Por Bruno Ernesto
O ano de 2025 vai expirando e vamos fechando as janelas, desligando as luzes, selando as portas, empilhando papeis, separando livros, escapando de confraternizações de amigos de uma data só, e o que ficou por fazer vamos cobrindo com um lençol para a poeira não assentar, e fica classificado contabilmente como “Para o ano”. Lembre-se da rinite.
A boca da noite do reveilão se aproxima como um felino pronto para dar o bote, e muitos – talvez até você – já dedilham suas mensagens de congratulações, tal qual uma salva de Katiucha.
Sim, claro! Esses últimos dias é a janela crucial para avaliarmos o que o ano findouro nos proporcionou, tanto de bom, quanto de ruim. Lembre-se que o costume de deixar tudo para última hora também é válido para essa reflexão.
Outra coisa muito importante: promessas são feitas para serem descumpridas. Descumpri muitas.
Algumas tinham esse objetivo mesmo; outras foi o jeito. Não me arrependo de nada. Aliás, poderia ter dito coisa muito pior. Fica “Para o ano”.
Se o que você prometeu no ano passado para si foi custoso demais, é sinal de que é preciso mudar de ritmo, adequar os limites, os alcances imediato e mediato; jamais os objetivos.
Esse rio caudaloso que é nossa a vida continua a correr para, um dia, enfim, alcançar a foz. Mas atravessar um rio seco nem sempre é uma vantagem.
Convenhamos. O velho ditado popular de que a água que desce o rio não retorna, nunca fez tanto sentido.
A diferença é que, ora atravessamos o rio pelo talvegue, ora pelo vau.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
























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