O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve condenação judicial da Prefeitura de Mossoró e do Governo do Estado para que tomem medidas de limpeza, revitalização e recuperação do trecho do rio Apodi-Mossoró que passa pelo território mossoroense. A determinação atendeu aos pedidos feitos pelo MPRN em Ação Civil Pública (ACP).

Aguapés, assoreamento e esgotos domésticos dão um retrato do rio Mossoró (Foto: arquivo/Abril de 2021/Wilson Moreno)
Conforme sentença proferida pela 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Mossoró, a gestão do Município deverá adotar medidas cabíveis para conter a incidência de aguapés (eichhomia crassipes), implementando serviços de limpeza e de revitalização ao longo da passagem do rio pela cidade.
Para o Estado, a condenação diz respeito à obrigação de revitalização e recuperação do rio, inserido na Bacia Hidrográfica Apodi-Mossoró, devendo ser adotadas as medidas de forma cooperativa para minimizar a incidência dos aguapés no perímetro urbano de Mossoró.
A sentença fixou o prazo de três meses para que os entes condenados cumpram suas obrigações correspondentes, sob pena de multa diária a ser arbitrada e revertida ao
Fundo Municipal de Meio Ambiente.
Qualidade da água
O MPRN inseriu na ACP um relatório ambiental sobre a situação dos trechos do rio Apodi-Mossoró que passam pela municipalidade. O documento foi elaborado em inquérito civil instaurado pela 3ª Promotoria de Justiça de Mossoró e conclui que há comprometimento da qualidade da água do rio através de processos de eutrofização e contaminação.
A mesma condição, inclusive, foi igualmente comprovada pelo relatório elaborado pelo ente público municipal, no qual resta evidente que a presença de aguapés nos trechos do rio é indicativo de poluição.
Conhecida por aguapé, a eichhomia crassipes é uma planta infestante de sistemas fluviais e lagunares urbanos. É, por isso, considerada uma planta daninha e aparece frequentemente em canais de irrigação, represas, rios e lagoas. Uma das maneiras sugeridas pelo MPRN para o controle é a retirada dos aguapés e a realização de fiscalização para identificar suas origens.
A competência acerca da proteção ao meio ambiente e o combate efetivo à degradação ambiental é comum à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme expressa a Constituição Federal.
Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – A poluição do rio Mossoró é sobretudo de origem domiciliar, com despejos diretos no seu leito. A questão do assoreamento (processo pelo qual o leito de um rio ou lago se eleva em função do acúmulo de sedimentos e detritos) reforça o problema. O reordenamento de dezenas e centenas de esgotos para sistema de saneamento é uma realidade, mas muito distante de resolver décadas e séculos de agressão à natureza. Em poucos meses, claro, que todo esse quadro não será resolvido. É muito mais complexo.
Acompanhe o Canal BCS (Blog Carlos Santos) pelo Twitter AQUI, Instagram AQUI, Facebook AQUI e YouTube AQUI.
Para exemplificar a imprescindibilidade da resolução deste problema ambiental, há que se recorrer a uma junção de recursos econômicos oriundos das três esferas administrativas – União, Estado e município de Mossoró. Evidencia-se ausência de vontade política para sanar e revitalizar o nosso rio Apodi-Mossoró. Impõe-se, pois, a enérgica adoção de retirada de esgotos residenciais despejando de forma perene toneladas de poluentes em suas margens. Cite-se como exemplo o notável processo de revitalização do rio Tietê, em São Paulo, onde já se vislumbra a alvissareira presença de peixes de espécies várias, o que representa resultados promissores da recuperação do histórico rio Paulista. Repito : Está faltando vontade política. O tempo urge e ruge. Tenho dito.
FINALMENTE ESTAMOS COM A MESMA OPINIÃO.
TUDO É POSSÍVEL SER RESOLVIDO EM UMA CIDADE, SE O PREFEITO E A CÂMARA DE VEREADORES DESEJAR.
FALTA PRIORIDADE E A PARTICIPAÇÃO DAS NOSSAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS.
Uma das maiores VERGONHAS de Mossoró !!!
verdade -viramos de costa para o rio.
Sim, querido Jornalista, quadro complexo. Mas, precisamos começar, antes de desistir e dar lugar ao pântano.
NOTA DO BLOG – Já, logo. Abração.
Se essa decisão Judicial fosse determinada por Alexandre de Moraes do stf eu acreditaria que fosse feito alguma coisa para despoluir o rio Mossoró, mas como não foi a possibilidade de isso ocorrer é quase zero.
O trator vai passar retirando os Aguapés mas fica só nisso infelizmente.