Homenageado hoje pela manhã no Hotel Praia Mar (Ponta Negra, Natal), durante o 7º Encontro de Vereadores do RN, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), fez palestra sobre a "reforma política".

De suas palavras, não foi possível captar convicção de que o Brasil finalmente ganhará um modelo consistente, para funcionamento do sistema político-partidário eleitoral.

Após receber o título de cidadania natalense das mãos do presidente da Câmara de Natal e da Federação dos Vereadores do RN (FECAM), Edivan Martins (PV), Temer proferiu sua palestra.

Segundo ele, existe resistência à "lista fechada".

Citou que muita gente teme a força do "caciquismo" privilegiando nomes em detrimento de outros. Em sua ótica, é possível a aprovação de uma espécie de reforma mista, em que se tenha voto majoritário e voto distrital para deputado federal.

– Um sistema só é dificílimo – admitiu.

Temer, constitucionalista de largo respeito no país, com diversos livros publicados, observou que o voto majoritário para deputado plasma o princípio de que "a maioria governa". O uso da proporcionalidade, com quociente eleitoral, "viola a ideia de que o povo é o dono do poder".

Comparou, que "paradoxalmente" foi durante o regime militar que havia um quadro bem definido quanto a ideologias e partidos.

Ex-parlamentar com cerca de 24 anos de atuação, ele fez defesa implícita de mais um fracasso a caminho no Congresso Nacional, ou seja, a não-reforma ou algo apenas superficial. "Se não realizar reforma, ninguém venha a criticá-lo (Congresso)." E acrescentou: "O silêncio é também uma manifestação política."