ 227,6 milhões em 2019 para 389,4 milhões em 2023.
Em 2024, somente até outubro, esse número já é de pouco mais de R$ 336 milhões.
O volume de empregos formais gerados pelo Comércio e Serviços na segunda maior cidade potiguar também reflete esssa trajetória ascendente do setor de O&G. O comércio, até setembro, em Mossoró, abriu este ano 677 novas vagas com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Novo CAGED). O petróleo e gás tem boa parcela de fomento desses números, ao lado de outros fatores, como largo crescimento de obras públicas e apostas da iniciativa privada.
Em 2021, neste mesmo período, este saldo era de 348 vagas. No setor de Serviços, na mesma base de comparação, saímos de um saldo de 2.173 novos empregos formais em 2021 para 3.749 agora em 2024 (sempre considerando o período de janeiro a setembro).
Bilhão de dólares
O Rio Grande do Norte deve receber quase USD 1 bilhão em investimentos no setor de petróleo e gás nos próximos 4 anos (USD 952,2 milhões). São diversos polos produtivos no estado, tanto onshore, como na região de Mossoró, como offshore, na Margem Equatorial.
Mas os impactos positivos desses investimentos vão muito além dos municípios limítrofes, se estendendo a todo o estado, uma vez que os royalties da produção são municipais e estaduais. Mais ainda: a economia é impactada também pela geração de emprego e renda, estimados em 20 mil novas vagas até 2028 e R$ 6 bilhões em renda para a população potiguar, que vão estimular as atividades de comércio de bens, serviços e turismo em todo o estado.
“Precisamos estar atentos e preparados para melhor aproveitamento desse quadro, alargando a atividade produtiva e discutindo também políticas públicas que possam impactar a vida dos mossoroenses e potiguares. A primeira onda do petróleo, a partir do final dos anos 70, foi subaproveitada por Mossoró e pelo RN. Essa é a segunda onda,” comenta Michelson Frota.
Grande movimento do petróleo por aqui, que reflete o quanto perdemos com a mudança na política da Petrobras. Parabéns ao Michelson Frota pela iniciativa de mapear essa variável relevante para o emprego na região oeste e, em particular, em Mossoró. O Michelson é um cara sério, que não se perde em bobagens como vejo acontecendo com muitos.
Gerando todo este ICMS, e ainda precisa entrar na justiça para Mossoró ter direito aos 25% que cabe ao município constitucionalmente, vá entender este estado, uma cidade do porte de Mossoró, onde a economia do Estado gira em torno da região , mas não reconhece com investimento a em infraestrutura, se Mossoró fosse de outro em estado, seria uma potência econômica, só a classe política do estado não tem esta visão!