terça-feira - 09/12/2025 - 11:14h
Assembleia Legislativa

Comissão de Saúde zera pauta e presidente Cristiane Dantas faz balanço

Deputados Kerginaldo, Terezinha, Cristiane e Bernardo: Comissão de Saúde (Foto: Eduardo Maia)

Deputados Kerginaldo, Terezinha, Cristiane e Bernardo: Comissão de Saúde (Foto: Eduardo Maia)

A deputada Cristiane Dantas (SDD), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), apresentou na manhã desta terça-feira (9) um relatório das ações desenvolvidas pelo colegiado em 2025. De acordo com os dados, o atual ano legislativo foi um dos mais ativos da comissão, com crescimento expressivo em todas as frentes de atuação.

Ao longo do período, foram realizadas 15 reuniões — 14 ordinárias e uma extraordinária — mais que o dobro do ano anterior. Também houve aumento relevante na análise de matérias: 67 projetos de lei foram apreciados, número três vezes maior que o registrado em 2024. O relatório destaca ainda 13 ações externas, entre fiscalizações em hospitais, reuniões técnicas e participações em eventos.

“Encerramos as atividades de 2025 desta comissão com um balanço positivo, onde mais do que cobrar ações, apresentamos alternativas ao governo para levar melhorias ao serviço de saúde pública”, afirmou a deputada. Cristiane Dantas agradeceu aos colegas e membros da comissão, os deputados Dr. Bernardo (PSDB), Dr. Kerginaldo (PL), Galeno Torquato (PSDB) e Terezinha Maia (PL) e aos servidores que assessoram a comissão.

Entre as principais inspeções ao longo do ano, constam problemas estruturais e de abastecimento em unidades como o Hospital Maria Alice Fernandes, o Hospital Walfredo Gurgel, o Hospital Telecila Freitas e o Hospital João Machado.

“Fiscaliza Saúde”

A presidente também ressaltou a realização de audiências públicas sobre temas sensíveis, como a retenção de macas e as demandas reprimidas na regulação de pacientes. Diversos ofícios foram enviados cobrando soluções para desabastecimentos, falta de profissionais e esclarecimentos sobre recursos estaduais destinados à saúde — muitos deles sem resposta da gestão.

O relatório aponta ainda como um grande avanço do ano a aprovação, na comissão, do projeto que cria o programa “Fiscaliza Saúde”, de autoria do deputado Luiz Eduardo (SDD). O canal permitirá que qualquer cidadão envie denúncias diretamente ao Legislativo, fortalecendo o controle social e ampliando a capacidade de resposta da comissão.

Para Cristiane Dantas, a atuação de 2025 marcou uma expansão decisiva. “Crescemos, fiscalizamos e ampliamos nossa presença, com o ‘Fiscaliza Saúde’, teremos informações reais para dar respostas mais rápidas à população”, afirmou.

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terça-feira - 09/12/2025 - 09:44h
Estudos mostram:

Checar celular dezenas de vezes vira problema de saúde

Vídeo tem efeitos comparados à droga ilícita e álcool (Arte ilustrativa com recursos de IA para o BCS)

Vídeo tem efeitos comparados à droga ilícita e álcool (Arte ilustrativa com recursos de IA para o BCS)

Checar o celular virou reflexo automático e estudos mostram o tamanho do impacto negativo, desse hábito, para o cérebro. Os problemas podem afetar memória e concentração, por exemplo.

Pesquisas das universidades de Nottingham Trent e Keimyung identificaram que verificar o smartphone cerca de 110 vezes por dia já indica risco elevado de definir esse quadro como de “uso problemático.”

Em oito anos de estudos, participantes desbloqueavam o aparelho de 50 a mais de 100 vezes por dia, muitas vezes a cada 10 ou 20 minutos.

O celular ativa os mesmos circuitos de recompensa que drogas ilícitas e álcool, criando ciclos compulsivos e até sintomas de abstinência, quando estamos longe dele.

Ainda assim, a maioria acredita que checa o celular apenas dez vezes por dia.

A frequência das interrupções importa mais do que o tempo total de tela.

Pesquisadores de Singapura mostram que micro-checagens constantes geram lapsos de atenção e memória, reduzem a capacidade de foco e aumentam a sobrecarga cognitiva. No trabalho, após cada interrupção, o cérebro pode levar mais de 25 minutos para recuperar o ritmo.

Estudos alemães da Universidade de Heidelberg revelam que apenas 72 horas sem smartphone já começam a reorganizar os circuitos de recompensa, reduzindo os hábitos nocivos.

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Com informações da página Futuro dos Negócios.

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terça-feira - 09/12/2025 - 08:00h
Legislativo

Verba indenizatória de vereador fica mais rígida para evitar desvios

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A Câmara Municipal de Natal atualizou as regras da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar Municipal (CEAPM), a verba indenizatória, com a aprovação da Lei nº 8.009/2025, sancionada em dezembro pelo prefeito Paulinho Freire (UB). A reformulação foi conduzida pelo próprio Legislativo, em cumprimento ao Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado com o Ministério Público de Contas (MPC/RN) e homologado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN).

O TAG teve origem em análises técnicas do MPC/RN que identificaram lacunas como critérios imprecisos, limites pouco definidos e falhas de transparência que dificultavam a atuação da Controladoria da Câmara e comprometiam a segurança na aplicação de recursos públicos.

Mudanças

A nova lei estabelece limite mensal de R$ 22 mil, cria tetos por tipo de despesa e define de forma expressa o que pode ou não ser ressarcido. Passam a ser proibidos gastos com publicidade sem caráter educativo, locação de imóveis, manutenção de veículos, consultorias sem justificativa técnica, passagens sem autorização prévia e contratos com empresas ou pessoas vinculadas a parlamentares ou servidores. O caso da vereadora Brisa Bracchi (PT), que responde a processo que pode cassá-la, concorreu para maior rigidez da verba indenizatória.

Também foi criado o Núcleo da Verba Indenizatória (NVI), formado majoritariamente por servidores efetivos, responsável pela análise técnica de todos os processos. Os pagamentos só ocorrerão após parecer conclusivo do NVI e manifestação da Controladoria, padronizando procedimentos e fortalecendo o controle interno.

O caso da vereadora Brisa Bracchi (PT), que responde a processo interno que pode cassá-la, concorreu para maior rigidez da verba indenizatória. Ela teria utilizado recursos públicos para financiamento de evento de apelo político-partidário (veja AQUI).

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terça-feira - 09/12/2025 - 07:22h
Sucessão presidencial

Centrão resiste ao nome de Flávio; Tarcísio é opção mais forte

Flávio foi ungido "em casa" e Tarcísio corre por fora, com maior preferência (Fotos: Saulo Cruz/Ag. Senado e Paulo Guereta/Gov. SP)

Flávio foi ungido “em casa” e Tarcísio corre por fora, com maior preferência (Fotos: Saulo Cruz/Ag. Senado e Paulo Guereta/Gov. SP)

Do Canal Meio e outras fontes

Decidida de forma isolada dentro da superintendência da Polícia Federal em Brasília, a candidatura presidencial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) enfrenta isolamento fora das acomodações em que o pai está preso. O Centrão, que deu sustentação política ao governo de Jair Bolsonaro, resiste a apoiar a iniciativa do clã, avaliando que Flávio não seria capaz de unir a oposição contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de apresentar forte rejeição nas pesquisas de intenção de voto.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que comandou a Casa Civil no governo Bolsonaro, afirmou que os nomes competitivos para a direita são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Cria do bolsonarismo, Tarcísio saiu pela tangente, dizendo apoiar o senador fluminense, mas avaliando que “ainda é cedo” para a direita escolher seu candidato. (Globo)

Enquanto isso… O senador/candidato recuou do recuo. Nesta segunda-feira, menos de 24 horas depois de dizer que poderia desistir da disputa “por um preço” (a anistia e revogação da inelegibilidade de seu pai), mudou de ideia. “É irreversível. Minha candidatura não está à venda”, disse. Flávio também afirmou que seu sobrenome lhe dá vantagem em relação ao governador Tarcísio de Freitas. No meio político, o movimento reforçou a percepção de que Tarcísio segue sem autonomia e não controla o próprio destino, conta Mônica Bergamo. Para dirigentes de diferentes partidos, a movimentação expôs que ele continua submetido às decisões da família do ex-presidente. (Folha)

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei da Dosimetria, afirmou que seu parecer não incluirá qualquer forma de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro ou a investigados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. Segundo Paulinho, a pressão por uma anistia ampla voltou a crescer dentro da oposição após o lançamento da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República. “O pessoal do PL voltou a falar nessa história de anistia. Desde o início eu estou dizendo que não tem nenhuma possibilidade de ter anistia no meu relatório”, declarou o deputado em vídeo divulgado nas redes sociais. (Metrópoles)

Dora Kramer: “Se insensatez e afobação fossem fatores primordiais na escala do eleitorado para a escolha de governantes, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) poderia se considerar eleito presidente”. (Folha)

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terça-feira - 09/12/2025 - 06:30h
Destaque

Aluna de Jornalismo da Uern é finalista em edital de Jornalismo Globo

Iasmin está entre os 15 nomes finalistas (Foto: Uern)

Iasmin Cardoso está entre os 15 nomes finalistas (Foto: Uern)

A estudante de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e estagiária da Agência de Comunicação (Agecom/Uern), Iasmin Cardoso, é uma das finalistas do 2º Edital Academia LED – Jornalismo Globo na Universidade. Ao todo, foram 15 finalistas de toda a região Nordeste.

Com o tema ‘Inovação nas cidades: Onde o Nordeste se reinventa’, o projeto busca inspirar jovens universitários a desenvolver projetos jornalísticos que revelem o Nordeste como território de inovação, criatividade e transformação.
Nesta etapa, foram avaliados cada projeto com base nos critérios estabelecidos no Edital, reforçando o compromisso com a inovação, a criatividade e a relevância para o futuro do jornalismo.

Para a estudante Iasmin Cardoso, este resultado é bastante gratificante. “Posso dizer que é um dos meus sonhos que está se realizando. A semana foi de muita ansiedade e agora mais ainda porque vai sair o resultado da terceira e última fase, que vai começar dia 12 de dezembro”, revela.

Nesta fase, o finalista irão passar por entrevistas on-line junto com a equipe da Globo para discutir os projetos de documentário e reportagens. O resultado dessa última fase será no dia 15 de dezembro, onde os selecionados terão uma semana de imersão no Rio de Janeiro (RJ) nos estúdios da Globo, e também serão financiados com R$ 10 mil para a produção de suas reportagens.

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terça-feira - 09/12/2025 - 05:24h
Economia

Porto de Natal registra maior movimentação de novembro em três anos

Porto de Natal é pequeno, sofre assoreamento e enfrenta outros problemas (Foto: Canindé Soares)

Porto de Natal movimentou 68.777 toneladas; crescimento de 19,63% (Foto: Canindé Soares/Arquivo)

O Porto de Natal, administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN), alcançou um novo recorde e registrou o melhor mês de novembro em movimentação portuária dos últimos três anos.

Em novembro de 2025, foram movimentadas 68.777 toneladas, o que representa um crescimento de 19,63% em relação às 57.492 toneladas registradas no mesmo mês de 2024.

O desempenho reforça a retomada do protagonismo do Porto de Natal, que vem recuperando seus indicadores após um período de desafios operacionais, logísticos e conjunturais.

Segundo o diretor-presidente da Codern, Paulo Henrique Macedo, o resultado demonstra o impacto das ações implementadas para fortalecer a eficiência e a competitividade do porto:

“Este crescimento é reflexo direto do trabalho integrado de modernização da infraestrutura, melhoria dos processos operacionais, esforço dos trabalhadores e aproximação com os usuários e operadores portuários. O Porto de Natal está retomando seu papel estratégico para a economia potiguar, e os números de novembro mostram que estamos no caminho certo.”

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segunda-feira - 08/12/2025 - 23:50h

Pensando bem…

“Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer.”

Carlinhos Madureira / Gilson Bernini / Xande de Pilares

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segunda-feira - 08/12/2025 - 17:26h
Reação

Servidores efetivos ligados ao setor de licitação entregam documentos

Servidores apresentaram documentação; setores da oposição colocam em dúvida postura deles (Foto: CMM)

Servidores apresentaram documentação; setores da oposição colocam em dúvida postura deles (Foto: CMM)

Servidores da Prefeitura de Mossoró que atuam no setor de Licitação da Secretaria Municipal de Administração estiveram na manhã desta segunda-feira (8), na Câmara Municipal. Entregaram documentação referente ao processo licitatório do Estação Natal 2025. Trata-se de servidores concursados e efetivos, guardas municipais com cerca de 15 anos de serviço público, que atualmente integram o setor de licitação do Município.

A comissão esteve acompanhada pela secretária de Administração, Luana Lima, pelo secretário de Serviços Urbanos, Miguel Rogério, e pelo secretário de Governo, Rodrigo Forte. A entrega foi feita diretamente ao presidente da Casa Legislativa, Genilson Alves (UB).

Durante a apresentação dos documentos, os servidores destacaram a lisura do processo e o resultado positivo alcançado neste ano: um desconto de 33,7%, representando um valor de R$ 1.375.669,42 milhão. Eles colocaram-se à disposição de qualquer diálogo sobre o tema, porque setores da oposição resolveram pregar que há distorção de números e irregularidades, deixando eles como suspeitos.

A licitação, conduzida integralmente de forma eletrônica, contou com a participação de 14 empresas, garantindo ampla concorrência e competitividade.

Todo o procedimento segue rigorosamente a Lei nº 14.133/2021, que determina que as atividades de licitação devem ser conduzidas por servidores efetivos. Em Mossoró, o setor é composto por profissionais de carreira.

O modelo eletrônico adotado pelo Município fortalece a transparência: o sistema não exibe os nomes das empresas durante a fase de lances, impedindo qualquer influência externa.

Assim, nem a Prefeitura nem as próprias concorrentes sabem com quem estão disputando até o encerramento da etapa de lances, quando o sistema finalmente revela os participantes.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
segunda-feira - 08/12/2025 - 16:36h
Natal

Congresso Internacional de Direitos Humanos começa nessa terça-feira

Banner de divulgação

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Nessa terça-feira (9/12), a cidade de Natal vai receber o I Congresso Internacional de Direitos Humanos (CINDIH). A iniciativa é promovida pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), e tem como tema “Educação em Direitos Humanos e vulnerabilidades nas democracias contemporâneas”.

Dois outros eventos serão realizados paralelamente ao Congresso Internacional de Direitos Humanos: o 4º Seminário de Educação em Direitos Humanos (SEDIH) do IFRN e o 2º Colóquio de Teoria Social, Estado e Sociedade (Cotes), organizado por membros do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Pororoca Social, da UFRN. Também ocorrerá a reunião local do Fórum de Universidades pela Paz (Foup) e a 2ª Formação em Liderança Feminina, promovida pela Diretoria de Gestão de Pessoas (DIGPE) do IFRN.

O evento terá momentos culturais, painéis, exibição audiovisual, palestras, exposições e debates, e a programação completa pode ser acessada na página do evento.

O evento contará com a presença de 890 pessoas de diversas nacionalidades, e segue até o dia 12 de dezembro, com programação nos campi Natal-Central e Natal-Zona Leste do IFRN e no Campus Central da UFRN. No primeiro dia de Cindih, parte dos Grupos de Trabalho irão se apresentar, e debaterão sobre Inclusão no Ensino Superior e na Educação Profissional; Direitos Humanos, Corpo e Saúde; Educação para a Paz e autoritarismos e outras temáticas abrangentes dos Direitos Humanos.

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segunda-feira - 08/12/2025 - 14:48h
Calote

Gestão estadual deixa de repassar quase R$ 11 milhões a Mossoró

Governo do RN segura recursos do Fundeb, multas de trânsito e ICMS à Prefeitura de Mossoró

Há duas semanas o Governo do Estado não repassa recursos obrigatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e das multas de trânsito. “Dinheiro que é do povo e é fundamental pro funcionamento do município”.

Quem registra esse sério problema é o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (UB), em vídeo postado em suas redes sociais nesta segunda-feira (08).

“São mais de R$ 10,8 milhões que não foram repassados e que fazem falta pra pagar os professores, manter os serviços e seguir com os compromissos da Prefeitura em dia. Esses recursos não são extras, não são favores… São do município! Não estamos falando de favor e sim de uma obrigação”, estocou.

Segundo Bezerra, “já pedimos explicações ao Governo do Estado e vamos continuar cobrando o que é direito de Mossoró. Nosso compromisso é com o povo, com a responsabilidade e com o trabalho que não pode parar.”

Repercussão

O ex-prefeito de São Tomé e atual presidente da Federação dos Municípios do RN (FEMUIRN), Babá Pereira (PL), apesar de ser adversário político do prefeito, não se conteve com o registro: “É um absurdo o que está acontecendo. Além de configurar apropriação indébita, o governo se utiliza dos recursos que pertencem aos municípios, resolve seus próprios problemas e deixa as cidades completamente desassistidas, como se fossem invisíveis. Uma prática injusta, desrespeitosa e que penaliza quem mais precisa dos serviços públicos: a população.”

Babá Pereira, apesar de adversário de Allyson, mostra abuso do governo estadual (Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi/Arquivo)

Babá Pereira, apesar de adversário de Allyson, mostra abuso do governo estadual (Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi/Arquivo)

Leia também: Estado atrasa repasses de consignados; servidor segue prejudicado

P.S (22h34) – O outro lado

O secretário Cadu Xavier, pré-candidato a governador e titular da Fazenda do governo Fátima Bezerra (PT), postou posição do governo sobre o caso, em tom irônico, mas com boa nova. Disse que os repasses de Fundeb e ICMS para Mossoró e todos os demais municípios do estado (atraso é generalizado) serão feitos até quarta (10). “Agora, eu queria saber se até quarta-feira o prefeito de Mossoró vai pagar os mais de R$ 50 milhões que a Prefeitura deve à Caern. Prefeito, economiza mais um pouquinho de papel, de combustível, para ver se consegue botar a conta d’água em dia,” disse.

Leia tambémEstado reconhece R$ 55 milhões de dívida; prefeitura cobra quase 118

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segunda-feira - 08/12/2025 - 11:02h
Fraqueza

Filho de Bolsonaro admite não ser candidato, mas diz ser “diferente”

Flávio garante que é mais leve e centrado do que o pai (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Flávio garante que é mais leve e centrado do que o pai (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

Durou até menos do que costumam durar os balões de ensaio políticos. Anunciado oficialmente por si mesmo na sexta-feira como o escolhido por Jair Bolsonaro para ser candidato ao Planalto, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez sua primeira aparição pública em pré-campanha neste domingo em Brasília.

Em entrevista depois de um culto evangélico, admitiu que pode não levar a empreitada a cabo. “Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim.”

Flávio já insinuou quem deve ser o beneficiário de sua possível desistência. “Tarcísio [de Freitas] é o principal cara do nosso time hoje”, declarou o senador, contando que telefonou para o governador de São Paulo ainda na sexta-feira. Tarcísio, do Republicanos, teria, de acordo com Flávio, recebido a notícia do ungido por Jair de “peito aberto”. O governador, que vem hesitando entre a candidatura presidencial e à reeleição ao Bandeirantes, ainda não se manifestou publicamente. (UOL)

O recuo prematuro pode ter relação com a pesquisa Datafolha divulgada na noite de sábado. O levantamento aponta que Flávio ficaria 15 pontos atrás do presidente Lula se um eventual segundo turno fosse hoje. Outros nomes da direita, como os governadores Tarcísio e Ratinho Jr. (PSD-PR), marcam 5 e 6 pontos de desvantagem, respectivamente. Além disso, o senador só é visto como ideal para ser lançado por Jair Bolsonaro por 8% dos eleitores brasileiros; enquanto 22% preferem a ex-primeira-dama Michelle; e 20% escolheriam Tarcísio. A pesquisa foi a campo entre os dias 2 e 4 de dezembro, antes do anúncio de Flávio. (Folha)

Tarefa ainda mais difícil parece ser a de convencer o Centrão da viabilidade da candidatura do senador. Líderes dos partidos de direita e centro-direita manifestaram ceticismo, ainda que reservadamente. Para reverter a resistência, ou apenas negociar seus termos, Flávio inicia hoje uma série de reuniões com os presidentes do próprio PL, Valdemar Costa Neto; do União Brasil, Antonio Rueda; e do Progressistas, Ciro Nogueira.

Parte da estratégia de convencimento está em se vender como um “Bolsonaro diferente”. “Vocês terão a possibilidade de conhecer um Bolsonaro diferente. Um Bolsonaro muito mais centrado na política, que conhece Brasília”, declarou Flávio depois do culto. (Poder360)

Nota do BCS – Pré-candidato mais fraco que água de cuscuz. Desde o lançamento de seu nome pelo pai, ex-presidente Jair Bolsonaro, há mistura de incredulidade e decepção por parte de boa parcela dos dos bolsonaristas e oposição mais à direita.

Passeei na sexta-feira (05) por vários grupos no WhatsApp lotados de bolsonaristas, logo após começar a se espalhar a notícia da pré-candidatura. Muitos até chegaram a comentar que não era verdade a informação. Só caiu a ficha quando o senador Rogério Marinho (PL) emitiu nota de apoio à postulação (veja AQUI).

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segunda-feira - 08/12/2025 - 10:28h
Blog Carlos Santos

Noite de bate-papo com a Rádio Rural em plena Festa de Santa Luzia

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Da Rádio Rural de Mossoró

Nesta segunda-feira (08), direto do nosso stand na Festa de Santa Luzia, vamos receber o editor do Blog Carlos Santos, para um bate-papo com informação, análise e boa conversa para os nossos ouvintes e internautas.

Será às 18 horas, com apresentação do jornalista Saulo Vale.

Ouça AQUI.

Nota do BCS – Até lá, então.

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segunda-feira - 08/12/2025 - 09:24h
Política

Ex-senador Jean-Paul Prates vai se filiar ao PDT

Jean-Paul Prates é pré-candidato à reeleição no pleito que vai acontecer no próximo ano (Foto: Alessandro Dantas)

Jean-Paul Prates vai se filiar no sábado (Foto: Alessandro Dantas)

Do Blog Saulo Vale e BCS

Após sair do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-presidente da Petrobras e ex-senador Jean-Paul Prates anunciou nesse domingo (07) sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).

A legenda faz parte da base de sustentação do governo Fátima Bezerra (PT).

O evento de filiação na próxima sexta-feira (12), às 12h, no auditório do estádio Arena das Dunas, em Natal.

A solenidade contará com a presença de liderança políticas, sociais e empresariais do Rio Grande do Norte, da região Nordeste e de todo o Brasil.

Nota do BCS – Dirigente estadual do PDT, a ex-deputada estadual Márcia Maia já deu as boas vindas ao futuro filiado, em evento nacional do partido no Rio de Janeiro-RJ, no sábado (06). “Jean-Paul é como um irmão na política. Wilma foi a ‘mãe política’ dele”, dimensionou a ex-parlamentar, numa referência à ex-governadora Wilma de Faria, sua mãe. “Ela trouxe Jean-Paul para ser o primeiro secretário de Energia do RN”, citou ainda.

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segunda-feira - 08/12/2025 - 06:30h
Região Oeste

Obras de recuperação da RN-117 ultrapassam 20% de execução

Trabalho tem extensão de 38 quilômetros (Foto: Carlos Costa/08/12/2025)

Trabalho tem extensão de 38 quilômetros (Foto: Carlos Costa/08/12/2025)

Iniciadas no último dia 13 de novembro, as obras de recuperação da RN-117, no trecho que liga Governador Dix-Sept Rosado a Caraúbas, já ultrapassam 20% dos serviços em fase de conclusão. Ao todo, 38 quilômetros receberão restauração funcional (fresagem do pavimento existente, reciclagem da base com adição de brita (30%) e adição de cimento (3%), Tratamento Superficial Duplo (TSD) e revestimento final em Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ).

Entregando a base descentralizada do SAMU em Caraúbas nesta sexta-feira (05), a governadora Fátima Bezerra destacou a importância da obra para a região.

“O maior investimento nessa segunda etapa da recuperação das rodovias do Rio Grande do Norte está sendo aqui na região do Médio Oeste, sendo R$ 70 milhões só nesses dois trechos e isso tem tudo a ver com cuidar da saúde e da vida das pessoas, porque uma estrada bem cuidada é vida, é segurança, é bem-estar”, destacou a governadora.

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segunda-feira - 08/12/2025 - 05:50h
Jatinho, futebol e bilhões

Ministro do STF voa com advogado de banco de golpe bilionário

Toffoli: decisão agradável em tempos de pandemia (Foto: STF)

Toffoli: relações próximas e delicadas (Foto: STF)

O ministro Dias Toffoli, do STF, e o advogado Augusto Arruda Botelho, ex-secretário nacional de Justiça, viajaram juntos em um jatinho privado para assistir à final da Libertadores em Lima, no Peru. A carona foi oferecida pelo empresário Luiz Oswaldo Pastore, amigo de ambos. A aeronave levava 15 passageiros, entre eles o ex-deputado federal Aldo Rebello (PCdoB).

A viagem ganhou repercussão porque Toffoli é o relator do caso que investiga suspeitas de fraudes financeiras no Banco Master, enquanto Botelho defende Luiz Antonio Bull, diretor de compliance do banco e alvo da Operação Compliance Zero. Segundo relatos, o processo ainda não havia sido distribuído ao gabinete de Toffoli quando o voo ocorreu.

Procurados pela reportagem do Estadão, nenhum dos envolvidos quis comentar o episódio.

Toffoli colocou o processo em sigilo após receber os autos a pedido da defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, que tenta levar o caso para o STF. A justificativa foi a apreensão de um envelope com o nome do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) em um endereço do banqueiro — como parlamentares têm foro, o caso foi remetido ao Supremo.

A Polícia Federal, porém, avalia que não há indícios contra o deputado e que o negócio imobiliário citado por ele não configura suspeita. Mesmo assim, Toffoli decidiu assumir o processo, levando a 10ª Vara Federal de Brasília a suspender o inquérito e enviar todas as medidas, como quebras de sigilo e bloqueio de bens, para análise do ministro.

Com informações de O Estadão e outras fontes

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domingo - 07/12/2025 - 23:24h

Pensando bem…

“O que somos é o que fizemos do que fizeram de nós”.

Sartre

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domingo - 07/12/2025 - 11:22h

Textualidades digitais (II)

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Como aqui dito na semana passada (veja AQUI), a escrita, a “memória de humanidade”, sob certo sentido, “torna estático o jogo livre do pensamento. (…) A palavra escrita não escuta o que diz seu leitor. Não toma conhecimento de suas perguntas e objeções”; doutra banda, a sabedoria/ensino oral “propicia uma grande variedade de erros criativos, com as possibilidades de serem corrigidos e contraditados” (George Steiner, “Lições dos mestres”, Record, 2005).

Ademais, na sabença oral, motivados pela sua instantaneidade e interatividade, para além do conteúdo estritamente lógico do discurso, podemos apreender o tom exato, os efeitos indiretos, as intenções ocultas do orador. Talvez por isso, Platão, genial estilista da escrita e dos diálogos, paradoxalmente, tenha advogado ser somente a palavra dita face a face capaz de conjurar a verdade e assegurar um ensino honesto.

Mas é possível conciliar essas duas realidades – memória e flexibilidade – aparentemente incompatíveis? Um caminho auspicioso parece ser o das textualidades/literaturas digitais contemporâneas, superpotencializadas com a revolucionária Internet e que sequer imaginamos onde vai parar com a imprevisível Inteligência Artificial.

A definição de literatura digital ou eletrônica – também chamada de ciberliteratura, infoliteratura, literatura cibernética, e-literatura e literatura computacional – deve levar em consideração, como explicam Andréa Catrópa, Vinícius Carvalho Pereira e Rejane Rocha no “Glossário LITDIGBR – Literatura Digital Brasileira” (texto disponível na Internet), “o fato de que ela não se restringe a um gênero literário, a um estilo ou a um tipo de texto. Se tais elementos são importantes para a sua caracterização, igualmente imprescindíveis são os aspectos relacionados à materialidade dos textos e dos ambientes em que se inscrevem, seus modos de circulação e as relações entre os produtores, os consumidores, as instituições e o mercado, todos insertos no contexto da digitalidade. A literatura digital/eletrônica caracteriza-se por sua natureza limiar e experimental, o que exige uma abordagem multidisciplinar para sua compreensão”.

“Falamos” assim das “textualidades digitais” como as formas de “escrita” e comunicação – ubiquamente presentes na nossa vida, diuturnamente ressurgindo repaginadas e que cada vez mais fazem do nosso cotidiano mundo virtual – proporcionadas pelos já “antigões” processadores de texto (o Word, por exemplo), os muitos sistemas/aplicativos de mensagens/chats (e-mail, WhatsApp, Telegram, entre outros) e as mais diversas redes sociais (como o Facebook, o Twitter/X ou o Instagram), além de blogs, vlogs, plataformas de vídeo/streaming, comunicação via emojis, GIFs ou memes, histórias fanfics e por aí vai.

Essas textualidades/literaturas digitais são sobretudo caracterizadas pela: (i) multimodalidade, combinando diferentes linguagens, como a escrita/textual, a visual (imagens, vídeos, emojis), a sonora (em podcasts e mensagens de voz) e mesmo curiosas animações (GIFs); (ii) hibridez, pois aproveitam/mesclam características de gêneros tradicionais com as potencialidades dos gêneros digitais, como a carta evoluindo para o e-mail ou a combinação de texto e voz dominando os papos no WhatsApp; (iii) intertextualidade, fazendo ligações entre diferentes textos ou conteúdos, por meio de hiperlinks, que permitem explorar além e esquadrinhar toda uma temática; (iv) objetividade, pois muitíssimas vezes seus textos/conteúdos são bem mais curtos e diretos que os textos tradicionais;  (v) instantaneidade, pois, em redes sociais, chats etc., eles se dão e se propagam imediatamente; e (vi) interatividade, pois incluem a participação ativa e constante do leitor/usuário, que curte, repercute, comenta, interrompe, debate, contradita, corrige, compartilha e mesmo desenvolve o texto/conteúdo.

De fato, de maneira fascinante, as textualidades digitais, multimodais, instantâneas e interativas, podem vir a ser “um retorno à oralidade, ao que Vico chamaria de ricorso”.  Essas características podem restaurar as maravilhas de uma sabedoria mais autêntica, como a praticada por Sócrates, dramatizada por Platão e inspirada por Jesus.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 07/12/2025 - 10:48h

Não o convenceu

Por Bruno Ernesto

Foto do autor da crônica

Foto do autor da crônica

Observar. Só observar, tem muitas vantagens.

Apesar de gostar muito de fotografias, em especial em preto e branco, nunca fui um exímio fotógrafo.

Muito pelo contrário, estou equidistante entre o regular e o semiamadorismo. Entretanto, não me falta disposição e teimosia.

Aliás, sempre gosto de dizer que a teimosia é inegociável. Pois bem.

Além de um bom equipamento fotográfico – acredito eu -, me falta uma característica fundamental a um fotógrafo: paciência.

Não é que não tenha. Até tenho; só não muita. Se tiver calor, menos ainda.

Aliás, assim como na falta de um bom café sem açúcar, no calor, me falta é o juízo inteiro e nunca será um bom momento para resolver certos assuntos ou quizila.

Fotografar como passatempo – com é o meu caso – precisa da mesma calma, tempo, disposição, serenidade, criatividade e, sobretudo, sensibilidade exigida para se escrever um texto literário.

Muito embora tenha esse déficit fotográfico, nos últimos tempos, com o auxílio e o incentivo da minha esposa – que é exímia fotógrafa -, tenho procurado praticar e aperfeiçoar essa arte; embora, geralmente, meus registros sejam feitos despretensiosamente.

Acredito que a cada cem fotos, uma ou duas fiquem realmente apresentáveis.

Como num pleonasmo, gosto de capturar cenas do cotidiano diário; ver gente e a vida pulsante da cidade, seus personagens, lugares e, sobretudo observar o movimento frenético dessa central que se inicia ainda pela madrugada, e vai se amainando já pelo meio da manhã, como toda e qualquer central de abastecimento de alimentos em qualquer lugar do mundo.

Dia desses, passando bem cedo pelo centro da cidade – antes das seis e meia – bem em frente à central de abastecimento (Mercado da Cobal), um dos lugares – talvez – mais bem frequentados da cidade, uma cena me chamou bastante atenção.

Enquanto aguardava o sinal de trânsito abrir, escutava as notícias do rádio – sim, sou ouvinte assíduo de rádios – e tentava organizar mentalmente o meu dia quando, de dentro do carro, percebi que dois homens conversavam na esquina ali, bem ao meu lado.

Um deles – o ouvinte – tinha a barba grande e descuida; cabelos retorcidos e convulsionados; calçava havaianas e vestia camiseta e calção amarrotados, como quem tivesse há dias com a mesma roupa e sem tomar um banho;

Sentado bem ali na calçada da esquina – olhos inchados -, tinha as mãos soltas e descansadas entre as pernas.

Estava totalmente inerte e num estado indescritível de afastamento e melancólica visão perdida no infinito.

De tão profundamente perdida, não indicava qualquer conexão com o mundo, no meio daquele vai e vem de carros e, certamente, muito barulho.

Ao seu lado direito, porém não tão próximo, jaziam duas sacolas pretas, uma garrafa pequena de uma marca de água mineral conhecida. No asfalto, encostado no meio-fio, uma sacola plástica branca.

Já encostada à sua perna direita, havia uma sacola plástica branca, o que parecia ser uma garrafa plástica de refrigerante de um litro sem o rótulo e, ao alcance imediato de sua mão, duas garrafas pequenas, rechonchudas, com tampas brancas enroscadas, como se dois pequenos barris fossem.

No rótulo dessas duas pequenas garrafas em formato de barril – depois pude ver – havia uma silhueta feminina em pose sensual.

Paradoxalmente à postura daquele homem ali sentado e intrigantemente inerte, outro – bem aparentado, de tênis e boné -, se postava de pé bem diante dele e, gesticulando os braços, com veemência e vigorosamente, aparentemente vociferava aos brados e colericamente, como se o tentasse convencer de algo. Talvez um conselho.

Dez segundos se passaram entre eu parar o carro e o sinal abrir. Consegui uma sequência de quatro fotos e precisei seguir.

Trinta minutos após meu compromisso, na volta, passei pela mesma esquina – agora no outro sentido da via – e lá ficaram apenas a garrafa pequena de uma marca de água mineral conhecida e a garrafa plástica de refrigerante de um litro sem o rótulo.

Aparentemente, o homem de boné não o convenceu.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
  • San Valle Rodape GIF
domingo - 07/12/2025 - 09:36h

Vida boa é a dos outros

Por Odemirton Filho

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Um dia desses, eu tomava um café lá em Duart´s, de propriedade dos amigos Toinha e Rafael Arcanjo, no centro da cidade de Mossoró. Como de costume, papo vai, papo vem. Depois de um certo tempo, chegou ao estabelecimento, uma senhora, de uns setenta e poucos anos. Sentou à mesa, pediu um café e perguntou quanto custava uma fatia de bolo.

Ao saber o valor (que não é caro), recusou. Então, pedi aos proprietários que lhe servissem. Ela me olhou, agradecida, e conversamos um pouco. Falou-me que tinha vindo ao centro da cidade para receber o seu “aposento”.

Após tomar o café e comer o pedaço do bolo, a senhora abriu a sua bolsa, retirando uma cédula de vinte reais. Porém, como eu tinha lhe oferecido o desjejum, não deixei que efetuasse o pagamento.

Ela, para o meu espanto, começou a chorar, lágrimas escorreram pelo seu rosto. Eu pedi para que se acalmasse, pois o que fiz foi apenas um ato de gentileza.

Ela agradeceu, guardou o dinheiro em sua bolsa e se despediu. Foi cuidar da vida, como me disse. Quando fiquei sozinho, fiquei a imaginar quais os problemas àquela senhora estivesse atravessando. Talvez, fosse arrimo de família, e precisasse economizar os vinte reais para findar o mês.

Com se sabe, cada um de nós enfrenta inúmeras batalhas. São problemas emocionais, de saúde, financeiros ou com algum membro da família. Ninguém, absolutamente ninguém, consegue mensurar as lutas que o outro está enfrentando.

“Vida boa é a dos outros”, costuma-se dizer. No entanto, é no fundo da alma, na solidão dos nossos pensamentos, que digladiamos dia e noite com os nossos problemas. A vida não é fácil. Nunca foi. Nunca será.

Por isso, um ato de gentileza pode ser um lenitivo para alguém. No mais das vezes, não precisa ser dinheiro. Quem sabe, apenas uma palavra de conforto, um sorriso, um abraço, ou um simples café, sejam suficientes.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
domingo - 07/12/2025 - 08:38h

O assassinato da palavra (“Palavricídio”) e o alfabeto infantil dos Emojis

Por Marcos Araújo

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Um dos fenômenos linguísticos desse tempo da digitalidade é a substituição da palavra pela figuração de um emoji. A humanidade, que um dia produziu Homero, Cervantes, Dante e Machado, agora se contenta com um polegar apressado e um rostinho amarelo piscando. Que triunfo.

Passamos milênios aperfeiçoando a linguagem — essa máquina complexa capaz de erguer filosofias, ciências e tragédias — para hoje substituí-la por um catálogo de figurinhas. É a consagração do Homo Sapiens versão fast-food: mastiga menos, pensa menos, fala menos. Basta um emoji e pronto: você comunica tudo… ou melhor, nada com aparência de tudo.

Não se trata de nostalgia filológica; trata-se de constatar um fenômeno linguístico preocupante: a regressão voluntária da competência verbal. A substituição sistemática de palavras por emojis não representa modernização, mas infantilização expressiva. E infantilização não no sentido doce: infantilização cognitiva, aquela que encolhe o pensamento ao tamanho de um balãozinho colorido.

O problema não é o emoji — o problema é o que ele substitui. Quando o ícone ocupa o lugar da frase, não economizamos tempo: empobrecemos o repertório mental. A linguística é clara e cruel: palavras não são ornamentos, são instrumentos de raciocínio. Ao abandoná-las, abrimos mão da única tecnologia capaz de organizar ideias complexas. O emoji, afinal, não argumenta; apenas sinaliza emoções básicas.

Há quem romantize o fenômeno, comparando emojis a hieróglifos. É uma analogia conveniente — e profundamente equivocada. Os hieróglifos eram sistemas semânticos sofisticados; os emojis são reações emocionais pré-fabricadas. Confundir ambos é o primeiro sintoma da crise linguística que fingimos não ver.

A linguística explica, mas o cotidiano comprova: quando você reduz palavras, reduz sentidos. Cada palavra abandonada é um conceito amputado, uma nuance enterrada viva. E ainda há quem comemore: “olha que lindo, agora todo mundo se entende!” Sim, claro. Basta reduzir a humanidade ao vocabulário emocional de uma criança de dois anos. Universalidade garantida.

Se a palavra é a espinha dorsal da civilização, o emoji é sua vértebra de plástico: simpática, decorativa e absolutamente incapaz de sustentar qualquer estrutura que não desabe ao primeiro vento.

Mas o melhor — ou o pior — é a ilusão de profundidade. O sujeito manda um 😔 e acredita ter comunicado sofrimento existencial. Um 😂 resolve qualquer conversa. Um ❤️ substitui qualquer afeto. É a terceirização absoluta das emoções: não formulamos mais sentimentos, escolhemos ícones.

Não deixa de ser trágico assistir à humanidade, orgulhosa de sua própria racionalidade, entregando sua herança linguística em troca de conveniência. Talvez, quando a última biblioteca silenciar, sobre apenas um símbolo iluminado na tela.

Provavelmente um 👍

Marcos Araújo é professor da Uern, advogado e escritor

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Categoria(s): Crônica
  • Repet
domingo - 07/12/2025 - 07:30h

Missão cumprida

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Como era de se esperar, estou de volta à crônica, esse tipo de escrita ainda marginalizado ou depreciado perante as demais categorias literárias. De um modo geral, e isto não é novidade, o romance, o conto e a poesia têm maior público. Exatamente nesta ordem. Porém, ao que me parece, aqui a crônica possui certa firmeza junto aos seus adeptos e amantes. Pois é, tenho essa impressão. Neste município, e decerto em nosso estado, a produção dos cronistas faz algum sucesso. Conforme declarei, então, estou outra vez na pequena área tentando cavar um pênalti. Quem sabe assim, ao contrário das tentativas anteriores, eu consiga marcar um golzinho.

Publiquei neste blogue, até o domingo passado, ao longo de vinte e sete semanas ininterruptas, um romance denominado “O Efeito Casulo”. Do ponto de vista do ibope, entre outros, foi um grande fiasco. É isso aí. Apenas uns oito ou dez leitores, se não estou sendo otimista demais, acompanharam e emitiram suas impressões a cada capítulo. Eu já esperava pelo desinteresse da maior parte dos leitores. Alguns entendem tanto de romance quanto de engenharia atômica.

Outros, embora familiarizados com o gênero, optaram friamente pelo silêncio e indiferença. Esses (não todos, obviamente) são os que talvez não gostem deste autor e torceram, de modo secreto, que me faltasse fôlego para a empreitada de verter tal obra à maneira de folhetim.

Nada de extraordinário, nada de incomum. A arte, lançando mão de um termo mais abrangente, padece de inanição, de falta de prestígio ou audiência desde o tempo das pinturas, dos hieróglifos e desenhos em paredes de cavernas. O artista, independente da modalidade artística, sempre foi e permanece um animal ameaçado de extinção.

Todavia esse mesmo animal se mostra um tipo de fênix que prossegue renascendo das próprias cinzas, como na história da ave mitológica. Porque o que deveras rende cliques no universo virtual de hoje em dia são duas coisas díspares e insuperáveis: celebridades e tragédias. Sangue ainda vende jornais. Os veículos impressos foram quase todos aniquilados pelo imparável advento da Internet, no entanto os telejornais, blogues, sites e portais continuam com notável êxito financeiro.

Não imaginem que esta retomada da crônica tem o intuito de resmungar devido à pífia repercussão de “O Efeito Casulo”, que vem a ser o segundo romance que publico no BCS — Blog Carlos Santos. O primeiro foi “A Cidade que Nunca Leu um Livro”, cuja receptividade teve melhor resultado. Estou de bem comigo e vacinado contra melindres ou queixumes em relação ao leitor deste espaço. Totalmente longe do sentimento de que ofereci (ou ofereço) pérolas aos porcos.

A sensação que guardo, apesar do registro de malogro editorial, é que cumpri a missão que reservei para mim próprio. Quanto ao resto, sem nenhum rancor ou falsa modéstia, digo que valeu a pena cada página, cada capítulo gestado. Sou um escritor obscuro, por mais que os amigos digam o contrário, entrementes realizo com pleno amor e paixão este honroso sacerdócio da literatura.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 07/12/2025 - 05:42h

Comadre

Por Honório de Medeiros

Ilustração de Jok em página do autor da crônica

Ilustração de Jok em página do autor da crônica

O que mais me impressionava em Comadre, como todos nós a chamávamos, no aspecto físico, era seu rosto.

Nele, o sol e o suor escavaram miríades de rugas finas a recortar sua pele morena, gretada, compondo uma teia que aprisionava nosso olhar imediatamente.

Depois, as mãos. Mãos como garras. Fortes. Calosas. Descoradas por anos a fio de sabão e água.

Por fim sua vestimenta: sempre um vestido de cor clara, chita humilde, o mesmo modelo, de mangas compridas – que ela, por razões óbvias, usava arregaçadas – que ia até o tornozelo, tudo encimado por uma espécie de coroa de pano branco de margens largas, propositadamente feitas para receber e acomodar o saco de roupas a serem lavadas.

Pois Comadre, como se pode perceber do texto, era a lavadeira não somente lá de casa, mas de praticamente toda a família.

Estava sempre feliz. Na minha meninice de bicho arredio, dado aos livros e devaneios, alternados por impulsos nervosos de convivência alegre, sua gargalhada compunha o sábado, assim como o carneiro guisado e o cuscuz molhado na graxa, na hora do almoço.

Lá em casa, mais aos sábados do em qualquer outro dia por conta da feira, até o meio da tarde o vai-e-vem e converseiro era permanente.

Entrava-se e saiam. Saiam e entravam.

Todos confluíam para a área-de-serviço, contígua à cozinha: O leiteiro, a lavadeira, o pessoal que vinha com a feira semanal, parentes de outras cidades, aderentes, contraparentes, amigos, amigos dos amigos.

Todos embalados por uma xícara de café e pão com manteiga.

Conversava-se, cantava-se, declamava-se, discutia-se, fofocava-se, trocavam-se receitas de bolos e de remédios.

Naquele local, sem que me desse conta naquela época, a solidariedade fincava raízes e se propagava: todos se uniam para se amparar mutuamente.

Escutavam-se mágoas, partilhavam-se alegrias, construía-se teimosamente a delicada trama de uma vida ancestral, fadada a desaparecer, na qual todos formavam a unidade, e a unidade era a sobrevivência.

Comadre, então, como eu diria muito tempo depois, quando o passado passou a interromper cada vez mais meu presente, era um modelo de sobrevivência.

Paupérrima, viúva ainda jovem, criou sua dezena de filhos lavando roupa e sempre com aquela alegria de viver que me deixa, ainda hoje, perplexo e angustiado.

Poderia ter sido um personagem de um Tolstoi tardio, quando o cristianismo primitivo passou a ser sua segunda natureza.

Vezes sem conta, quando próximo de sua tão sonhada aposentadoria, eu lhe perguntei: “Comadre, por que a senhora é tão feliz?”

“Meu filho”, respondia-me com aquele seu sorriso luminoso estampado na face engelhada, “Deus não nos quer tristes.”

“Mas Comadre”, retorquia eu, “e o sofrimento que nós vemos no mundo?” “E a violência, a fome, as doenças…?”

“Olhe, meu filho, como posso duvidar de Deus? Ou acredito ou não acredito.”

E seguia lépida e fagueira, a chistar, trouxa na cabeça, alegre, feliz, sem sequer desconfiar que sua lógica simples dera um nó em toda a minha metafísica.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário do Governo do RN e da Prefeitura de Natal

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Categoria(s): Crônica
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