Por Marcos Ferreira
Escrevi, talvez há três semanas, uma pequena crônica que intitulei de “Vida fugaz” (veja AQUI). Tratava, obviamente, sobre o quanto a nossa despedida deste plano terreno pode ser precoce e repentina. Ou seja, discorri acerca de algo que todo mundo está careca de saber. E por qual motivo (indagarão) volto a requentar esse tema? Retomo tal assunto porque na quarta-feira passada, como foi divulgado pela imprensa, perdemos mais um poeta relevante: o jornalista e cinegrafista Zenóbio Oliveira (veja AQUI).
Sim, a arte poética está de luto. Arrebatado por um infarto inapelável, o autor de Verbo sertanejo, seu primeiro e único livro de poesia, partiu e deixou por aqui um sem-número de admiradores e amigos. Pois, além de homem de letras e competente repórter cinematográfico, Zenóbio era uma figura humana das melhores, benquista em todos os segmentos sociais e profissionais por onde passou.
Pena que somente hoje estou repetindo o que é público e notório. Com o mesmo atraso com que outros indivíduos teceram justos e oportunos depoimentos sobre o profissional e vate das Aguilhadas. Temos (salvo pequenas exceções) essa lamentável tradição de só louvarmos, valorizarmos os nossos artistas depois que estes são chamados para o além-túmulo. Então, a exemplo de alguns, findei não dizendo ao sonetista de “Trajetória”, não ao menos com a merecida ênfase, quanto respeito e admiração eu tinha por sua pessoa e arte da escrita. Deixei isso para depois e depois.
É verdade que vez por outra me deparei com ele nas redes sociais, de maneira que nossa relação nunca foi próxima fisicamente. Melhor dizendo, jamais sentamos à mesa para um café e trocar umas ideias, bater um papo. Permito-me dizer, entretanto, que nutríamos um pelo outro, sobretudo enquanto sonetistas, gênero que Zenóbio Oliveira cultivava com rara mestria, uma estima recíproca.
Então, para desfalque de nossa literatura, perdemos o escritor de Verbo sertanejo. Era bom no que se propunha a realizar. Em especial na debulha do verso. Seus sonetos e sextilhas, entre outras formas versíficas, estão aí para comprovar o que digo e todos admitem. Sabia rimar e metrificar de verdade. Não era (aqui não aponto ninguém) autor de cordéis do pé-quebrado. Até qualquer dia, poeta!
Marcos Ferreira é escritor
Apôs bem !. Antes que o meu último sol se ponha quero dividir com você uma buchada
ou uma panepada lá dentro da COBAL, num dia de Domingo. Convite feito. Abraçaço.
Querido xará Marcos Pinto,
Convite aceito! Panelada e buchada são meu fraco.
Aguardo, ansiodo, instruções para esse manjar.
Creio que nosso Editor Carlos Santos ficou lambendo os beiços.
Quem sabe possamos convidá-lo.
Forte abraço e até breve.
Li, meu bom amigo.
Um abraçaço
Meu caro Amorim,
Nossa amizade é algo que muito prezo.
Talvez eu esteja me repetindo, mas não importa.
Digo de novo! Enquanto estamos por aqui.
Abraços.
Vivemos com a ideia de que teremos tempo para fazer depois o que podemos fazer hoje. Só que não somos donos do tempo. O tempo é uma ideia; cada um tem sua própria percepção sobre ele. Então vamos fazendo o que dá pra fazer, no momento. Fica uma sensação de ter falhado quando tivemos oportunidade de enaltecer ou nos aproximarmos de uma pessoa, enquanto era possível, e, depois percebemos que não nos antecedemos aos fatos irreversíveis. Acontece com todo mundo! Sempre estaremos a lamentar algo que deixamos de fazer. Também não temos o privilégio de prever coisas e acontecimentos. A vida é assim! Zenóbio teve uma morte rápida. Quando penso em morte e como morrer, acho o infarto a morte de maior consideração com quem se vai. A família é muito impactada mas quem se vai é poupado de sofrimentos. Resta agora, enaltecer as qualidades dele; com certeza ele nem pensava em morte no dia em que foi arrebatado. Que bom que deixou uma história bonita a ser contada! Meus pêsames aos familiares e amigos! Que ele descanse na paz!
Querida amiga Bernadete Lino,
A nossa amizade também é uma das melhores coisas que me aconteceu ultimente.
Espero, apesar de nem sempre me comunicar com a devida constância, fazer jus à pessoa bacana que você é.
Grato por sua opinião e um ótimo domingo para você.
Abraços.
Texto sensível, muito bonito, diálogo entre artesões da palavra. Sua conversa foi entre gente que trilha a mesma caminhada, nela o tempo não é importante. Ótimo domingo
Grato por sua leitura e comentário, amigo Valdemar.
Com poucas palavras você abrangeu toda a minha crônica.
Reforço o meu carinho e admiração por você e Bete.
Abraços e um bom domingo.
Tanta fugacidade em nosso olhar… Zenóbio era um fio condutor de esperança. Um sujeito alegre, amigo… Gostava de colecionar as riquezas dos detalhes, fosse na lente mágica de cinegrafista ou no escrevinhar da pena da palavra… Que pena! Mais um dos imprescindíveis que parte sem avisar.
Isso vale mais que um abraço, poeta Ferreira!
Prezado poeta Francisco Nolasco,
Obrigado por sua mensagem sobre o também poeta Zenóbio.
Palavras com muita sensibilidade, justiça e carinho.
Abraços e uma ótima semana para você.
Caro poeta, assim como você, eu não conhecia de perto o sonetista sobre o qual você fala. Mas podemos perceber que era uma pessoa bem quista pelas homenagens nas redes sociais.
Concordo quando você fala sobre a questão de se homenagear alguém pós morte.
Bom, creio que não cometo este pecado porque estou sempre homenageando alguém, nas redes sociais, com as minhas mal traçadas linhas.
Abraço!
Amiga escritora Fátima Feitosa,
Sou declaradamente a favor de que sejam feitas homenagens enquanto determinada pessoa ainda está entre nós. O que não significa dizer que não devemos homenager ninguém depois que partiu. Mas, a meu ver, os aplausos em vida têm maior importância. Obrigado por seu depoimento.
Abraços.
É, caro Marcos Ferreira, sempre que me refiro a vida aqui neste espaço ou em outros lugares, lembrando que a mesma é boa e bela, mais fugaz e efêmera. Zenóbio é o nosso mais recente exemplo de como estamos aqui na estação terrena expostos as surpresas que a vida nos apronta, e a mais temida é a ida sem retorno, esta até Jesus temeu.
Nós pobres mortais, temos o bilhete da viagem em mãos, mais nenhum de nós temos a data e hora definida para o embarque, pois quem nos mandou para passear e cumprir o tempo por aqui, não registrou no bilhete os dados do retorno tão temidos por todos.
Então enquanto não embarcamos, vamos lutando para um próximo encontro aqui contigo no canal BCS, no próximo domingo.
Inté lá! E que Deus nos abençoe sempre com vida.
Meu prezado Rocha Neto,
Estamos de acordo (também) em relação ao quanto transitória é nossa existência neste mundo. Ninguém, quer seja financeiramente pobre ou rico, escapa desse embarque para o plano superior. Só nos resta, então, vivermos com o máximo de leveza e equilíbrio possíveis. Sem esquecermos do quanto é importante nos ajudarmos, estendermos a mão aos necessitados e querermos bem uns aos outros.
Abraço fraterno e uma ótima semana para você.
Tive o prazer de cursar jornalismo na mesma época em que ele pagava algumas disciplinas na terceira turma da UERN. Ele trabalhava na Cabugi. Ouvi muitas vezes Fabiano dizer que Zenóbio era um artista da imagem. E era. Matéria tendo Zenóbio como cinegrafista era diferenciada. Tinha detalhes. Um dia nós resolvemos fazer um blog “filosófico”. Deu certo por um tempo. Muita coisa boa foi publicada. Depois esquecemos dele. Esses dias tenho procurado para ver se o encontro. Foi-se cedo. Que Deus o tenha. Uma boa pessoa e um excelente profissional.