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sexta-feira - 19/01/2024 - 10:22h
Futebol e morte

Torcedor baleado morre no TM; Baraúna resolve banir organizadas

Vanzeir levou dois tiros e morreu (Fotomontagem do Mossoró Hoje)

Vanzeir levou dois tiros e morreu (Fotomontagem do Mossoró Hoje)

Morreu à noite dessa quinta-feira (18) no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), o ajudante Operacional José Vanzeir Robson Sobrinho, 25. Ele sofreu disparos de arma de fogo na região da cabeça e coxa, à tarde desta quinta-feira, no bairro Dom Jaime Câmara, em Mossoró.

Vanzeir e o amigo Victor Gabriel Nunes de Jesus, 20, foram baleados quando comemoravam vitória do Baraúnas sobre o Potiguar (veja AQUI), em jogo ocorrido na quarta-feira (17). A segunda vítima segue internada no HRTM, com quadro muito delicado. A Polícia Civil investiga se o caso  tem relação direta ou indireta com briga entre torcidas organizadas de times de futebol.

O crime contra os dois rapazes aconteceu à rua Herondina Cavalcanti Dantas, quando ambos estavam com outros amigos numa casa usada como referência de uma torcida organizada do Baraúnas. Versão inicial corrente, é de que quatro homens armados chegaram num carro e fizeram disparos com arma de fogo, fugindo em seguida.

Nenhum das duas vítimas  teriam envolvimento com ilícitos.

Futebol e terror

O clássico Potiguar x Baraúnas após quase seis anos sem se repetir estava fadado ao terror. A morte de Vanzeir e várias escaramuças marcam uma atmosfera diferente do que acontecia em relação a jogos dos dois times. O advento de algumas torcidas organizadas deixou de lado a rivalidade esportiva para se transformar numa guerra.

Para o jogo de quarta-feira, a Polícia Militar e outras forças policiais, com cerca de 100 homens e diversos veículos, além do uso de aparatos tecnológicos, tentaram evitar confrontos e mortes entre organizadas. Mesmo antes do jogo, ficou claro que dificilmente deixaria de acontecer problemas sérios.

Ameaça antes do jogo em provocação e armas apreendidas: terror (Fotomontagem do BCS)

Ameaça antes do jogo em provocação e armas apreendidas: terror (Fotomontagem do BCS)

Nas redes sociais, antes do jogo, pipocaram provocações. Num viaduto do Complexo Viário da Abolição, boneco foi pendurado e mensagem escrita prometia sangue: “O terror vai começar.” Em vídeo, testemunhamos revide e convite à batalha de submundo.

Pente fino policial prendeu alguns ‘torcedores’ de organizadas armados com soco inglês (empunhadura de metal para esmurrar contendores) e armas brancas, além de fogos de artifícios muitas vezes utilizados para disparos contra seres humanos.

Banimento de organizadas

Dia passado, a diretoria do Baraúnas emitiu Nota Oficial corajosa e de enfrentamento a esse problema de organizadas. Comunicou o banimento das torcidas “Fúria Jovem e “Os Crânios” do elenco de organizadas em torno do tricolor. Veja abaixo:

A Diretoria da Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas comunica o banimento da Fúria Jovem e Os Crânios como torcidas organizadas do clube.

Diante de fatos recorrentes envolvendo a violência entre esses dois grupos, ficou constatada a existência de interesses paralelos ao bem comum do Leão do Oeste.

O rompimento de qualquer relação entre o Baraúnas e os dois grupos ocorre por tempo indeterminado, inclusive com ações judiciais contra tais grupos caso vinculem suas marcas à do Baraúnas em qualquer material.

Com este rompimento, estão proibidos também em jogos com mando de campo do Baraúnas quaisquer utensílios que representem ou façam alusão a esses dois grupos, tais como camisas, faixas e bandeiras.

Qualquer cidadão que esteja utilizando algum utensílio desses dois grupos será barrado dos nossos jogos no estádio.

O Baraúnas já comunicou esse posicionamento às forças de segurança e demais autoridades competentes, e solicita o reforço das autoridades policiais, para que a medida seja cumprida.

Estamos no estádio para apoiar o Baraúnas e incentivar a paz!

Nota do BCS – Eu, Carlos Santos, comecei a assistir jogos de futebol no Nogueirão quando passei a trabalhar, aos 13 anos. Meus velhos não soltavam um centavo para que eu vivenciasse emoções nas arquibancadas. Com dinheiro no bolso, a paixão. Perdi a conta dos clássicos, de jogos diversos, que acompanhei por décadas como torcedor, depois como comentarista esportivo. O antes, o durante e depois eram de provocações sadias, de convivência respeitosa entre torcedores. Família no estádio era algo comum. Há alguns anos, passou a ser ato de coragem ir a clássico com filhos, mulher. Nesse de quarta-feira, intencionalmente faltei porque previ o pior. Diversos outros torcedores fizeram o mesmo. Estádio Nogueirão não é mais lugar para paixão e futebol. Derrota lamentável do bem e do esporte.

*Com informações adicionais do Mossoró Hoje e Fim da Linha.

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Categoria(s): Esporte / Gerais / Segurança Pública/Polícia

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