"Conheci-o" assim, pelo sentido da audição: voz educada e trovejante, português castiço e silábico. Dicção irrepreensível.
"Carlos, dileto amigo. Não quero comentar coisa nenhuma. Quero dizer-lhe que sou leitor e fã. Siga. Tenho inveja de Thurbay Rodrigues. Minha casinhola reclama a sua ausência. Um forte abraço." Essa mensagem postada no Blog, ontem (segunda, 10) é de um irmão ausente. É de Givanildo Silva – advogado, radialista, jornalista.
Mas seu melhor papel é no cultivo à amizade. Ombro sempre fiel. Estamos separados por extremos quilométricos, numa mesma cidade. Nem por isso distantes. O recado, num ambiente abstrato, virtual, apenas sacraliza – os laços imperecíveis do que construímos ao longo dessas últimas décadas.
Somos companheiros de apostolado.
Givanildo é o que defino como a materialização do "desprendimento solidário". Faz da generosidade, uma infinita capacidade de ser em contraponto ao ter. Abundância acolhedora que a mão direita não permite que a esquerda veja. Aí, pois, a grandiosidade de cada gesto.
Seu eremitério, casa modestíssima, não resume a extensão do que conquistou. É, por natureza, um doador universal: sem olhar a quem. Por isso mesmo uma presa fácil à ingratidão, vítima contumaz da perfídia e visado pela arrogância de tantos que passaram e outros que passarão.
"Giva" é ainda o pai de bebês que nunca crescem. Para ele, fechado em copa à proteção das crias, não cabe apenas a recomendação do "crescei e multiplicai-vos". Caminha, ladeando-os, como um cão-guia.
"Inveja" do jornalista Thurbay Rodrigues, que me acolhe numa mesa farta, é a palavra-chave a me punir pelo pecado da lonjura. Penitencio-me. Faço-me devedor. Sou, porém, inadimplente da matéria que teima em não se formar, batendo à sua porta em clamor provocativo: "Cabeção! cabeção!"
Em verdade, eu nunca saí do terraço miúdo, da salinha pequena e acolhedora, nem deixei de arrastar os pés nessa rua de piso irregular. Sulcos que parecem artérias humanas, mostram a própria alma de uma vizinhança fraterna e quase cabocla. São uma trilha em eterno vaivém.
Termino esbarrando por aí, Giva.
Olá, Carlos que bom que você abril espaço nessa coluna para falar sobre essa grande ferramenta do aprendizado chamada Givanildo Silva,desde 1985 escuto Givanildo quando ele fazia um programa com o saudoso Everi Costa(Jornal) na antiga rádio tapuio. Givanildo e da queles Radialista que quando estar falando encostamos o ouvido mais perto do rádio para ouvir melhor.Gostaria que ele voltasse os eslogan antigos como:. Ora,Ora,Ora deixa comigo galera!
Um abraço.