Por Gustavo Linhares
Em 2006 tomei um diploma médico em mãos com a idéia de que um pouco da saúde de alguns, para não ser de todo pretensioso, estava em minhas mãos. Sempre ouvira falar das falhas do “tal” sistema, da falta de médicos e da população longínqua tão mal assistida.
Meu primeiro emprego foi dentro de um programa categorizado pelo governo como PSF (Programa Saúde da Família). Nele, o médico deve ser capaz de resgatar lideranças comunitárias para tomar conhecimentos da saúde da comunidade, prestar um serviço de educador em saúde pública e conhecer os problemas mais internos, adentrando nas casas das famílias em programadas visitas domiciliares, além dos problemas que abrangem maior significância epidemiológica.
Tinha um salário relativamente bom para a região em que morava e alguns incentivos de flexibilidade em meus horários.
Pois bem, com os ideais de qualquer principiante em tudo que se desconhece, o meu sedimentava-se nos abstratos formados pela faculdade de que “aqui” a saúde vai funcionar!
A primeira decisão foi programar atendimentos de prevalência, prevenções e faixa etária, com dias reservados à educação, palestras e conversas com líderes comunitários, além de reuniões com agentes comunitários de saúde para tomar resultados alcançados, tudo isso respaldado pela bonita cartilha do Ministério da Saúde, que dita o modelo de PSF a ser seguido e a que ele se propõe.
Trabalhei em comunidades longíiiiiiiiiiiiinquas onde, por vezes, a água a se beber ainda era colocada em depósito artesanal sem geladeira e o único caminho a se chegar era de bicicleta ou moto. Coisas bem bonitas de se verem em poesias antropológicas.
Poderia enumerar aqui infinitos acontecimentos com diveeeeeersas circunstâncias que não fizeram a saúde “aqui” funcionar, mas a intenção não é escrever um livro, apenas um post.
No entanto, o médico que chega em um lugar como esse para atuar, lida com problemas contextuais em tudo o que lhe cerca, desde problemas educacionais da população (perde-me a conta sobre o número de campanhas e palestras que fizemos para não deixar água parada em baldes, visitando 1 dia/semana casa a casa) a uma imensa demanda que é preconizada pelo Ministério da Saúde para atender do ponto de vista individual e social.
Não amigos, não falem de corporativismo porque vocês não sabem da metade dos bastidores disso. Vocês não sabem o que é precisar de uma tomografia (TO-MO-GRA-FIA) e ter que esperar 1 ano para a realização e a partir daí você ter uma decisão diagnóstica e por fim terapêutica.
Fazemos o que dentro de 1 ano? Vamos jogar cartas? Búzios ou já inventaram a bola de cristal para a saúde pública?
Também não somos rendidos a laboratório, pelo menos eticamente a quem importa, mas a tecnologia faz parte da medicina e hoje são inseparáveis.
A matemática é assim: antes da ressonância o diagnóstico de doença X era só com sintomas A + B + C. Se os pacientes tinham apenas o sintoma A ficava sem diagnóstico e consequentemente sem tratamento esperando B e C acontecerem, se um dia acontecessem.
Mas a ressonância (nova tecnologia) chegou e a partir dela viu-se que não era mais necessário esperar por B ou C, ou o que se pensava ser X era Y e todo o critério diagnóstico se redefiniu tendo a ressonância como critério cardinal. A partir também das tecnologias, pudemos extrair do cogumelo a substância terapêutica e jogar as tóxicas no lixo.
Isso é só um exemplo de uma equação em mil. Falar que médicos/medicina é rendida a laboratórios e que são corporativistas é, ao meu ver, “sensacionalizar” a nossa profissão com base na última notícia que você viu na mesma mídia em que você também viu as últimas fofocas que revolucionaram o cotidiano do blá-blá-blá.
Não tenho medo de perder meu emprego nem com a vinda da Cuba inteira, mas tenho medo de todo o resto que há por vir. Médicos sem estruturas são professores sem voz, escritores sem canetas e advogados sem leis. Conhecimento há, mas atuação prática e efetiva, não.
O fato é que hoje estou em um lugar onde ganho consideravelmente menos, mas exercendo uma medicina que considero no mínimo segura, com apoio de laboratório e tecnologia sim, mas com critérios críticos do que deve ser aplicado na minha rotina de atuação. E agora penso nos meus antigos pacientes que por mais anos de governo continuarão com a saúde “ali” não resolvida, mesmo em castelhano!
A entrada de médicos brasileiros em países da América do Norte e Europa (por mim pesquisados na época de faculdade) passa por um protocolo que nem a Roma antiga sonhava que pudesse acontecer.
Nos EUA são 3 provas escritas + prova prática com 10 estações (simulações) diferentes e proeficiência no inglês (toefl) e, na prática, é ideal que se tenha um “fellow” que na linguagem médica se entende por estágio de acompanhamento e cartas de recomendações de nomes internacionalmente conhecidos na medicina aqui no Brasil.
Gustavo Linhares é médico neurologista, pós graduando em neuroimunologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Dr. Gustavo Linhares
Excelente artigo.
“Poderia enumerar aqui infinitos acontecimentos com diveeeeeersas circunstâncias que não fizeram a saúde “aqui” funcionar, mas a intenção não é escrever um livro, apenas um post.”
Uma pena.
Uma pena que a sua intenção tenha sido apenas escrever um post.
Pelo post dá para se imaginar o que seria um livro escrito por você.
Talvez assim alguns governantes e membros do judiciário despertassem para a realidade de um Brasil que eles não conhecem ou fingem não conhecer.
Tenho certeza que exercitando este seu dom para as letras, mais o conhecimento adquirido no contato direto com as nossas populações mais carentes, um livro do mais alto nível viria a lume.
O Brasil precisa conhecer o Brasil.
Não se esquive de utilizar este dom que lhe foi dado por Deus.
Por favor, escreva o livro.
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DIA 27 DE MAIO SABEREMOS QUANTO GANHA A PREFEITA DE MOSSORÓ.
“A saúde não é tudo, mas, sem ela,
o resto é nada.” Schopenhauer
“- Algumas coisas que estão acontecendo são irreversíveis. A especialização é inevitável. Com o conhecimento vastíssimo que hoje caracteriza a medicina, não há como uma pessoa saber tudo. Então os especialistas são inevitáveis. E a questão da assistência primária, o general practitioner dos americanos, também é importante. Mas nada impede que um especialista, que sabe tudo sobre determinada área,SE INTERESSE PELA PESSOA COMO PESSOA. Entende de diabetes? Tudo bem. MAS ENTENDA DE PESSOA TAMBÉM. Uma coisa não contraria a outra. É que existe também um componente de preguiça, comodismo: peço exames e prescrevo a receita. Outra pessoa que fale com o paciente.” Moacyr Scliar foi Médico e Escritor
Fonte://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=350&Artigo_ID=5448&IDCategoria=6239&reftype=1
Dr Gustavo Sou leigo em medicina mais de uma coisa eu tenho a mais absoluta certeza quo o PSF no município de Mossoró é uma farsa com o conhecimento do Ministério Público, da prefeita e dos médicos que estão fazendo a população de refém. A maioria dos médicos que atuam no Psf do município trabalham em média 25% da jornada de trabalho. Pra começar; é ou não uma farsa.
“o PSF no município de Mossoró é uma farsa com o conhecimento do Ministério Público.”
Denúncia gravíssima, feita por um político que foi candidato a prefeito nas últimas eleições em Mossoró e que
não pde deixar de ser apurada.
É inconcebível que alguém de conduta ilibada e conhecido em toda Mossoró por sua seriedade faça uma denúncia como esta e ninguém mova uma palha.
Que a Prefeita vai dar silêncio como resposta, isto eu já sei. Até porque o silêncio é a única resposta que ela dá a todos os tipos de denúncias.
Isto é compreensível.
Só responde quem pode responder.
Que não pode se cala.
Seria bom que o CRM se pronunciasse a respeito.
Ou que algum médico desse alguma declaração sobre este assunto.
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Dia 27 de maio saberemos quanto ganha a prefeita de Mossoró.
Dr. Gustavo,
Parabéns pelo artigo tão realístico… observando um lado da medalha.
Acho a atitude do governo (Cubanização da medicina) um extremo e equivocada… Porem vindo em resposta a outro extremo que não conseguimos resolver, senão vejamos:
A supervalorização do profissional médico tem gerado problemas sérios à maioria da sociedade brasileira …
Qualquer recém formado em Medicina só aceita emprego com salários exorbitantes e trabalhando a quantidade de horas que lhe convém …
Querem ganhar 10, 12 mil para trabalhar três manhãs por semana … As prefeituras do interior vivem ofertando empregos para esses profissionais, … nem sempre encontram.
Nos hospitais, UPA´S e assemelhados encontramos multidões de pacientes para serem atendidos por 1, 2 médicos, na maioria das vezes debilitados pelo excesso de atendimentos …
SOU da elite, tenho UNIMED(kkk) … Há cerca de cinco anos que vejo a debandada desses profissionais do PLANO, alegando que ganham pouco … Que o cooperados se lixem …
Atender pelo SUS quantos aceitam?… A maioria desses profissionais só querem trabalhar nas capitais e cidades de médio/grande porte …
É bom lembrar que a maioria desses profissionais estudaram em Faculdade Pública e os novos agora que estudam nas particulares na sua grande maioria são subsidiados pelo governo …
Pergunte a qualquer outro profissional quem quer ir trabalhar no interior para ganhar R$ 10 mil por mês … Não perguntem a um médico, isso para eles é uma ofensa.
Não ADVOGO que a medida do governo é acertada, mas defendo que alguma coisa deva ser feita no sentido de coibir essa indecência …
Sem querer me alongar, despeço-me.
Em tempo: Tenho familiares médicos, inclusive um filho cursando medicina, portanto …
Alcindo Júnior: sou professor á 36 anos dos quais 34 na Esam/Ufersa.
É a velha, emperdenida e sempre renovada mentalidade individualista que persevera em grande parte dos ditos profissionais liberais do brasil, quando chamados a se explicar e (ou) se engajar no âmbito de um emprego com reais implicações de prestaçaõ de serviços à comunidade.
Todos os sofismas, toda e qualquer atitude que pareça justificar o injustificável e, sobretudo um sem número de aparentes contradições que inviabilizam por sí só qualquer tentativa de fazer chegar aos excluídos o objeto do juramento de hipócrates, juramento esse tão esquecido quanto efetivamente mera encenação “teatral” quando das festinhas, cerimonias, mesuras e rapapés dos então formandos.
É esse dircursos representativo da mediocridade que permeia grande parte das práticas profissionais no âmbito da saúde e assistência médido hospitalr em nosso país, e que na maiora dos casos, é aplicada com com viés, infelizmente mercantil e patrimonialista. Nõa esqueçamos, que, não apenas esse discurso, mas, sobretudo uma prática absolutamente dissociada, dos anseios e das reais necessidades da sociedade brasileira, que tem levado o governo brasileiro a apelar da importação de médido cubanos, estes com certeza, podem não possui a propalada formação técnica já alegada pelo corporativismo cego dos nossos médicos, mas, com certeza tentarão atender e trazer um equilibrio pscossomático e um melhoria de vida, tratando às pessoas as pessoas como pessoas que são, independente da sua influência política e social, da sua conta bancária e do grau de escolaridade venham a possuir.
Mesmo a despeito de toda essa má vontade, de todo esse espírito de corpo, que mais se confunde com espírito de porco. Quem sabe um maior número de médicos cubnos em terras brasileiras, não possa, sabidamente ajudar a criar uma nova mentalidade e cultura de aproxiamação entre as reais necessidades de paceintes e médicos no âmbito da assitência médico-hospitalar, e, consequentemente na real implantação do SUS em nossas plagas, especialmente interioranas.
A respeito da possível importaçaõde médicos cubanos, portugueses e expanhois, o que espanta, prá não dizer revolta e nos traz indignação é o descarado ao preconceito a alicerçar razões corporativistas, sobretudo de ordem politica, é a grita direicionada, tão somente aos médicos cubanos, negando a esses, qualidades as mais insondáveis.
É bom lembrar que Cuba exporta médicos para mais de 70 países. Os cubanos estão acostumados e aceitam trabalhar em condições muito inferiores. Aliás, é nisso que eles são bons. Eles fazem medicina preventiva em massa, que é muito mais barata, e com grandes resultados. Durante o terremoto do Haiti, quem evitou uma catástrofe ainda maior foram os médicos cubanos. Em poucas semanas os médicos dos países ricos deram no pé e deixaram centenas de milhares de pessoas sem auxílio médico. Se não fosse Cuba e seus médicos, haveria uma tragédia humanitária de proporções dantescas. Até o New England Journal of Medicine, a revista mais respeitada de medicina do mundo, fez há poucos meses um artigo sobre a medicina em Cuba. O destaque vai exatamente para a capacidade do país em fazer medicina de qualidade com recursos baixíssimos (//www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226).
È consabido, que, com muito menos recursos, a medicina de Cuba dá um banho em resultados na medicina brasileira. É no mínimo uma grande arrogância achar que os médicos cubanos não estão preparados para praticar medicina básica aqui no Brasil. O CFM diz que a medicina de Cuba é de má qualidade, mas não explica por que a saúde dos cubanos, como muito menos recursos tecnológicos e com uma suposta inferioridade qualitativa, tem índices de saúde infinitamente melhores que a do Brasil e semelhantes à avançada medicina americana (dados da OMS).
-Agora, claro está, ninguém tem que ir cobrar do médico cubano que ele saiba fazer cirurgia de válvula cardíaca ou que seja mestre em dar laudos de ressonância magnética. Eles não vêm para cá para trabalhar em medicina nuclear ou para fazer hemodiálises nos pacientes. Medicina altamente tecnológica e ultra especializada não diminui mortalidade infantil, não diminui mortalidade materna, não previne verminose, não conscientiza a população em relação a cuidados de saúde, não trata diarreia de criança, não aumenta cobertura vacinal, nem atua na área de prevenção. É isso que parece não entrar na cabeça de médicos que são formados para serem superespecialistas, de forma a suprir a necessidade uma medicina privada e altamente tecnológica. Atenção! O governo que trazer médicos para tratar diarreia e desidratação! Não é preciso grande estrutura para fazer o mínimo. Essa população mais pobre não tem o mínimo!
Que venham os médicos cubanos, que eles façam o Revalida, mas que eles sejam avaliados em relação àquilo que se espera deles. Se os médicos ricos do sul maravilha não querem ir para o interior, que continuem lutando por melhores condições de trabalho, que cobrem dos governos em todas as esferas, não só da Federal, melhores condições de carreia, mas que ao menos se sensibilizem com aqueles que não podem esperar anos pela mudança do sistema, e aceitem de bom grado os colegas estrangeiros que se dispõe a vir aqui salvar vidas.
Infelizmente até a classe médica aderiu ao ativismo de Facebook. O cara lê a Veja ou O Globo e seus panfletismos, se revolta com o governo, vai no Facebook, repete meia dúzia de clichês ou frases feitas e sente que já exerceu sua cidadania. Enquanto isso, a população carente, que nem sabe o que é Facebook morre à mingua, sem atendimento médico brasileiro ou cubano.
É este o Brasil brasileiro, seus profissionais liberais e sua classe pensante…!!!???
É isso meu Caro Carlos Santos.
Um Abaraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
SALÁRIO DO PREFEITO DE PARELHAS
“O prefeito passará a receber a partir de janeiro de 2013, 11.500 reais.”
Fonte: Blog Luciano Vale.
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Por que cargas d’água somente o salário da prefeita de Mossoró é que ninguém consegue saber?
Se fizermos uma proporção entre a condição econômica de Parelhas e a de Mossoró dá para se acreditar que tem fundamento o que falam nos bares, ruas, avenidas e esquinas da nossa cidade.
Será que o salário da prefeita de Mossoró ultrapassa os 40 mil reais?
Eu continuo sem acreditar nisto, mesmo vendo uma cidade pobre, permita-me usar este eufemismo, como Parelhas pagar 11.500 reais ao seu prefeito.
Por que a prefeita Cláudia Regina não dá a conhecer o seu salário?
O que a impede de fazer isto?
E poderia aproveitar para dizer a todos os mossoroenses quanto paga a estas assessorias.
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Ligue 0800 61 61 61. Ou mande um e-mail para o FALE COM A PRESIDENTA.
Dia 27 de maio saberemos quanto ganha a prefeita de Mossoró.
Todos sabemos das deficiências estruturais, mas pior do que a falta delas é a falta de um médico para o atendimento inicial.
Agora eu acredito que este assunto pode pertubar a alguêm. Porque? Vocês leram Dr. Gustavo Linhares é Neurologista, Alcindo Jr. é professor da UFERSA, Amigo do Ex-Reitor Josivam Barbosa. Bom eu vou ficar aguadando; não é possível que nesta cidade ninguêm se manifeste.
Sou a favor da vinda dos médicos cubanos para trabalhar no BR, porque os médicos brasileiros, não atendem a população bem e só querem ganhar altos salários e não querem se sujeitar em trabalhar no interior.
Cuba tem uma das melhores saúde e educação do mundo.
//esquerdopata.blogspot.com.br/2013/05/globo-homenageia-dia-das-maes.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+OEsquerdopata+(O+Esquerdopata
Francy
Concordo plenamente com você.
Desde que sejam feitas algumas ressalvas.
Prefeitura do interior anunciou que precisa de médico, decorrido um determindado tempo e não aparecendo nenhum médico brasileiro, que a vaga seja preenchida por um cubano, um colombiano, enfim, por um médico de qualquer nacionalidade.
O que não pode é cidades ficarem sem a presença de um só médico porque nenhum profissional que ir morar no interior.
Cunpridas as formalidades legais, submetidos aos testes necessários, tendo o aprovo do CRM, que venham os médicos cubanos, ucranianos, chilenos, etc.
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EXISTE UMA EMERGÊNCIA ODONTOLÓGICA FUNCIONANDO 24 HORAS NA UPA DO ALTO SÃO MANOEL.
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Eu pensei que o patrulhamento ideológico já tinha acabado.
Mas nunca faltam imbecis para com seus uivos e grunhidos, nos quais fica claro toda a mediocridade de que são possuidores, tacharem os que clamam pela prisão dos BANDIDOS do mensalão de inocentes úteis do que eles chamam de PIG.
Idiotas, acreditam que a morte do Celso Daniel foi fruto de um assalto seguido de morte, quando até o Zé Doidinho sabe que se tratou de uma execução. E jamais dizem que a família de Celso Daniel vive exilada na França por estar ameaçada de morte pelo bando que cometeu o hediondo crime.
Acreditam até que Rose e Lula são apenas bons amigos e que o avião presidencial nunca foi usado para o transporte de malas cheias de euros como denunciou o Dep. Anthony Garotinho. Denúncia esta que está sendo apurada e que em breve revelará a toda nação que o ídolo é de barro.
Cobram com veemência o julgamento dos torturadores, mas não aceitam sequer que os nomes dos terroristas sejam divulgados.
Deveriam cobrar o julgamento dos terroristas e dos torturadores. Por que julgar determinados bandidos e outros não? Terroristas e torturadores, todos são bandidos.
E quem não aceita se submeter à mesma lavagem cerebral que anulou completamente o senso crítico destes que foram transformados em asnos passam a serem vítimas das pedras que atiram para todos os lados.
São incapazes de levantar a voz contra a injustiça que é a não distribuição do fardamento escolar, da baixa qualidade da merenda, da falta de leitos, médicos e medicamentos. Calam-se ante a falta de segurança e jamais questionam os baixos salários dos policiais. Calam-se ante a falta de transparência do poder público.
E assim porcedem porque sonham dia e noite com uma sinecura, já que por terem consciência do que são sabem que nunca conseguirão um lugar de destaque na sociedade pelas vias normais.
Daí se prestarem ao papel imundo de advogados do diabo.
E assim vão vegetando, remoendo as suas frustrações e acumulando fracassos em cima de fracassos, já que fracasso é tudo o que podem conseguir dado o completo despreparo para a vida numa sociedade em que não há mais espaço para os néscios,
Morrerão com uma pedra na mão.
A última pedra. A pedra que não conseguiram atirar nos que lutam pela construção de uma sociedade justa.
Que Deus na sua infinita bondade se apiede destes pobres coitados.
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Fico triste ao ver pessoas com nível superior defendendo a vinda desses 6000 médicos cubanos pro Brasil como se os mesmos fossem salvar a pátria… Ah!! por favor né!! É fato que faltam médicos em algumas cidades do interior, mas nessas cidades também faltam medicamentos, exames laboratoriais, eletrocardiograma e estrutura para um bom atendimento médico. Agora faço como a professora/vereadora Amanda Gurgel, querem me colocar em uma unidade/hospital de interior com caneta e papel e querem que eu faça milagres?? Eu por a caso sou Mãe Diná pra adivinhar diagnósticos??
Falar que importar 6000 médicos cubanos vai resolver os problemas de saúde do interior e das periferias é uma grande ingenuidade. Quem me garante que eles vão permanecer atuando nesses lugares enquanto estiverem no Brasil?? Segundo o CFM a maior parte dos médicos estrangeiros que conseguiram revalidar seus diplomas nos últimos 10 anos encontram-se atuando nos grandes centros. Agora eu pergunto se isso não pode se repetir com os 6000 que estão vindo pra fazer milagres no interior?? Será que eles depois de um tempo também não deixarão o interior pelas cidades maiores e o nosso problema de falta de médicos no interior volta a estaca zero novamente?? Que a população dessas cidades e lugarejos necessitam dos serviços médicos imediatamente é corretíssimo, não discordo disso, mas existem outras maneiras de sanar esse problema. O problema maior é que o governo do PT não quer resolver o problema de vez, de maneira eficaz. É mais fácil dizer que faltam médicos, é mais fácil encontrar um falsa solução e enganar a população que essa falsa solução vai resolver o problema. Mais uma vez, Dilma quer fazer demagogia, 2014 está ai meu povo! Para quem não sabe existem outros interesses por trás disso, pra cursar medicina em Cuba não é necessário passar em vestibular mas é necessário estar filiado ao PT por 2 anos. Seria ótimo se todo o problema da saúde pública fosse a falta de médicos que o governo diz existir, ótimo e fácil de se resolver!
Obs: As entidades médicas não são contrárias a entrada de médicos estrangeiros no Brasil, nunca foram. Sempre existiu um processo seletivo para que esses médicos revalidassem os diplomas (Revalida), este tipo de processo também é realizado para revalidação de diplomas de outros cursos e para revalidação do diploma médico em outros países. Ninguém é contra que médicos estrangeiros atuem no Brasil, não somos favoráveis ao afrouxamento do processo para que eles venham atuar aqui, já que a maior parte das universidades de Cuba, Bolívia e Argentina não realizam o vestibular e por muitas vezes tem a grade diferente da nossa. Acho justo que qualquer tipo de profissional formado fora, de qualquer área passe por processo de revalidação para atuar no Brasil. REVALIDA SIM!
Os médicos brasileiros não querem trabalhar no interior, mesmo com salários oferecidos de R$ 20.000,00. Repetindo: a população do interior não tem médicos. Enquanto isso, as regiões metropolitanas tem 2x mais médicos que o recomendado pela ONU.
O grande problema aqui que todos estão esquecendo é que quem sofre mais com isso tudo é a população, que fica sem assistência médica. “Ah, mas os médicos cubanos não sabem mecher com tecnologia!”. Ora, mas se o argumento dos médicos brasileiros não irem pro interior é por falta de recursos?! Nisso os médicos cubanos são mestres!
Sinceramente, não consigo compreender esse movimento todo, se os médicos irão trabalhar em locais onde os brasileiros não querm ir. Sabe qual a forma mais rápida de resolver isso e não deixar os cubanos virem? Deixar o esnobismo de lado e aceitar trabalhar onde a população realmente é carente de medicina.
Volto ao debate mues amigos para dizer que a importação de médicos estrangeiros é bem vinda para amenizar a questão da atenção básica; do PSF, que atua na prevenção. A questão da contra referência é outra. Vamos colocar os pés no chão e discutir a questão do generalista; depois os especialistas. Um dos males do Brasil é querer colocar o carro na frennte dos bois. O ECA, o PSF, O Estatuto do Idoso; querer PUNIR a cria esquecendo do CRIADOR.
O maior violência contra os jovens é o ataque dos políticos aos cofres públicos.
Quem mata mais a corrupção ou as drogas.
QUE VENHAM OS CUBANOS.
– Portugal já importa médicos cubanos desde 2009.CUBA a melhor saúde e educação do mundo.Cuba exporta médicos para mais de 70 países.Até o New England Journal of Medicine, a revista mais respeitada de medicina do mundo, fez há poucos meses um artigo sobre a medicina em Cuba. O destaque vai exatamente para a capacidade do país em fazer medicina de qualidade com recursos baixíssimos (//www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1215226).
É como a polemica de OPTOMETRIA no BR.Eu defendo piamento OPTOMETRIA.Alguem sabe a qaul a diferença entre optometrista x oftalmologista ?Em países mais evoluídos funciona muito bem não acho correto o Conselho Brasileiro de Oftalmologia opinar nada sobre isso.E outra pq o Oftalmologista é o melhor profissional para detectar ” a melhor graduação para seus óculos???????De acordo com pesquisas aproximadamente 99% dos casos são solucionados com uma consulta Optométrica.Tem muitos oftal por aí que nem olha o olho..passa colirio e fim de papo.
Optometria é uma coisa,Oftalmologia é outra totalmente diferente.É rejeitada,Vá pra UA, Europa e Cuba ver como é a Optometria.Quase nao existe Oftalmologia – um dia nós venceremosO Dep. Marçal Filho (PMDB/MS), que propunha a regulamentação da profissão de Optometrista.É o quinto projeto de lei que tenta criar a profissão de optometrista.Porque eles barram???? Porque???
ENFIM, A MEDICINA QUER APODERAR SE DA PARTE CLINICA E FISICA TAMBEM?????????POR FAVOR ISSO É UMA VERGONHA PARA O NOSSO PAÍS, ALÉM DE A OPTOMETRIA NÃO PRECISAR SER CRIADA” PORQUE JA EXISTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!KKKKKKKK
No BR existe um exército de médicos de qualidade pavorosa……gente que não sabe a diferença entre esôfago e traqueia, como eu já pude bem atestar. Porque tanto temor em relação à qualidade dos estrangeiros e tanta complacência com os brasileiros?
De acordo com pesquisas aproximadamente 99% dos casos são solucionados com uma consulta Optométrica.
Optometria no Mundo
A OPTOMETRIA como profissão já existe no mundo há mais de 100(cem) anos, tendo surgido como atividade pela primeira vez nos Estados Unidos por volta dos anos de 1860-1870. Atualmente, a OPTOMETRIA é uma profissão completamente difundida e respeitada no mundo inteiro, sendo que está presente em mais de 130 países no mundo, entre eles:
Estados Unidos;
Canadá;
México;
Cuba;
Costa Rica;
Panamá;
Colômbia;
Inglaterra;
Alemanha;
Itália;
Portugal;
Espanha;
Rússia;
Japão;
China;
Índia;
África do Sul
Quênia;
Israel;
Líbano;
Austrália;
Nova Zelândia;
Recentemente (nov/10), o Congresso do Chile aprovou a regulamentação da profissão de Optometrista com a unanimidade dos parlamentares daquele país. Nos países que adotam a OPTOMETRIA, percebeu-se uma melhor distribuição desses profissionais em regiões longínquas e de difícil acesso. Isto facilitou o atendimento à população, principalmente a menos favorecida. A OPTOMETRIA possui reconhecimento de Organizações Internacionais, dentre elas:
OMS-ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
Afirma que o profissional em OPTOMETRIA é o responsável principal pelo atendimento primário a visão;
OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE
Preconiza desde 1984 sobre a importância da atenção primária (prevenção) como pilar da saúde visual, serviço este realizado por Optometristas profissionais especializados e preparados para esta função;
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Reconhece a profissão de Optometrista como prestador de serviços de atendimento primário à visão;
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
Classificação Internacional de Ocupações – CIUO88, da qual o Brasil faz parte através da Organização Internacional do Trabalho-OIT – reconhece a OPTOMETRIA como profissão.
UNESCO – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇOES UNIDAS PARA EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA
Reconhece a OPTOMETRIA enquanto profissão e nos convocou para fazermos parte dos debates travados no 1º FORUM SULAMERICANO DE SAUDE VISUAL em Bogotá/Colômbia, em novembro de 2008
“O Brasil é um país de cegos”, segundo o IBGE
*
“DENTISTAS brasileiros” são os melhores do mundo e não são MÉDICOS…hehehe
Nos EE.UU., existem 32.000 Optometristas responsáveis por 70% dos
exames de vista que são feitos nas ópticas, de modo racional, econômico, eficiente e até mesmo
profilático, pois os casos de patologias são enviados para os médicos que são os únicos que tratam de
doenças. Na Inglaterra 90% dos exames são feitos por Optometristas. Na Espanha existem 9.000
Optometristas e 5.000 médicos oftalmologistas. Na Europa, em média, 60% dos exames de refração
ocular são procedidos por tecnólogos em Optometria.Cubaentre os melhores IDHs do mundo.
“Não podemos confundir a saúde pública com atividade comercial”.os confundir
Fez muito bem o governo brasileiro buscar medicos em Cuba.O médico brasileiro é boçal.Não querem trabalhar no interior.Já vi muito prefeituras oferecerem salários de até 15 mil, mas nao querem.Interessante depoimento desse médico com bastante experiencia.
MUITO INTERESSANTE E ESCLARECEDOR ESSE COMENTÁRIO DO Rogerio Diaferia Rossi.NÃO DEIXEM DE LER….
Em meio a essa polêmica de médicos cubanos e revalidação de diplomas. Eu que sou médico brasileiro e estrangeiro, que trabalhei alguns anos em áreas inóspitas como hospitais e postos de saúde dentro de favelas, e também em hospitais públicos e privados de centros urbanos, que fui coordenador de pronto atendimento, que trabalhei até no meio do mar sem auxílio de profissionais de enfermagem, vou deixar minhas reflexões….
A primeira é que considerei mais do que injusto o longo, tortuoso, e caríssimo processo por que passei para ser médico no Canadá. Mesmo tendo cursado ótima faculdade pública que é pertencente da FAIMER (//www.faimer.org/), tendo feito 2 anos de internato (aqui no Canadá eles não fazem); Antes de entrar na residência eu tive que passar em 3 provas que os canadenses só fazem durante ou depois dela! Mas isso não ocorre para todos, pois médicos ingleses, franceses e dos EUA tem diploma automaticamente revalidado. O Canadá necessita muito de médicos, pois existe um funil rumo aos enormes salários dos EUA, mas nem por isso eles facilitam a vida de profissionais preparados que já vivem aqui. Existem milhares de médicos do mundo todo nos caixas de supermercado, dirigindo taxi aqui, e isso mesmo depois de já terem passado nas provas. E existe mesmo aqui, meus caros, uma numerosa população carente de médicos, só para não esquecermos que o mundo não gira ao redor dos umbigos dos diplomados em medicina…
Em seguida, conto que conheço de perto 10 médicos que fizeram medicina em Cuba, trabalhei de perto com eles e posso afirmar que suas condutas e posturas foram mais corretas e éticas do que a da maioria dos colegas brasileiros com que convivi. Cada uma que eu já vi… sem contar que meu pai morreu de enfarte após ter esperado por 9 horas em um pronto socorro público o médico que estava incomunicável por BIP…
Em terceiro, pergunto: os médicos brasileiros passam por algum processo de permissão de exercício no Brasil? Resposta: não. É só se formar em faculdades sem hospital, sem acesso a internato ou à rotação em atenção básica e já podem portar o porte de arma mais conhecido como CRM. Nos países sérios, se é isso que vocês tanto querem para o Brasil, o médico só pode trabalhar depois de ter passado no exame de ordem do CRM, depois de ter feito residência e depois de ter passado na prova de título de sua especialidade. Vcs realmente acham que um formado de Presidente Prudente e afins é melhor preparado do que um de de Cuba???
Falando nisso, em quarto, eu pergunto, qual é a qualidade dos profissionais que atendem emergências e atenção básica públicas no Brasil? Resposta: a enorme maioria não fez nenhuma residência médica, pula de um emprego para o outro atrás do melhor pagamento, falta mais do que trabalha, chegam quase sempre atrasados aos plantões, poucos possuem certificação de ressuscitação ou de trauma, valorizam os empregos caixa 2 para não pagar imposto. Nos anos em que trabalhei no PSF (Programa de Saúde da Família) vi a enorme rotatividade de médicos em busca de mais privilégios, como dia de folga remunerado (day-off), flexibilidade de horário (poder não cumprir o horário), benefícios e salários maiores. Os pacientes das favelas em que trabalhei, sempre falavam que sabiam que o médico (muitas vezes eu) não iriam durar mais do que alguns meses… Muito triste, ainda mais nessas situações onde os cuidados necessários são contínuos.
Enquanto coordenador da UPA, confesso que só consegui fechar a escala às custas de um salário muito maior. Um pediatra ganha de 750 a 900 reais por 12 horas na região de Campinas, lá se paga 1.400,00 durante a semana e 1.500,00 de fim de semana. Assim era fácil, eu escolhia os melhores. Mas tive que demitir vários picaretas que tratavam a população, o serviço e os funcionários com todo desrespeito. Plantoneiros de carreira que saem de um plantão e vão para o outro sem durmir e sempre atendem com o pior dos humores. E Jaguariúna fica somente há 15 minutos de uma grande cidade como Campinas. Como deve ser no sertões do nordeste, onde o médico além de se sentir um deus, sente e age como coronel…
A saúde brasileira necessita de muita coisa, de muito investimento, de muita competência, principalmente por parte dos médicos. Mas o que ela mais necessita, é de respeito, de pessoas que valorizem o sofrimento do povo mais vulnerável, os pobres. E os médicos que criticam tanto o governo do PT, não criticaram o governo do PSDB que demorou um ano para aprovar o plano de carreiras dos médicos servidores públicos. Por que será? Eles estão é mais interessados em entrar nas residências médicas que mais dão dinheiro e comodidade, como consultório particular lotado. Prova disso é sermos campeões mundiais em cirurgias plásticas estéticas, continuarmos a priorizar a cesárea ao invés do parto vaginal, termos centenas de concorrentes para dermatologia ou endocrinologia para 2 ou 3 vagas, e, às vezes, nenhum candidato para cursar medicina de família e comunidade.
O Brasil necessita de mais médicos nas periferias e áreas rurais SIM. Vcs querem ir trabalhar lá? Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil existe 1,8 médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é de 3,2 médicos para mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é de 4 médicos. No início do ano, os prefeitos que assumiram apresentaram ao governo federal uma série de demandas na área de saúde. Entre os pontos destacados estava a dificuldade de atrair médicos para as áreas mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior. O governo brasileiro pretende atrair não somente médicos cubanos para trabalhar nas regiões mais carentes do País, mas também profissionais de Portugal e da Espanha.
Vejo que isso se trata muito mais de uma questão de saúde pública, do que proteção de nicho de mercado de um classe já muito privilegiada.
Foundation for Advancement of International Medical Education and Research (FAIMER)
//www.faimer.org
Educational opportunities, research, and data resources that inform health care
Depoimento de outrem:
“Eu sou membro dessa categoria que você, com extrema classe, disse não respeitar. Discordo veementemente do modo esquerdista de ver o mundo, mas tento não deixar isso influenciar em qualquer conversa, e não pretendo fazer isso agora, mas peço que reflita sobre o que vou dizer.
Não acredito que os médicos cubanos sejam solução. Nem os espanhóis, nem portugueses, nem americanos, suíços, ou até mesmo brasileiros, extra-terrestres ou os mais belos anjos. O problema é estrutura. Digo isso com conhecimento de causa, visto que eu trabalho e trabalhei no SUS nos últimos 4 anos em que estive formado. De que adiantará um médico em qualquer localidade que seja, quando não se possui o MÍNIMO para trabalhar? Medicina é mais que estetoscópio e conversa. É saneamento básico, é educação, é leito hospitalar, é exame laboratorial, é ultrassonografia, é tomografia, ressonância, é UTI, centro cirúrgico, é fisioterapia pós-operatória… dentre outros. Eu já trabalhei em vários interiores, mesmo sendo membro dessa categoria “corporativista e de reserva de mercado” (em suas palavras). O meu primeiro paciente, o primeiro que eu vi na minha frente como médico, em uma USF a 400 km de Recife, possuía um quadro de icterícia obstrutiva, e estava ali, na minha frente, com dor e amarelo da cabeça aos pés. A conduta correta seria interná-lo pra investigar o que estava acontecendo. Falo com a minha enfermeira, ela diz que isso não é possível. Não havia leitos para alocá-lo, muito menos exames a serem realizados. Medicação no posto? Paracetamol. O tylenol que você toma. Consegui, a duras penas, pedindo favor pra amigo residente na capital e transporte de CARONA, levar o pobre coitado pra Recife, onde foi realizada uma tomografia que constatou um tumor de pâncreas. Eu gostaria de saber o que o colega cubano, em locais mais inóspitos ainda, poderia ter feito. Porque nem medicação pra deixar o cara confortável em casa dava pra arrumar. E você se vira nos 30, tentando, de alguma forma, ajudar o cara, e ainda morrendo de medo de levar um processo nas costas, porque ninguém quer saber se você tinha ou não condições de trabalho. Tem que fazer feito o Harry Potter e fazer as coisas acontecerem em passe de mágica. Isso foi UM paciente. Na mesma manhã, atendi mais 19. Doente no interior não tem só hipertensão e diabetes. E mesmo quando o problema são as doenças mais básicas, elas complicam. Acidente vascular encefálico, pé diabético, crise hiperosmolar, infarto agudo do miocárdio… nada disso vai ser resolvido com “tome este comprimido duas vezes ao dia e retorne em duas semanas”.
Gostaria também de salientar que não são fornecidas, na grande maioria, as mínimas condições para que se realize um atendimento de qualidade. Dos diversos empregos que tive (mudei de alguns, porque levei CALOTE de prefeitura), em apenas UM eu tinha consultório, com uma porta e uma maca, que dava pra examinar alguém decentemente. Em TODOS OS OUTROS, trabalhei atendendo gente em varanda de casa (com dois cachorros que viviam puxando a barra da minha calça no meio do atendimento – muito divertido, queriam brincar, mas eu tinha que trabalhar), sala de aula em escola (dividindo o momento de atendimento médico, confidencial e sigiloso, com a turminha aprendendo o ABC), e até mesmo uma DESPENSA de um 1,5 metro quadrado, em que só cabia eu mesmo, sentado numa cadeirinha no escuro, escutando o coitado do paciente, de pé, na porta. Vale relatar que todas essas referências que fiz quantos aos meus “consultórios” referem-se a cidades a não mais do que 100 km de distância de Natal. Quiçá outras localidades. Pra conseguir exame de sangue? 2, 3 semanas de atraso. Ultrassonografia? Vixe, um mês. Tomo? Ressonância? Mais fácil acabar a seca no sertão. Por melhores que sejam as intenções da atuação na medicina preventiva, caro Daniel, pessoas adoecem. Câncer acontece. Infarto também. Fratura. Pneumonia. Crise asmática. Pé diabético, AVE, parto complicado, pré-eclâmpsia.
Plantões de emergência em interior? Tente realizar uma reanimação de parada cardíaca, quando você sabe o que fazer, e o monitor dos dois desfibriladores não funciona. Ou então transferir um paciente com um acidente vascular encefálico hemorrágico, entubado, em uma ambulância que nada mais é que uma FIORINO, passando três horas debruçado em cima dele, fazendo a ventilação mecânica e balançando de um lado pra outro na “caçamba” da “ambulância”. Sabe o que aconteceu com o pobre coitado? Faleceu… Porque quando chegou na unidade de referência, havia mais 8 pacientes com quadro similar, ou piores no hospital de referência, e não existiam meios para fornecer o tratamento necessário àquele doente. E você faz tudo isso, passa horas tentando salvar o cara, pra saber que o sistema não te ajuda. E no fim de tudo, ainda arrisca levar um processo que vai te custar até as calças, porque a família não quer saber de nada disso. Só quer a compensação. Cada doente que eu atendo em condições inóspitas para a prática da minha profissão, é um risco que eu corro. CADA UM. Se eu deixar de diagnosticar qualquer coisa, a culpa é minha. É erro médico. E vocês, que estão do outro lado, não querem saber de nada, só querem enfiar a porrada. Manda um engenheiro projetar um prédio de 50 andares com um lápis e uma régua, sem transferidor. E fala pra ele que os tubos não podem ser Tigre. Que a fiação elétrica não pode ser aterrada. Que faltou dinheiro pra comprar a argamassa e ele vai ter que se virar com barro. E pergunta pra ele se ele quer trabalhar assim.
Os cubanos, pelos dados veiculados pelo governo cubano, atuam na medicina preventiva de forma adequada. Mas quer saber? O brasileiro também sabe medicina preventiva. Eu paguei várias cadeiras na faculdade sobre isso, e até que estudei direitinho! O que falta não é o médico. É saneamento. É educação. É orientação alimentar. É alimento de forma geral. É água. Profissionais nós temos de sobra, todos em situações empregatícias aberrantes, não sendo regidos por CLT, e que adorariam um plano de carreira nos moldes do judiciário, pra ter estabilidade de vínculo empregatício!
Em qualquer país que não possua um acordo de revalidação de diplomas entre suas instituições de ensino, é pré-requisito para a prática responsável a comprovação de que o profissional esteja APTO a praticar aquela função no país que pretenda residir. Isso não é exclusivo aos cubanos, é pra QUALQUER médico que queira praticar a medicina no Brasil, seja formado na ELAM ou em Harvard. Quem fiscaliza a minha profissão e julga o erro médico é o Conselho de Medicina, federal e regional. Se os cubanos que vierem não forem regidos pelos conselhos, quem irá fiscalizá-los?
Tento ver com alguma inocência os argumentos que a sociedade profere quando chama minha categoria de “mercenários” e outros adjetivos piores ainda, porque sei que é a mesma coisa de chamar todo político de “ladrão”. É generalização por uma figura folclórica.
O raciocínio me foge um pouco, mas pra terminar, visto que é tanta coisa que fica difícil colocar em palavras, convido você, e quem você quiser trazer, a passar um mês me acompanhando e a outros colegas médicos que trabalham no SUS. A gente não precisa ficar só nos locais que trabalhamos não, visto que eu estou abandonando os meus plantões públicos remunerados (em que atendo em média 60 doentes ortopédicos – o limite pela OMS é 36. A grande maioria com queixa ambulatoriais, exigindo atestados, que deveriam ser resolvidos na USF, mas procuram a emergência e a deixam congestionada por pura falta de educação e não saber pra q se presta uma emergência hospitalar). Quando tiver em Natal, posso te levar pra conhecer os locais que eu trabalhei no interior, pra que você possa perceber o motivo pelo qual o médico brasileiro não “interioriza” (falta de equipamento, laboratório, ferramenta diagnóstica, falta de vínculo empregatício, calote, processo, AMEAÇA DE MORTE – já sofri duas, nas quais o cidadão poderia ter me matado sem problema nenhum… não existia segurança no local) e tirar suas próprias conclusões. Se o problema da fome fosse cozinheira, a gente importava 6000 de Cuba também. Se o problema da educação fosse professor, trazia mais 6000 de lá. Se o problema da política são os políticos, posso importar 6000 de onde eu quiser?”
Só queria saber uma coisa…. se tecnologia é bom e auxilia no diagnóstico, o senhor Gustavo poderia me dizer se ele já teve curiosidade em averiguar onde se formam os bioengenheiros e programadores, os físicos, que criam e constroem essa tecnologia que auxilia os médicos atualmente? Onde se formam os engenheiros civis que estão construindo moradias no Brasil, edifícios industriais, hospitais, clínicas, além de viadutos, tuneis, e avenidas? Onde se formam engenheiros sanitários? Pergunto isso pois parece que a classe médica é que despertou de repente para “as péssimas condições” para exercer seu trabalho e dar alguma dignidade à população….e acordou unida, o que é mais estranho ainda, pois resolveu agora que é necessário melhorar o que sempre foi péssimo (quem está velho e sempre foi paciente da saúde pública deste país que o diga!)… Quando compramos um computador ou um software com tecnologia estrangeira, nos preocupamos? Um médico que trabalha com procedimentos, imagens, ultrasonografias, equipamentos a laser, ou para radioterapia, enfim, esse médico se preocupa em saber quem criou a tal tecnologia, onde se formou o indivíduo? !!! Estamos com dez mil engenheiros de todos os países do mundo no Brasil, e ainda faltam engenheiros, e muitos dessas universidades dos países que agora os muito preocupados com a saúde pública questionam a formação… E as péssimas faculdades de Medicina privadas, e algumas até públicas, que o Brasil também tem espalhadas em todos os Estados? Os formados nessas serão bem qualificados? Não é o que se fala quando estamos vivendo fora do Brasil, tenha certeza! Plano de carreiras? Lindo, que tal também uma dose de sinceridade para com a população. Se os médicos estivessem ganhando fortunas, ainda que as condições fossem péssimas, não estariam condenando contratação de estrangeiros, afinal, a saúde pública no Brasil sempre foi uma droga- quem já teve que dormir em fila do INSS paulistano para conseguir uma consulta para dali há 6 meses, há 35 anos atrás, e não hoje, que o diga!!! Um pouco mais de honestidade nos argumentos e amor à população é o que o povo quer. A barriga dos brasileiros pobres dói igual à dos nobres bacharéis em Medicina, e não adianta dizer que para nascer e morrer temos um médico por perto, pois durante a vida toda, para ter saúde e de fato sobreviver, precisamos de outros profissionais tão importantes e que nos garantem a existência – PROFESSORES, AGRICULTORES, AGRÔNOMOS, nos dão cultura, formação e comida, isso é saúde também. ENGENHEIROS CIVIS E QUÍMICOS nos criam condições de moradia e saneamento – saúde preventiva também. FARMACÊUTICOS desenvolvem medicamentos que ajudam a curar ou remediar. ADVOGADOS e ADMINISTRADORES nos permitem organizar nossa vida burocrática em sociedade, ajudando a diminuir nosso estresse mental, FISIOTERAPEUTAS, TERAPEUTAS OCUPACIONAIS e EDUCADORES FÍSICOS nos inserem de volta à sociedade quando temos um AVC, sofremos um acidente ou padecemos de qualquer ordem de deficiência física, ENFERMEIROS E PSICÓLOGOS contribuem fortemente para nos tratar quando estamos enfermos, ENGENHEIROS INFORMÁTICOS, ELETRÔNICOS, ELÉTRICOS, MECÂNICOS, constroem todo tipo de aparato, incluindo transporte, para que nossa vida fique mais fácil em todos os sentidos, incluindo nos dando ferramentas para avançar em todo tipo de trabalho e condições ergonométricas e de segurança, incluindo as ferramentas de trabalho atual dos médicos até para uma cirurgia. GEÓLOGOS E ENGENHEIROS PETROQUÍMICOS resolvem as questões de reservas minerais e energéticas que podem auxiliar, por exemplo, uma incubadora de UTI neonatal atuar, uma ambulância mover-se… sem energia para fazer um hospital funcionar, um carro se mover, empregos existirem para dar de comida para as pessoas, o nobre médico pode me dizer como a população teria existência minimamente digna? E A CLASSE ARTÍSTICA, alguém deixa de ler um livro bom se for de escritor cubano, espanhol, americano , inglês? Os médicos deixarão de ir assistir shows de seus ícones mundiais, que fazem bem à alma e a saúde, se estes ocorrerem nos estádios padrão FIFA???? E alguém do CFM já fez campanha para descobrir quantos profissionais dessas outras IMPRESCINDÍVEIS áreas para a EXISTÊNCIA E DIGNIDADE DA POPULAÇÃO são estrangeiros ou se formaram nas mesmas universidades dos colegas médicos que querem rejeitar? Foram ver se as outras categorias profissionais requerem o exame “revalida” sem antes submeter todos os seus próprios formados no Brasil à mesma prova? Porque a OAB faz todos os seus bacharéis se submeterem à prova….mas isso não ocorre com os médicos formados no Brasil, e o próprio CFM já divulgou várias vezes os nomes de muitas dessas carnicerias que distribuem diplomas… Enfim, um pouco mais de sinceridade e autocrítica, é o que a população gostaria mesmo de ter de médicos de todas as idades e gerações, pois o que parece é que essa união por “condições e infra-estrutura”, “plano de carreira” para se fixarem nos interiores, é mesmo uma falácia e que só engana os que não usam de verdade o SUS. Quem usa, mesmo que sem equipamento, quer o médico ali, no lugar dele, exatamente como todos os demais profissionais assalariados do pais, que mesmo em condições ruins de trabalho, têm que cumprir horário, e se trabalharem com o público, serem humildemente educados.