terça-feira - 08/11/2016 - 23:46h
Em Mossoró

Cláudio Santos defende “Estado mínimo” com prioridades

Em sua presença hoje em Mossoró para visita de trabalho ao Fórum Desembargador Silveira Martins, o presidente do Tribunal de Justiça do RN (TJRN), Cláudio Santos, foi extremamente hostilizado. Manifestações à porta do fórum questionaram seus pontos de vista sobre o serviço público, com visão privatista de empresas estaduais e autarquias.

Com faixas, cartazes, palavras de ordem e vestindo o preto como cor predominante, estudantes, servidores públicos do Judiciário e da Universidade do Estado do RN (UERN) demonstraram insatisfação com recentes entrevistas do desembargador, a favor da privatização dessa instituição.

Cláudio (à direita) também esteve no estúdio da Rádio Difusora nesta terça-feira (Foto: cedida)

“Não defendi de forma absolutamente pontual”, postou-se em entrevista já à noite ao programa “Cenário Político” da TV Cabo Mossoró (TCM). Respondeu à sua posição em relação à ideia de privatização da Uern.

Para ele, “União, Estado e municípios devem sair de área não prioritária”. Exercitou seu ponto de vista em torno do conceito de Estado mínimo, focado numa atuação específica do poder público no que é mais importante para o bem-estar social.

Custo

“Defendo que todos os estudantes que podem pagar a universidade, que paguem. A sociedade está pagando em parte estudantes que podem pagar universidades”, disse Cláudio Santos em depoimento aos jornalista Carol Ribeiro e Marcello Benévolo do Cenário Político.

Segundo Cláudio Santos, R$ 317 milhões é o custo da Uern para o exercício de 2016, bem superior à saúde e segurança pública do Rio Grande do Norte para este ano. “É uma discussão político-ideológica”, mas respeitando o raciocínio em contrário.

Admitiu que inclusive o Judiciário custa “muito caro” no RN e Brasil. “Consegui diminuir assustadoramente o custo do Judiciário. É um poder de cultura de gastança. Acho muito caro o poder judiciário”, reiterou. Quanto ao Poder Legislativo, disse que não tinha parâmetro para falar.

Durante a entrevista, também respondendo a perguntas de telespectadores intermediadas pelos apresentadores, Cláudio Santos fez questão de assinalar que suas palavras representavam “ponto de vista pessoal e não do judiciário”.

Hospitais

“O Estado não vai ter dinheiro para manter nível de excelência na Uern. Estado está ausente nas escolas. Estou preocupado com Hospital de Oncologia, Hospital da Mulher em Mossoró. Não estou preocupado com interesses contrariados. Quando não há dinheiro para tudo, o gestor tem que priorizar”, advogou.

O desembargador previu que em algum momento haverá desfecho desse cabo-de-guerra nas finanças públicas. A prioridade deverá ser Educação, Segurança e Saúde, obrigações primárias do poder público. “Não sei quem vai fazê-lo, mas acontecerá inexoravelmente”.

Sobre eventual projeto político para 2018, Cláudio Santos sorriu ao ser associado a um hipotético “Plano B” do governador Robinson Faria (PSD). “Eu sou um crítico do Governo, não sou plano B dele. Meu projeto pessoal é continuar no Tribunal de Justiça. Tenho 62 anos e espero ficar até os 75 anos lá fazendo justiça, com meus pensamentos filosóficos, ideológicos etc.”, afirmou.

Cláudio Santos também deu entrevista à FM 95, Jornal de Fato e a Rádio Difusora.

Nota do Blog – Eu nunca tinha visto tamanho aparato de segurança para estada de um presidente do TJRN na cidade. Parece, que a apreensão fazia sentido.

Mesmo assim, não houve nenhum ato extremado por parte de manifestantes.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “Estou preocupado com Hospital de Oncologia, Hospital da Mulher em Mossoró.”
    Não dá para incluir entre suas preocupações o julgamento dos recursos SAL GROSSO? Por conta do não julgamento há anos destes recursos é que condenados a mais de 7 anos de cadeia continuam exercendo cargos eletivos, votando leis e aprovando orçamentos. Isto é bom para a sociedade?
    PRIMEIRO SE DEVE FAZER O DEVER DE CASA.
    /////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE. TUDO ESTÁ POR UM SEGUNDO.

  2. card diz:

    rapaz, meu juízo esta queimando, eu não aguento tamanha hipocrisia. Os principais beneficiários do estado defendendo o Estado minimo, para os outros, e para eles a meritocracia tucana. Quem desse povo chegou onde estão por mérito próprio ? Quanto será o salário desse povo ? Quanto de seus familiares e apaniguados tem benesses do Estado ? Rapaz, não brinque com a racionalidade alheia !!!

  3. Marcos Pinto. diz:

    Esse desembargadorzinho tem o mesmo perfil de crápula e parcial do juizeco Moro. Vão se catar, bando de sacripantas e safardanas !.

  4. Carlos André diz:

    Sou simpático a uma maquina estatal enxutíssima, mais para diminuir os serviços públicos básicos, e que o cidadão que ganha melhor pagar por fora(como já ocorre) os serviços de educação, saúde e segurança, acho que deverá haver uma repactuação quanto a carga de impostos que são cobrada dos cidadãos!!!

  5. joão de deus maia de oliveira diz:

    o estado tem que priorizar saúde, educação e segurança, o resto tem que privatizar. já que não possui capacidade de investimento,

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