O juiz criticou a falta de investimentos no sistema carcerário, apesar das promessas dos governos com a segurança pública. “Não há segurança pública, sem sistema carcerário. Não adiantar uma política de repressão. A falta de atitude do poder executivo é compartilhada pelo judiciário. O Brasil tem sido irresponsável. Temos um déficit de 200 mil vagas”.

Segundo relatório do Conselho Nacional de Justiça, no Rio Grande do Norte existe um déficit de duas mil vagas. 

O juiz Walter Nunes alertou que o problema poderia ser ainda maior. “Existe uma demanda enorme de vagas, e isso por que mais de 90% dos autores do crime não são identificados”.

O juiz sugeriu a Assembleia um projeto de lei que obriga a destinação de vagas para apenados e ex-apenados nos contratos de prestação de serviços celebrados pelo Estado. “Temos que criar uma rede de absorção dos egressos. E vale lembrar que a prisão não é remédio para ninguém", afirmou.

Está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas realmente quem será esse nome?

Como aconteceu em 2000, para 2012 o rosalbismo repete o pecado de não ter preparado nome à disputa do governo municipal.

Em 2000 foi salvo com o advento do instituto da reeleição, o que permitiu Rosalba ser candidata outra vez e se reeleger. Para o próximo ano, o hiato entre o grupo de Rosalba e a facção de Fafá, comandada por seu irmão, o agitador cultural Gustavo Rosado (PV), criou um ambiente de instabilidade e desconfiança.

Quem vai comandar a sucessão no governismo? Será a própria Fafá, via seu mano ou a governadora, pelas mãos do seu marido e líder político Carlos Augusto Rosado (DEM)?

É certo que a facção de Fafá não quer entregar a "rapadura". Poder lhe fez bem, mesmo que Mossoró não possa dizer o mesmo, conforme apontam pesquisas que avaliam sua gestão.

Se Rosalba afirma, com segurança, que o DEM lançará candidato próprio, significa dizer que o PV de Gustavo terá de aceitar a imposição ou se arriscar num projeto próprio com o secretário Chico Carlos (PV). Tem coragem?

É provável que os "verdes", na versão azul-turquesa de Mossoró, não cheguem a tanta ousadia. Muito menor era o esforço para fazer um deputado federal nas eleições do ano passado e Gustavo não quis se arriscar.  Preferiu dar apoio a Rosy de Sousa (PV), irmã da prefeita natalense Micarla de Sousa (PV).

O resultado foi desastroso e vergonhoso para todos. Rosy não se elegeu e teve votação pouco inferior a 3 mil votos no município.

O DEM deverá mesmo lançar seu candidato. Mas quem?

Os nomes apontados em pesquisa são os de Chico da Prefeitura e Cláudia Regina, ambos vereadores. Nenhum tem a simpatia do Palácio da Resistência que já fez a escolha antecipada por Chico Carlos, mesmo que as pesquisas indiquem que ele é uma espécie de pré-candidato "14 Bis", mais pesado do que o ar.

Quanto ao rosalbismo, há restrições a Chico por seu jeito oscilante de agir em termos políticos. Em relação a Cláudia, há o mal-estar de sua ligação maior à liderança do senador José Agripino (DEM) do que ao casal Carlos-Rosalba Ciarlini.

Cláudia aparece com desempenho bom em todas as classes sociais e com considerável margem de crescimento, conforme recente pesquisa divulgada com exclusividade por este Blog (Instituto Consult). Porém não depende de si apenas para ser candidato ou mesmo de uma performance crescente na pré-campanha.

Se nenhum dos dois vereadores se viabilizar, sobraria quem do DEM?

A secretária da Infra-estrutura do Estado, engenheira Kátia Pinto (DEM)? Pouco provável.

A vice-prefeita Ruth Ciarlini (DEM), que necessitaria da renúncia até o início de abril de 2012 da prefeita Fafá Rosado? Pouco provável.

Façam suas apostas. 

Mas em essência é notório que o grupo vai para uma cartada decisiva em termos de sucessão municipal. Pela terceira vez a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) será candidata a prefeito.

Vem de duas derrotas consecutivas para a enfermeira e prefeita de direito, Fátima Rosado (DEM), a "Fafá".

Foi-me perguntado, informalmente, o que eu achava da tese de que o rosalbismo poderia apoiar Larissa. Minha resposta é o que tenho escrito aqui há tempos e tempos:

– É possível, mas não é provável.

Poder não se entrega. Poder se conquista ou se toma.

O grupo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o rosalbismo, tem meios e nomes para vencer a disputa mais uma vez. Só o entrega a Sandra e Larissa, se for como parte de um amplo acordo longe do conhecimento de quase todos os mortais.

Como já assinalei também neste Blog, Larissa Rosado tem favoritismo individual, mas perde cumulativamente – em todas as pesquisas – para o somatório de pré-candidatos governistas.

Claro que pela primeira vez ela aparece com boa performance em relação a concorrentes, do ponto de vista individual. Porém a margem de intenções de votos por volta de 27% a 30%, é muito modesta. Não existe "gordura" a perder numa eleição marcada para apenas um turno.

Pelo o que senti, no núcleo de comando do grupo de Larissa Rosado, a conjectura de que poderá ter aval do adversário para ser prefeita, praticamente "nomeada", passou a não ser levada muito a sério.

É mais coerente usar a racionalidade e correr atrás de uma multidão de insatisfeitos com a "Era das Trevas" protagonizada pelo período de Fafá Rosado.

Certamente o eleitor mossoroense está ressabiado. Não deve estar afim de outro estelionato político-eleitoral, alguma candidatura empurrada de goela abaixo, como aconteceu em 2004 e 2008.

Mossoró paga um preço caro pelo engodo promovido pela hoje governadora, "vendendo" Fafá como continuidade e boa administradora.

Em entrevista hoje em Mossoró (veja postagem mais abaixo), Rosalba adiantou que o seu partido terá candidato próprio à sucessão de Fafá. Parece óbvio ululante, mas não é, em face do quadro de poder no governismo local.

Fafá é do DEM, mas quem manda na prefeitura, seu irmão, o chefe de Gabinete Gustavo Rosado – é do PV. Ele quer impor o nome do seu colega de secretariado, Chico Carlos – da Cidadania, como candidato a prefeito, outro integrante do PV .

Adiante mexo com esse tema.

Aguarde.