Oito vereadores da atual legislatura em Mossoró, num menor ou maior grau, elegeram a “Operação Sal Grosso” a culpada por sua derrota eleitoral. Será que faz sentido?
Uma análise caso a caso talvez desmitifique ou confirme essa interpretação, que é carregada do velho complexo da transferência de culpa. É sempre mais fácil apontar erro ou responsabilidade alheia, do que fazer um mea culpa.
Vamos aos nomes e inventário do insucesso, sob a ótica do Blog:
Benjamim Machado (PTB) – Faltou-lhe maior zelo ao que denomino de “gerenciamento de mandato”. Teve a máquina do Programa do Leite a levá-lo à vitória em 2004, não substituindo essa força por outros meios. Além disso, articulou-se muito mal na montagem de chapa partidária e aliança. Sua derrota foi cantada em prosa e verso. A Sal Grosso tem participação ínfima.
Júnior Escóssia (DEM) – Certamente é o mais afetado pela Sal Grosso. Desde o primeiro momento que essa investigação chegou à tona, ele sempre foi protagonista em situação desconfortável, a ponto de chegar a ser detido. Quis recuperar o espaço perdido com sua super-estrutura na reta final, mas não teve fôlego. Não percebeu que os tempos são outros.
Manoel Bezerra (DEM) – Foi muito bem votado e poderia ter renovado seu mandato noutra sigla. É vítima da ocupação de espaço em seus redutos, por nomes como Maria das Malhas (PSL), que até chegou a se eleger com sobra de votos noutra coligação. A Sal Grosso ainda vai bater à sua porta.
Osnildo Morais (PSL) – Marinheiro de primeira viagem, ele perdeu sustentação em sua principal base, o segmento militar. Não conseguiu repor esse capital eleitoral e viu crescer atrás de si alguns nomes que poderiam surpreendê-lo. Daí surgiu Flávio Tácito (PSL) e Maria das Malhas (PSL) para serem eleitos, atropelando-o. A Sal Grosso acertou-o superficialmente.
Aluízio Feitosa (PDT) – Fez uma campanha carregada de erros grosseiros, além de não ter cuidado do gerenciamento do próprio mandato. Perdeu substância em suas bases – que se queixam de abandono – e não compensou esse pecado. A Sal Grosso deve pegá-lo adiante. Não concorreu decisivamente à sua não-reeleição.
Arlene de Souza (DEM) – Essa é vítima de sobrecarga de candidaturas sobre si. Perdeu apoios que tivera em 2004, como Niná Rebouças (DEM) e a vice-prefeita Cláudia Regina (DEM). Ambas transformaram-se em candidatas e foram eleitas. Foi bem votada, mas não tinha maiores suportes como “esteira” para viabilizá-la na coligação. A Sal Grosso praticamente não a afetou.
Gilvanda Peixoto (DEM) – É outro caso de deslize no gerenciamento de mandato, acrescido de problemas comuns aos demais concorrentes dentro do DEM. O partido perdeu cerca de 12 ex-candidatos a vereador em 2004, que obtiveram mais de 16 mil votos. Poderia estar reeleita se o DEM repetisse a enxurrada de votos, mas a sigla só apresentou nove candidatos a vereador. A Sal Grosso contaminou-a pouco e assim mesmo porque após o anúncio do relatório, cometeu o desatino de publicar notas e dar entrevistas dando explicações pessoais, mesmo não sendo diretamente acuada pelo Ministério Público.
Izabel Montenegro (PMDB) – Essa puxou para seu partido uma cobra para mordê-la. Apostou que “Zé Peixeiro” fosse fazer “esteira”. Uma estupidez de avaliação política. Ele elegeu-se, Izabel virou suplente. Além disso também geriu atabalhoadamente seu mandato, criando polêmicas gratuitas, saltando da oposição para o governismo e expondo-se como alvo, em vez de vítima (como pretendia), na Operação Sal Grosso.
* Aguarde que depois concluo esse material.
Caro jornalista,
Quero esclarecer que não passei da oposição para situação em troca de qualquer vantajem, o que houve foi que o PMDB fez em 2006 uma aliança com o DEM, e eu como parlamentar, filiada e Presidente da Comissão`Provisória do PMDB tinha que acompanhar a decisão dos meus líderes. Quanto ao Zé Peixeiro jamais pensei que ele fosse ser esteira para o partido, ao contrário sempre tive a espectativa que ele fosse campeão de votos e que possibilitasse ao Partido fazer a 3ª vaga. A titulo de esclarecimento o Sr. Zé Peixeiro é filiado ao PMDB há vários anos a convite da Deputada Larissa Rosado.
Os políticos,não profissionais,no caso dos vereadores citados,quase todos,pecam após às suas respectivas eleições,principalmente num ponto,as pessoas que se acercam,não são profissionais,pois,estes,acham,lhes custariam mais caro,ledo engano,caro,é procurar,”cabos eleitorais”,sem nenhuma consistência em termos de votos,veja o Feitosa,foi buscar,caro,o apoio de Pelado e Luzia,na Picada I,são os maiores pés-frio do municipio(pior,sem votos,perderam quatro eleições na comunidade) ,veja: em um tempo,apoiaram Assis Vieira.deu no que deu,eleição passada,”apoiaram”Jorio,perdeu,esse ano,trocaram Jório por Feitosa,aí…
Análise perfeita! de todos que sairam da CMM só lamento Dr.Gilvanda, os demais, já era hora.