terça-feira - 28/10/2025 - 14:30h
Perigo

ChatGPT abala raciocínio e pensamento crítico de crianças

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Por Martha Gabriel (Futuro dos Negócios)

Crianças e adolescentes que usam Inteligência Artificial em excesso podem estar perdendo a capacidade de pensar por conta própria.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e especialistas em psicologia alertam que o uso precoce de ferramentas como o ChatGPT pode gerar uma “Dívida Cognitiva”: quando a mente se acostuma a terceirizar o raciocínio e perde autonomia para analisar, criar e decidir.

Em 2024, 26% dos adolescentes nos EUA utilizaram o ChatGPT para tarefas escolares, o dobro de 2023, e o conhecimento sobre a ferramenta já atinge 79% dos jovens, segundo o Pew Research Center.

Estudos também indicam que jovens que dependem de IA para estudar ou escrever demonstram menor engajamento e redução no pensamento crítico.

Além disso, há riscos emocionais e sociais, já que crianças tendem a atribuir traços humanos às máquinas, criando laços de confiança indevidos.

Especialistas defendem o uso consciente:

✅ Ensinar PENSAMENTO CRÍTICO antes da automação

✅ Priorizar HABILIDADE COGNITIVAS básicas

✅ Incentivar EDUCAÇÃO digital e SEGURANÇA online

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Gerais
terça-feira - 28/10/2025 - 09:02h
Política e economia

Mercados disparam com encontro Lula-Trump e eleição argentina

Lula, Trump e Milei agradaram o mercado (Fotos: Arif Kartono-AFP, Franck Robichon Anadolu-AFP, Luis Robayo-AFP)

Lula, Trump e Milei agradaram o mercado (Fotos: Arif Kartono/AFP, Franck Robichon Anadolu/AFP e Luis Robayo/AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

O dia seguinte ao encontro dos presidentes Lula e Donald Trump na Malásia e à surpreendente vitória de Javier Milei nas eleições legislativas impactou diretamente — e de forma bastante positiva — os mercados das duas maiores economias da América do Sul. Tanto no Brasil quanto na Argentina, as bolsas quebraram recordes históricos, deram sinais de otimismo e reduziram os temores de crises futuras, ao menos no curtíssimo prazo. No Brasil, o Ibovespa subiu 0,55% e por pouco não cruzou a inédita barreira dos 147 mil pontos.

Embalado pela possibilidade de uma redução nas tarifas aos produtos brasileiros, o dólar também recuou 0,42% e fechou o dia cotado a R$ 5,37.

Mas foi na Argentina que os mercados tiveram os maiores impactos, com a improvável vitória do partido de Milei nas eleições legislativas. Por lá, a Bolsa de Buenos Aires subiu incríveis 31% — e em dólares —, a maior alta diária em mais de 30 anos. Tanto o risco-país quanto o dólar também recuaram. (InfoMoney e Clarín)

Apesar das reações otimistas sobre o domingo, nada de concreto entre Lula e Trump foi acertado. Trump voltou a elogiar Lula, deu parabéns ao presidente brasileiro, mas evitou se comprometer com qualquer acordo econômico com o país. “Tivemos uma reunião muito boa, vamos ver o que acontece. Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver, agora mesmo eles estão pagando, acho que 50% de tarifa”, disse Trump. Lula, por sua vez, afirmou estar otimista com os acordos vindouros e que as negociações finais se darão entre ele e o presidente americano. (g1)

Esperança

Para o Brasil, no entanto, os avanços foram significativos no sentido de que um cronograma foi estabelecido para discutir os empecilhos tarifários após meses de impasse. Segundo o chanceler Mauro Vieira, Trump se comprometeu a instruir sua equipe econômica a iniciar as tratativas “nas próximas semanas”, em busca de um acordo que possa revisar as tarifas impostas às exportações brasileiras.

“Esse será o primeiro passo do processo negociador — o encontro com os três membros da delegação americana. Vamos definir um cronograma e os setores sobre os quais vamos conversar para que possamos avançar”, explicou Vieira. O Brasil pretende solicitar formalmente a suspensão temporária das tarifas enquanto as negociações estiverem em curso. Ainda não há, contudo, previsão de quando ou se essa medida será implementada. (CNN Brasil)

Milei surpreende

Na Argentina, o partido de Milei conseguiu uma vitória expressiva, inclusive na província de Buenos Aires, tradicional reduto peronista, e agora avança na tentativa de conquistar a maioria no Legislativo. Ele descartou qualquer aliança com Axel Kicillof, governador de Buenos Aires e liderança em ascensão do kirchnerismo/peronismo, afirmando que ele “abraça ideias comunistas”, mas fez acenos a outros governadores de províncias e partidos de centro e centro-direita.

Os 40% de votos obtidos pelo partido de Milei garantem, por exemplo, que o Congresso não conseguirá derrubar vetos, mas o presidente precisará da maioria para implementar suas ambiciosas e polêmicas reformas trabalhista e tributária. (Valor)

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Política
  • Repet
terça-feira - 28/10/2025 - 08:28h
Pesquisa

Imposto de importação inibe compras em sites internacionais

Setor industrial entende que taxação precisa ser ampliada (Foto ilustrativa: Iano Andrade/CNI)

Setor industrial entende que taxação precisa ser ampliada (Foto ilustrativa: Iano Andrade/CNI)

Aumentou de 13% para 38% o total de consumidores que desistiram de comprar em sites internacionais por causa do custo com o Imposto de Importação. É o que destaca a pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus, e divulgada nesta segunda-feira (27). O levantamento compara dados sobre hábitos de consumo da população em maio de 2024 com outubro de 2025.

Segundo o superintendente de Economia da CNI, Marcio Guerra, o impacto da taxação das importações de até US$ 50 é positivo para a indústria brasileira, que está sujeita a condições desiguais de competição com outros países.

“A implementação do Imposto de Importação é o início de um processo que busca trazer mais justiça e competitividade para a indústria nacional. No entanto, o imposto ainda está em um patamar muito aquém do necessário para chegarmos a esse equilíbrio, pois a carga tributária de outros países é muito menor que a nossa”, avalia.

Veja dados da pesquisa abaixo.

A desistência por causa do imposto chegou a:

51% entre as pessoas com ensino superior;

46% entre aqueles com 16 e 24 anos ou 25 a 40 anos;

45% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos;

42% entre os vivem na região Nordeste.

Segundo a pesquisa, a desistência por causa da “taxa das blusinhas” fez subir de 22% para 32% o número de pessoas que foram atrás de um produto similar com entrega nacional. O percentual de consumidores que procuraram um item parecido em loja física passou de 13% para 14%, enquanto a quantidade de pessoas que buscaram item similar em outro site ou aplicativo internacional cresceu cinco pontos percentuais, de 6% para 11%. A desistência definitiva caiu de 58% para 42%.

ICMS também é barreira

Também aumentou, de 32% para 36%, o total de consumidores que deixaram de importar por causa do custo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O percentual de desistência cresce entre as pessoas com ensino superior (48%); os mais jovens (45%); aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos (41%); e os que vivem no Nordeste (41%).

Entre os consumidores que abandonaram uma compra internacional por causa do custo do ICMS:

Aumentou de 26% para 34% o percentual daqueles que procuraram um similar com entrega nacional;

Caiu de 17% para 14% o total dos que buscaram um similar em loja física;

Cresceu de 5% para 9% o percentual dos que procuraram comprar um similar de outro site ou aplicativo de varejo internacional;

Caiu de 51% para 41% o percentual dos que desistiram definitivamente do item.

Frete caro e prazo de entrega demorado

O preço do frete internacional e o prazo de entrega demorado também foram motivos para que boa parte dos consumidores desistisse de fazer compras internacionais no último ano. 45% dos compradores abandonaram pedidos ao saberem do custo do frete, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em maio do ano passado.

“Isso pode sinalizar um avanço na racionalidade do consumidor brasileiro na hora da compra, ou seja, a ‘taxa da blusinha’ trouxe reflexões que antes desapareciam por conta do tamanho da diferença dos preços”, afirma Marcio Guerra.

Outros 32% desistiram de comprar em plataformas internacionais ao descobrirem o prazo de entrega do produto. Em maio de 2024, o percentual era de 34%. A desistência sobe para 43% entre os consumidores com ensino superior; 40% entre as pessoas de 25 a 40 anos; 39% entre os que ganham mais de cinco salários mínimos; e 36% entre os moradores da região Sul.

Uso pessoal foi principal motivo para importação

A pesquisa também quis saber qual a finalidade das importações. Três em cada quatro (75%) dos entrevistados disseram que todos os produtos foram para uso pessoal. O número sobe para:

90% entre os cidadãos com mais de 60 anos;

84% entre os moradores do Norte/Centro-Oeste;

82% entre os que ganham de um a dois salários mínimos;

81% entre as mulheres e aqueles com ensino fundamental completo.

Por outro lado, apenas 10% dos entrevistados compraram todos os itens para uso no trabalho, percentual maior entre os moradores da região Sul (19%); pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos ou que têm entre 25 e 40 anos (15%); homens (14%) e cidadãos com ensino superior (12%).

Apenas 2% dos consumidores importaram produtos pensando em revenda.

Sobre a pesquisa 

A Nexus entrevistou 2.008 pessoas com idade a partir de 16 anos, no Distrito Federal e nos 26 estados do país, entre 10 e 15 de outubro de 2025. A margem de erro da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. A amostra é controlada a partir de quotas de sexo, idade, PEA (População Economicamente Ativa), região e condição do município.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Economia
terça-feira - 28/10/2025 - 07:50h
História e cultura

Quinta Cultural memorável tem apresentação da “Comitiva do IHGRN”

Quinta Cultural teve homenagem a Paulo de Tarso, lançamento de revista e palestra sobre a "Comitiva do IHGRN" (Foto: Bruno Ernesto)

Quinta Cultural teve a “Comitiva do IHGRN” em grande momento da histórica e cultura do RN (Foto: Bruno Ernesto)

Por Bruno Ernesto (Especial para o BCS)

No último dia 23 de outubro de 2025, às 17h, no auditório do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), em Natal, realizou-se mais uma edição da prestigiada e concorrida Quinta Cultural. É um evento consolidado no calendário cultural e científico da capital do estado.

Teve início com uma homenagem ao poeta Paulo de Tarso Correia de Melo, falecido no dia 21 de outubro (Veja AQUI). O jornalista e escritor Gustavo Sobral leu um poema do autor, seguido de um minuto de silêncio em sua memória.

Em seguida, o escritor Honório de Medeiros, sócio do Instituto, apresentou o palestrante e escritor André Felipe Pignataro, destacando o caráter inovador e a importância histórica do projeto denominado “A Comitiva do IHGRN: Nos passos de Leão Veloso.

Pignataro apresentou o resultado de cinco anos dessa expedição pelo RN (@comitiva1861, na plataforma Instagram). O objetivo deles foi refazer o mesmo trajeto da famosa Comitiva de Leão Veloso, o então Presidente da Província do Rio Grande do Norte, no ano de 1861.

Esclareceu, que o projeto foi gestado desde 2019, a partir de nove crônicas de Othílio Alvares da Silva, publicadas no jornal “O Recreio” entre 08 de setembro de 1862 a 17 de novembro de 1862 e a Acta Diurna “A Jornada presidencial de 1861”, de autoria do historiador Câmara Cascudo. Foram esses textos as fontes primárias primárias da pesquisa, a qual foi postergada em razão da pandemia do Covid-19 (2020-2021). A viagem inaugural somente ocorreu em 27 de julho de 2023, e a final em 19 de abril de 2025.

A comitiva do IHGRN condensou em três viagens, os mais de quarenta e quatro dias gastos pelo grupo original de Leão Veloso, e refez todo o trajeto percorrido por ele a cavalo no ano de 1861, também partindo de Natal, passando pelo Sertão Central e Seridó, Alto Oeste, Oeste e o Litoral Norte, tendo percorrido todo o estado, passando por diversas cidades e localidades, dentre as quais Macau, Acari, Jardim do Seridó, Florânia, Caicó, Jardim de Piranhas, Belém do Brejo do Cruz/PB, Patu, Martins, Pau dos Ferros, Portalegre, Apodi, Governador Dix-Sept Rosado, Mossoró, Areia Branca (Ponta do Mel), Porto do Mangue e Rio do Fogo.

Durante a exposição do relatório final, apresentado aos demais sócios, pesquisadores, escritores e convidados, os pesquisadores apresentaram inúmeros registros fotográficos, documentos e mapas comprovando um trabalho minucioso e fiel aos registros e relatos históricos.

Revista

Concomitantemente, também houve o lançamento da edição nº 103 da Revista do Instituto Histórico do Rio Grande do Norte, cujo texto final dos diários do projeto-expedição foi apresentado como um denso registro histórico, cuja leitura é altamente recomendada para quem se interessa pelo assunto.

A revista também apresentou material inédito de autoria do pesquisador e escritor, o sertanólogo, Oswaldo Lamartine de Faria (1919-2007), “A Geografia de Maria Moura”, além de um ensaio de Gustavo Sobral, um profundo conhecedor sobre sua vida e obra, além de contar com outros textos trazidos nesta última edição da revista.

Nota do BCS – Muito obrigado ao nosso “repórter ad hoc” Bruno Ernesto pela cobertura completa. Infelizmente, não pude comparecer, mas fui muito bem representado.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Cultura
  • Repet
segunda-feira - 27/10/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Nenhum homem que não domine a si mesmo é livre.”

Epiteto

Compartilhe:
Categoria(s): Pensando bem...
segunda-feira - 27/10/2025 - 21:22h
Cultura

Sinfônica fará “Concerto Didático” para alunos do ensino fundamental

OSRN terá jovens no palco, também regendo músicos (Foto: divulgação)

OSRN terá jovens no palco, também regendo músicos (Foto: divulgação)

A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (OSRN) realiza, na próxima quarta-feira (29), às 8h30, no Teatro Alberto Maranhão (TAM), o Concerto Didático, voltado a estudantes de 8 a 12 anos das redes pública e privada de ensino. A ação integra o Projeto Movimento Sinfônico e busca aproximar as crianças do universo da música de concerto, promovendo o acesso à cultura e à educação de qualidade, valores alinhados às metas da Agenda 2030 da ONU.

Com cerca de 300 alunos já confirmados, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, a atividade foi estruturada para oferecer uma experiência completa. Desde a recepção ao teatro, onde os estudantes conhecem sua história, arquitetura e importância cultural, até o espetáculo em si, no qual o maestro Willames Costa conduz o público por uma jornada educativa que inclui passeio musical pelos instrumentos, apresentação dos músicos da orquestra e curiosidades sobre o repertório.

Ao final, os alunos têm a oportunidade de subir ao palco e reger a orquestra. “Nosso objetivo é despertar nas crianças a curiosidade e o encantamento pela música, mostrando que a arte está ao alcance de todos. Porque entendemos que experiências como essa podem verdadeiramente transformar a forma como elas percebem o mundo e os espaços culturais. Esta é, afinal, a função mais nobre da arte”, destaca o diretor artístico Linus Lerner, regente titular da OSRN.

Para a produtora cultural Tatiane Fernandes, da Mapa Realizações Culturais, o Concerto Didático é uma forma concreta de democratizar o acesso à cultura e fortalecer o vínculo entre arte e educação. “Cada edição do Movimento Sinfônico reforça o compromisso da nossa Orquestra Sinfônica com a formação de plateias e com a inclusão cultural. Ao proporcionar esse contato direto com a música e com o teatro, estamos contribuindo para o desenvolvimento sensível e cognitivo das novas gerações”, afirma.

O Projeto Movimento Sinfônico é realizado por meio da Lei Câmara Cascudo, com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto (FJA), Secretaria Estadual de Cultura (Secult), Instituto Neoenergia e Neoenergia Cosern, com produção da Mapa Realizações Culturais.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Cultura
  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
segunda-feira - 27/10/2025 - 16:28h
TJRN

Projeto “Devolver para Reparar” apoia o “Projeto Cestinhas”

Representando o Projeto Cestinhas, Lucas Negreiros recebe o incentivo concreto do TJRN Foto: Divulgação)

Representando o Projeto Cestinhas, Lucas Negreiros recebe o incentivo concreto do TJRN (Foto: Divulgação)

A Associação Atlética Santa Delmira (SADE) celebra mais uma importante conquista: o projeto Cestinhas foi contemplado no edital da 3ª Vara Regional de Execução Penal da Comarca de Mossoró, que selecionou projetos sociais a partir da destinação de recursos provenientes de penas pecuniárias. São valores pagos por condenações em crimes de menor potencial ofensivo.

A iniciativa faz parte do projeto “Devolver para Reparar”, uma ação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) que busca transformar recursos oriundos de sanções judiciais em oportunidades reais de inclusão, cidadania e fortalecimento comunitário. No total, o edital destina mais de R$ 680 mil a instituições que desenvolvem ações sociais em Mossoró.

Com a aprovação, o Cestinhas passará a atuar em um novo polo na cidade, ampliando seu alcance e beneficiando ainda mais crianças e adolescentes por meio do esporte e da educação social.

O projeto, que já atende mais de 250 crianças e adolescentes no bairro Santa Delmira e conjunto Abolição V, é reconhecido por promover o basquete como ferramenta de transformação, disciplina e convivência comunitária.

“Essa conquista representa um passo importante na consolidação do Cestinhas como ferramenta de inclusão e oportunidades. Expandir o projeto significa alcançar novos territórios e transformar mais vidas através do esporte. É motivo de muita alegria e responsabilidade”, destacou o presidente da SADE, Lucas Negreiros Pessoa.

A ampliação do projeto reafirma o compromisso da SADE em democratizar o acesso ao esporte e fortalecer o papel do basquete como instrumento de desenvolvimento humano e social em Mossoró.

Em breve, serão divulgadas informações sobre o novo polo, período de inscrições e critérios de participação. Acompanhe todas as atualizações através do Instagram @sadebasquete

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Gerais / Justiça/Direito/Ministério Público
segunda-feira - 27/10/2025 - 15:36h
Pesquisa

Carro segue como grande sonho, mas seminovos ganham destaque

Nordestinos aparecem com alta preferência (Foto ilustrativa)

Nordestinos aparecem com alta preferência (Foto ilustrativa)

O banco BV, uma das maiores instituições financeiras do país e líder no financiamento de veículos leves usados há 12 anos consecutivos, encomendou à Consumoteca uma pesquisa inédita que revela como os brasileiros se relacionam com o carro. O estudo mostra que, no Nordeste, o carro segue ocupando um papel simbólico importante, mas com um olhar cada vez mais racional e orientado ao custo-benefício.

De acordo com o levantamento, 32% dos nordestinos pretendem comprar um carro seminovo, o maior índice entre as regiões do país e acima da média nacional de 27%. A escolha reflete um comportamento pragmático, em que o consumidor busca equilibrar o sonho da conquista com as condições reais de compra e manutenção.

Ainda assim, o vínculo emocional com o automóvel permanece forte. Na região, 43% dos entrevistados afirmam que ter um carro é realizar um sonho, proporção bem superior à média nacional de 27%. Para muitos, o veículo representa um símbolo de ascensão, autonomia e independência — especialmente em um contexto de desafios de mobilidade urbana e desigualdade de renda que ainda marcam as grandes capitais nordestinas, como Salvador, Fortaleza e Recife.

“O consumidor nordestino combina emoção e planejamento. O carro é símbolo de conquista, mas a decisão de compra é racional, buscando o melhor custo-benefício”, explica Jamil Ganan, diretor de Negócios de Varejo do banco BV.

O estudo também revela que o Nordeste acompanha a média nacional em temas como conectividade e preocupação ambiental, mas se diferencia pela inteligência de consumo, equilibrando sonho e viabilidade.

A pesquisa ouviu 2.000 pessoas em todas as regiões do país, entre os dias 5 e 9 de junho de 2025, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Economia
  • Repet
segunda-feira - 27/10/2025 - 14:24h
Economia

Endividamento das famílias do Brasil chega a 79,2% e assusta

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Por Caio Mello do Canal Meio

No fim de agosto apenas 5,6% da população adulta procurava emprego e não encontrava. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE, é o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. O rendimento também vinha crescendo, apesar de se manter estável em agosto com a média de R$ 3.488 mensais. Mas outros recordes prejudicam percepção de bem-estar da população: o endividamento e a inadimplência. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 79,2% das famílias tinham dívidas em setembro, sendo 30,5% delas já em inadimplência. É a maior taxa desde 2010, quando a pesquisa começou.

Antes, uma diferenciação: o endividamento é uma dívida ou empréstimo que foi contraído, mas que é pago em dia. “Você se torna inadimplente quando tem um atraso ou se não paga essas dívidas nos prazos que foram acordados”, explica Ecio Costa, professor titular de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ou seja, todo inadimplente está endividado, mas nem todo endividado está inadimplente.

Com recordes de ocupação e renda, o que explica, então, o recorde também da inadimplência? Há vários fatores macro e microeconômicos a serem considerados. As altas do PIB  — de 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024 — colocaram a economia em uma trajetória positiva, mas também produziram a alta da inflação. O aumento generalizado de preços, sobretudo dos alimentos em 2024, de 7,69%, pressionou os orçamentos familiares. O cobertor mais curto leva as famílias a se endividar — seja para pagar as dívidas anteriores, seja para cobrir as despesas básicas.

Outro aspecto foi a crise cambial do final do ano passado. O cenário de dólar mais elevado frente a moedas pares ou emergentes e o anúncio de medidas do Ministério da Fazenda que trouxeram profunda desconfiança ao mercado fizeram o dólar encerrar o ano perto dos R$ 6,20. Um terço da inflação brasileira está relacionado à taxa de câmbio, já que o Brasil importa diversos produtos essenciais.

Com a escalada do dólar e a inflação acima do teto da meta de 4,5%, o Banco Central elevou paulatinamente a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 10,50% aos atuais 15%. Com isso, tomar empréstimo, fazer financiamentos e adquirir crédito fica mais caro. Pagar as parcelas também.

Mais crédito, mais dívida

Houve, simultaneamente, uma expansão ampla no crédito, na casa dos 10% ao ano. Mesmo com uma melhora no poder de compra da população em momentos em que a inflação estava mais alta, as famílias acabam contraindo dívidas para honrar seus compromissos e até mesmo pagar despesas permanentes, como alimentação e moradia. “Esse endividamento que vai se amontoando vira um problema, pode gerar inadimplência”, lembra Costa.

No ciclo anterior de corte de juros, quando o afrouxamento monetário tirou a Selic dos 13,75% para os 10,50%, diversas empresas e famílias tomaram dívidas altas em relação à renda ou ao patrimônio, esperando ainda mais cortes de juros, que melhorassem as condições de crédito. O oposto aconteceu. Agora, essas dívidas estão mais caras.

Cenário similar aconteceu durante a pandemia de 2020, quando a taxa Selic foi reduzida a 2% ao ano, o menor nível da história, o que barateou o crédito e incentivou famílias e empresas a se alavancarem em meio à crise. Apesar da forte expansão do crédito, a inadimplência caiu temporariamente para 2,1% em dezembro de 2020, segundo o Banco Central, devido às medidas emergenciais de renegociação e às moratórias oferecidas pelos bancos. No entanto, esse quadro se reverteu rapidamente a partir de 2021, quando os estímulos foram retirados e os juros começaram a subir. O custo das dívidas disparou, e a inadimplência entre pessoas físicas voltou a crescer.

No começo do mandato, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já observavam o alto endividamento da população e a inadimplência e lançaram o programa Desenrola Brasil. A política pública foi uma das mais bem avaliadas do governo, com aprovação de 80%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e consistia na renegociação de dívidas, sobretudo para as camadas populares. Criado em 2023 e encerrado em maio de 2024, o Desenrola beneficiou cerca de 15 milhões de pessoas e renegociou R$ 53,2 bilhões em dívidas, o equivalente a 0,5% do PIB. Na Faixa 1, voltada a quem ganha até dois salários mínimos, a inadimplência caiu 8,7%, passando de 25,2 para 23,1 milhões de inadimplentes. Mas os números de inadimplência voltaram a subir entre 2024 e 2025.

Ao Meio, a Fazenda disse que o programa tinha caráter emergencial e que, apesar da atual conjuntura, não há estudos para um novo Desenrola. “Foi uma ação temporária, voltada à renegociação de dívidas de pessoas físicas de menor renda. Encerrou-se em 20 de maio de 2024, após cumprir os objetivos para os quais foi criado. Não há, no âmbito da SRE, a formulação de novos estudos para um programa de refinanciamento de dívidas de pessoas físicas”, afirmou a pasta.

Esse tipo de ciclo leva aos fatores microeconômicos para a inadimplência. Há uma falta de educação financeira por parte das famílias, o que coloca em risco sua saúde financeira em momentos de disponibilidade de crédito elevada. “Não adianta fazer um programa para trazer o perdão de dívidas sem trazer as condições para que essas pessoas, que eram superendividadas, melhorem a forma com que lidam com o dinheiro”, diz Ecio Costa. “Educação financeira tem de ser uma disciplina cada vez mais obrigatória, desde os primeiros anos de ensino, para que pelo menos as próximas gerações tenham uma melhor capacidade de lidar com as questões financeiras.”

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Economia / Gerais
segunda-feira - 27/10/2025 - 13:50h
Improbidade administrativa

Ex-prefeito e ex-secretários são condenados por Justiça do RN

Deusdete já enfrenta outros problemas (Foto: Redes sociais/Reprodução)

Deusdete já enfrenta outros problemas (Foto: Redes sociais/Reprodução)

Quatro réus foram condenados pela prática de ato de improbidade administrativa em Angicos, em uma decisão resultante da Ação Civil de Improbidade Administrativa (Processo n. 0800454-73.2021.8.20.5111) movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). O procedimento nasceu após a deflagração das operações Combustão e Combustão II.

A Justiça potiguar condenou o ex-prefeito Deusdete Gomes de Barros, a ex-secretária de Saúde Nataly da Cunha Felipe de Souza e os ex-secretários de Transporte e Obras Públicas Francisco Ivan de França Dias e Francisco Alex Sandro da Silva “Bão”. Eles foram responsabilizados por enriquecimento ilícito (art. 9º, XI, da Lei n. 8.429/92).

A investigação apurou o abastecimento indiscriminado de veículos particulares com uso de verba pública da Prefeitura de Angicos durante os anos de 2017 e 2018. A apuração constatou a inexistência de liquidação das despesas, a ausência de indicação dos veículos abastecidos e um gasto excessivo de combustível.

O Juízo da Vara Única de Angicos estabeleceu as sanções de forma individualizada, em atenção aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. A condenação impôs, de forma geral, ressarcimento ao erário (valor a ser provado em liquidação), perda da função pública (ou aposentadoria respectiva) e proibição de contratar com o poder público pelo prazo de 10 anos.

Condutas e Sanções Individualizadas:

Francisco Ivan de França Dias: na função de secretário de Transporte e Obras Públicas, ordenava abastecimentos irregulares a frentistas, inclusive de veículos particulares e para proveito próprio. Falsificou notas fiscais e desviou para si R$ 6.000,00. Por sua participação ativa no desvio de recursos, a condenação inclui a perda dos bens/valores acrescidos ilicitamente de R$ 6.000,00 (atualizado, se maior lesão não for apurada) e multa civil no mesmo valor. Sua suspensão dos direitos políticos foi fixada em 8 anos.

Nataly da Cunha Felipe de Souza: como secretária de Saúde e ordenadora de despesas, ordenava pagamentos sem prévia liquidação; autorizou abastecimento de carros particulares, inclusive o seu; expediu ordens diretas (bilhetes) para abastecimentos de veículos particulares e beneficiava-se diretamente de valores desviados. Falsificou notas fiscais e desviou para si R$ 25.000,00. Devido ao seu papel central e relevante na manutenção e legitimação do esquema, a sentença impôs a perda dos bens/valores acrescidos ilicitamente de R$ 25.000,00 (atualizado, se maior lesão não for apurada) e multa civil no mesmo valor. Sua suspensão dos direitos políticos foi estabelecida em 9 anos.

Francisco Alex Sandro da Silva “Bão”: após assumir a função de fiscal do contrato, deu continuidade ao esquema de desvio. Determinava o fornecimento de combustível a veículos oficiais e particulares, inclusive motocicleta de uso pessoal; solicitava a emissão de notas fiscais em valores superiores ao real abastecimento, recebendo o excedente em espécie. Desviou para si R$ 26.000,00. A condenação inclui a perda dos bens/valores acrescidos ilicitamente de R$ 26.000,00 (atualizado, se maior lesão não for apurada) e multa civil de R$ 25.000,00 (atualizada). Sua suspensão dos direitos políticos foi de 8 anos.

Deusdete Gomes de Barros: na condição de Prefeito, ordenava despesas sem prévia liquidação e utilizava de verba pública para custear despesas particulares com combustíveis, abastecendo seu veículo de uso pessoal. Sua participação foi considerada de menor relevância, com menção a apenas abastecimento de veículo particular. As sanções de perda dos valores acrescidos ilicitamente e multa civil serão aplicadas apenas se provados em sede de liquidação. Sua suspensão dos direitos políticos foi fixada em 8 anos.

A sentença determinou, ainda, o lançamento dos nomes dos condenados no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa e por Ato que implique Inelegibilidade (CNCIAI) após o trânsito em julgado.

Nota do BCS – Deusdete Gomes de Barros já tinha sofrido condenação em 2023, por abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2020. Apurações localizaram em plena campanha, lista com nomes de 110 eleitores, seus endereços e a quantidade de votos que cada um poderia fornecer, além de uma quantia em dinheiro de R$ 30.950,00 escondida no quintal da residência dele.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Política
  • Repet
segunda-feira - 27/10/2025 - 12:36h
Prefeito Marcos Medeiros

Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência é sancionado

Salão dos Grandes Atos ambientou assinatura da lei (Foto: Wilson Moreno)

Salão dos Grandes Atos ambientou assinatura da lei (Foto: Wilson Moreno)

O prefeito interino de Mossoró, Marcos Medeiros (PSD), sancionou nesta segunda-feira (27), a lei nº 4.234, que cria o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

A medida representa um avanço importante nas políticas públicas de inclusão e promoção dos direitos das pessoas com deficiência no município.

O Fundo tem como objetivo garantir recursos financeiros para a implementação, manutenção e fortalecimento de programas, projetos e ações voltados à acessibilidade, autonomia, saúde, educação, capacitação profissional e inclusão social das pessoas com deficiência.

Com a nova lei, a gestão municipal passa a contar com um instrumento permanente de financiamento das políticas públicas destinadas a esse público.

Os recursos do Fundo poderão vir de transferências orçamentárias, convênios, doações, parcerias e outras fontes legais de receita.

“Esse é um momento muito simbólico, uma demonstração do quanto a nossa gestão municipal valoriza e investe na inclusão social em Mossoró. A criação do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Mossoró possibilitará mais investimentos em políticas públicas na área, fortalecendo a inclusão na nossa cidade’’, destacou Marcos Medeiros.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Gerais / Política
segunda-feira - 27/10/2025 - 10:22h
Eleições 2026

Segunda Pesquisa Estadual TCM/TSDois será divulgada quarta-feira, 29

Banner de divulgação

Banner de divulgação

Do Blog Diário Político (Vonúvio Praxedes)

Uma nova rodada da pesquisa TCM/TSDois será divulgada nesta quarta-feira (29/10), às 20h15, no canal 10 ou 14.1 da TCM, onde será apresentando um retrato atualizado das intenções do eleitorado potiguar às eleições 2026. O levantamento ouviu 1.831 eleitores do Rio Grande do Norte, distribuídos em 68 municípios, e segue rigorosos critérios técnicos e científicos.

De acordo com o relatório, a coleta de dados foi realizada nos dias 21, 22, 23 e 24 de outubro, junto a eleitores a partir dos 16 anos, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações de referência foram obtidas a partir do TSE (setembro de 2025) e do Censo do IBGE 2022.

Este é o segundo levantamento realizado pela TSDois e divulgado pela TCM com avaliação dos pré-candidatos da corrida eleitoral de 2026. O primeiro com dados estaduais foi divulgado dia 30 de julho.

A pesquisa vai revelar os nomes mencionados pelos entrevistados para deputado estadual, deputado federal, Senado, Governo do Estado e Presidência da República.

Com margem de erro de 2,3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%, a pesquisa deste mês de outubro assegura representatividade estatística de todas as regiões e microrregiões do estado, levando em conta a densidade eleitoral de cada território.

A metodologia aplicada foi quantitativa, com perguntas abertas e fechadas, realizadas por meio de questionário digital com interação presencial face a face.

Veja números da pesquisa anterior:

Allyson está à frente de adversários em todos os cenários;

Styvenson é primeiro lugar ao Senado; Fátima e Zenaide empatam em 2º;

Veja os nomes mais lembrados a deputado federal;

Veja os nomes mais citados para deputado estadual.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Política
  • San Valle Rodape GIF
segunda-feira - 27/10/2025 - 09:21h
Mossoró

Paróquia de Santa Luzia celebra 183 anos de história e fé

Catedral de Santa Luzia tem liturgia à noite desta segunda-feira (Foto: Arquivo)

Catedral de Santa Luzia tem liturgia à noite desta segunda-feira (Foto: Arquivo)

Nesta segunda-feira (27), a Paróquia de Santa Luzia, Paróquia Mãe da Diocese de Mossoró, celebra seus 183 anos de Ereção Canônica.

“São 183 anos de evangelização, fé e oração, de uma caminhada construída por tantas mãos e corações que, ao longo do tempo, mantiveram viva a luz da padroeira e o compromisso com o Evangelho”, destaca.

Para marcar essa data especial, a Paróquia convida todos os fiéis a participarem do Jubileu Paroquial, com Santa Missa às 19h, e, a partir do dia 30 de novembro até 13 de dezembro, da Festa de Santa Luzia 2025.

Programação do Jubileu hoje

18h – Concentração no Santuário do Sagrado Coração de Jesus – Centro Mossoró (RN)

18h30- Peregrinação até a Catedral de Santa Luzia

19h – Santa Missa

Transmissão- YouTube da Paróquia de Santa Luzia e @radioruraldemossoro

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Gerais
segunda-feira - 27/10/2025 - 08:54h
Provas

Mais de 115 mil estudantes no Rio Grande do Norte são avaliados

MPF detalha as etapas do certame (Foto ilustrativa)

Saeb tem aplicação de provas (Foto ilustrativa)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) iniciou, nesta semana, a aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) 2025.

No Rio Grande do Norte, a avaliação mobiliza 115 mil estudantes de 1.679 escolas, abrangendo 5.325 turmas das redes estadual, municipal, federal e privada. Ao todo, são 545 escolas estaduais, 893 municipais, 23 federais e 221 privadas, distribuídas em 45 polos de aplicação em todas as regiões do estado.

Aplicado em todo o país, o Saeb é o principal instrumento de diagnóstico da educação básica brasileira. Desde 1990, o sistema coleta dados sobre o desempenho dos estudantes e o contexto das escolas por meio de testes cognitivos e questionários respondidos por alunos, professores, diretores e gestores públicos.

Os resultados subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e orientam políticas voltadas à melhoria da qualidade do ensino.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Educação
  • San Valle Rodape GIF
segunda-feira - 27/10/2025 - 08:00h
Gastronomia e turismo

Festival “Eita Camarão Gostoso!” inicia 5ª Edição em 1º de novembro

Culinária à disposição do público vai até o fim do próximo mês no evento (Foto: ilustrativa e de divulgação)

Culinária à disposição do público vai até o fim do próximo mês no evento (Foto: ilustrativa e de divulgação)

São Miguel do Gostoso, um dos destinos mais charmosos do litoral potiguar, prepara-se para a quinta edição do aclamado Festival “Eita Camarão Gostoso!”. De 01 a 30 de novembro de 2025, a cidade se transformará em um palco de sabores, celebrando a riqueza da gastronomia local e consolidando sua posição como um polo de culinária no Rio Grande do Norte.

Após quatro edições de sucesso que encantaram paladares e impulsionaram a economia local, a expectativa para 2025 é ainda maior. Uma das principais novidades deste ano é a extensão do festival por todo o mês de novembro, proporcionando uma imersão mais profunda na diversidade de pratos e experiências.

O festival foi cuidadosamente desenhado para ser acessível a todos os paladares e orçamentos, sem abrir mão da altíssima qualidade e inventividade. Restaurantes do circuito oferecerão seus pratos especiais a um valor fixo de R$ 65,00, enquanto estabelecimentos menores, como barracas, bares e lanchonetes, disponibilizarão suas iguarias por apenas R$ 35,00. Para facilitar a experiência dos visitantes, todos os locais participantes serão facilmente identificados por bandeirolas distintivas do evento.

A quinta edição do festival é uma iniciativa colaborativa da Associação de Empreendedores de São Miguel do Gostoso (AEGostoso), que une forças com as importantes empresas do setor Camanor e Potiporã. Essa parceria estratégica visa promover o desenvolvimento turístico e econômico da região, garantindo a qualidade e o sucesso do evento.

Esta é a oportunidade perfeita para planejar uma visita a São Miguel do Gostoso, desfrutar de suas belezas naturais e se deliciar com pratos de camarão que prometem ser verdadeiras obras de arte culinárias, repletas de sabor, exclusividade e a paixão dos chefs. Venha descobrir por que a gastronomia local é tão gostosa e única!

Confira a lista dos estabelecimentos participantes:

Restaurantes – Prato Principal: Positano; Palmira; Farmácia Verde; Hibisco; La Pepita; Ore; Genesis; Afetuoso; Sampei; Al Mare; Gostô; 70m2; Barraca do Camarão; Mar de Estrelas; Mar & Brasa; Borogodó; Maré; Bar do Tico; Nauan; Ahau; Idílico; Vitor B; Elixir; Jardim do Seridó; Jeriva; Macambira e Aligot.

Lanchonete/petiscaria: Menino da Tábua; Pitomba; Bar da Praia; Pé de Beiju; Barraca do Pastel; Bodega Gostoso; Caipirão; Gostoso Burguer; Restaurante Balica; Groove Bar; Gostoseria; Pizzaria Lá em Casa; Miguelita; Petiscaria Chega Mais; Tuk Tuk; Solariam e Genesis.

Siga @eitacamaraogostoso e fique por dentro das novidades.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Gerais
segunda-feira - 27/10/2025 - 07:34h
Política

Lula encontra Trump e prevê ‘acordo rápido’; veja repercussão

Trump e Lula se encontraram nesse domingo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Trump e Lula se encontraram nesse domingo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Do Canal Meio e outras fontes

“Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo.” Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resumiu nesta madrugada a jornalistas o encontro de cerca de 50 minutos que teve na véspera com o colega americano para discutir a maior crise em mais de 200 anos de relações bilaterais. Os dois se reuniram em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participaram de uma conferência. Classificando a conversa como “surpreendentemente boa”, o presidente brasileiro reconheceu o direito dos EUA de imporem tarifas comerciais, mas disse que, em relação ao Brasil, a medida foi tomada com base em informações erradas.

Nas próximas semanas, representantes dos dois governos vão se reunir para tentar um acordo comercial. Lula disse ainda que os dois conversaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe e que explicou a Trump que o processo “foi muito sério, com provas bem contundentes” e que Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira”. (g1)

Como nos primeiros encontros entre os dois, o tom foi amistoso, leve e cordial. Trump demonstrou ter conhecimento sobre a história de Lula e fez comentários sobre o tempo em que o presidente brasileiro ficou preso, além do fato de Lula ter sido presidente do Brasil por outras duas vezes. Mas Lula parece não ter conseguido alcançar um objetivo importante: convencer Trump a participar da COP30, que ocorre em novembro, em Belém. (CNN Brasil)

Donald Trump usou as redes sociais para comentar suas impressões sobre a reunião com Lula. De acordo com ele, Brasil e EUA estão muito próximos de “fechar acordos muito bons”. A declaração foi divulgada pela Casa Branca em sua conta oficial na rede X e veio acompanhada de uma foto de Lula e Trump apertando as mãos. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, diz a legenda da postagem. Perguntado por jornalistas após o encontro sobre Bolsonaro, Trump disse que sempre gostou do ex-presidente. “Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele”, afirmou. (Globo)

Repercussão

Como era de se esperar, o encontro repercutiu ao longo do domingo no mundo político brasileiro. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), elogiaram a iniciativa. “Quando líderes escolhem conversar, a História agradece”, escreveu o deputado, enquanto Alcolumbre classificou a reunião como “muito positiva”. O governo comemorou, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), dizendo ter sido “um gol” de Lula.

Já os bolsonaristas se apegaram à menção ao ex-presidente na conversa. “Lula encontra Trump e, na mesa, um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO”, publicou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde fevereiro nos EUA. (Estadão)

Andreia Sadi: “No entorno de Bolsonaro, a foto de Lula e Trump é vista como derrota; já o Planalto trata Eduardo como cabo eleitoral. A avaliação, em ambos os lados, é de que imagem consolida interpretação de que petista ocupou o espaço de interlocução com o norte-americano”. (g1)

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Política
  • San Valle Rodape GIF
domingo - 26/10/2025 - 23:48h

Pensando bem…

“Os frutos podres caem sozinhos.”

Confúcio

Compartilhe:
Categoria(s): Pensando bem...
domingo - 26/10/2025 - 11:42h
Extrema distância

Lições sobre a polarização brasileira

Brasil vive um momento de divisão acentuada e especialistas dissecam o problema

Por Flávia Tavares e Giullia Chechia (Canal Meio)

Brasília, o epicentro do poder e o núcleo das diferenças que se transformaram em fosso (Foto: Reprodução do Canal Meio)

Brasília, o epicentro do poder e o núcleo das diferenças que se transformaram em fosso (Foto: Reprodução do Canal Meio)

Há quem considere que chegamos a um nível de polarização intransponível. Há quem resista à noção de polarização por negar que os extremos sejam equivalentes. Há ainda quem responsabilize sempre o outro pela situação. Só não há quem ignore que o Brasil vive um momento de divisão acentuada — e que, ao interditar o diálogo, essa cisão corrói a qualidade da nossa democracia.

Compreender o que nos polariza politicamente é o único caminho para superar esse afastamento. Pensadores de diferentes formações vêm se dedicando à tarefa de investigar, por meio de pesquisas, a polarização no Brasil. O Meio ouviu os quatro maiores especialistas no tema para extrair lições que possam iluminar as portas de saída.

Pablo Ortellado é filósofo, professor de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo e diretor-executivo da More in Common Brasil. Felipe Nunes é cientista político, CEO da Quaest e diretor do ConnectLab, novo laboratório de estudos da escola de economia da FGV-SP. Mauricio Moura é economista, fundador do Instituto Ideia e professor da Universidade George Washington. Renato Meirelles é comunicólogo, escritor e presidente do Instituto Locomotiva. Todos esquadrinham, indo a campo, o que nos divide. Aqui, eles apontam algumas de suas conclusões.

Ortellado e Nunes concentram seus achados na polarização afetiva, a divisão que supera aquela diferença de opiniões e de preferências partidárias, saudável num ambiente democrático. Ambos oferecem dados inéditos de suas pesquisas para explicar o movimento de calcificação de identidades que torna o outro, o diferente, tão ameaçador — e, portanto, um inimigo a ser eliminado.

Moura e Meirelles analisam os efeitos eleitorais dessa cisão. A maneira binária como o Brasil elege presidentes da República, em dois turnos, e a onipresença do PT e de Lula, direta ou indiretamente, desde 1989 consolidaram os polos entre petismo e antipetismo — mas há alguma porosidade a ser explorada entre as duas pontas. A seguir, alguns dos principais pontos das conversas com os quatro pesquisadores.

O outro como a negação de mim

Há sete anos, o Brasil fervia às vésperas do segundo turno que levaria Jair Bolsonaro à Presidência da República. No dia 21 de outubro de 2018 — exatamente uma semana antes do pleito —, o Hino Nacional ecoava na Praia de Copacabana. Um buzinaço atravessava todas as faixas que ligam o Museu da República ao Congresso Nacional em Brasília. E, em São Paulo, a Avenida Paulista se tingia de verde e amarelo.

Agitando o público paulistano, falando pelo telefone — ele estava em casa de casa se recuperando da facada —, Bolsonaro bradou: “Petralhada, vai tudo vocês (sic) pra ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria porque eu vou cortar todas as mordomias de vocês. Será uma limpeza nunca vista na história do Brasil”. Seu discurso foi entrecortado pelos gritos dos manifestantes: “Mito, mito, mito!”.

Aquele era, essencialmente, o mesmo público que se reunira um ano antes em apoio à Lava Jato. Mas algo havia mudado no âmago do movimento.

Em março de 2017, no ato liderado por Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Revoltados Online, apenas 31% dos manifestantes se definiam como de direita. Outros 27% se colocavam no centro; 4% se diziam de esquerda, mas estavam ali. A maioria, 36%, não se encaixava em nenhum espectro. Nem mesmo os valores os uniam: 47% se consideravam muito conservadores, 34% pouco e 15% nada conservadores. O que realmente os conectava era o antipetismo: 85% se reconheciam nesse sentimento.

Em outubro de 2018, a autopercepção dos manifestantes da Paulista havia mudado. A direita dominava: 72% se declaravam assim. O centro minguara a 17%. A esquerda sumiu daquela cena. Apenas 9% continuavam sem se encaixar em nenhum lado. O antipetismo cresceu ainda mais: 91% eram muito antipetistas, 5% pouco e 3% nada. Nos costumes, 74% se diziam muito conservadores, 23% pouco e apenas 2% nada conservadores.

Com o passar do tempo, ser de direita, conservador e bolsonarista foi se consolidando em uma única identidade. Numa outra manifestação, em setembro de 2022, 82% dos entrevistados já se reconheciam no campo da direita (3% permaneciam no centro e outros 3% continuavam fora de qualquer etiqueta política); 80% muito conservadores, e 77% muito antipetistas.

Os dados colhidos pelo Monitor do Debate Político da USP revelam que, nesse intervalo, os manifestantes afinaram suas identidades políticas. O que antes se apresentava como um levante antipetista, mas diverso, passou a movimento alinhado: mais do que antipetistas, aquelas eram pessoas de direita e conservadoras. E essa, segundo Pablo Ortellado, é uma das chaves para entender a polarização.

Primeiramente, ele observa que há dois tipos de polarização que preocupam mais os cientistas sociais. A primeira é a polarização de opinião, que mede a migração gradual da opinião pública para os extremos. A segunda, e mais alarmante, é a polarização afetiva. “É a animosidade de quem adota uma identidade por quem adota a identidade adversária”, explica. “É a ojeriza e o desgosto de uma pessoa de esquerda por uma de direita — e vice-versa.” O problema, segundo ele, é que os estudos recentes indicam que a polarização afetiva tem avançado mais rápido do que a de opinião.

Na tentativa de compreender esse descompasso, Ortellado se apoia nos estudos da cientista política americana Lilliana Mason, da Universidade Johns Hopkins. Suas pesquisas se enraízam na Teoria da Identidade Social, desenvolvida a partir de um experimento clássico conduzido em 1971 pelo psicólogo britânico Henri Tajfel.

Tajfel provou, num experimento, o quanto o simples fato de pertencer a um grupo já bastava para que as pessoas favorecessem “os seus” e hostilizassem “os outros”, mesmo sem motivos concretos.

Mason transpôs essa lógica para o campo político. Até os anos 1990, media-se a polarização apenas pela radicalização das ideias. O afastamento das opiniões para os extremos parecia bastar para explicar o todo. Mas, em meados de 2010, ela notou que as peças não se encaixavam. Sim, as opiniões estavam mudando, se radicalizando. Só que este deslocamento aos extremos se dava lentamente, enquanto a hostilidade entre os grupos crescia rapidamente.

“Era muito comum a pessoa ser republicana e liberal, ou conservadora e democrata”, lembra Ortellado. Essas identidades cruzadas, as sobreposições, funcionavam como amortecedores. Impediam o choque direto entre mundos. Havia zonas de contato, frestas por onde o outro ainda parecia humano, familiar, possível.

Com o tempo, essas frestas se estreitaram. As identidades começaram a se cristalizar, a se empilhar umas sobre as outras até formarem blocos densos, compactos. A lealdade ao grupo cresceu — e, com ela, o reflexo automático da hostilidade. O outro deixa de ser apenas alguém que pensa diferente: virou a negação de tudo o que sustenta o meu mundo. E, por isso, passa a ser visto como uma ameaça à minha própria existência.

Ortellado vê o mesmo processo em curso no Brasil — e embasa essa percepção com dados inéditos, que compartilhou com o Meio. Alguém que antes se dizia apenas antipetista, ao se reconhecer também como de direita e conservador, passa a fazer parte de uma constelação inteira de identidades alinhadas. E, dentro desse alinhamento, o confronto ganha potência.

“A vida é um mosaico de identidades. Quando elas se equilibram, os efeitos são suavizados.” Mas, segundo o professor, atravessamos um momento em que o movimento é inverso: o mosaico está sendo fundido em um bloco único. As peças se colam, e seus efeitos não apenas se somam. Se amplificam.

Para testar a hipótese, a More in Common, em parceria com a Quaest, convidou participantes a se posicionarem em três eixos: esquerda ou direita, bolsonarista ou petista, progressista ou conservador. Depois, pediram que avaliassem o quanto gostam ou desgostam dos pares e dos opostos. O resultado demonstrou que, quanto mais coerentes e alinhadas as identidades, maior o ódio ao grupo adversário.

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Mas que adversário? Outra pesquisa, feita em São Paulo, buscou desenhar o rosto desse ódio. Os entrevistados foram convidados a se definir ideologicamente e a definir os grupos no polo oposto. “Cada grupo projetou no adversário aquilo que nega em si mesmo”, explica Ortellado.

Na prática, as descrições ficaram assim: a direita, em sua maioria (36%), se vê como guardiã da família, da ordem e dos valores tradicionais. Mais 22% se enxergam como pessoas de bem, contra a corrupção e os bandidos. E como eles veem a esquerda? Para eles, 17% são contra a família, a ordem e os valores tradicionais; e 12% são corruptos, bandidos e a favor da corrupção.

Do outro lado, ficaram assim: 56% da esquerda se define como defensora dos trabalhadores e dos mais pobres. Mais 38% são a favor dos direitos humanos e do direito de mulheres, negros e população LGBT. E como eles veem a direita? Para eles, 22% são capitalistas, ricos ou egoístas e a favor das desigualdades sociais; e 16% são contra os direitos humanos ou contra o direito de mulheres, negros e população LGBT.

Ortellado traduz o que esses números expressam: “Quando você projeta no outro a negação de si mesmo, ele deixa de ser apenas alguém diferente. Vira uma ameaça existencial. Não enxergamos a diferença, mas a contradição. Ou melhor: nem enxergamos — imaginamos. E o outro se torna, na nossa cabeça, o oposto absoluto de quem somos”.

A ferocidade do outro

A reação a uma ameaça depende também da dimensão atribuída a ela. Quanto maior o medo, maior a energia empenhada na autoproteção e no contra-ataque. Um dos efeitos da polarização que o Brasil vive apareceu em uma parte ainda inédita da pesquisa Polarização Política no Brasil – 2025. O estudo foi coordenado pelos professores Felipe Nunes, Nara Pavão, Fred Batista e Natalia Bueno, todos pesquisadores do ConnectLab, da FGV.

“A polarização afetiva só existe porque eu tenho medo de que o outro seja uma ameaça a mim”, explica Nunes. Essa percepção de ameaça acaba sendo um terreno fértil para a desumanização do outro. Para se ter uma ideia do grau que isso atinge, os pesquisadores incluem entre as perguntas uma sobre em que grau de evolução estaria o grupo político oposto ao seu. Eles usam aquela foto que todos já vimos na escola, da evolução humana representada do macaco ao Homo sapiens. Lulistas colocam os bolsonaristas na escala macaco. Bolsonaristas fazem o mesmo com lulistas. Todos se veem como mais evoluídos, e isso mostra que o Brasil está num padrão parecido com o dos Estados Unidos de desumanização do outro.

Além disso, cada grupo numa das pontas percebe a si próprio maior do que realmente é. A pesquisa faz questão de segmentar os grupos de maneira a identificar e dimensionar os polos, separando-os dos campos maiores em que eles estão inseridos. Assim, nas proporções autodeclaradas, os lulistas são 20% dos entrevistados. Aqueles da esquerda não-lulista são 15%. Os bolsonaristas são 13%. A direita não-bolsonarista chega a 22%. E os que não se identificam com nenhuma ideologia, os independentes, são 29%. “Ou seja, o lulismo é maior do que a esquerda. A direita é maior do que o bolsonarismo. Isso diz muito sobre como o bolsonarismo consegue ser ruidoso dentro da direita, mesmo não sendo majoritário, e como a esquerda identitária consegue ser ruidosa, mesmo não sendo majoritária na esquerda.”

Mas Nunes e seus colegas queriam extrair mais dessas autopercepções e passaram a perguntar também o seguinte: Qual você acha que é o tamanho do bolsonarismo na sociedade brasileira? E o do lulismo?

A surpresa foi grande. Os lulistas acreditam ser 41% da sociedade, quando são 20%. Do outro lado, os bolsonaristas acham que são 46% do Brasil, quando são 13%. Ambos subestimam grandemente os independentes. As percepções de tamanho de cada segmento estão totalmente distorcidas.

E os pesquisadores foram além. Questionaram ainda sobre o que cada grupo acha que o outro lado quer fazer com o seu. Mais de 80% dos lulistas acreditam que bolsonaristas apoiam a violência contra o seu grupo. A estatística se repete na mão contrária. Na prática, estão todos achando que são muitos e que o lado de lá quer atacar. “A polarização existe na cabeça dos brasileiros. Há uma crença equivocada de que seu grupo é ‘fortão’. Mas por que a polarização persiste na cabeça das pessoas? Porque temos medo que o outro grupo possa nos atacar. Todo mundo, mesmo os independentes, tem medo de que o outro, qualquer outro, faça algo para lhe prejudicar”, acrescenta Nunes.

Seria possível imaginar, então, que conforme o líder de um dos polos se retire do cenário político-eleitoral, já que Jair Bolsonaro está inelegível e preso, essa polarização diminua?

Nunes não é otimista aqui. Isso porque, para ele, grande parte da polarização que o Brasil vive tem uma fonte institucional importante, que é o sistema eleitoral brasileiro de dois turnos. No livro Biografia do Abismo, que escreveu com Thomas Traumann, já havia começado a explorar a diferença de polarização em sistemas presidenciais de primeiro turno e de segundo turno. “ O segundo turno reforça a tese de que você, eleitor, tem de ter um lado e força esse eleitor a escolher o time logo no primeiro turno, abrindo mão do voto sincero e já adotando o estratégico.”

A decorrência é que há um padrão recorrente de votação nos municípios, nos estados, e que está tornando cada vez mais difícil mudar a opinião das pessoas, porque, quando vestem uma camisa, elas sentem a obrigação de defender aquele time mesmo depois que o jogo já acabou e se ele não for tão bem. “Essas camisas estão sendo vestidas cada vez com mais antecedência e mais constância”, diz Nunes. Prova disso é que o índice de correlação de uma eleição anterior para outra, na comparação de urnas, beira os 95%. Ou seja, se o PT teve 800 votos numa urna, numa eleição, ele tende a ter 800 nessa urna na eleição seguinte. “A identidade de time, de grupo, reforçada pela ameaça de que o outro grupo pode te aniquilar, é tão forte hoje na mentalidade brasileira que isso está calcificando preferências eleitorais. Mesmo sem Bolsonaro, mesmo sem Lula, a gente tende a ter uma certa organização da política em torno dos afetos a essas duas lideranças.”

O antipetismo como vetor

E se tem um afeto que polariza é o antipetismo. É em torno dele que o Brasil se divide, ao menos eleitoralmente, na visão de Mauricio Moura. Ao destrinchar o conceito de polarização, ele revisita a ameaça existencial citada por Ortellado, a desumanização por Nunes e reforça a camada da rejeição.

“Ao demonizar o opositor, o eleitor vai para a urna convicto de que qualquer coisa é melhor do que o adversário. É o que chamamos de batalha de rejeições. No Brasil, isso se potencializa pelo sistema binário de escolha. Não temos apenas dois partidos, mas temos um segundo turno que obriga o eleitor a transitar entre um polo e outro”, explica Moura. Ele argumenta que o parlamentarismo tende a frear isso. Na Alemanha, por exemplo, há uma extrema direita crescente, mas ela não governa o país justamente pelo sistema parlamentarista — assim como na Holanda.

O binarismo brasileiro se dá, para Moura, com o agravante de que Lula e o PT estão na urna, no segundo turno, de alguma maneira desde 1989. “Isso faz com que seja muito difícil encontrar alguém que não tenha uma opinião forte sobre Lula e PT, certo? Seja uma opinião anti-Lula ou anti-PT, seja uma opinião favorável.” E, embora a polarização nas eleições estaduais seja bem menos acentuada, com maior trânsito dos eleitores entre os grupos, como elas coincidem com as presidenciais acabam contaminadas.

Ficando estabelecido que em um polo está o PT ou o lulismo, no outro, sabemos que o bolsonarismo, em si, tem uma representatividade perto dos 13%. Mas ele conta, a cada nova eleição, com o que Moura chama de “antipetismo de chegada”. Já no primeiro turno, eleitores abriram mão, em 2018, de votar em Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e qualquer outro, apenas para votar em quem tinha mais condição de derrotar o PT. Em 2022, idem. E, assim, o polo bolsonarista parece se fortalecer, mas o que dita mesmo o polo oposto é o antipetismo.

Moura admite que Lula é maior que o antipetismo, tendo testemunhado aquele estranho fenômeno de pessoas que diziam, em 2018, que votariam em Bolsonaro só porque Lula não era o candidato. O que acontece, então, se Bolsonaro sai de cena? O grande desafio do lulismo, no ciclo de 2026, é mobilizar seu eleitorado a ir votar, diz Moura. Afinal, sempre que se trata de uma tentativa de reeleição, o presidente incumbente é o protagonista. A pergunta que polariza é se aquele presidente deve permanecer no cargo.

Ocorre que, tradicionalmente, incluídos no alto índice de abstenção, estão eleitores de baixa renda e baixa escolaridade, perfis que tendem a votar no PT. Não raro, as pesquisas indicam o candidato lulista na frente por mais de 10 pontos e, no dia da eleição, ele ganha por 3 ou 4. “E na segunda-feria todo mundo diz que as pesquisas erraram. Não se trata disso. Só que muitos daqueles que diziam que votariam no candidato do PT simplesmente não comparecem.”

Além disso, há uma pequena massa de insatisfeitos, ali na casa dos 3%, que não entram automaticamente na lógica da polarização, a serem conquistados. Sim, para Moura, ela é pequena assim. Do ponto de vista quantitativo, a prova disso é que, quando se pergunta ao eleitor de Bolsonaro no segundo turno qual a avaliação do governo Lula, a resposta é taxativa. “Não tem ninguém que votou no Bolsonaro que aprova esse governo. E isso independe de elas serem bolsonaristas convictas.” Hoje, embora em alta, a aprovação de Lula é menor do que a do primeiro trimestre do governo. O teto dele é baixo.

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A porosidade eleitoral

Se à primeira vista a polarização parece um muro intransponível, Renato Meirelles insiste em procurar as brechas. À frente do Instituto Locomotiva, ele investiga onde ainda há espaço para diálogo. Um compilado de estudos revela que, por trás dos ruídos estridentes, persistem zonas de contato entre os brasileiros. São territórios em disputa – e excedem os 3%.

A partir do comportamento eleitoral e do autoposicionamento ideológico, o Locomotiva traçou um mapa do que nos divide. E descobriu que 7 em cada 10 brasileiros vivem nesse terreno movediço que separa um polo do outro. É gente que se inclina, hesita, muda de ideia. É o eleitorado da permeabilidade, que transita de um lado a outro, mas resiste a se fixar.

Entre os que pendem à esquerda, 27% votaram no PT em 2022 e não se arrependem, embora não necessariamente tenham feito o mesmo em 2018, ou sequer se reconheçam como parte da esquerda. Do outro lado, 18% tendem à direita. E há ainda um grupo expressivo que se descolou completamente de qualquer polo: 26% de desiludidos, desmotivados, abstenções, votos nulos, arrependimentos. Esses percentuais deixam de fora os extremos do espectro político e descrevem justamente o espaço intermediário, a área onde predominam as nuances e as mudanças de rota. É a fatia do meio.

Nesse cenário de instabilidade, Meirelles identifica os primeiros sinais de frestas para romper a polarização. Duas cenas ilustram a permeabilidade: dos inclinados à direita, 39% defendem que o Estado deve intervir na economia para garantir o crescimento do país. Entre os que se aproximam da esquerda, 36% acreditam que o aborto deveria continuar sendo considerado crime. “Isso é importante porque você começa a entender onde estão os pontos de porosidade dentro dessa suposta calcificação do eleitorado — e percebe também algumas incoerências.”

Longe de serem apenas paradoxos, essas contradições apontam caminhos possíveis. “Quando pensamos em superar a polarização, precisamos perder menos tempo com os convictos e caminhar em direção ao grupo mais intermediário”, defende. É um eleitorado que, muitas vezes, não se envolve o suficiente para sequer ir votar. Ou que decide o voto na ponta do laço.

A cada eleição, o Brasil repete um velho padrão: indecisão prolongada e alta abstenção. No último pleito presidencial, 1 em cada 5 eleitores não compareceu às urnas no segundo turno, e 14% escolheram o candidato apenas na véspera ou no próprio dia. Ao acompanhar o mesmo grupo de eleitores por quatro semanas, durante o segundo turno, o Locomotiva encontrou 30% de volatilidade — votos que mudavam de direção entre uma rodada e outra. A instabilidade se concentrava entre os mais pobres, os mais jovens e os menos escolarizados. Destes, 18% alteraram o voto efetivamente depositado nas urnas em relação à intenção declarada três dias antes do pleito.

E a oscilação passou longe de se encerrar no domingo da eleição. Atravessou o tempo, ressurgiu nas conversas, nas avaliações de governo, no vai e vem das opiniões. A volatilidade tornou-se quase um modo de estar na política. Mesmo com o governo avançando para o último ano, cerca de um terço dos eleitores ainda se declara disposto a mudar de opinião sobre Lula. Em números, isso significa que o presidente pode alcançar até 56% de aprovação, enquanto o teto do descontentamento se estabiliza em 43%. Esse movimento no centro reverbera nas bordas do espectro político.

Mesmo nas extremidades do debate, onde o ruído é mais intenso, Meirelles identifica pequenas rachaduras. São os territórios mais rígidos — 11% de petistas convictos e 18% de bolsonaristas fiéis —, mas nem eles escapam das contradições. Quando provocados em temas como tributação, porte de armas, aborto e drogas, até os mais convictos vacilam. Entre os petistas ferrenhos, 69% sustentam opiniões progressistas em três desses temas ou mais; entre os bolsonaristas, 63% mantêm posturas conservadoras.

Percepções que, aliás, também não estão tão distantes quanto parecem. O instituto presidido por Meirelles replicou no Brasil uma pesquisa da Pew Research, feita nos Estados Unidos, e perguntou a eleitores de Lula e Bolsonaro sobre temas de costumes e de Estado. Identidade de gênero, posse de armas, família, casamento, eficiência do governo, programas sociais e auxílios entraram no balaio. “Na dimensão dos costumes, há 19 pontos percentuais separando eleitores de Lula e Bolsonaro. Na visão de Estado, 16 pontos. Ou seja, em média, o que divide os brasileiros são 18 pontos percentuais — contra 50 nos Estados Unidos, entre eleitores de Donald Trump e Kamala Harris. Temos, portanto, uma polarização real, mas muito menos profunda que a norte-americana”, afirma.

O retrato pintado por Meirelles revela um país menos aprisionado em trincheiras e mais como um solo vivo, que se reorganiza a cada passo. A polarização, pondera, é real, mas jamais inquebrável. As fissuras no eleitorado abrem pequenas frestas de diálogo, passagens tênues por onde o sopro da conversa pública ainda circula. É por essas aberturas que surge a possibilidade de reconstruir pontes e dar novo fôlego à democracia.

Acesse nosso Instagram AQUI.

Acesse nosso Threads AQUI.

Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.

 

Compartilhe:
Categoria(s): Política / Reportagem Especial
  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
domingo - 26/10/2025 - 10:46h

Guerra entre coronéis – as eleições de 1934/1935 no RN

Por Honório de Medeiros

Mário Câmara, Interventor Federal no Rio Grande do Norte de 2 de agosto de 1933 a 27 de outubro de 1935 (Foto: Reprodução)

Mário Câmara, Interventor Federal no Rio Grande do Norte de 2 de agosto de 1933 a 27 de outubro de 1935 (Foto: Reprodução)

Em uma avaliação muito pessoal, penso que a década de 20, no Rio Grande do Norte, acabou quando o Partido Popular elegeu o Governador do Estado após a vitoriosa campanha de 1934 -1935 e a aristocracia rural cedeu, assim, o Poder à burguesia mercantil/industrial que se instalava em terras potiguares.

Esse novo Brasil que surgia após a Revolução de 30 – hoje tão esquecida – e se consolidou na Era Vargas, mas cujo ideário “tenentista” pode ser rastreado até o Golpe de 1964, no Rio Grande do Norte encontrou, quando da redemocratização depois aviltada por Getúlio, uma estranha situação política configurada de forma radical no embate político partidário de 34/35: de um lado, liderado por Mário Câmara, união entre cafeístas, que poderiam ser posicionados à esquerda do espectro político, e coronéis do interior do Estado, proprietários de terras e criadores de gado, acostumados ao mando mais absoluto em seus redutos eleitorais; e, do outro, a burguesia mercantil e industrial cuja base maior, surgida a partir do cultivo e beneficiamento de algodão e exploração do sal, era o Oeste e Alto Oeste do Rio Grande do Norte, com epicentro em Mossoró e liderada pela família Fernandes, e o Seridó, grande plantador e fornecedor do denominado “ouro branco”, liderado pelo ex-governador José Augusto Bezerra de Medeiros.

Não por outra razão, concluído o pleito, foi eleito Governador do Estado, pela Assembleia Legislativa, Rafael Fernandes, líder político no Oeste e Alto Oeste, em detrimento de José Augusto.

É deprimente constatar a pouca literatura acerca desse período por demais importante da história do Rio Grande do Norte. Excetuando um ou outro opúsculo, desaparecido das vistas dos pesquisadores e somente encontrados, depois de muita luta, em sebos que como é sabido, primam pela desorganização e falta de higiene, três livros, apenas, bastante antagônicos entre si, jogam alguma luz sobre o período aludido: “A HISTÓRIA DE UMA CAMPANHA”, de Edgar Barbosa; “VERTENTES”, autobiografia de João Maria Furtado; e “DO SINDICATO AO CATETE, autobiografia de Café Filho.

O primeiro, visceralmente ligado aos líderes do Partido Popular; o segundo, cafeísta histórico.

Aqui não cabe uma incursão na história dos anos vinte e trinta do Rio Grande do Norte. Não é essa a intenção. O que se pretende, é mostrar o contexto político de exacerbada violência vivida no Estado naquela época, na qual o coronelismo como conhecido, cuja erradicação era uma promessa de campanha da Revolução de 30, vivia seus últimos esgares.

Essa violência, não esqueçamos, na campanha política de 34-35, foi posterior à invasão de Mossoró por Lampião, fato ocorrido em 1927, mas com a qual guarda estranhas ligações.

Para se ter uma ideia, o livro de Edgar Barbosa começa com uma página na qual se lê seu oferecimento e indica fielmente o que há de vir pela frente:

À MEMÓRIA IMPERECÍVEL DOS SACRIFICADOS NA CAMPANHA DE CIVISMO E REDENÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE; A FRANCISCO PINTO, OTÁVIO LAMARTINE, MIGUEL BORGES, JOSÉ DE AQUINO, FRANCISCO BIANOR, MANOEL DOS SANTOS, LUÍS SOARES DE MACEDO E ADALBERTO RIBEIRO DE MELO; às vítimas da covardia dos cangaceiros, aos seviciados pela barbaria policial, a todos os que sofreram humilhações e injúrias, aos perseguidos, aos ameaçados, aos coagidos no seu trabalho e nos seus lares, aos que morreram com fome e sede de liberdade. Homenagem do Partido Popular.

Coronel Francisco Pinto de Apodi, assassinado em 2 de maio de 1934 em sua casa, aos 39 anos (Reprodução com IA para o BCS)

Coronel Francisco Pinto de Apodi, assassinado em 2 de maio de 1934 em sua casa, aos 39 anos (Reprodução com IA para o BCS)

Dentre os mencionados na homenagem chama a atenção o nome do Coronel Francisco Pinto, parente, compadre e correligionário político do Coronel Rodolpho Fernandes, a aquela altura já assassinado, e que escapara da morte – ainda hoje não se sabe como – quando da invasão de Apodi em 1927 pelo bando de Massilon([1]), assim como o de Otávio Lamartine, ninguém mais, ninguém menos que filho do ex-Governador, deposto pela Revolução de 30, Juvenal Lamartine.

Não se vai entrar nos meandros dos dois assassinatos. Entretanto é inegável que suas mortes somente aconteceram em decorrência da campanha política de 34-35.

Mesmo aqueles que se posicionaram em lados opostos ao abordar a questão se negariam a contradizer tal afirmação.

Outro fato que demonstra a exacerbada violência daqueles tempos é pungentemente narrada por Amâncio Leite em carta dirigida a Sandoval Wanderley, diretor de “O Jornal”, em Natal, aos 20 de janeiro de 1937, publicada em forma de opúsculo, depois, pela “Coleção Mossoroense”[2].

Nessa carta famosa, à época, Amâncio Leite, eleito deputado estadual pela situação([3]) na campanha de 34-35, protesta por sua prisão e a de seu colega Benedito Saldanha, acusados de “extremismo” e “comunistas”, acusação essa acatada pela Assembleia Legislativa do Estado em sessão do dia 10 de setembro de 1936 na qual todos os deputados do Partido Popular votaram a favor, tão logo chegaram ao Poder, em um claro revide aos seus adversários.

O coronel latifundiário Benedito Saldanha acusado de “comunista”. Ironia do destino…

A presença da violência, portanto, era algo comum na política daqueles anos. O homicídio em decorrência de disputas pelo Poder, também o era. Como negar esse fato se um pouco mais atrás, em 26 de julho de 1930, o assassinato de João Pessoa por João Dantas deflagara a Revolução de 30?

Muito embora João Dantas tenha morto João Pessoa em decorrência do aviltamento que sofrera com a publicação em jornal oficial de sua correspondência íntima com Anaíde Beiriz, é fato que isso somente ocorrera porque ambos eram fidagais inimigos políticos.

E da presença da violência ocasionada por disputas políticas não estava livre, naqueles anos 20, o Rio Grande do Norte.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN

[1] Consta que as mesmas lideranças políticas que estavam por trás da invasão de Apodi em 1927 também o estavam em 1934, quando do assassinato do Coronel Chico Pinto.

[2] Série B, nº 768.

[3]Aliança Social, liderada por Mário Câmara.

Compartilhe:
Categoria(s): Artigo
domingo - 26/10/2025 - 09:48h

Meditando o tempo

Por Odemirton Filho

Pavilhão Vitória ficava na Praça Rodolfo Fernandes, sendo ponto de encontro durante muitos anos (Fotomontagem BCS)

Pavilhão Vitória ficava na Praça Rodolfo Fernandes, sendo ponto de encontro durante muitos anos (Fotomontagem BCS)

Benfazejas são algumas lembranças; fazem-nos recordar momentos e pessoas especiais. Sim, aprecio e fico feliz quando os leitores navegam comigo nesse mar de tempos idos.

Por quê? Porque o cotidiano é tão repleto de dificuldades, sobretudo de silenciosas batalhas subjetivas, que reviver momentos singulares acalma o coração. Quem não gosta de relembrar pessoas queridas? Pessoas que se foram, deixando uma lacuna imensa em nossas vidas? Pois bem, sempre procuro trazer a este blog textos livres, leves e soltos.

Sei que aqui e acolá faço alguma crítica. Contudo, faço de forma geral, sem ofender a honra de quem quer que seja. Já bastam a intolerância e o ódio disseminados diariamente nas redes sociais.

No entanto, cada pessoa tem o seu estilo de escrever, o que respeito, diga-se de passagem. Mas prefiro cultivar na alma, paz, apresentando aos leitores uma crônica suave, que aqueça o coração.

Assim, inspiro-me em crônicas que falam sobre o simples da vida. Exemplo? Um trecho de uma das belas crônicas do inigualável Jornalista Dorian Jorge Freire, a seguir transcrito:

Procurar a Mossoró de ontem, procurei (…), tirei do baú o meu terno de linho irlandês diagonal, branco, passado com muita goma, mandei engraxar por Chico Doidinho os meus sapatos Fox de bicos finos, passei Glostora nos ralos e raros cabelos e subi a 30 de Setembro a procura da Vigário Antônio Joaquim. (…) Digam onde estão os charutos de padre Mota, a gargalhada de Motinha, o riso bom de Manuel Leonardo, o cafeísmo de Negus, os comícios do velho João Leite? Benício Gago, seu reco-reco e seu jumento”?

E continua o mestre Dorian:

A praça Pé Duro, depois Praça do Pax, virou Rodolfo Fernandes e perdeu sua dignidade. Porque perdeu, na avalanche, o Pavilhão Vitória, a voz de Jorge Pinto anunciando deslumbrantes tecnicolors, o bozó do Bar Suez, onde se vendia a cerveja mais gelada do mundo”.

Percebe-se que ele escreve sobre um tempo distante, do dia a dia de uma Mossoró ainda com ares de cidade interiorana. Talvez, poucos leitores tenham vivido esses momentos e conhecidos referidas pessoas.

Ademais, costuma-se dizer que antigamente o tempo passava devagar, quase parando, porquanto as pessoas tocavam a vida sem a correria dos dias atuais. Sentavam-se nas calçadas, na boquinha da noite, para jogar conversa fora e falar da vida alheia; aos domingos, reuniam-se em família para saborear um lauto almoço.

Por isso, veio-me à memória um texto do poeta Mario Quintana: “havia um tempo de cadeiras na calçada. Era um tempo em que havia mais estrelas. Tempo em que as crianças brincavam sob a claraboia da lua. E o cachorro da casa era um grande personagem. E também o relógio da parede. Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo”.

O tempo deve ser um aliado; jamais, inimigo.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

Compartilhe:
Categoria(s): Crônica
  • Repet
domingo - 26/10/2025 - 09:00h

O Santo ofício

Por Bruno Ernesto

Santa Verônica, Altar-Mor Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas/MG (Foto: Bruno Ernesto, 10/2025)

Santa Verônica, Altar-Mor Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas/MG (Foto: Bruno Ernesto, 10/2025)

Muito embora a história de Aleijadinho como artista seja encantadora e de superação, como como um bom cristão, também foi uma vida de provação.

Como registrei anteriormente (//blogcarlossantos.com.br/nem-tanto-nem-santo/) , um bom artista visual, seja ele pintor ou escultor, precisa, além domínio da técnica, de um inegável, apurado e profundo conhecimento histórico.

E quem põe os olhos das obras dele pode constatar que elas são inigualáveis, tanto do ponto de vista técnico, quanto da expressividade histórica.

Embora haja uma tendência a se concentrar todos méritos do barroco brasileiro para Aleijadinho – o que não seria exagero, convenhamos -, claro que ele não foi o único artista barroco consagrado no século XVIII, existindo outros tantos artistas com altíssimo nível, como, por exemplo, Mestre Ataíde, autor do Retábulo-mor do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas/MG.

Todavia, a condição de mestre alçada por Aleijadinho foi muito além do seu dom artístico, também tendo demonstrado que foi um personagem muito à frente do seu tempo no que se refere ao pensamento.

Quando suas limitações físicas foram avançando, seu  ajudante, um escravo de nome Maurício, passou a elaborar e adaptar as ferramentas utilizadas por Aleijadinho, de modo que ele pudesse continuar a produzir sua arte.

E o que podemos ver até hoje de sua arte, foi produzida justamente após o agravamento de sua condição de saúde. Daí seu cognome. Contudo, pouco se registra que ele dividia tudo que ganhava com Maurício.

Se hoje seria impensável que um ajudante pudesse ser meeiro de um grande artista, o que se falar da meação de ganhos com um escravo em pleno século XVIII? Era um escândalo.

Se aquele corpo definhado fisicamente não foi suficiente para suplantar a sua arte e, sobretudo, força de vontade, sua atitude de reconhecimento e isonomia, lhe garante ainda mais o reconhecimento como um ser humano generoso e transformador.

Talvez – quem sabe – tenha posto em prática o que tão bem conhecia, mas a seu modo, já que não se deve conformar com este mundo, mas transformá-lo pela renovação da mente.

E nada mais confrontador com o padrão, que pôr em prática o que se prega. Afinal, não adianta esculpir santos e não praticar o que se defende.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

Compartilhe:
Categoria(s): Crônica
domingo - 26/10/2025 - 08:24h

Um inimigo dos loucos

Por Marcelo Alves
munch-henrik-ibsen-at-grand-cafe - Henrik Ibsen Henrik Ibsen (1828-1906), o genial dramaturgo, nasceu numa pequena vila portuária da Noruega. Mas o seu teatro (ele foi também diretor) e a sua poesia não mimetizaram a gelidez da sua terra natal. Ao contrário, ele foi um dos precursores do realismo e do modernismo nas artes cênicas. Fez escândalo, na verdade. Era um “denunciante” de falsos moralismos e coisas que tais.

Algumas de suas peças são conhecidíssimas: “Peer Gynt” (1867), “Casa de Bonecas” (1879), “Um Inimigo do Povo” (1882), “O Pato Selvagem” (1884) e por aí vai. Alguns dizem ser ele, no seu métier, o segundo, apenas atrás de Shakespeare (1564-1616). E gigantes do teatro, gente como Gerhart Hauptmann (1862-1946), George Bernard Shaw (1856-1950), Oscar Wilde (1854-1900) e Eugene O’Neill (1888-1953), lhe pagaram tributo.

Ibsen perambulou muitos anos pela Europa. Sobretudo pela Itália e Alemanha. Quem viaja, se sabido, enxerga longe. Faleceu, em glória mas já inválido, na capital Oslo.

Para se ter uma ideia do tamanho de Ibsen, colho um trecho do “Ensaio sobre Henrik Ibsen”, de Otto Maria Carpeaux, que consta de um pequeno livro de bolso, intitulado “Seis Dramas” (parte 1), coleção “Mestres Pensadores”, da Editora Escala:

“Henrik Ibsen é o maior dramaturgo do século XIX. O superlativo – superlativos têm sempre qualquer coisa de exagero – justifica-se desta vez, com toda facilidade. Goethe, Schiller e Alfieri pertencem inteiramente, ou pela maior parte da obra, ao século XVIII; Tchekov significa um crepúsculo melancólico; Strindberg já é o século XX. E na época entre o começo e o fim do século? Os epígonos não contam; a glória do teatro romântico francês já passou. Kleist, Georg Buechner e Gogol, três gênios dramáticos, que não se realizaram inteiramente. Quem há mais? O teatro realista francês, Augier, Dumas Filho, só tem hoje interesse como precursor de Ibsen, que lhe tomou emprestados os processos cênicos e os ambientes burgueses; Hauptmann e Shaw já confessam que o próprio Ibsen foi o ponto de partida das suas obras. Ficam ainda dois grandes nomes: Hebbel e Bjørnson. Em Hebbel a crítica literária reconhece hoje a substância ibseniana, prejudicada pelos artificialismos do epigonismo classicista; Hebbel desapareceu do palco onde apareceu Ibsen. Bjørnson, o patrício de Ibsen, e seu companheiro e inimigo inseparável durante a vida inteira, empalideceu cada vez mais ao lado do rival maior; dia virá – já veio talvez – em que a vida e a obra de Bjørnson servirão apenas para esclarecer melhor a vida e a obra de Henrik Ibsen”.

O genial dramaturgo participa de todas as virtudes (e dos defeitos também, claro) do seu século. Um século, o XIX, que se orgulhava de ser o “século da ciência e da técnica”. Ibsen se preocupava com as descobertas da ciência, com as maravilhas e as angústias que os processos científicos provocam, e tinha a esperança, em razão das intervenções da ciência, num futuro melhor para a humanidade. E aqui jogo luz sobre a peça “Um Inimigo do Povo”, de 1882, cujo protagonista é um médico local que casualmente descobre e investiga a contaminação das águas de um balneário de uma pequena cidade norueguesa.

O médico imagina ser aclamado por haver descoberto, através da ciência, a verdade. Por salvar a todos, locais e turistas, da infecção/doença generalizada. Mas “algo” fala mais alto. Do negacionismo a outros interesses menos confessáveis. Os habitantes se viram contra ele, o “inimigo do povo”. E a desgraça, individual e coletiva, está feita. Pelo menos para os de bom-senso, lembrando que a ciência, dizia o nosso Rubem Alves (1933-2014), nada mais é que o bom-senso organizado.

Se evitar contaminação e doenças parece bom-senso – pelo menos para os de bom-senso –, isso não se mostra tão óbvio para aqueles outrora chamados de fanáticos loucos, e hoje, eufemisticamente, apenas apelidados de negacionistas.

Se na fábula de Ibsen foi assim, hoje, quem alerta para a gravidade da nossa situação sanitária, para o número absurdo de mortes, para o charlatanismo de remédios ineficazes, para o impacto atual e futuro da política/visão negacionista, inclusive sob o ponto de vista econômico, é taxado por alguns de torcer pelo “quanto pior, melhor”, pelo “vírus” ou de outras baboseiras/loucuras mais. É luta.

Afirmar a dura verdade e a ciência, ou simplesmente o bom-senso organizado, nos torna “um inimigo dos loucos”.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

Compartilhe:
Categoria(s): Crônica
Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.