segunda-feira - 24/01/2022 - 10:48h
Brasil

Orçamento federal é sancionado com fartura para políticos aliados

Do Canal Meiodinheiro-1024x682

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na noite de ontem, com vetos, o Orçamento da União, aprovado pelo Congresso. Os cortes, detalhados somente hoje no Diário Oficial da União, atingem principalmente as áreas de pesquisa, educação, saúde, sustentabilidade e proteção a povos indígenas e quilombolas.

A Fiocruz, por exemplo, perdeu R$ 11 milhões que iriam para pesquisa e desenvolvimento tecnológico em saúde. Já o programa de saneamento básico rural teve corte de R$ 40 milhões.

O controle de desmatamento perdeu R$ 8,5 milhões. Não houve veto à verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste da área de segurança nem ao Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões.

O poder exercido pelo Centrão dentro do governo pode ser medido em números. Ao longo de 2021, o Executivo liberou R$ 25,1 bilhões em emendas de parlamentares no Orçamento da União, o maior volume já liberado, com uma alta de R$ 1,4 bilhão em relação ao ano anterior, descontada a inflação. Desses, R$ 10,43 bilhões saíram via “orçamento secreto”, principal ferramenta do governo Bolsonaro para fidelizar sua base no Congresso. Partidos como PL, PP e Republicanos receberam cerca de 70% da verba prevista no Orçamento, enquanto legendas de oposição, como o PSOL (31%) ficaram à míngua.

Para se ter uma ideia da disparidade, o valor total de emendas liberadas em 2019, antes de o presidente voltar para o Centrão, ficou em R$ 9,98 bilhões.

Para 2022 estão previstos R$ 37 bilhões em emendas, e Bolsonaro entregou ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, principal nome do Centrão no Governo, o poder de vetar cortes no Orçamento feitos pela área econômica. (Estadão)

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 24/01/2022 - 10:02h
Covid-19

Depois da euforia de festas e praia, multidão faz fila para testes

Apreensão no Centro de Testagem, no novo dia, após fim de semana agitado (Fotomontagem de redes sociais)

Apreensão no Centro de Testagem, no novo dia, após fim de semana agitado (Fotomontagem de redes sociais)

Depois de um fim de semana com praias lotadas e festas de arromba, a segunda-feira (24) é de apreensão em Mossoró, com multidão acorrendo ao Ginásio Poliesportivo Engenheiro Pedro Ciarlini Neto, onde a municipalidade instala novamente um Centro de Testagem.

Centenas de pessoas procuram fazer teste para identificação ou não da Covid-19.

A parte interna do ginásio está com crescente ocupação de pessoas e do lado de fora, também.

O funcionamento do Centro de Testagem é entre 8 e 16 horas e os preparativos para receber essa leva de pessoas foi concluído ontem (veja AQUI).

Um complicador a mais, em face da alta transmissibilidade do vírus, é a dificuldade de cobrir a demanda com pessoal da saúde pública. Há uma sobrecarga que o sistema já sente e não tem como responder à altura. A prefeitura busca suporte externo.

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Categoria(s): Administração Pública / Saúde
  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
segunda-feira - 24/01/2022 - 08:52h
Estadual 2022

América vence clássico e Potiguar decepciona no Nogueirão

Três jogos marcaram o domingo (23), do Campeonato Estadual de futebol do RN, versão 2022. O principal foi o clássico maior, ABC x América, com vitória do time visitante pelo placar de 1 x 2, no Estádio do Frasqueirão.

Os dois chegam a 12 pontos na disputa.

Em Mossoró, o Potiguar decepcionou sua torcida. Perdeu por 0 x 2 para o Força e Luz, ficando caindo da terceira para a quarta posição, enquanto seu adversário alcança o terceiro lugar.

Já em Ceará-Mirim, no Barretão, o atual campeão Potiguar, o Globo, empatou em 3 x 3 com o Santa Cruz de Natal.

O Santa Cruz é o quinto colocado com 5 pontos e o Globo, com mesma pontuação, o sexto.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – Uma outra face dessa competição foi o retorno de confronto entre torcidas de ABC e América em ruas, avenidas, praças e BRs (veja AQUI). Cenas de extrema violência foram filmadas e mesmo com trabalho preventivo e repressivo da Polícia Militar, de novo prevaleceu a barbárie. Muita coragem de quem, sendo verdadeiro torcedor, sai de casa para ver jogo em estádio.

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Categoria(s): Esporte
domingo - 23/01/2022 - 23:56h

Pensando bem…

“Aquele que tem uma ideia é um tipo esquisito até que a ideia vença.”

Mark Twain

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  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
domingo - 23/01/2022 - 22:30h
História

100 anos de Brizola e o porquê de sua aposta na educação

Por Bernardo Mello Franco (O Globo)

Leonel Brizola era um grande contador de histórias, mas fugia de depoimentos formais para a posteridade. “Na verdade, vivo muito mais preocupado com o futuro, com os projetos, do que com o passado”, justificava-se. Em abril de 1996, ele abriu uma exceção em sua cidade natal. Falou por mais de quatro horas a pesquisadores de Carazinho (RS), onde nasceu há cem anos, em 22 de janeiro de 1922.

Leonel Brizola na campanha de 1989, com Beth Carvalho e Neusa Brizola (Foto: Cezar Loureiro/20-10-1989)

Leonel Brizola na campanha de 1989, com Beth Carvalho e Neusa Brizola (Foto: Cezar Loureiro/20-10-1989)

Inédita até hoje, a conversa tratou da infância e da juventude do político, que perdeu o pai com 1 ano de idade. O camponês José Brizola foi morto num dos embates sangrentos entre chimangos e maragatos. “Eu me criei sob o signo desse fato, a morte do velho”, desabafou.

A mãe, Oniva, convenceu os cinco filhos a não buscarem vingança. “Não sei sinceramente se ele foi fuzilado, naquela época davam um tiro na testa ou na nuca. Ou se foi degolado”, disse Brizola. “Sempre me recusei a encarar esse assunto. Nunca quis que o povo riograndense imaginasse que eu estava querendo me vingar”, explicou.

A vida era dura no interior gaúcho. Até os 7 anos, o guri nunca havia calçado sapatos. Aos 11, foi apresentado a uma escova de dentes. A família se mudou para Passo Fundo, onde ele batalhou trocados num açougue. De manhã, ao sair para as entregas, invejava as crianças de classe média que estudavam num internato particular.

“Um colégio de colunas, muito bonito. Eu adorava olhar aquilo ali. Às vezes invadia o recinto e me botavam para fora”, recordou. “Eu ia distribuindo carne, levava aqueles ganchos. E aqueles garotos bem arrumadinhos, bem abrigados, indo pro colégio”. Um dia, o menino pobre deu uma topada e foi ridicularizado. “Sangrou, a dor, aquele frio, e o garoto disse: ‘Se foram os bichos de pé!’. Eu não tive dúvida, fui de carne e gancho para cima dele.”

Oniva alfabetizou os filhos (“tínhamos dois livros em casa, passavam de um para outro”), mas insistiu que buscassem educação formal. “A velha sempre querendo que eu estudasse, ela me botou na cabeça isso”, contou Brizola. De volta a Carazinho, ele procurou o colégio de um pastor metodista. Propôs ajudar na faxina em troca de vaga e lugar para dormir. “Foi um período áureo da minha vida”, lembrou. “Fui me civilizando ali.”

O guri arrumou novos bicos. Foi engraxate, carregador de mala, vendedor de jornal. “Depois de mil andanças, acabei indo para Porto Alegre. Fiquei quase um ano na rua, trabalhando nas piores condições”, narrou. Aos 14, conseguiu passar para uma escola técnica. Na hora da matrícula, mais problemas: não tinha certidão de nascimento nem dinheiro para o enxoval. “Foi uma saga”, resumiu.

Na capital gaúcha, o jovem Brizola trabalhou como ascensorista, operário e jardineiro. Depois passou para a faculdade de Engenharia, onde se encantou com o getulismo. Aos 25, elegeu-se deputado estadual pelo PTB. Era o início de uma carreira política de quase seis décadas, só interrompida pelos 15 anos no exílio.

Em 1958, o trabalhista chegou ao governo gaúcho com o lema “Nenhuma criança sem escola”. Construiu seis mil colégios públicos, as chamadas “brizoletas”. Mais tarde, ergueria 500 Cieps no Rio de Janeiro. Projetados por Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, os “brizolões” ofereciam alimentação, assistência médica e ensino em tempo integral. Depois seriam sucateados por sucessivos governos fluminenses.

Morto em 2004, Brizola não desperta mais as críticas apaixonadas do passado. Seu legado é disputado nas urnas, e até adversários o reconhecem como o político brasileiro mais identificado com a causa da educação. A luta dos primeiros anos ajuda a entender como tudo começou.

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domingo - 23/01/2022 - 13:26h

O dilema dos preços do petróleo

Por Ney Lopes

O elevado preço dos combustíveis é hoje uma “dor de cabeça” não apenas para o Brasil, mas todos os países.

O Congresso tenta regular a matéria com propostas específicas e agora o presidente Bolsonaro negocia uma PEC, para diminuição do preço dos derivados do petróleo e da energia elétrica, ainda este ano.

A ideia é que seja autorizada a redução dos impostos não apenas da União, mas também dos Estados e DF.petróleo, preços altos de combustíveis,

A desoneração sobre os combustíveis reduziria a arrecadação federal em cerca de R$ 50 bilhões.

No entanto, o impacto para o consumidor seria mínimo, entre R$ 0,18 e R$ 0,20 no preço final do litro do combustível.

O que afeta na verdade são os impostos estaduais e há grande resistência dos governadores a qualquer tipo de redução, desejando transferir o ônus para Brasília.

Realmente, o maior impacto no preço final vem da cobrança do ICMS pelos estados, em razão da incidência ser “no preço cheio”, ou seja, o preço final do produto.

É diferente do que ocorre com a CIDE e com o PIS e a COFINS, cobrados em valores fixos por volume ou quantidade vendida, incidindo sobre o valor comercializado pela Petrobras, independentemente do preço final.

Dessa forma, sempre que ocorre reajuste de preços na refinaria, há aumento do valor do ICMS não só sobre essa parcela, mas sobre todo o preço final de venda ao consumidor, ampliando seu efeito.

Além da gasolina, essa lógica também vale para a tributação sobre o diesel e o GLP.

O problema se torna altamente complexo, pelo fato de que os aumentos constantes influem decisivamente na elevação geométrica dos índices da inflação, tornando impossível o controle.

Os governadores e prefeitos sugerem um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis.

Quem colocaria esse dinheiro?

União, estados, municípios e DF?

A propósito, já existe o tributo CIDE-combustíveis, cujo objetivo é ser reduzido nos períodos de alta dos preços internacionais dos combustíveis e aumentado nos períodos de baixa.

Não funciona, porque os governantes não “aumentam”, por temor de desgaste político.

No início da pandemia, o preço do petróleo caiu para US$ 20 por barril e a CIDE não foi aumentada.

O quadro se agrava pelo fato de que os preços da gasolina podem disparar se Rússia invadir a Ucrânia.

O barril de petróleo iria além de U$ 100.

Isso porque a Rússia é o segundo produtor de petróleo do planeta, atrás apenas dos EEUU.

A Ucrânia é o território por onde passam as exportações russas de gás natural para a Europa.

Um conflito Rússia-Ucrânia tem o potencial de impactar não apenas a economia brasileira, mas todos os países do Ocidente, com o recrudescimento da inflação generalizada.

Esse verdadeiro “quebra cabeça” para ser resolvido no Brasil necessitaria do desarmamento dos espíritos do presidente Bolsonaro e governadores, com todos sentados numa mesa em diálogo, colocando o interesse público como prioridade.

Entretanto, o que se notam são trincheiras de guerra abertas de parte a parte, com os conflitos já em marcha, pela proximidade das eleições.

Não há outra alternativa, senão entregar a Deus o futuro do país e do mundo.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
domingo - 23/01/2022 - 12:22h

Sonho?

Por Inácio Augusto de Almeida 

 Acordo cansado. Tanto ou mais cansado do que um maratonista.

Estou cansado e confuso. Imagens mil se sucedem e vejo-me a conversar, amigavelmente, com seres bem diferentes. São simpáticos e falam calmamente. Não têm aquele ar professoral dos que estão a ensinar. No olhar transmitem uma confiança tranquilizadora.  sonhos, ter, família,

Não têm pressa. Dominam o tempo.

Sem que eu nada fale, começam a responder às perguntas.

Você está aqui porque é necessário todos saberem das mudanças iniciadas com a regeneração que finda o tempo da expiação.

Não, não somos religiosos, não estamos pregando uma nova fé.

Quando eu tento me situar emocionalmente, para questionar, ouço, sem que eles emitam qualquer som:

Somos todos irmãos. Estamos aqui para facilitar esta passagem da expiação para a regeneração. Passagem que já fizemos.

Não, não pense que apenas você está sendo comunicado. Vários outros, em todas as partes do mundo, estão sendo contatados e já começam a desenvolver o trabalho de divulgação dos novos tempos.

A expiação agoniza e dá lugar à regeneração que conduzirá vocês ao tempo da felicidade plena já desfrutada por nós.

Totalmente desnorteado, não consigo mais nada questionar. Medo não sinto.

Uma paz me envolve por completo e uma sensação de felicidade me domina. Chego a ter vontade de nunca acabar aquele encontro.

Vejo nos olhos deles um brilho de satisfação, alegria, talvez até mesmo de felicidade. E continuo ouvindo a mensagem:

A época do TER deu lugar ao período do SER. Isto nem todos ainda perceberam. Muitos ainda cometem infâmias buscando o TER, pouco se importando com o sofrimento causado aos irmãos. Ficam tão obcecados em TER e não percebem o fardo a ser carregado.

Sofrem, mas quanto maior o sofrimento mais aumenta a avidez pelo TER.

Observo nos seus olhares terem percebido ter eu ficado confuso. Um riso de compreensão percebo nos seus semblantes. Eles prosseguem:

Muitos já alcançaram o nível do SER. Entenderam a importância do SER e deixaram para trás o TER.

Perceberam existir mais paz e felicidade no SER. Conseguiram ver ser impossível ao SER a ausência do TER.

Em mim uma calma indescritível. Algo parecido com o momento pré-anestésico.

Deslumbrado eu me sentia.

Eles perceberam e continuaram:

Agora chegou o momento de deixar o apego ao SER.

Vamos começar o FAZER.

Chegou o momento de viver a felicidade plena.

Foi neste instante, não sei como, que consegui questionar dizendo-lhes da existência de muitos ainda vivendo o período do TER e outros a fase do SER.

Calma, estes levarão mais tempo para entenderem as mudanças. Alguns aprenderão pela dor. Outros, pelo amor.

Mas todos aprenderão.

Sofrerão mais os apegados ao TER, pois precisam avançar ao estágio do SER.

Porém, todos alcançarão a felicidade plena do FAZER.

Quando eu quis dizer alguma coisa, dei-me conta de que estava acordando na cama onde passo a maior parte do tempo.

Ao longe o latido de um cachorro. Rio.

Rio ao pensar na felicidade deste cachorro ao TER um osso só dele.

Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor

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domingo - 23/01/2022 - 11:00h

Apicultura ganha Núcleo de Capacitação Tecnológica

Por Josivan Barbosa

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) ganha um Núcleo de Capacitação Tecnológica em Apicultura (NCTA). O novo prédio, instalado na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, é para o apoio administrativo e financeiro. A inauguração aconteceu na sexta-feira, 21, nesse local, localizado na comunidade de Alagoinha. O NCTA é ligado ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade do Semiárido.

Apicultura (Foto ilustrativa)

Apicultura (Foto ilustrativa)

O espaço físico conta com bloco didático, voltado a cursos, pesquisas, serviços de extensão, capacitações, orientações e assistência técnica a apicultores do Semiárido nas atividades específicas da área de Apicultura, além de equipamentos científicos voltados para apicultura.

O prédio do NCTA funcionará como um núcleo avançado de pesquisa e difusão de tecnologia na área de apicultura da Ufersa, com o objetivo de apoiar e possibilitar aos apicultores aprimoramento de seus conhecimentos sobre as metodologias modernas da apicultura, permitir uma melhor competição no negócio rural apícola nacional e internacional e incremento da exportação dos produtos da apicultura e da meliponicultura (abelha sem ferrão).

Também é objetivo do Núcleo fornecer assistência técnicas aos apicultores do Semiárido nas diversas áreas da apicultura (patologia apícola, manejo, comercialização, embalagem, legislação apícola, seleção e melhoramento de rainhas, processamento de cera moldada etc ) e aprendizado de metodologias modernas que atendam o exigente mercado apícola nacional e internacional. O projeto representa investimento na ordem de R$ 1,5 milhão.

As pesquisas com apicultura na Fazenda Experimental da Ufersa teve início em 2004 e hoje podemos dizer que naquela fazenda há duas histórias uma antes e outra após a chegada do professor Lionel Seghi Gonçalves, líder das pesquisas no país em apicultura. Hoje as pesquisas são lideradas pela professora Kátia Kamacho que segue em sintonia com o professor Lionel.

Energia eólica off-shore

O Estado do Rio Grande do Norte ainda vai ter que aguardar pelo menos mais dois anos para que os projetos de geração de energia eólica off-shore (em alto mar) se tornem realidade. O grande desafio é ultrapassar as etapas burocráticas de regularização do setor.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA) tem pressa para que as diretrizes regulatórias de contratação de eólicas offshore saiam, já que investidores que aportam no mercado internacional se interessam pelo Brasil.

O Ministério de Minas e Energia (MME) trabalha com a Casa Civil da Presidência da República na consolidação de contribuições para o estabelecimento da primeira regulamentação de energia eólica offshore no Brasil.

Algumas empresas colaboraram ativamente nas discussões para a definição da legislação a ser adotada no país, como a Neoenergia, que tem como acionista majoritário a espanhola Iberdrola, e com um arcabouço legal definido, a expectativa é que projetos avancem.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) acumula 23 processos por licenças ambientais que estão em análise, que totalizam mais de 46 GW de potência. Entretanto, o instituto confirmou que apenas dois apresentaram Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima).

Exportação de frutas

Finalmente, o Brasil ultrapassou a cifra de 1 bilhão de dólares em exportação de frutos. Esse desafio estava sendo perseguido pelos exportadores há pelo menos uma década.

O brasil exportou 1,2 milhões de toneladas de frutos, correspondente a 1,06 bilhão de dólares. Isso representa um incremento de 18% em volume e 20% no faturamento em relação ao ano de 2020.

Além do aumento das vendas no mercado externo favorecido pela preocupação das pessoas com produtos saudáveis, a valorização do dólar e do euro frente ao real, contribuiu para que o país conseguisse ultrapassar a casa do 1 bilhão de dólares em exportação de frutos.

A manga, produzida principalmente no Vale do São Francisco, foi o fruto que mais contribuiu para o incremento das exportações. O país exportou 275 mil toneladas, o que representa um aumento de 12% em relação ao ano de 2020.

A maçã teve uma evolução de 79% nas cifras de exportação e de 58% nos volumes exportados. O país atingiu 99 mil toneladas de maçã, sendo que 70% foram destinadas ao mercado europeu.

A uva, também produzida no Vale do São Francisco, teve um incremento de 55% em volume e 43% em valor exportado.

O mamão, melão, melancia e limão tiveram também importantes incrementos na safra passada.

O negócio rural brasileiro em 2021

As exportações do agronegócio somaram US$ 120,6 bilhões em 2021, um crescimento de 19,7% em comparação com o ano anterior, e as importações, por sua vez, aumentaram 19%, somando US$ 15,53 bilhões.

O saldo da balança comercial do setor encerrou o ano com superávit de US$ 105,5 bilhões, montante 19,8% maior que o de 2020, informou o Ministério da Agricultura nesta quinta-feira.

Mesmo com o crescimento de dois dígitos das exportações do agronegócio, a participação do setor nas vendas totais do país ao mercado externo diminuiu: a fatia, que foi de 48,1% em 2020, desceu para 43% no ano passado.

A China continuou a ser o principal destino dos embarques do agronegócio brasileiro, com importações que representaram mais de um terço das vendas externas do setor. A participação chinesa passou de 33,8% para 34% com o crescimento de 20,6% nas compras, que somaram US$ 41 bilhões em 2021.

O complexo soja manteve a hegemonia nas exportações brasileiras do agro no ano passado, respondendo por 39,8% do total, com embarques que somaram US$ 48 bilhões). Na sequência, pela ordem, aparecem os segmentos de carnes (US$ 19,86 bilhões, montante 16,5% maior que o de 2020), produtos florestais (alta de 11,6%, a US$ 13,94 bilhões), complexo sucroalcooleiro (aumento de 8,5%, para US$ 10,26 bilhões; e café (embarques de US$ 6,37 bilhões, ou 5,3% a mais que no ano anterior). Juntos, esses cinco grupos responderam por 81,6% de todas as exportações do agronegócio brasileiro.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
domingo - 23/01/2022 - 10:12h

Ao mestre Sátiro, com carinho

Por Marcos Araújo

Em 1967, o diretor e roteirista britânico James Clavell mudou a linguagem do cinema ao fazer a junção de educação e racismo em um filme (Ao mestre, com _carinho), colocando como protagonista o ator negro Sidney Poitier, em papel de professor e engenheiro, bem diferente dos papéis destinados aos negros naquele período, quase sempre interpretando subalternos e marginais.

Sátiro, um homem com legado pessoal e profissional muito inspirador! (Foto: Web/Jornal de Fato)

Sátiro, um homem com legado pessoal e profissional muito inspirador! (Foto: Web/Jornal de Fato)

Esta obra ficcional tem um título que se designa apenas aos que se dão com sacerdócio e amor a ensinar. Transformar pessoas, mentes e destinos pela educação, este sim, é o verdadeiro desígnio do Professor Sátiro Cavalcanti Dantas. É mais de sua gênese o papel de educador do que de padre.

Como teólogo, sabemos que ele é inigualável, fazendo das suas reflexões o ponto alto da audiência na FM Santa Clara. O testemunho de fé de Padre Sátiro eleva nossa alma à contemplação das realidades divinas. Seu amor pelo mais pobre refaz as nossas esperanças. Sua caridade nos estimula à partilha. Como Santo Agostinho, podemos exclamar também nós: – __Vides Trinitatem, si caritatem vides (__*contempla a Trindade, se vês a caridade -*De Trinitate VIII, 8,12).

São Paulo, o apóstolo, legou aos cristãos que, “*Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas.” *( II Co 2:15) Padre Sátiro transmite – e exala – esse perfume do céu.

Mas, para além do mister divino, Deus lhe chamou à relevante missão de transformar as pessoas pela educação; elemento de redenção econômica para uma sociedade.

É neste ponto a distinção do seu papel. Levou a educação para os recantos periféricos. Fundou 11 escolas em locais de reduzida – ou inexistente – assistência do Estado.

É da sua gênese o ensinar com superlatividade, a transmitir o saber sem reservas, a fazer compreensível o que é muito denso e complicado, a ser simples e humilde ainda que lhe teçam muitas loas e condecorações. Seu legado pessoal e profissional é muito inspirador! Um “self made man”, extraído por Deus da ambiência periférica citadina para brilhar na dimensão do território nacional, quiçá, internacional!

A sua vitória pessoal, fruto do saber e do esforço próprio, longe de ser um artefato do individualismo, é fracionada e porcionada generosamente com aqueles que se põem como seus amigos e audientes, hoje, contando com um alunato enorme.

Neste 22 de janeiro ele faz 92 anos, bem vividos. Quase um século! É muita experiência acumulada….Mais do que isso, é muito tempo dedicado a Deus e ao próximo.

Na qualidade de seu aluno no Curso de Direito e nas “disciplinas” da vida (para mim não existe “ex-aluno”, porque continua aluno sempre aquele que busca vivenciar o ensinamento recebido), queria exaltar o meu mestre, com muito carinho.

Por isso, a palavra que me vem é GRATIDÃO!

Obrigado, mestre Sátiro, por ser o MEU ETERNO PROFESSOR!

Marcos Araújo é professor e advogado

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domingo - 23/01/2022 - 09:26h

Espécies de divórcio

Por Odemirton Filho

O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres. Pelo casamento, o casal assume mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família, conforme diz o Código Civil. divórcio, separação, alianças, casal,Entretanto, em alguns casos, o casamento tem um fim. Segundo o Código Civil, a sociedade conjugal termina: a) pela morte; b) pela nulidade ou anulação do casamento; c) pela separação judicial e pelo divórcio.

Neste artigo abordaremos, tão somente, as espécies de divórcio.

O divórcio foi disciplinado no Brasil através da Lei n.º 6.515/77, a qual regulamentou a dissolução do vínculo matrimonial, permitida pela Emenda Constitucional n. 09.  Antes disso, somente havia previsão para o chamado “desquite”, no qual se rompia a convivência, isto é a sociedade conjugal, mas os cônjuges não podiam contrair novas núpcias.

De acordo com a professora Maria Helena Diniz “o divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias”.

O segundo semestre de 2020 registrou o maior número de divórcios registrados em cartórios no Brasil. Foram 43,8 mil processos contabilizados em levantamento do Colégio Notarial do Brasil. O número foi 15% maior em relação ao mesmo período de 2019.

O divórcio, conforme a doutrina, é um direito potestativo, ou seja, é um direito considerado incontroverso, sobre o qual não cabem discussões. Seria a prerrogativa de uma parte impor à outra, de forma unilateral, a sujeição a um exercício de direito, constituindo, modificando ou extinguindo uma situação subjetiva. Assim, o juiz poderá decretar o divórcio de imediato, ficando as demais questões, como a partilha dos bens, para um momento posterior.

Atualmente, existem o divórcio consensual, o divórcio litigioso e o divórcio extrajudicial. Vejamos cada um.

O divórcio consensual, como o próprio nome diz, é aquele no qual não existe desacordo entre o casal. Assim, a divisão dos bens construídos, a guarda e a pensão dos filhos menores são acordadas por ambas as partes. Como não há “briga”, o processo de divórcio consensual é mais rápido, havendo uma sentença do juiz homologando o fim da sociedade conjugal.

Por outro lado, o divórcio litigioso é aquele onde não há acordo em relação aos bens, guarda e pensão dos filhos. Nessa espécie de divórcio o processo costuma ser mais demorado, pois é necessária a realização de audiências, seja para tentar se chegar a um acordo, seja para ouvir as partes e testemunhas. Normalmente, alega-se “a incompatibilidade de gênios” como um dos motivos para o fim do casamento.

O divórcio, quando não consensual, geralmente é traumático, pois a mágoa existente na relação fracassada vem à tona. Nas audiências, por exemplo, os ânimos estão exaltados e, não raro, existem palavras duras de parte a parte, sendo imprescindível a intervenção do magistrado para pôr fim “a lavagem de roupa suja”.

Temos, por fim, o divórcio extrajudicial, ou seja, realizado perante o Cartório, quando não há filhos menores ou incapazes do casal, devendo constar as disposições relativas à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia ao outro, se for o caso, e o acordo quanto à retomada ou não do uso do nome de solteiro.

Em linhas gerais, são essas as espécies de divórcio existentes no ordenamento jurídico brasileiro.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo
  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
domingo - 23/01/2022 - 08:30h

O coração dos moços

Por Guilherme Tauil

Foi na festa de casamento de Di Cavalcanti que Rubem Braga conheceu aquela jovem. “Uma alta e bela moça”, com 20 anos de idade, que pintava autorretratos desde os 14. Por acaso, alguns desses pequenos quadros a óleo estavam no salão e Braga, ao observá-los, foi fisgado pela implacável consciência do tempo.

Movido pelo “jogo delicado entre o olhar que vê e o olhar contemplado”, o cronista se pergunta se, assim como a face reproduzida foi se alterando ao longo dos anos, também já não seria outro o modo de ver daquela menina, a “maneira de sentir a si mesma”. Com quase 40, Braga, que se tratava por velho desde moço, desata a projetar nas telas tudo o que ainda aguardava a jovem pintora: pensa nos reflexos “que as luzes e sombras da vida irão jogando sobre as suas cores primaveris”, no “estranho vigor” que guiará sua mão para pincelar “um radioso momento de sua vida de mulher” e na melancolia com que, “pela primeira vez, deixará um traço branco entre os cabelos”.

Ensaio de moda, Pirineus, s.d. Foto de Otto Stupakoff/ Acervo Instituto Moreira Salles.

Ensaio de moda, Pirineus, s.d. Foto de Otto Stupakoff/ Acervo Instituto Moreira Salles

Mas nada daquilo tinha importância ainda, pois “no fundo do coração os moços não acreditam na velhice”, escreveu em O retrato. E nem era preciso: a verdade daquela moça estava nos momentos em que vivia, debruçada sobre os segredos do próprio rosto, “sentindo o fluir misterioso do tempo”.

Um pouco menos melancólico foi Antônio Maria, que num Domingo à toa por Ipanema também refletiu sobre a juventude. Caminhando sozinho, cruzou em silêncio com moças à espera de alguém, depois com um casal jovem e risonho de mãos dadas, “segurando-se um no outro, para não cair da gargalhada” e, por fim, com um senhor de máquina fotográfica a tiracolo – o que, diga-se, é mesmo um grave indicativo de idade.

Ares de um domingo antigo que o remeteram à meninice, quando ainda tinha aquela “intimidade que cada homem deve manter consigo mesmo”. Com o tempo, mais ou menos quando engrossa a voz e cria buço, o menino perde essa intimidade e começa a “fazer-se cerimônia”. É aí que a infância se despede e chega a mocidade.

Assim trabalha o bom cronista, sensível aos detalhes da vida. Está o tempo todo disposto a perder o chão – isto é, a ser tomado por uma enxurrada de reflexões acometida por uma bobagem qualquer. Foi assim com Paulo Mendes Campos ao topar com três jovenzinhas de 15 anos recém-conquistados, ou quase. “Três garotas fazendo primavera no verão”, cada qual com os olhos de uma cor – Verde, azul, castanho.

OS OLHOS “ARCAICOS” DO CRONISTA, que superava em idade a soma das três parcelas, enxergaram a beleza sublime da juventude das meninas que “falavam aos pouquinhos como quem toma milk-shake” e, “com os olhos, iam entendendo a novidade engraçadíssima do universo”. Por contraste, ele era “velho e profundo como um polvo”, um “caranguejo agarrado ao chão de mares silentes”, ou ainda um “fatigado abutre de grotões desolados”. Uma porção de bichos feios que não dão boa poesia.

Elas, joviais, eram três passarinhos “irradiando luzes”. Paradas, sem fazer nada, desvelaram no escritor uma epifania – “de repente, como a salvação”. Polvo, caranguejo ou abutre, o cronista abraçava a beleza de seu deserto de meia-idade.

Resistir à passagem do tempo é inútil, sabemos. O melhor é aceitá-la com serenidade. Afinal, “se não é desejável, a velhice é fatal”. E a única alternativa é sinistra, disse Otto Lara Resende em Vigor e sabedoria. Ao comentar a crescente expectativa de vida naquele Brasil de 1992, o cronista deixou uma recomendação que, ao que parece, sobreviveu três décadas intacta: “O jovem país de jovens ficou para trás. Então vamos juntar o vigor da mocidade com a sabedoria da velhice. E tocar o país para frente. Ao futuro!”.

Mas há quem se queixasse desse vigor jovial, como alguns dos espectadores do Cinema ao ar livre na Ilha do Governador, que rodava filmes em sequência até tarde da noite. A praça Djalma Dutra (hoje Iaiá Garcia) era tomada por todo tipo de gente, sobretudo os jovens – que, “por demais fiscalizados em casa”, procuravam aplacar as ansiedades do corpo e da mente.

Para Rachel de Queiroz, no entanto, observadora alerta, o verdadeiro espetáculo daquelas sessões estava mesmo na plateia, não na tela. Espalhados pela praça, os jovens formavam casais que liquidavam ciúmes, ajustavam contas, rompiam e reatavam à vista de todos. Mas tudo muito respeitosamente, diz a cronista. Diferente dos namorados escandalosos do Rio de Janeiro, na Ilha os jovens “amam devagar, com compostura; talvez achem que aqui o céu é perto e não adianta agonia”.

Tivesse tido um cinema desses por perto, quem sabe a juventude de José Carlos Oliveira não fosse um pouco mais leve. Dividindo um quarto de pensão no bairro da Glória, o escriba frustrado “interrogava incessantemente” seu coração em busca de uma verdade absoluta que se desdobrasse, quem sabe, no grande romance do século.

Seu colega era um “poeta desesperado” que, embora não seja nomeado, atendia por José Ribamar Ferreira, o Gullar, e também estava em busca das palavras perfeitas. Enfurecidos “pela lentidão da aventura interior” daquele quarto cheio de livros e insetos, viviam com “os olhos inflamados de tanto não ter nada para fazer”. À caça de inspiração, o jeito era ir ao cemitério.

Numa dessas situações que só a juventude pode achar razoável, os aspirantes compraram um buquê de flores e, em “silêncio vegetal”, caminharam entre as sepulturas. Incapazes de escolher o morto que receberia a oferenda, sentaram-se num degrau. Foi quando despontou um carro fúnebre, do qual desceram dois homens: o coveiro, descalço, carregando um pequeno caixão azul, e o “parente do defunto”.

O coveiro foi na frente e “o homem taciturno caminhava atrás dele com o chapéu na mão”. Sem pensar, os colegas de quarto aderiram ao cortejo mínimo e, no momento derradeiro, lançaram aquelas “flores compradas para ninguém” junto à terra que o coveiro despejava.

O pai do morto encarou os Farsantes no cemitério com rancor, em silêncio. Antes de partir, ele olhou novamente a sepultura e os dois rapazes, “cujos rostos eram duros e áridos” como sua “experiência existencial”. Sem se dar conta de que já tinham encontrado o que procuravam, os jovens voltaram a se sentar, à espera de outro morto. “Mas a noite desceu e não veio ninguém.”

Guilherme Tauil é cronista do Portal da Crônica Brasileira

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Categoria(s): Crônica
domingo - 23/01/2022 - 07:20h

O penalista clássico

Por Marcelo Alves

O direito penal, pelo menos o direito penal que hoje conhecemos, dito “humanitário”, é decorrência de um dos momentos estelares do entendimento humano, que nos acostumamos a chamar de Iluminismo. Tendo a França como centro de difusão, o mundo conheceu as ideias de Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1788), Rousseau (1712-1778) e dos enciclopedistas Diderot (1713-1784) e d’Alembert (1717-1783).tortura, idade média, execução, A coisa espalhou-se pela Europa e foi bater no Novo Mundo, fomentando vários iluminismos. E, claro, teve lugar na Itália, com Cesare Beccaria (1738-1794), sobretudo com a famosa obra “Dei delitti e delle pene” (1764), na qual o marquês, pioneiramente, entre outras coisas, se bate contra os processos criminais secretos, a tortura como meio de se obter prova, a pena de morte e outras barbaridades, tão comuns à mentalidade de então.

Cronologicamente falando, a filosofia de Beccaria insere-se em uma linha de pensamento que, passando por grandes reformistas como Jeremy Bentham (1748-1832) e Michel Foucault (1926-1984), vem dar no nosso século XXI.

Por coincidência ou não, é na Itália que surge a primeira escola do direito penal. Pelo menos assim a história convencionalmente registra. A Escola Penal Clássica, cujo principal nome, o seu grande consolidador, foi Francesco Carrara (1805-1888).

Francesco Carrara nasceu na antiquíssima Lucca, na Toscana. E cresceu muito na vida. Foi catedrático de direito penal na Universidade de Pisa, deputado, senador e militou contra a pena de morte. Para ele, o fundamental era punir adequadamente quem infringisse deliberadamente as normas objetivamente postas. Como anota Paulo Jorge Lima (no seu “Dicionário de filosofia do direito”, publicado pela editora Sugestões Literárias em 1968), “Carrara tratou de todos os assuntos do Direito Penal, considerando este como uma ciência estritamente jurídica. Entre os seus numerosos escritos sobre a matéria destacam-se os intitulados: Programa del Corso di Diritto Criminale (1963) e Opuscoli di Diritto Criminale (1874), que exerceram grande influência não apenas na Itália mas em outros países.

Nas duas referidas obras fundamentais sistematizou todas as normas doutrinárias da chamada Escola Clássica do Direito Penal, proclamando como princípio básico da sua doutrina que os delitos não podem ser considerados como fatos, mas sim como entidades jurídicas. Repelia, porém, a ideia jusnaturalista da justiça absoluta, entendendo que o direito de punir não encontrava a sua legitimidade apenas num princípio de justiça, mas também na tutela jurídica exercida pelo Estado, na necessidade de defesa da sociedade”. Carrara tornou-se um clássico (desculpem o trocadilho) não só na Itália, mas também mundo afora, com imensa validade até os dias de hoje.

JOSÉ GERALDO DA SILVA, em seu “Teoria do crime” (Bookseller, 1999), resume bem os postulados da Escola Clássica, que são: “1. O livre-arbítrio do homem em conduzir suas ações para a prática de um delito (decisão); 2. O crime é visto como entidade jurídica, isto é, decorrente de uma definição em lei; 3. A responsabilidade moral do homem o responsabiliza penalmente por todos os atos ilícitos praticados, uma vez que o homem possui livre-arbítrio em todas as suas decisões; 4. A pena era vista como retribuição jurídica em resposta ao crime”.

Acho que a principal sacada de Carrara (e dos clássicos, por tabela) é a visão do crime como entidade jurídica. Crime é o que está na lei como assim sendo. Sem achismos. Sem mais pruridos morais. Essa legalidade ou “reserva legal” (e seus consectários, por óbvio) é, para mim, tudo ou, pelo menos, muitíssimo.

De toda sorte, os postulados da escola clássica não estão imunes a críticas. A ênfase, quase exclusividade, na retribuição – ao crime cometido pelo indivíduo, ao dano que ele causou ao romper o “contrato social”, ao adotar comportamento vedado por lei e ofender outros membros da comunidade – como finalidade da pena é um desses pontos atacados. Estou certo de que a pena tem outras finalidades.

E, como aduz Antonio Padoa Schioppa (em “História do direito na Europa: da Idade Média à Idade Contemporânea”, WMF Martins Fontes, 2014), logo na Itália, no final do século XIX, “à Escola Clássica dos alunos de Francesco Carrara e de seus seguidores se contrapôs uma orientação diferente que assumiu o nome de Escola Positiva”. Mas isso é outra história.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
domingo - 23/01/2022 - 04:10h

Poeticidade

marcos-ferreira-jan22 - Papangu na rede - Ilustração para crônicaPor Marcos Ferreira

Busco nas cerdas invisíveis do vento uma suave escova que deslize sobre meus cabelos despenteados. Hoje estou carente desses afagos imateriais. Quero o beijo da aragem. Deixo-me estar à janela de minha alma, com vista para a rua de pedras e areia trazida pelas chuvas. Há estrelas cintilando no céu, grilos e sapos executam suas típicas sinfonias nos escaninhos da noite. Alguns audazes morcegos, como pequenos aviões de caça furtivos, cortam os ares arrojadamente.

O rock metálico do trânsito indica que as pessoas têm pressa de viver. Sim, a vida pulsa sobre o paralelepípedo e nos corações, apesar desse desgoverno nefasto que atua em desfavor dos pobres, da maldade de sua política contra a mesa e o prato dos brasileiros. Meu povo, neste Brasil e cidade, come lagartos, carcaças, cartilagens, e cerca caminhões de lixo à procura de comida.

Estou sempre sujeito (quem não está?) às influências do meio. Ou, para ser mais preciso, às influências do inteiro, do completo, do geral. Da vida, do mundo, enfim. Exatamente. Sou, como todos somos, influenciável. Embora algumas vezes eu também exerça alguma influência sobre terceiros. Basta uma lua obesa no céu, como aquela que ora contemplo, para a minha alma de poeta suburbano pensar num verso estratosférico, numa estrofe e rimas de brilho emprestado.

A vegetação nos campos, como em toda parte, após muito tempo trajando o grave cinza da estiagem, cobriu-se de verde. O útero do solo voltou a ser fecundado e a procriar com o milagre da água que o céu tem vertido sobre nós. Que importa que os enxames de muriçocas estejam de volta com redobrado apetite por sangue? Isso, diante do benefício do inverno, é café pequeno.

Entretanto, por característica desta região semiárida, o astro-rei continua dando as cartas. Predomina na maior parte do tempo. Em Mossoró ninguém morre de hipotermia. Não há qualquer dificuldade, por exemplo, para secagem de roupas expostas nos varais. Desde os tecidos mais leves aos mais pesados, tudo fica sequinho em minutos. Mofo?! Nada de mofo! A umidade relativa do ar está quase ao nível dos nossos pés. Aqui se frita, como se diz, ovo no asfalto.

A máquina fotográfica de um relâmpago iluminou momentaneamente o quintal. Esperei por um trovão, mas ele não veio. Talvez tenha preferido não interromper a cantoria dos sapos e grilos. Sem pudor, um gato e uma gata se amam em algum terreno ou telhado próximo. Discrição nunca foi o ponto forte desses adoráveis seres de patinhas acolchoadas. Circula um vento úmido.

Apesar das chuvas, ainda não há fartura. Nem sei se haverá. Não para as pessoas humildes. Muitas continuam nos semáforos exibindo cartazes pungentes, pedidos de socorro. São indivíduos que não têm o que comer. Outros não têm o que vestir nem onde morar. Fala-se muito na fartura dos grandes empresários agrícolas, porém essa riqueza toda é somente para eles próprios. Vai tudo para os bolsos deles, cuja maioria parece incapaz de oferecer um pão a um doido.

Bom, hoje não quero me alongar. Vim apenas dizer, entre outras coisas, que uma orquestra de sapos e grilos cantadores, além de uma constelação intermitente de vaga-lumes, trouxe um pouco mais de poesia para estas minhas horas de ócio criativo. Deixo à margem, em prol do lirismo, a horrenda metáfora da fome representada por tanta gente podre de rica, mas miserável de espírito.

Nós até resistimos, damos voltas no corpo, suportamos uma vida sem pão, sem teto e sem outras dignidades que nos negam e furtam, entretanto creio que a gota d’água de nossa existência será o dia em que nos faltar poesia. Porque poesia é a chama, é a força que nos faz resistir e lutar por dias melhores, é o nosso talento e pendor para a superação, mesmo perseguidos por inúmeras adversidades e privações. Poesia é a nossa coragem para sorrir na cara da tristeza.

Portanto, que nunca nos falte poesia. Coisa esta que não representa meramente uma composição em versos, mas a graça, o encantamento que estar vivo deve significar. Daí advém a poesia escrita, que é o retrato literal da humanidade e do mundo. Se esses sapos e grilos cantantes, além dos morcegos nos seus voos acrobáticos, se tudo isso não for poesia, então não sei o que é poesia.

Marcos Ferreira é escritor

*Texto originalmente publicado na revista Papangu na Rede.

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sábado - 22/01/2022 - 23:59h

Pensando bem…

“Se você não puder apreciar a sua própria companhia, quem mais vai apreciá-la?”

Osho

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  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
sábado - 22/01/2022 - 23:52h
Justiça Eleitoral

TRE estabelece retorno ao trabalho remoto devido pandemia

Desembargadores Gilson Barbosa e Cláudio Santos assinam portaria (Fotos: TRE/RN)

Desembargadores Gilson Barbosa e Cláudio Santos assinam portaria (Fotos: TRE/RN)

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) estabeleceu o retorno dos seus servidores ao trabalho remoto, em virtude do aumento de casos de Covid-19 e o surto de síndrome gripal registrados no Estado. A alteração do regime de trabalho será publicada no Diário da Justiça Eletrônico da segunda-feira (24).

Haverá veiculação da Portaria Conjunta Pres/CRE nº 01, assinada pelo presidente do TRE-RN, desembargador Gilson Barbosa, e pelo Corregedor Geral Eleitoral, desembargador Claudio Santos.

A medida leva em consideração o aumento de casos de Covid-19 e o surto de síndrome gripal, bem como a elevada procura para atendimento nas unidades de saúde e hospitais das redes pública e privada. A retomada do trabalho remoto no âmbito da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte ocorrerá a partir do dia 24 de janeiro de 2022.

Atendimento Título Net

O atendimento presencial ao público externo está suspenso até o dia 04 de março de 2022. O retorno às atividades presenciais nas dependências da Secretaria e Zonas Eleitorais do TRE-RN está prevista para acontecer no dia 07 de março de 2022.

A população pode acessar os serviços da Justiça Eleitoral no Sistema Título Net (//cad-app-titulonet.tse.jus.br/titulonet/novoRequerimento). Outros serviços podem ser requeridos através dos e-mails das Zonas Eleitorais, disponíveis no site do TRE-RN (//www.tre-rn.jus.br/o-tre/zonas-eleitorais/enderecos-eletronicos).

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público
sábado - 22/01/2022 - 23:46h
Parceria

Turismo do RN trabalha projeção de imagem no mercado europeu

360o-travel-company-tourisme-pro-centre-3556790-5O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Empresa Potiguar de Promoção Turística (EMPROTUR), deu início à parceria com a operadora de viagens Logitravel Group, que atua no mercado europeu desde 2004 e é líder de vendas online.

Em encontro durante a Feira de Turismo de Madrid (FITUR), essa semana, a secretária de Turismo do RN Aninha Costa, e a diretora-adjunta da Logitravel Group, Mariana Silvério Duque, firmaram oficialmente o acordo para inicio das ações promocionais.

Estratégias

A colaboração se dará por meio da criação de campanha de marketing digital, com ativação em mídias on e off. Peças fomentadoras dos principais destinos do estado e ação com influenciadores digitais também estão presentes no plano de ação, que busca alavancar a procura pelo RN internacionalmente, colaborando com a retomada e a performance de vendas das cias aéreas, hotelaria e demais serviços de turismo.

“Estamos animados para iniciar essa parceria com a Emprotur e com ela posicionar o Estado do Rio Grande do Norte aqui no mercado espanhol, um destino brasileiro paradisíaco e com uma vasta diversidade de segmentos e atrativos turísticos”, destacou a diretora-adjunta da Logitravel, Mariana Silvério Duque.

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Categoria(s): Administração Pública / Economia
  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
sábado - 22/01/2022 - 23:28h
Ingresso Solidário

Potiguar faz doações à Liga contra Câncer e Amantino Câmara

Representantes do Potiguar fizeram entrega de mantimentos a entidades (Foto: Potiguar)

Representantes do Potiguar fizeram entrega de mantimentos a entidades (Foto: Potiguar)

O Potiguar entregou, à Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) e ao Instituto Amantino Câmara, cestas básicas arrecadadas pelo clube nos confrontos contra Santa Cruz e Assu, no Campeonato Estadual 2022. Foi através do programa denominado Ingresso Solidário.

Os mantimentos foram entregues neste sábado, 22 de janeiro.

A ação coletiva contou com os atletas Carlos Alberto, Paulo César e Ramon, além do gerente de futebol, Zezinho Mossoró.

O Clube divulgou a mobilização em suas redes sociais, além de agradecer o torcedor que participou da doação, através do Ingresso Solidário.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – Bravo. Um golaço. Iniciativa que deve ser a verdadeira política do clube, que fortalece sua marca, imagem social e estimula gestos semelhantes.

Os alimentos arrecadados no duelo contra Força e Luz, neste domingo (23), às 17h, serão doados à instituição Dom de Amar. A Dom de Amar está realizando, também, uma campanha de arrecadação de cobertor para pessoas em situação de rua. Faça parte!

Com informações do A.C.D Potiguar.

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Categoria(s): Esporte / Gerais
sábado - 22/01/2022 - 22:44h
Prevenção

Protejam nossas crianças

Síndromes gripais - conselhosVeja uma série de orientações à proteção de nossas crianças, nesse período de surto de síndromes gripais.

Façamos nossa parte.

*Extraído das plataformas virtuais de Soraya Vieira.

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Categoria(s): Gerais / Saúde
  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
sábado - 22/01/2022 - 19:20h
92 anos

Dia de comemorarmos a vida de padre Sátiro

Sátiro, uma luz na vida de gerações (Foto: reprodução)

Sátiro, uma luz na vida de gerações (Foto: reprodução)

Hoje, sábado (22), é dia de comemorarmos 0s 92 anos de vida do padre Sátiro Cavalcanti Dantas.

O professor, o sacerdote, o diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL), uma luz na na trajetória da Universidade do Estado do RN (UERN) e da Faculdade Católica do RN, além de tantas outras iniciativas voltadas à sociedade.

A quem conheci, eu menino na Capela de São Vicente, acompanhando suas pregações.

Alguns anos depois, de outra forma e bem mais próximo, nos escaninhos do jornal Gazeta do Oeste, onde atuei por cerca de 9 anos.

De lá para cá, a amizade e a oportunidade de sempre desfrutar de sua inteligência, bom humor e contribuição à minha vida, de várias formas. Todas marcadas pela generosidade, desprendimento e sinceridade.

Parabéns, meu querido. Saúde e paz.

P.S – Quem escreveu uma crônica muito interessante sobre Sátiro foi o comunicador Gilson Cardoso. Merece ser lida. Veja AQUI.

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Categoria(s): Crônica
sábado - 22/01/2022 - 11:52h
Allyson Bezerra

Prefeito recebe dose de reforço contra Covid-19 e defende vacinação

Prefeito recebeu vacina em UBS do Santo Antônio (Foto: cedida)

Prefeito recebeu vacina em UBS do Santo Antônio (Foto: cedida)

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), de Mossoró, tomou sua terceira dose de vacina contra a Covid-19.

Foi nesse sábado (22), às 10h, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Chico Costa, ao lado da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Santo Antônio.

“Essa dose de reforço é muito importante”, salientou. ”

Ao mesmo tempo, peço aos mossoroenses que ainda não se vacinaram, que o façam. Se você conhece alguém na vizinhança, na família, no trabalho, no círculo de amizades, que ainda não tenha se vacinado, o alerte e mostre como é imprescindível à sua saúde e de todos nós, a vacinação”, comentou.

A segunda dose ele tinha recebido dia 25 de setembro do ano passado e a primeira dia no dia 29 de julho, do mesmo ano.

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Categoria(s): Administração Pública / Política / Saúde
  • Art&C - PMM - Junho de 2025 - 03-06-2025
sábado - 22/01/2022 - 09:30h
Saiba

Devo vacinar meu filho contra Covid-19?

O médico cardiologista, músico e escritor João Paulo Gurgel de Medeiros posta em sua página no Instagram, um ponto de vista com lastro científico, em que procura responder a uma pergunta que virou algo pertinente, nesses tempos de pandemia e surto de síndromes gripais: “Devo vacinar meu filho contra Covid-19?”Devo vacinar meu filho contra a Covid-19 - Dr. João Paulo Medeiros

Leia:

Desde o dia 16 de dezembro de 2021, a Agência Nacional autorizou a vacina Comirnaty® (Pfizer/BioNTech) para crianças de 5 a 11 anos de idade. Registrada no Brasil em 23 de fevereiro de 2021, a vacina foi autorizada para a faixa etária dos 12 aos 16 anos em junho do referido ano. Você está em dúvida se irá vacinar os seus filhos?

No ano de 2020, houve 1.203 mortes por complicações relacionadas à Covid-19 em pacientes com até 19 anos, sendo mais da metade delas na faixa etária dos 6 aos 19 anos. Em 2021, houve aumento para 1.422 óbitos na mesma faixa etária (quase 4 mortes por dia), sendo mais da metade também dos 6 aos 19 anos. Houve, portanto, um incremento no número de mortos entre os bebês, crianças e adolescentes.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, com o mesmo entendimento das mais importantes comunidades científicas do mundo, e tendo como base a Literatura Científica, favorável aos benefícios da vacina, defende e apoia a vacinação na faixa etária dos 5 aos 11 anos. A eficácia em crianças foi de 90,7%, o que provavelmente irá reduzir, nelas, as internações e mortes por Covid-19 e SIM-P (Síndrome Inflamatória Multisisstêmica Pediátrica) pós Covid-19. Este benefício já foi demonstrado em adolescentes.

Os efeitos colaterais mais frequentes da vacina em crianças são dor no local da injeção (70%), sensação de cansaço e moleza (40%) e dor de cabeça (28%). O risco de desenvolver miocardite pela vacina é vinte vezes MENOR do que o risco de desenvolver miocardite durante a Covid-19.

Vivemos em uma época em que as informações seguem de forma deturpada e sem uma adequada checagem da realidade dos fatos. Assim, é esperado que haja tanta inconsistência em notícias diversas propagadas rapidamente pelos meios digitais. O movimento antivacina não é novo. Na página da BBC, há um bom texto sobre o assunto: “Da varíola à covid-19, a história dos movimentos antivacina pelo mundo”, por George Erman.

Esta postagem não tem nenhum caráter especulativo. É necessário que se coloque claramente que, se há dúvida quanto a vacinar ou não os seus filhos, o conjunto dos dados científicos indica: os benefícios da vacinação superam, e muito, os possíveis (e muito pouco prováveis) malefícios.

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Categoria(s): Opinião / Saúde
sexta-feira - 21/01/2022 - 23:59h

Pensando bem…

“A inspiração que você procura já está dentro de você. Fique em silêncio e escute.”

Rumi

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