Por Woden Madruga (Tribuna do Norte)
A afirmação do secretário de Planejamento e Finanças, Obery Rodrigues, de que o Estado estaria tecnicamente quebrado e que o Governo gasta mais do que arrecada deixou todos, gregos, troianos e mossoroenses perplexos.
O secretário confessa, alto e bom som, a incompetência do Governo a que serve com dedicação monástica.
O grupo está no poder há dois anos e meio e não consegue pôr em ordem suas finanças. Pelo que falou o senhor Obery Rodrigues, estamos diante de uma catástrofe que poderá se agravar com o atraso do pagamento do funcionalismo, factível de acontecer agora em agosto, um mês sempre trágico na história política brasileira, menos para a Fundação José Augusto com o seu agosto da alegria.
Pergunta-se em todas as rodas: Quem quebrou o Rio Grande do Norte? É provável que a resposta possa ser dada pelos políticos que formam a base de apoio ao Governo estadual, já esta semana, quando a Assembleia Legislativa retorna as suas atividades normais, depois das ferinhas do meio do ano. A governadora tem maioria na Casa e certamente seus deputados estão satisfeitos com o andar da carruagem oficial. Ou não?
As ruas, não. Em todas as calçadas, das esburacadas de Natal às de Lagoa de Velhos, percebe-se a insatisfação do povo. Mossoró também está incluída nessa geografia de queixas, de clamores, de arrependimentos até. Agora mesmo no Seridó, no embalo das festas de Santana, o desgosto de julho foi geral.
Aqui e acolá chegava-se mesmo a ouvir lamúrias, inclusive de auxiliares do Governo, alguns ocupando posições em patamares altos, fazendo coro com políticos ainda considerados correligionários. Alguns não acreditam mais em reabilitação: o Governo estaria totalmente perdido.
Em algumas rodas, envolvendo todas as estâncias, há quem arrisque a falar até em intervenção. Os doutores da lei que fazem os quadros do Judiciário e do Ministério Público estariam consultando seus vade-mécuns na peneiragem das leis e das jurisprudências. A relação governo-judiciário-ministério público lembra mais ou menos coisas de palestinos e judeus subindo e descendo as ladeiras pedregosas da Terra Santa, cada um com a sua baladeira na mão.
Noite dessas, num dos alpendres da Bela Napolli, um desses rabinos togados, cercado de peregrinos de várias seitas, indo do terceiro para o quarto uísque (12 anos, claro), comentando o desastroso quadro administrativo do Estado chegou mesmo a pronunciar a palavra impeachment com ligeiro sotaque bostoniano. Fez um sorriso sarcástico, gozador e arrematou em latim, citando o poeta Horácio: Nunc est bibendum.
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Apesar da nítida incompetência, Rosalba e Seus Cabras da Peste não poderiam quebrar o RN sozinhos.