Tenho ouvido essa indagação com regularidade.
Há muita desinformação sobre o assunto e a partir daí, uma onda de interpretações equivocadas ou juízo de valor estapafúrdio.
Vamos lá.
As pesquisas para cargos proporcionais costumam ter enorme margem de erro.
Por quê?
Devido às muitas variáveis que a alcançam, comprometendo índice de acerto quanto a eventuais eleitos. Fundamental que fique clara uma profunda diferença para as sondagens relativas aos cargos majoritários – governo, Senado, por exemplo.
Na majoritária, vale o mais votado, em disputa direta contra os adversários. Só isso.
Já na proporcional há componentes como o voto de legenda. A briga é mais interna (dentro de coligações ou partidos) do que contra adversários de outro partido-aliança. E ainda temos os efeitos do quociente eleitoral em cada coligação ou partido que tenha chapa em faixa própria.
Às vezes quem aparece num primeiro lugar para deputado, pode terminar de fora nas urnas.
Para se ter uma estimativa menos insegura quanto ao comportamento de cada candidato, é necessário o cruzamento de dados por regiões, municípios etc., aquilatando o peso de cada manifestação de voto dada através da pesquisa.
Alguém pode aparecer com 3% em Encanto e isso refletir na pesquisa geral, lhe dando o primeiro lugar. Entretanto, outro candidato pode surgir com 0,5% de intenções de voto só em Natal e ser eleito, porque o colégio eleitoral da capital é infinitamente maior do que o de Encanto.
As pesquisas para cargos proporcionais ajudam a enxergar o todo, mas não costumam ser consistente quando vistas apenas em seus números secos.
É isso.
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