Andam frias, glaciais até, as relações políticas entre a prefeita mossoroense Cláudia Regina (DEM) e o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Francisco José Júnior (PSD).
O sorriso largo, comum à prefeita, nos últimos dias foi substituído por um cenho semicerrado em escassos encontros com o presidente, em contatos sociais e políticos. A troca de conversas, ao telefone, se transformou num profundo silêncio da parte dela.
Essa constatação “térmica” talvez se explique por acontecimentos políticos recentes.
Decisões
Cláudia tem mandato cassado e está inelegível, mesmo se mantendo no cargo por injunções processuais.
Nesse ínterim, Francisco José Júnior chegou a declarar à imprensa que estava “preparado” para assumir a prefeitura, apesar de evitar atitudes açodadas e deselegantes rumo ao cargo.
Na Câmara, o vereador comandou a tomada de decisões em matérias que desagradaram o governo, mas o fortaleceram entre seus pares.
Não deve ser esquecido que Francisco José Júnior foi reeleito em campanha ao lado da adversária de Cláudia, deputada estadual Larissa Rosado (PSB).
Epicentro
Para se tornar novamente presidente, migrou para o governismo sob as bençãos da prefeita eleita.
Se o amuo de Cláudia Regina é passageiro ou não, as circunstâncias político-pessoais vão dizer adiante.
Em caso de decisão judicial final negativa à sua permanência como prefeita, o presidente da Câmara é quem assume o governo de forma provisória até realização de novo pleito. Com uma vantagem adicional: pode ser, ele mesmo, candidato a prefeito no exercício do cargo.
Enfim, bem ou mal, “Silveira” – como é conhecido o vereador – está no epicentro desse enredo.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, em que aliados de hoje podem ser adversários amanhã – e vice-versa.