terça-feira - 08/06/2021 - 08:10h
AVC

Uma ameaça silenciosa que você precisa conhecer

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) também conhecido por Acidente Vascular Encefálico (AVE), ou popularmente denominado de derrame, é um grave problema de saúde no Brasil e no mundo.

O AVC é uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, ocorrendo comprometimento de circulação de sangue em alguma região do cérebro.

O vídeo constante dessa postagem tenta alertar para a dimensão dessa patologia e esclarecer como o socorro rápido pode salvar vidas.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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terça-feira - 08/06/2021 - 04:38h
Eleições 2022

Ou um ou outro na Câmara Federal

No passado era assim a relação entre Henrique e Walter: só sorrisos (Foto: web)

No passado era assim a relação entre Henrique e Walter: só sorrisos (Foto: web)

Na próxima disputa à Câmara Federal no Rio Grande do Norte, outra vez com oito vagas disponíveis, é muito difícil que tenha espaço ao sucesso de dois Alves.

Se o ex-deputado Henrique Alves resolver ser outra vez candidato para chegar ao 12º mandato, talvez o primo Walter Alves (MDB) acabe sobrando.

Está aí uma parte da carregada atmosfera familiar no clã Alves.

Foi-se o tempo em que elegia pai e filho (Aluízio Alves e Henrique Alves) à Câmara Federal, como em 1990.

Ou os irmãos gêmeos Henrique e Ana Catarina Alves, em 1998.

Acompanhemos.

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segunda-feira - 07/06/2021 - 12:50h
Vagas

Terminam hoje inscrições para concurso do Itep do RN

Concurso públicoAs inscrições para o concurso público do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (ITEP/RN) terminam nesta segunda-feira, dia 7 de junho.

Ao todo estão disponíveis 276 vagas, incluindo 16 destinadas às PcD (Pessoas com Deficiência), entre os níveis Médio e Superior, com oportunidades de atuação em quatro municípios onde há unidades do órgão, como Natal, Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros.

As remunerações partem dos R$ 2.807,36 e podem chegar até R$ 7.440. Os requisitos e atribuições dos cargos de Nível Superior vale para bacharéis, tecnólogos e licenciados nas respectivas áreas.

As vagas podem ser concorridas por profissionais de diversas áreas, tanto das ciências biológicas e da saúde, como das humanas e exatas, incluindo graduados em medicina, medicina veterinária, odontologia, biologia e biomedicina, meio ambiente, engenharia, arquitetura, física, análise sistemas, química, administração, contabilidade, economia, computação, farmácia, serviço social, biblioteconomia, psicologia, direito, entre outros.

Todos os requisitos podem ser conferidos no 1º Termo de Retificação do Edital de Abertura. Também vale destacar que, requisitos como a CNH categoria B para os cargos de Nível Médio, por exemplo, são exigidos somente no momento da posse do cargo e não impossibilita a inscrição.

Cargos

Até o final do certame, os candidatos podem se organizar para conquistarem as devidas certificações.

Os cargos são: Perito Criminal (área geral e específica), Perito Médico Legista, Perito Médico Legista na área de Psiquiatria, Perito Odontolegista, Assistente Técnico Forense, Agente Técnico Forense e Agente de Necropsia, sendo os dois últimos destinados aos profissionais de nível Médio.

As provas objetivas e discursivas estão previstas para o dia 25 de julho do corrente ano, e deverão ser aplicadas em Natal, com possibilidade de serem aplicadas, também, em cidades vizinhas, caso o número de inscritos exceda a capacidade de alocação do município.

As inscrições devem ser realizadas pelo site do Instituto AOCP, instituição organizadora do certame, pelo endereço eletrônico: www.institutoaocp.org.br.

Para os cargos de Nível Médio, a taxa de inscrição é R$ 90; Assistente Técnico Forense, R$ 110, e os demais cargos de Nível Superior, R$ 130.

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segunda-feira - 07/06/2021 - 08:20h
Futebol

ABC vence Treze em sua estréia na Série D 2021

Do Globo Esporte

O ABC venceu o Treze por 1 a 0 na tarde deste domingo, no Estádio Amigão em Campina Grande-PB, na estreia dos dois times na Série D do Campeonato Brasileiro. O gol do time potiguar foi marcado por Wallyson, de pênalti, aos 25 do segundo tempo.

Importante destacar que o Galo foi a campo com 14 desfalques, sendo 12 jogadores positivados para Covid-19. E, para piorar, além de já ter montado um time “todo remendado”, Fernandinho foi expulso ainda no primeiro tempo, deixando o Galo com um a menos em campo durante a maior parte do jogo.

A verdade é que Treze e ABC fizeram um jogo ruim no Amigão, sobretudo no primeiro tempo. Tanto que o ponto alto da partida antes do intervalo foi a expulsão de Fernandinho, aos 36 minutos: após tentar retardar a cobrança de uma falta do adversário, o jogador trezeano usou o cotovelo no rosto de Netinho e, por isso, recebeu o vermelho direto. Mas os times pouco construíram.

Na segunda etapa, sim, houve um pouco mais de emoção. Os times pareceram mais dispostos, os goleiros participaram mais e teve o pênalti para o alvinegro natalense após toque de mão de Gabriel Cividini. Wallyson ajeitou a bola e, numa batida de segurança, abriu o placar aos 25.

O Galo, com um a menos, foi perdendo as forças para uma reação. E o ABC decidiu administrar o resultado até o fim.

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domingo - 06/06/2021 - 22:48h
Humor

Tite, mais um comunista

Ver no Twitter hastag sob o título “Tite Comunista”, numa alusão ao treinador da Seleção Brasileira de futebol, me obriga a conter o riso.

Da mesma forma que Tite é comunista, eu domino os primados da física quântica.

Que gente idiota!

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Categoria(s): Política / Só Pra Contrariar
domingo - 06/06/2021 - 13:08h

Éramos felizes!

praia, litoral, areia da praia, beira-marPor Odemirton Filho 

Acordávamos pertinho das cinco horas da manhã, os raios de sol começavam a lumiar o dia. Eu levantava-me com uma preguiça danada, mas não podia perder a “aventura”. Os meus primos mais velhos iam pegar passarinhos em Tibau. Menino inventa qualquer motivo para sair de casa e ficar brincando pelas ruas, nas casas dos familiares e vizinhos.

Chegando ao local escolhido, meus primos armavam o alçapão. Ficávamos à espreita. Aqui ou acolá conseguíamos pegar um cabeça-vermelha, um Golinha, um Azulão ou, o pássaro mais cobiçado, uma Graúna. Às vezes não conseguíamos. Uma tristeza. Não tínhamos medo da Polícia. No outro dia estávamos lá, de novo, cometendo mais um crime ambiental. Éramos crianças. Não existia o Estatuto da Criança e do adolescente, nem pensávamos nisso.

Outras vezes, ainda no arrebol, íamos à praia. Cavávamos um buraco na areia e colocávamos os caranguejos para brigar. Depois, tomávamos banho de mar. A água gelada doía nos couros. Também gostávamos de ir pescar lá na pedra do chapéu ou apanhar búzios. Ficávamos “tostando no sol” boa parte da manhã, grudentos de sal e areia. Jogávamos bola, muita bola. De vez em quando um menino pisava no ferrão de um bagre. Era uma dor dos diabos.

Houve uma época na qual a moda dos meninos era andar de jumento na cidade pra lá e pra cá. Como não tinha habilidade para “laçar” algum jumento na rua, meu pai comprou um para mim. Eu andava puxando o bichinho, como se fosse um cachorro. Minha alegria durou pouco, pois o arisco do jumento fugiu. Contentei-me, então, em brincar com os cachorros da casa.

À tardinha íamos ao morro do labirinto, brincar de esconde-esconde e jogar pedras de areia uns nos outros. Pense numa brincadeira sadia? Um bocado de primos, sujos e suados. Ficávamos por lá até a boquinha da noite e depois íamos à “casa do morro”, como chamávamos a casa dos nossos avós. Comíamos pão, molhando na sopa. Quanta saudade de vó Placinda e Vô Vivaldo.

Quando em vez íamos ver as jangadas, com suas velas brancas, retornando do alto-mar. Achava bacana a jangada deslizando lentamente sobre as águas, até bater na areia da praia. Na maioria das vezes trazia uma ruma de peixes, fresquinhos. Algumas pessoas compravam, ali mesmo, os peixes de seu agrado. Também ali, na beira do mar, conheci o velho pescador Tidó.

Às vezes, depois de lavarmos o alpendre lá de casa, ficávamos deitados no chão frio, conversando “conversas de criança”, e comendo a polpa dos cocos tirados do nosso quintal. Esperávamos o bolo de leite ou fofo sair do forno, quentinho, quentinho. Era a paga pelo nosso trabalho. E, claro, aguardávamos o menino passar na rua vendendo grude. Sempre havia um café fumegante, preparado por nossa querida Socorro. Eu tomava era leite Alimba com achocolatado.

Gostava de ir comprar umas revistas em quadrinhos num prédio localizado na rua principal, próximo ao restaurante Brisa. Às vezes ia fazer uma ligação no Posto da Telern para o meu pai em Mossoró, a fim de que trouxesse alguma coisa que minha mãe pedia. Há alguns anos as ruas de Tibau não eram calçadas. Andávamos com os pés descalços. Uma camisa e um calção “surrados” estavam de bom tamanho. Conhecíamos cada rua, cada viela, cada beco da cidade.

À noite, no alpendre, deitávamos nas redes. Os mais velhos gostavam de contar histórias mal-assombradas. Quase sempre faltava energia, eu me agarrava com um lençol velho, cheirando a guardado. As mãos ficavam geladas e os olhos arregalados. Assistir à televisão era peleja medonha. Colocávamos um pedaço de Bombril na antena para melhorar a imagem, pois o sinal de transmissão não era lá essas coisas. Não, não existia antena parabólica, gentil leitora.

Eu ficava ansioso pelo final de semana para que o meu pai nos levasse à praia, para passear no seu Jipe azul. Sentíamos o cheiro da maresia e a brisa batendo no rosto. Quando tinha alguma bebedeira no alpendre da minha casa ouvia o meu pai cantar “O Calhambeque”, de Roberto Carlos, acompanhado pelo violão do meu saudoso tio Albeci, da Banda Bárbaros. Ainda hoje, graças a Deus, tenho o privilégio de, aqui ou ali, ouvir o meu velho pai soltar a voz, cantando a sua música preferida.

Eu vejo-me, caro leitor, pela praia, açodado, com dinheiro na mão para comprar um picolé, mergulhando no mar, fazendo um castelo de areia ou deitado em uma pocinha d’água. Ainda tenho, como lembrança daquele tempo, uma cicatriz no pé, fruto de um corte, quando brincava na areia “pegando fogo”. Nem ligava. O importante era brincar, brincar, brincar…

Enfim.

Foram doces momentos. Momentos de uma família como qualquer outra, com virtudes e defeitos. Eram as “curtições” das nossas férias. Crianças que brincavam, aprontavam, levavam umas chineladas, choravam e sorriam. São retalhos de um tempo recheado de saudades.

Ah, como éramos felizes. E não sabíamos.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

P.S. – Perdemos Paulo Menezes (veja AQUI e AQUI) e as suas belas crônicas, simples e verdadeiras. Infelizmente, não deu tempo tomarmos um café e prosear. As abelhas, certamente, levaram a sua alma para o céu. Enquanto Deus nos permitir, Paulo, continuaremos por aqui escrevendo crônicas, que são frutos d’alma.

O nosso time ficou desfalcado. Perdemos um excelente esgrimista das palavras. “O Nosso Blog” sentirá a sua falta. Muita.

Como sei de sua paixão por Tibau, Paulo, a crônica de hoje é em sua homenagem. Deus o acolha. Eternamente.

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domingo - 06/06/2021 - 11:24h

Contos do Tirol – Dahora

Oficina e amor, coração, mecânica,Por David Leite

José Vitorino, é verdade, foi pronunciado pelo pároco da Matriz de Nossa Senhora dos Homens e, tal qual a água benta que lhe molhou a moleira, sumiu lá pelos sertões de Baixa Verde. Na adolescência, quando tornou-se lambaio de caminhão de um tio, além de minguados trocados, ganhou o apelido Dahora.

O tio, final dos anos 1940, vendeu o caminhão e resolveu instalar uma oficina na capital, num prédio que adquiriu no bairro Tirol. O sobrinho embarcou na migração. Duas décadas depois Dahora, de forma natural, herdou a titularidade da profissão, mas segue, até os dias correntes, inquilino da prima Juliana.

Mecânico à moda antiga, Dahora e sua oficina parecem estranhos em meio às modernidades. Hábitos e instalações que passariam despercebidos não fossem as excentricidades desse camarense. O município de nascimento de Dahora teve o nome mudado: Baixa Verde passou a chamar-se João Câmara. Pitar o cigarrinho de palha na calçada seria igualmente ignorado se Dahora, nesses intervalos, largasse os cacoetes de insinuantes olhares e gracejos às mulheres que passam.

Dahora pronuncia tais pilhérias em tom baixo, esboçando ar de desentendido, mas deixando escapar um riso sonso. Assim segue e, muitas vezes, as transeuntes nem percebem ou dão de ombros, por já conhecerem aquela figura.

Outro detalhe digno de registro: apesar dos muitos anos decorridos, Dahora conserva quase a mesma destreza no manuseio das ferramentas. Chaves combinadas, de boca com fresada, de torque para ajustes de parafusos dos motores… todas manejadas pelas velhas mãos, sem luvas. Sim, para ele vigora ainda a pasta de sabão e areia utilizada na remoção da graxa.

E o franzino corpo do ágil mecânico continua deslizando em seu carrinho de rolamentos, onde, deitado, consegue observar detalhes por baixo dos veículos. Enfim, Dahora seria objeto de estudo, ou um case, no que diz respeito à longevidade e resistência física.

Nesse cenário todo, outro dia ocorreu o seguinte: uma jovem professora de nome Maria de Fátima, sustentando livros pelo antebraço direito em encontro ao corpo, passou e sentiu-se incomodada devido à piada de Dahora:

— Que moça danada de bonita é essa?!

A professora nem olhou para o galanteador, mas seguiu martelando resposta à altura, caso aquela situação tornasse a ocorrer. Não deu outra. Igual cenário e personagens se repetiram dias depois:

— Que moça danada de bonita é essa?!

— Meu pai também é — respondeu incisivamente.

— Vige, então é a família toda — replicou o astucioso mecânico.

Maria de Fátima, ao chegar ao colégio, comentou com as colegas de trabalho que fora tomada por um misto de espanto e vontade de rir que resultou no apressar de passos e confessou que iria alterar seu percurso diário, embora aumentado-o em dois quarteirões, para não passar na calçada de Dahora:

— Oh, velho enxerido! — comentou em meio a risos.

David Leite é professor da Uern e doutor pela Universidade de Salamanca (USAL) – Espanha

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Categoria(s): Crônica
domingo - 06/06/2021 - 10:26h

Sempre mascarado

Por Marcelo Alves

O poetinha Vinícius de Moraes (1913-1980) certa vez disse: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Acho que nunca houve tanto desencontro na vida como tem havido durante esta pandemia.

Desencontro com a verdade em forma de fake news. Desencontro negacionista com a ciência. Desencontro com as vacinas. Desencontro/discórdia entre as pessoas. Desencontro/distância entre amigos e familiares, sobretudo os mais idosos. Desencontro com a vida, com tantas pessoas queridas nos deixando.

Tristes tempos.Foto de mulher mascarada, máscara de gato, namoro na InternetDe toda sorte, aqui e acolá, surgem uns causos curiosos, quiçá engraçados. Aconteceu com um amigo nosso. Não vou contar o nome do santo, porque é pessoa conhecida na paróquia, e a revelação dos envolvidos (há uma envolvida, já ia me esquecendo) pode me causar mais problemas do que simpatia. Boca não diz nomes ou apelidos.

O fato – e tenho por verdadeiro, já que atestado parte de ciência própria e o restante por ouvir dizer – é que este amigo passou por várias fases na pandemia. Começou assustado, fazendo serões de home office, saindo pouquíssimo de casa e tomando banhos de álcool gel. Mas a sua obsessão mesmo era/é a máscara: usava até para dormir, acompanhado ou sozinho, acreditem.

E ele aguentou tudo isso bravamente uns bons meses. Quem não aguentou foi a sua ex-companheira, que foi viver com um primo querido (como é bom a gente ver as famílias “unidas” novamente). Até essa circunstância nosso amigo aguentou resilientemente. Segundo ele, estar sozinho diminuiria o risco de exposição ao vírus (o que tem lógica, ao menos na terra redonda). Foi um Cândido, a orgulhar o professor Pangloss e confirmar Voltaire (1694-1778).

Com o abandono (que ele via positivamente, pelo lado sanitário, frise-se), naturalmente começou a paquerar pela Internet. Visitava tudo o que é rede social. E nem para isso tirava a máscara (e aqui eu não entendo a razão, uma vez que ele estava sozinho no seu apartamento que beirava a esterilização).

A princípio, disse que cumpria protocolos, sozinho ou não. Não era hipócrita (Oi?). Mas, depois, me confessou a verdadeira razão: “desabonitado”, segundo suas próprias palavras, ele viu que tinha mais sucesso nas paqueras virtuais quando se apresentava com a sua N95. Virava “japonês”, concorria em igualdade de condições.

Ainda admiro essa tendência dele de ver o lado bom de tudo. E, reconheçamos, aqui ele tem certa razão. Na noite, ao vivo ou no Facebook, a gente concorre com as armas que tem.

Conheceu algumas moças (e outras não tão moças assim), mascaradas ou não. Meninas do Brasil e até de além-mar. Mas uma mascarada da terrinha (é sempre melhor casar com a filha do vizinho) tocou o seu coração em especial. Gente conhecida também, que ainda me escuso a revelar o nome. E essa paixão, que antigamente se dizia “platônica”, mas hoje é melhor dizer “virtual”, durou semanas. Embora não se vendo pessoalmente (segurança sanitária acima de tudo), diziam ter compromisso. Coisa “firme”. Seja lá o que esse termo hoje signifique.

Mas, dia desses, vacinado com a primeira dose da Pfizer (e essa marca ele resolveu usar como arma de conquista), atendeu à ideia de um amigo de caírem na noite. Uma festinha, meio clandestina, mas que cumpriria protocolos (eu não sei como isso é possível). De amigos, quer bons, quer maus, é necessário se defender, já alertava Rudyard Kipling (1865-1936).

E a vida prega peças. Sua “namorada firme” tinha tido a mesma ideia. Mesma “festa estranha, com gente esquisita”. E mesma N95, com a qual tentavam impressionar. Eles bateram os santos, ou as máscaras.

Quem da Legião “um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?”. E, como à noite todos os gatos são pardos, imaginem se mascarados, só se identificaram um ao outro quando, aconchegados, o sinal já avançado, trocaram WhatsApp e Facebook. Aí foi um furdunço, dizem, entre tapas e sem beijos.

Até hoje não sei se eles tiveram um encontro ou um desencontro. Se um traiu o outro ou se se traíram mutuamente. Os mais chegados tentaram fazer piadas. Mas o nosso amigo não deixou cair a fantasia.

Disse: “Estávamos de máscaras. Podia ser pior”. Voltaire é tudo. E segurança sanitária ainda mais.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Crônica
  • Repet
domingo - 06/06/2021 - 04:14h

Vivendo um pesadelo

Paulo Menezes olhando o marPor Paulo Menezes

Estou hoje, recolhido no meu “cantinho”, na praia do meio, em Natal. Isolado do mundo. Diferente de tantas outras vezes, em que do meu pequeno,  porém aconchegante apartamento, me mostrava um cenário de uma beleza sem par.

Ao fundo a ponte Newton Navarro, o estuário do rio Potengi e a beleza do majestoso oceano, que em dias ensolarados, como hoje, limpava a vista, extasiado com a beleza da cor verde azulada do sagrado mar.

Só que hoje, o que vejo é um cenário totalmente diferente. Triste, interrogativo e indefinido. Mesmo assim, esperançoso, pois sou um homem de fé.

É que apesar de ter tomado duas doses da vacina para a Covid-19, o cuidado de sempre usar dupla máscara, preocupado com o distanciamento social, até por pertencer ao grupo de risco, para minha surpresa, após um exame laboratorial, na tarde de hoje (sexta-feira, 6), testei positivo para  a horrível praga.

Como a viagem não estava prevista, fui convocado de última hora por meus filhos e noras em caráter de emergência, alegando os mesmos que aqui teriam mais condições de me darem uma assistência maior. E é o que tem ocorrido.

Nessa mudança de endereço, que com a graça de Deus, creio, será temporária, deixei em Mossoró, meus livros de cabeceira, que nessas horas difíceis, serve como um verdadeiro bálsamo para o espírito. “Dias de Domingo” e “Veredas do meu Caminho” do mestre Dorian Jorge Freire, que segundo o professor Vingt-Um Rosado, era o gênio da raça mossoroense.

Esses companheiros que sempre conduzo comigo, no atropelo da viagem, deixei na terrinha e está me fazendo muito falta. Mas, como dizia no início dessa narrativa, hoje o que se apresenta para mim é um misto de dúvida e interrogação. A doença é cruel e traiçoeira.

Entra em nossa vida sem pedir licença, para infernizar nossos dias e nos privar de ver nossos entes mais queridos, razão maior de nossa vida nos dias atuais.

Deus, me deu a graça de ter Simone, minha companheira há 57 anos, dois filhos maravilhosos, duas noras admiráveis e quatro netos que todo avô gostaria de ter. Por isso mesmo, tendo a família formidável que tenho, acometido da terrível doença, me vejo questionando sobre a vida.

E sobre o tema, alguém usando o anonimato afirmou que: “A vida é imprevisível e é isso que a torna bonita. Não podemos saber o que o futuro reserva, portanto, tudo é possível. Não somos a mesma pessoa a cada acontecimento em nossa vida. Nos reinventamos constantemente depois dos tropeços, das dores, das feridas, dos dissabores, buscando na fé e na vontade de seguir, um motivo a mais para continuar nossa caminhada”.

Paulo Menezes é meliponicultor e cronista

Nota do Blog – Vai dar tudo certo, Paulo! Estamos todos na torcida e na fé!

Amém!

*Crônica (e Nota do Blog) publicada no dia 9 de maio último (veja AQUI), quando o autor revelou estar com a doença que acabou provocando sua morte no dia passado (veja AQUI). É uma singela homenagem do Nosso Blog, local que abrigou inúmeras crônicas e artigos seus.

Descanse em paz, Paulo.

Veja AQUI série de textos publicados por Paulo Menezes em nossa página.

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Categoria(s): Crônica
sábado - 05/06/2021 - 21:24h
Série D 2021

América estreia com vitória jogando contra o Central

Do Globo Esporte

O América-RN estreou com vitória na Série D do Campeonato Brasileiro. O time rubro bateu o Central por 1 a 0, com gol de Everton Heleno, e largou bem no grupo A3. A partida foi realizada na Arena das Dunas, em Natal.

O América abriu o placar aos 12 minutos, aproveitando o vacilo do Central no meio-campo. Elvinho roubou a bola e acionou Max, que fez a assistência para Everton Heleno.

O volante teve a tranquilidade para passar por Edu e mandar para as redes na saída do goleiro Weyde.

O América-RN volta a campo no dia 13, contra o Campinense. O jogo está marcado para o Estádio Amigão, em Campina Grande. No mesmo dia, o Central recebe o Caucaia no Lacerdão, em Caruaru.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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sexta-feira - 04/06/2021 - 18:04h
Pandemia

Enxurrada de bilhões contra Covid-19, em 2020, agora míngua em 2021

dinheiro, salário fatiado, pagamento de folha, pagamento fatiado da folha de servidoresDo Blog Tio Colorau

No ano passado, o Governo Federal distribuiu R$ 114,8 bilhões para estados e municípios combaterem a pandemia.

Para 2021, foi empenhado para tal fim o valor de R$ 5,5 bilhões.

Esses dados e muitos outros estão no Portal Siga Brasil.

Nota do Blog – O agravante é que a Covid-19 em 2021 tem sido bem mais devastadora e letal do que no ano passado.

E parece longe de ser contida.

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sexta-feira - 04/06/2021 - 17:44h
Faria

Pai e filho, dois partidos e a caça ao voto em 2022

O ministro das Comunicações e deputado federal licenciado Fábio Faria (PSD) deve comandar o Progressistas no RN.

Gilberto Kassab (dirigente nacional do PSD), Robinson e Fábio (Foto: Web/arquivo)

Gilberto Kassab (dirigente nacional do PSD), Robinson e Fábio (Foto: Web/arquivo)

Já seu pai, ex-governador Robinson Faria, seguirá no PSD.

Muita concentração de fundo eleitoral, tempo de rádio e tv, além de capilaridade em todas as regiões do RN.

Depois, é correr atrás de votos.

Fábio sonha em ser o novo vice do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pode ser candidato ao Senado, tentar reeleição à Câmara Federal ou coisa nenhuma.

Robinson, anda às voltas com inelegibilidade e procura se desvencilhar desse impedimento para concorrer à Câmara dos Deputados.

E 2022 está batendo à porta.

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quinta-feira - 03/06/2021 - 23:28h
Imunização

Remessa de vacinas da Pfizer chega ao Rio Grande do Norte

O Governo do Estado anunciou que nesta quinta-feira (3) recebeu mais um lote de vacinas contra a Covid. Dessa feita, a remessa do Governo Federal é referente à vacina Pfizer.

São 14.050 doses.

Essa vacina deverá ser destinada à primeira dose de trabalhadores do setor aéreo, pessoas com comorbidade, gente com deficiência permanente, gestantes e puérperas.

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Categoria(s): Saúde
quarta-feira - 02/06/2021 - 17:44h
CPI da Covid-19

Fábio Faria vai depor sobre investimentos da pasta das Comunicações

propagandaDo Blog Tio Colorau

O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), será chamado a depor na CPI da Covid.

Querem saber por que a Secom investiu R$ 20 milhões em campanhas para tratamento precoce, R$ 30 milhões na defesa do retorno das atividades econômicas e só R$ 5 milhões em campanhas de vacinação.

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quarta-feira - 02/06/2021 - 15:26h
Oremos!

Funeral de mais uma CPI é só questão de (pouco) tempo

Oremos, oraçãoA “turma do deixa” disso trabalha o sepultamento de mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do RN.

O funeral da CPI da Covid-19 deverá acontecer com brevidade, sem muitas testemunhas ou qualquer coisa que estimule aglomeração e mais murmúrios.

Sabe-se do seu alto grau de transmissibilidade.

Vai-se sem direito à extrema-unção.

Ano passado, quem faleceu também sem qualquer sacramento foi a CPI da Arena das Dunas.

Ao fim e ao cabo, todos serão felizes para sempre.

Sempre digo que no RN, todo cachorro corre atrás do próprio rabo.

Oremos!

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terça-feira - 01/06/2021 - 20:40h
Política

Eleições não racham Fecam e adversários abrem canal à afinação

Paulinho e Lawrence tiveram diálogo de plena afinação após o pleito interno (Fotomontagem: Canal BCS)

Paulinho e Lawrence tiveram diálogo de plena afinação após o pleito interno (Fotomontagem: Canal BCS)

Pelo visto, não ficaram sequelas entre o presidente da Câmara Municipal do Natal e o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, respectivamente Paulinho Freire (PDT) e Lawrence Amorim (Solidariedade), pós-eleições na Federação das Câmaras Municipais do RN (FECAM/RN).

O pleito ocorreu na sexta-feira (28) – veja AQUI, na capital, após judicialização da disputa e seu adiamento por pouco mais de três meses.

Vencedor, Freire foi cumprimentado por Amorim – seu concorrente à presidência – em ligação telefônica. Pouco depois do resultado anunciado, ele desejou boa sorte ao natalense e colocou-se à disposição para colaborar com a entidade.

No grupo de WhatsApp da Fecam/RN, o eleito agradeceu coletivamente o resultado da votação e assinalou como gesto maduro e elegante a postura de Lawrence Amorim.

Ficou canal mais do que aberto entre ambos para conversas políticas e institucionais adiante.

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terça-feira - 01/06/2021 - 15:36h
Covid-19

Isolda Dantas quer arquivamento ou devolução de pedido de CPI

Isolda vê inconsistência em pedido (Foto:

Isolda vê inconsistência em pedido (Foto:

Líder do PT na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Isolda Dantas (PT), solicitou o arquivamento ou a devolução do pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos do Governo Fátima Bezerra (PT) durante a pandemia. A parlamentar usou seu tempo no horário de lideranças na sessão desta terça-feira (01) para explicar os motivos do posicionamento contrário a CPI.

“A CPI é um instrumento fundamental da democracia. Não quero me ater ao mérito do requerimento, mas aos ritos processuais e regimentais. Nós percebemos nesse requerimento ausências significantes de elementos constitucionais e regimentais”, disse a petista. Isolda listou uma série de, segunda ela, falhas identificadas no requerimento apresentado pela abertura da Comissão.

A deputada aponta que o documento não considerou o regimento atual da Assembleia, se referindo ao artigo 113 que faz referência à Comissão de Fiscalização e Justiça. Além disso, continuou, “a CPI precisa de três questões fundamentais”.

Para Isolda, “no requerimento falta fato determinado. Há números de processos, valores de contratos e matérias de jornais. Isso não indica, não aponta indícios de instalação de CPI”, complementa.

Com informações da AL.

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Categoria(s): Política
terça-feira - 01/06/2021 - 08:44h
Padre Sátiro

Apelo de um velho sacerdote educador

Sátiro, uma voz pela educação (Foto: arquivo)

Sátiro, uma voz pela educação (Foto: arquivo)

Mesmo na minha ignorância parlamentar, imploro com veemência aos parlamentares da nossa Terra Potiguar, Rio Grande do Norte, e aos ministros presentes no atual Governo Federal, o voto a favor da medida provisória financiadora da implantação de Internet nas Escolas públicas urbanas e rurais brasileiras, que seria ponto fundamental para a educação e renovação nacional.

Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil proteja Vossas Excelências, com a Graça de Deus.

Pe. Sátiro Cavalcanti Dantas

Ex-Presidente do Conselho Estadual da Educação, tendo 65 anos a serviço da Educação.

31 de maio de 2021.

(Mossoró-RN).

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segunda-feira - 31/05/2021 - 16:50h
Copa América

Governo é contrário à opção do RN como uma das sedes

Fátima Bezerra é contra Copa América em Natal, no Arena das Dunas - 31-05-21Com anúncio do Governo Federal (veja AQUI) de aceitação do país como sede da Copa América 2021, a governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), antecipou sua posição mesmo antes de qualquer consulta.

Segundo ela, o quadro epidemiológico da Covid-19 não recomenda que o Arena das Dunas seja utilizado para jogos, como foi sua destinação na Copa do Mundo de 2014.

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segunda-feira - 31/05/2021 - 12:38h
Futebol e vírus

País da Covid-19, o Brasil vai sediar Copa América

Bola e máscara contra vírusO Brasil é o novo país-sede da Copa América (veja AQUI). Após reunião emergencial nesta segunda-feira (31), a Conmebol decidiu por transferir para cá a realização do torneio, que seria inicialmente na Colômbia e na Argentina.

Pesou a favor do Brasil a expertise da organização da última Copa América, em 2019 (vencida pela Seleção). Além disso, outro argumento utilizado foi o fato de o país ter mais estádios em boas condições para os jogos das equipes nacionais sul-americanas.

Houve uma consulta nesta segunda-feira ao governo federal, que deu sinal verde para o torneio. A entidade agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e à CBF por “abrir as portas desse país” para o “evento esportivo mais seguro do mundo”.

Nota do Blog – Pelo o que vi nas últimos semanas com bares abarrotados de gente e ruas com manifestantes, não existe mais Covid-19 no Brasil.

Vamos assistir jogos na Arena das Dunas, lotar estádios.

Salve-se quem puder.

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domingo - 30/05/2021 - 10:52h

A ajuda da literatura

crime, sangue,arma, revólver, violência, morte, assassinato, homicídio,Por Marcelo Alves

Refiro-me mais uma vez a André Gide (1869-1951), desta feita para ilustrar a fecunda mistura entre direito e literatura, vindo esta ajudar no entendimento e aprendizado daquele.

Como sabemos, em “Os subterrâneos do Vaticano” (“Les Caves du Vatican”, 1914), Lafcádio, protagonista da trama, comete o que ele acredita ser um crime sem motivo, um homicídio, para, na sua crença mística do “ato gratuito”, provar a existência dessa espécie de conduta/delito. Mas esse tal “crime sem motivo” existe mesmo? Os entendidos recomendam: “Follow the money”. Os franceses dizem: “Cherchez la femme”. O que vocês acham?

Fui alertado por um amigo a xeretar a resposta no grande Nélson Hungria (1891-1969), que foi ministro do Supremo Tribunal Federal e, talvez, apelidado de “príncipe”, o maior dos penalistas brasileiros.

Eis trechos de Hungria nos seus “Comentários ao Código Penal” (edição da Forense, 1979): “Será possível um crime inteiramente gratuito, desprovido de motivo, oriundo de uma volição sem causa ou sem finalidade? Em sentido afirmativo responde André Gide, no seu livro Les Caves du Vatican. O jovem Lafcádio, empurrando para o abismo a Fleurissoire, teria realizado o que se pode chamar um ‘ato puro’, sem o lastro de qualquer motivação, sem outro antecedente subjetivo que um desejo espontâneo, sine matre creatus”. De logo, Hungria reconhece que o jovem Lafcádio não veste as “roupas feitas” do “homem normal” de Cesare Lombroso (1835-1909), seja lá o que isso for (suponho que seja o homem médio e razoável). A não ser pelo impulso de um motivo, este (o tal “homem normal”) não praticaria um crime de homicídio. Mas “é certo que a vontade consciente não é prerrogativa do homo medius, pois existe também nos loucos de sentimento, nos imbecis de afetividade, nos analfabetos de senso moral, nos enfermos psíquicos em geral; mas ainda em tais casos não será possível reconhecer-se uma vontade imotivada. O motivo da iniciativa da vontade será fútil, insuficiente, excêntrico, extravagante, irrisório, mas não deixará de existir. (…). É dessa casta o herói de Gide: não passa de um psicopata ou de um anômalo da afetividade. O seu gesto homicida, retraçado na sua gênese, não foi inteiramente destituído de motivo. Analisado o fato, segundo a própria atraente narrativa de Gide, percebe-se que Lafádio foi decisivamente influenciado por motivos, embora fossem estes inadequados, ou mesmo de cômica frivolidade”. Realmente, basta lembrar as elucubrações de Lafcádio instantes antes de cometer o crime. Ademais, “a insuficiência de motivação não pode ser confundida com ausência de motivos. O preponderante motivo de Lafcádio foi, certamente, o propósito de praticar um crime sem motivo. Motivo paradoxal, disparatado, mas motivo, quand même. (…). O crime gratuito, como fato de um indivíduo campos sui ou psiquicamente íntegro, segundo a concepção de Gide, não é deste mundo”.

Estou com Nélson Hungria, evidentemente. Vivo no mesmo mundo onde viveu o nosso grande penalista. Se já menos verde, se já mais aquecido, é a mesma velha e boa terra redonda.

Todo crime tem o seu motivo. E este é sopesado para diversos fins no direito penal. O crime de Gide pertence ao imaginário chocante, mas “pedagógico”, da literatura, muito embora, para o nosso deleite, esses dois mundos, o real e o imaginário, se misturem nas grandes obras de arte.

De toda sorte, fazendo uso do termo “pedagógico”, chego aonde quero chegar. Com os grandes autores, com suas belas estórias, aprendemos muito direito.

Na literatura, há estórias que enfrentam e resolvem satisfatoriamente problemas jurídicos. E mesmo não havendo correspondência entre o texto literário e a realidade do mundo jurídico (uma vez que estamos tratando de ficção), essa mistura vale a pena, até porque, o estudo do direito, assim, através de obras-primas da literatura, torna-se uma maravilha. Então, viva Gide, viva Hungria.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Artigo
domingo - 30/05/2021 - 09:00h

RN sem recuperação de crédito

Tesouro nacionalPor Josivan Barbosa

O Estado do Rio Grande do Norte continua em condição delicada junto ao Tesouro Nacional no tocante ao risco de crédito no Sistema de Classificação (CAPAG).

No Nordeste, os Estados de Pernambuco, Piauí e Bahia tiveram avanço na classificação de risco. Os três estados tiveram elevação de C para B, o que indica situação de solvência fiscal, tornando-se habilitados a tomar empréstimo com aval do Tesouro.

A elevação das notas dos estados nordestinos ocorreu antecipadamente porque eles apresentaram ao órgão central pedido de antecipação do cálculo da Capag, normalmente divulgado entre julho e agosto. Para tanto, eles anteciparam o envio de seus demonstrativos de contas anuais e dos seus balanços.

Agora, resta ao RN esperar pela classificação definitiva que será publicada no segundo semestre. As perspectivas não são boas, pois o nosso RN não tem cumprido com parcelas de empréstimos, as quais estão sendo pagas pelo Tesouro.

Indústria do calcário

Sempre defendemos neste espaço que o Rio Grande do Norte deveria avançar na atração de empresas para a exploração da indústria do calcário. Agora vem a boa notícia de um grande investimento nesse setor de uma multinacional da indústria de cimento.

A empresa Cementos La Union implantará o projeto ABG Mineração com quase 3000 ha de área sob reserva (veja AQUI).

PPP longe de Mossoró

Com um orçamento cada vez mais limitado, as gestões municipais iniciadas neste ano reforçaram suas apostas nas parcerias público-privadas para melhorar a oferta de serviços à população.

De janeiro até a semana passada, os prefeitos novos ou reeleitos avançaram em 132 projetos de concessão ou parcerias. Mas, aqui na Terra de Santa Luzia o gestor municipal limita-se a usar os recursos do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), acreditando que são infinitos e não pensa em novos projetos para fazer a diferença em relação aos últimos gestores. É uma gestão doméstica e limitada ao feijão com arroz da gestão pública na nossa região.PPPs - Parceria Público-Privado (PPP), união, grupo, quebra-cabeça

Durante a semana, num ato surpreso nesses tempos de ajuste fiscal, o prefeito resolveu criar duas novas secretarias, contemplando mais cargos e mais despesas de custeio (veja AQUI).

Esperamos que o gestor municipal abra os olhos para a importância da equipe na elaboração de bons projetos de PPP.

Projetos de eficiência energética, iluminação pública, água e esgoto, resíduos sólidos e mobilidade urbana são os mais comuns na relação das PPPs em prefeituras de médio e grande porte do país. As dificuldades orçamentárias atuais e a demanda por melhores serviços, faz com que a intensificação das parcerias passe a ser um caminho sem volta.

Um bom exemplo da importância das PPPs está acontecendo no município do Recife. O prefeito do Recife, João Campos (PSB), lançou neste mês um programa com o objetivo de captar R$ 1 bilhão em parcerias estratégicas com a iniciativa privada – entre investimentos e pagamento de outorgas – até 2024.

A principal dificuldade do nosso município que não é diferente dos demais é a falta de experiência da equipe de gestores em PPPs – nenhum contrato foi assinado até hoje – e a escassez de recursos humanos para elaborar projetos, preparar editais, conversar com o mercado ainda são assuntos estranhos para a gestão municipal.

Energia Eólica no Brasil e no RN

Em 2020, a energia gerada pelos ventos se tornou a segunda principal fonte da matriz elétrica brasileira, atrás apenas da hidrelétrica. Os 713 parques eólicos instalados hoje em 12 Estados abastecem o equivalente ao consumo mensal de 28,8 milhões de residências. São 19 Gigawatts (GW), que correspondem a 11,2% da capacidade instalada do país.

O Rio Grande do Norte é o segundo Estado da Federação em número de parques eólicos com 183 unidades e a Bahia é o primeiro com 196. Em capacidade instalada o nosso RN lidera com 5266,20 MW, seguido da Bahia com 5094,70 MW instalados.

Um exemplo do potencial do nosso Estado na energia eólica é o Parque Rio do Vento construído pela Casa dos Ventos que começa a operar no segundo semestre. Quando estiver em plena carga, Rio do Vento será um dos maiores complexos eólicos do mundo, com 1.038 MW de capacidade instalada.

Diante desses números, o Nordeste se consagra como região exportadora de energia para o resto do país, principalmente, o Sudeste onde estão concentradas as indústrias.

Um ótimo exemplo da importância do Nordeste é o da Engie que tem quatro conjuntos eólicos em operação no Brasil – um no Ceará e três na Bahia. Também está implantando o conjunto eólico Santo Agostinho (RN).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estuda novas expansões da malha interligada, para assegurar conexão melhor entre a região Nordeste, principal produtora de energia eólica e solar, e o Sudeste, onde ocorre a maior carga.

Engenharia de Energia

Temos defendido neste espaço que a Ufersa deveria reativar o curso de Engenharia de Energia fechado na gestão passada, sob frágeis argumentos e contrário à evolução da matriz energética do Semiárido que a cada dia avança para o viés da sustentabilidade, onde o papel do engenheiro de energia, profissional que atua na geração e distribuição de energia passa a ser de importância ímpar. Assim, o fechamento do curso se deu na contramão desse avanço. Ainda há tempo de se fazer a correção de rumo.

Um exemplo claro da importância do engenheiro de energia é o que está projetado para a nossa região nos próximos anos.

Nova fronteira da energia eólica, a geração marítima está no radar dos gestores públicos e privados. A fonte consta do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), documento anual em que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica perspectivas nacionais no horizonte de dez anos. Existe potencial para abastecer o país com 700 Gigawatts (GW) a partir da Zona Econômica Exclusiva, em locais com até 50 metros de profundidade, segundo o estudo “Roadmap Eólica Offshore Brasil”. Metade das áreas favoráveis fica na região Nordeste.

Várias empresas estão com projetos prontos, à espera da definição do marco regulatório e do momento adequado para investir. O  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)  já recebeu pedidos de licenciamento ambiental para 20 empreendimentos em sete Estados, que somam uma oferta de aproximadamente 40 GW.

A Petrobras solicitou ao Ibama a licença ambiental para instalação do projeto-piloto de uma torre eólica offshore no campo de Ubarana, litoral do Rio Grande do Norte. Com 5 MW de potência nominal, ela será conectada através de um cabo submarino elétrico-óptico à plataforma de Ubarana 3 e terá equipamentos para mensurar o potencial da região, já estimado em 140 MW no RN e CE. O objetivo da empresa é desenvolver conhecimento na atividade, que pode eventualmente ser aproveitada para a eletrificação de plataformas de petróleo.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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Categoria(s): Artigo
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