O sono do vigia
Pai do deputado estadual Frederico Rosado, o empresário Diran Amaral, andava mesmo insatisfeito com o vigia de sua casa. Já o pegara várias vezes em ronco profundo.
Sua tolerância estava no limite. Daí o ultimato para o empregado sonolento: se fosse flagrado mais uma vez, no cochilo, seria demitido.
Passam os dias…
Diran chega à porta de casa e aciona a buzina do seu carro. E nada do vigia aparecer. Indignado, o empresário resolve "invadir" a própria casa.
Entra com o veículo focando – em luz alta – o rosto vincado do vigia.
– Você está demitido – avisa Diran rispidamente, logo ao saltar da direção.
Ainda atordoado com o foco de luz, que atrapalhara sua soneca (lógico), além da própria notícia drástica do fim do emprego, o vigia tenta se explicar, ainda coçando os olhos remelentos:
– Doutor Diran, é que eu sonhei que doutor Vingt-un (sogro de Diran) estava morrendo…
Antes de terminar a justificativa grotesca, Diran corta a lamúria:
– Agora é que você está demitido mesmo. Se sonhou, é porque estava dormindo, ora.
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