Do Blog Honório de Medeiros
Carlos Eduardo (PDT) foi, sem sobra de dúvida, o grande vencedor dessa eleição. Não somente pela vitória avassaladora, mas, também, por firmar como patrimônio seu um senso estratégico que os desprevenidos insistem em atribuir ao destino ou à sorte.
Nesta eleição, por exemplo, assumiu, obliquamente, a liderança de sua família. Garibaldi está encerrando a carreira, por força da idade. Henrique tem voo curto, enredado nas teias da justiça.

Carlos trabalha de forma pragmática e teve vitória avassaladora nas urnas contra leque de adversários (Foto: web)
Os primos são demasiadamente novos.
Digo obliquamente porque não se percebeu, no seu jogo-de-xadrez, qualquer movimento que induzisse esse objetivo. Mas aconteceu. Queiram ou não.
Assumiu, também, de forma inconteste, mas sutil, a bandeira da esquerda que não é extremada, tampouco petista. Não há espaço vazio na política, sabemos, e, agora, a sobrevivência da esquerda no RN depende dos passos que Carlos, e seu PDT, irão dar.
Eleições em Natal – 2016
Carlos Eduardo Alves (PDT) – 225.741 – (63,42%)
Kelps Lima (SD) – 47.576 – (13,37%)
Fernando Mineiro (PT) – 36.123 (10,15%)
Robério Paulino (PSOL) – 24.422 – (6,86%)
Márcia Maia (PSDB) – 19.696 – (5,53)
Rosália Fernandes (PSTU) – 1.398 – (0,39%)
Freitas Júnior (REDE) – 970 – (0,27%)
Brancos – 19.874 – (4,62%)
Nulos – 53.989 (12,56%)
Válidos – 355.926 (82,81%)
Abstenção – 104.793 (19,60%)
Mas mesmo segurando a bandeira da esquerda, não perdeu a possibilidade de estabelecer alianças táticas com o espectro conservador da política potiguar, vez que suas arestas são poucas e escolhidas, o que mostra sua capacidade de enxergar longe. E seu trânsito no segmento econômico está em aberto.
Como ainda é novo, não afasta os jovens; como é experiente, atrai os mais velhos. Esperto, conduz sua administração de forma tranquila, discreta, fazendo o óbvio, sem cometer equívocos. Isso tem sido bastante, as urnas o demonstram.
Quando quer, sabe sumir. Ponto para ele.
Investe forte na Cultura: entendeu logo o potencial político dessa opção. Palmas e mais palmas.
Claro que há senões. Impossível não haver.
O tipo de ação que lhe é próprio, e sua personalidade pouco propensa a intimidades ruidosas podem não fazê-lo um líder de massas, e isso deixa um flanco aberto para potenciais inimigos políticos que tenham o carisma necessário para subverter a ordem natural das coisas.
Mas como no horizonte imediato é pouco provável surgir esse novo Aluízio Alves, queiram ou não os que pouco gostem, Carlos Eduardo está aí, solidamente enraizado, com galhos e folhas voltados para 2018.
É isso: um líder forte em uma realidade fragmentada.
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