Participei hoje pela manhã, na Rádio Rural de Mossoró, do Programa Wilson Cabral. Conversamos sobre jornalismo e política.
O bate-papo foi reforçado pela presença do bacharel em direito Adenilson Teodósio.
À mesa, uma pergunta comum á política contemporânea potiguar:
– Como você está vendo o atual momento da política no Rio Grande do Norte, com tantas indefinições?
Sintetizo o que respondi.
– É como se acompanhássemos uma partida de futebol do alto de uma arquibancada. Em campo, os dois times jogam sem camisa. Não é possível identificarmos se os jogadores mais próximos às traves são realmente os goleiros. Não sabemos quem é quem; quem ataca ou defende. É pior do que no futebol de várzea, onde pelo menos um dos times joga com camisa e o outro não – comentei.
Utilizei a alegoria do futebol para simplificar o entendimento da análise.
Vivemos o fim de um ciclo. Está esgotado o modelo de bipolarização entre Maias e Alves, bicudos e bacuraus, verde e encarnado. Os próprios protagonistas remanescentes dessa era sabem disso e lutam com todas as forças por uma sobrevida.
Os velhos caciques não detêm mais a força de antes. Óbvio que não possuem mais o poder de arrebanhar multidões ou selar a vontade pessoal como ordem coletiva. Daí a explicação para essa miscelânea de acordos, alianças e composições, algumas verdadeiramente esdrúxulas.
As eleições deste ano vão ser um marco, só melhor compreendido bem adiante, quando for analisado o cenário confuso desses dias, com a segurança da distância temporal.
O que virá depois? Sò uma bola de cristal translúcida para ofertarnos uma resposta segura.
Agora, ninguém estranhe: todo esse burburinho é normal. Testemunhamos uma titânica luta pela sobrevivência da "espécie". Até porque poder não se entrega. Conquista-se, toma-se.
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