Leia-o:

Xepa da Feira – Na tarde de quarta-feira, realizou-se no gabinete do senador Garibaldi Alves uma reunião de dirigentes partidários para discutir R$ 534 milhões dos intestinos do Orçamento da União.

Aviso aos navegantes: um dia alguém grava uma reunião desse tipo, e o Congresso desaba, como o primeiro templo de Jerusalém.

"Mediante o desejo manifestado pelo diretório em concorrer com candidatura própria nas eleições vindouras, entende esse colegiado ser incoerente se opor e participar da administração", justificou a sigla, em deliberação tomada neste domingo (9). A ordem foi pelo afastamento imediato do governismo.

Os secretários Alcebiades Lopes Cavalcante (Agricultura) e professor Marcos Roberto Fernandes Gurgel (Educação) pedirão demissão.

Antes, setores do PSB e do PR já manifestaram distanciamento de Eugênio, como o vice-prefeito Assis Romão (PSB), grupo do empresário Ademus Ferreira e o ex-prefeito Júnior Gurgel (PR).

Agora é a vez da deputada Sandra Rosado ser incluída em reportagem especial de um veículo de comunicação de grande alcance nacional. A revista "IstoÉ" ratifica o que este Blog tem coberto há mais de um ano.

A nova edição do periódico que chega às bancas esta semana, não alivia ao apontar as relações da deputada, seu marido, outros familiares e assessores com graves denúncias. "Ação em família – ONGs ligadas à deputada Sandra Rosado, envolvida no escândalo dos sanguessugas, receberam R$ 12 milhões em sete anos", vê a IstoÉ.

Sandra, na reportagem, tenta se esquivar de qualquer responsabilidade. Tudo está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF). Ela reage como se o comando de instituições, controladas por sua família, coubesse a pessoas estranhas ao seu convívio.

– Eu não falo sobre eventuais problemas, que têm de ser respondidos pelas direções, embora eu tenha total confiança na honestidade das duas instituições – disse a deputada.

A revista trata Sandra, Laíre e família com humor zombeteiro. Parte para um comparativo que, apesar de poético, exala odor de enredo delinquente.

(…) A história da Fundação Vingt Rosado e da Apamim, pela relação de parentesco entre os envolvidos, lembra o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade – assinala a revista.

Veja a reportagem na íntegra AQUI.

Veja síntese de documentos AQUI.

* Foto: Versátil News

Apesar do silêncio da maioria da mídia, manipulando os fatos, para que não se tornassem algo do domínio popular, aos poucos se forma a realidade nua e crua. Por maior que seja a "blindagem" nas manchetes e textos de jornais amigos do poder, o povo começa a descobrir para que serve a prefeitura e quem se serve dela.

A anúncio do promotor Fábio de Weimar Thé é ainda tímido e superficial, diante do trabalho realizado pelo Ministério Público, mas ainda guardado em compartimentos investigativos. O quadro é muito pior do que essas primeiras imagens extraídas sobre o nepotismo.

Sinecura (emprego sem que o servidor trabalhe) e o empreguismo desenfreado tornam a gestão Fafá Rosado num caso único da administração pública mossoroense. A defesa que se faz do empreguismo incomum de parentes, por exemplo, é amparada numa suposta lacuna na lei.

Não existiria nada que determinasse a não-contratação de irmãos, filhos, patinho de borracha, criado-mudo e pinguim da geladeira da família. Vão em frente, pois.

Embuste.

Trata-se de um sofisma, arguição falsa para sustentar o vício de transformação da empresa pública num negócio familiar. Há uma grossa camada de cinismo na questão.

Houvesse um pingo de respeito ao cidadão, o menor zelo ao cargo outorgado pelo povo, o nepotismo seria rechaçado em atitudes e, não, necessariamente numa lei. Acontece o inverso. É cultuado e assinalado como direito hereditário. É da gente, digo, deles.

Esse magote de preguiçosos, com raríssimas exceções, tiram o atraso de nunca terem chegado ao nirvana bancado pelo contribuinte. Os tios e primos políticos não deixavam. No primeiro vacilo, estão aí se esbaldando como pinto sobre esterco.

Há muito que o clã Rosado degenerou. Virou uma família de ganho autárquico, alimentada pelo erário, em vez de se dedicar como no passado remoto ao trabalho, na livre concorrência, ao conhecimento e à devoção a Mossoró.

Mandato eletivo é garantia de sobrevivência para filhos analfas, noras, sobrinhos, genros, amantes etc. Um povo que não trabalha, apenas empalma o dinheiro do povão besta.

Assim é fácil adorar Mossoró e dizer que é "Da gente". Faz sentido até.

Sua mulher Zulaíde Fagundes deverá ser candidata a vereador em Tibau, a 42km de Mossoró.

Há várias anos que Edvaldo ensaia disputar um mandato de deputado estadual, mas termina como endossante de várias postulações políticas. Agora trabalha o nome de Zulaíde.

Por falta de arrojo do marido, ela não ficará de fora da "casa do povo". Edvaldo é um dínamo para trabalhar e empreender.

À noite passada conduziu o lançamento da 5a Feira de Negócios do Seridó, na "Casa do Empresário". O empreendimento acontecerá entre os dias 17 e 19 de abril, na cidade.

Já hoje a partir de 11h, Marcelo será o entrevistado especial do programa "Pra frente – Seridó", na Rádio Rural AM. O trio parada-dura Josenildo Carlos, Chico Gregório e Robson Pires será o elenco de entrevistadores.

À distância darei meu pitaco, tentando acrescentar algo a essa "caldeirada."

Meu querido amigo, jornalista Giovanni Rodigheri, com aquela placidez zen-futuro, já me passou uma receita à cura ou paliativo à dor. Optei por algo mais natureba.

De qualquer modo, creio que já alcancei estágio a me garantir sobrevivência.

Já já volto ao trabalho que espero seja regular

O nepotismo faz parte do leque investigativo, onde aparecem ainda situações como empreguismo e sinecuras. Como o próprio governo dificulta o fluxo de informações, criando embargos diversos, o MP a apuração termina sendo mais dificultada.

O assunto referente ao quadro de servidores é uma caixa-preta.

A prefeitura, após longos meses de cobrança do Ministério Público, chegou a fornecer uma relação com o total de servidores. O fato ocorreu em agosto do ano passado. Entretanto, não se dispôs a nominá-los, com informações adicionais quanto ao local onde estariam lotados, remuneração e dados quanto à admissão.

Também houve impasse para se adiantar a lista de supostos demitidos.

Quanto à Câmara Municipal de Mossoró, que está sob investigação do Ministério Público, a 11a Promotoria do Patrimônio Público, também há mais de um ano, o trabalho foi menos postergado.  Em relação ao nepotismo, por exemplo, o presidente da Casa, vereador Júnior Escóssia (DEM), demitiu todos os parentes de vereadores que detinham cargos comissionados e estavam sob contratos irregulares, atingindo mais de 20 pessoas.

Mesmo assim, Júnior Escóssia e a Casa não escaparam da "Operação Sal Grosso". Essa é a denominação dada ao trabalho feito pelo MP, para apurar evidências de que estariam sendo cometidos diversos crimes contra os interesses públicos na Câmara Municipal.

A Prefeitura de Mossoró pede seguidos prazos e obtém embargos legais para limitar informações ou simplesmente não fornecê-las.

Em agosto de 2007, por exemplo, após vários meses pedindo informações quanto ao total de servidores do município, o MP conseguiu o material. Entre as razões para o atraso seguido,  a prefeitura ponderou a necessidade de tempo para impressão da listagem.

O governo chegou a admitir que possuía 5.206 servidores. Entretanto não passou a relação com nomes e outras informações funcionais quanto aos  587 detentores de Cargos Comissionados, os DAS, que teria demitido de 2006, após as eleições.

Seriam 5.794 funcionários até o final de 2006, antes das supostas demissões. Mas nesse total apresentado ao Ministério Público, há uma nuvem de interrogações, além de variadas suspeitas.

Dos 5.206 servidores que a prefeitura afirma possuir, 1.309 seriam DAS e 1.081 temporários. Total: 2.390. Ou seja, nas duas categorias, ninguém entrou por concurso ou tem abono para estabilidade por outro motivo. Isso representa 45,90% do quadro funcional declarado oficialmente ao MP até aquele período.

Se houver acréscimo à multidão dos 587, que teriam sido exonerados, o volume chega a 2.977 contratados, que entraram pela "janela".  Portanto, são quase 3 mil homens e mulheres empregados depois das eleições municipais de 2004.

Os 2.816 efetivos apontados significam 54,10% do elenco de funcionários públicos municipais. Simplificando: existe uma relação de praticamente um funcionário de carreira para outro contratado sem a exigência do concurso.

O critério de acesso à prefeitura é o QI (Quem Indica).