Por Ney Lopes
A China, mesmo sendo um regime político centralizador, passa por momentos de tensão política, semelhantes aos países ocidentais.
As manifestações populares nas ruas de Pequim e Xangai, ocorrem justamente quando o presidente, Xi Jinping, 69, foi reeleito para seu terceiro mandato.
Ocupa o cargo desde 2013 e ficará por pelo menos mais cinco anos, com poderes ampliados.
Ele é o líder mais poderoso da China, desde o primeiro chefe da era comunista, Mao Tsé-Tung, que morreu em 1976.
Xangai – Circulam vídeos mostrando alguns manifestantes gritando “Xi Jinping, renuncie!” e também atacando o Partido Comunista Chinês, uma rara demonstração de hostilidade contra o presidente e o regime em Xangai, a capital econômica do país.
A população é contra a política draconiana de combate a Covid, que dura quase tres anos, com sucessivos “lockdowns” (confinamento das pessoas).
Protestos – O fenômeno demonstra que as pessoas mostram sua impaciência e reclamam nas ruas.
Os manifestantes exigem a abertura do espaço político.
Centenas de jovens cantam slogans críticos sobre a política e o poder antiepidêmico da China.
Liberdade – O movimento está se espalhando para dezenas de universidades e cidades chinesas, demonstrando a crescente revolta de parte da população diante de uma política cada vez mais restritiva de combate a Covid e as liberdades individuais e civis.
Táticas – A repressão ao movimento se reduz, mas ainda são usadas táticas de protesto como, por exemplo, quando em Pequim centenas de manifestantes seguravam folhas de papel branco – simbolizando a censura – em silêncio, em vários cruzamentos, antes que a polícia chegasse e os dispersasse.
Abertura – Não se pode negar que o mundo assiste sinais de abertura política na China.
Quando será?
Não se pode prever.
Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal
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