Do Blog William Robson
Quando a Porcellanati encerrou suas atividades em Mossoró em 2014, a promessa que havia era de efetivação do tal pólo cerâmico, que atrairia outras empresas-satélite e milhares de empregos. Tudo passou de um engodo. No auge de sua produção, em 2010, mantinha pouco mais de 300 empregos.
No entanto, após cessar sua produção, no ano seguinte, em 2015, a Prefeitura entrou com processo de reversão do terreno (retorno do bem ao patrimônio público), já que não havia mais serventia para a empresa.
O processo caminhou lentamente, sob o pretexto de reabertura da empresa, discurso que sempre ganhava força em anos eleitorais. A ex-prefeita Rosalba Ciarlini terminou seu mandato sem que o processo fosse concluído, que simplesmente desapareceu. Uma ação de restauração de autos foi ingressada para saber em que situação estava o pedido de reversão.
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), por sua vez, já avisou que vai assinar o decreto para que o terreno onde a Porcellanati foi edificada volte para o Município ainda esta semana. “Temos outros projetos e propostas para lá. O terreno passou todo este tempo parado, sem gerar empregos, nem impostos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Franklin Filgueira.
Outra “reabertura”
A empresa já tem conhecimento da reversão do terreno, cuja cessão terá outras finalidades. Para tentar gerar maiores embaraços, a direção da Porcellanati voltou a falar em reabertura este ano. Mas, na realidade, ela mantém nove funcionários, entre vigias e equipe de manutenção. Até a principal linha de produção da empresa foi transferida de Mossoró para pagamento de dívidas.
Assim, a área de 120 mil metros quadrados da Porcellanati servirá para, inicialmente, dois novos projetos e uma triangulação que vai gerar outros na zona oeste da cidade. Segundo a Prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o terreno vai ampliar a capacidade de produção da Usibrás, que deixa o Abolição II. O Município fechou acordo para que a indústria de castanha possa ocupar o espaço da antiga fábrica de cerâmica para que na sua atual sede sejam levantados três empreendimentos.
A Usibrás quer dinamizar a sua produção sem demitir nenhum dos seus 250 funcionários. Por sua vez, atende a um pedido antigo dos moradores do Abolição II que se queixavam da atuação da indústria já engolida por residências em toda parte.
Assim, o terreno da Usibrás vai abrigar um grande atacarejo do grupo maranhense Mateus, que detém 29 empreendimentos do tipo, 24 supermercados, 2 hipermercados, 66 lojas de eletroeletrônicos, 16 lojas de vizinhança e 9 centros de distribuição. A marca Mateus possui as bandeiras Mix Atacarejo, Supermercado Mateus, Eletro Mateus e Camiño Supermercados e está nos Estados do Ceará, Bahia, Tocantins, Pará e Piauí. Previsão de gerar entre 200 e 250 empregos diretos.
O atacarejo vai dividir o terreno da Usibrás com uma filial da loja do grupo Carajás (Alagoas), de material de construção, podendo gerar mais 250 empregos.
A transferência da Usibrás para a área da Porcellanati não significa que a empresa irá ocupar todo o espaço. Há a proposta do grupo mossoroense Olinda para a construção de uma fábrica de premoldados, gerando mais 200 empregos. Assim, a reversão do terreno da Porcellanati vai abrir novas oportunidades, dando fim a um ciclo de inércia e manobras contraproducentes.
Dívidas e mais dívidas
“Esta alteração vai manter os empregos da Usibrás e gerar mais de 600 novos empregos”, explicou Franklin. Vale ressaltar que no lugar da Usibrás também será construído um pequeno shopping, chamado de mall, que proporcionará a abertura de cem novas vagas de trabalho.
A Porcellanati, de origem catarinense, vinha enfrentando inúmeros problemas de ordem financeira e jurídica. Suas rápidas operações na cidade e contingente de funcionários bastante inferior ao que se propagava, abriram margem para dúvidas. E sua desativação em tão pouco tempo, desvelou a farsa da “consolidação do polo cerâmico”. A Porcellanati nadava em dívidas e fechou as portas.
Segundo publicou o site Mossoró Hoje, o Plano de Recuperação Judicial da Itagres chegou a ser rejeitado na continuação da 2ª Assembleia Geral de Credores, realizada em Tubarão (SC), em 2018. As dívidas da empresa com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que totalizam R$ 77.636.706,35 à época, foram determinantes para a rejeição do plano. Logo, a empresa não tinha como voltar a funcionar.
No dia 28 de setembro uma audiência na Câmara Municipal discutiu a situação da empresa, que fez novas promessas. No entanto, o processo de reversão do terreno se encaminha para ser concluído esta semana, abrindo a possibilidade de novos projetos econômicos na cidade.
Nota do Blog Carlos Santos – Tenho informações de bastidores que publicarei em breve, em relação a essa corriola catarinense e parceiros potiguares (ocultos). Ouvido ao chão, como bom índio Sioux, Apache, Comanche, Cherokee, Navajo ou Cheyenne.
Sobre as marcas de atacarejos, adiantamos em primeira mão no dia 1º de setembro que tratativas estavam em andamento (veja AQUI).
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Finalmente uma atitude correta por parte do poder público municipal. Desta forma atende ao principal problema que nossa cidade enfrenta que é o desemprego e a falta de perspectiva para Boa parte da sua população.
A caneta azul serve para usar no momento certo e a favor da maioria. NOTA 1000 prefeito.
Concordo totalmente com sua opinião, caro Lair.
A Itagres Porcelanato tentou dar um golpe na economia de Mossoró e região, e de certo modo conseguiu.
Levou muito dinheiro do BNB, aí foi bem feito, forasteiro tem vez e faz o que quer, já os empreendedores daqui pouco conseguem, e olhe lá!
Bom Dia Carlos, alguma notícia do polo cloroquímico???
NOTA DO BLOG – Sim. Algumas e boas. Em breve divulgaremos. Abraços e bom feriado.
Boa tarde, segundo informações dadas em entrevista pelo secretário adjunto do desenvolvimento econômico ao jornal “De Fato 10/10/2021” a empresa Itagres Porcelanti, conta agora com 36 operários 20 gestores de Santa Catarina e mais 60 terceirizados locais, todos trabalhando todo a vapor para reabrir a empresa novamente, e tenho informações de funcionários que a cada dia estão contratando no mínimo 4 operários, sendo prioridade ex-funcionários e/ou moradores do conjunto Santa Júlia e adjacências. Ainda com informação dada pelo secretário adjunto, a linha produção que foi retirada representa apenas 10% da produção, o que eu significa que não vai impactar na produção e contratação de trabalhadores. fazendo uma conta rápida, se o prefeito assinar o processo de reversão vai colocar de imediato 100 pessoas ou mais, e outros que viriam a existir, na fila de desemprego de Mossoró, o que lembra aquele velho ditado popular “descobrir um santo para cobrir outro”. Ao me ver pessoal existe alternativas, como mencionado nessa postagem, o terreno conta com 120 mil metros quadrados, uma solução seria dividir o terreno da Porcelanati com a Usibras. Enquanto isso espero ver o resultado.
NOTA DO BLOG – Se o secretário adjunto sair de sua cadeira e for fazer um “censo” desse pessoal talvez não dê essa conta. Seria bom ele falar sobre a decisão repentina de “reabertura”, após desencadeado o processo de reversão. Talvez ela tenha explicação para retirada de uma linha de produção (eram duas) em abril desse ano, por não pagamento à indústria fornecedora, com o equipamento sendo negociado com outra empresa. Talvez saiba o porquê da empresa não pagar a cerca de 250 funcionários há mais de sete anos, todos os seus direitos trabalhistas. É provável que tenha resposta para o fato do comércio mossoroense não vender um prego “a prazo” à Porcellanati. Enfim, existem muitas respostas que o adjunto deve ter. Vamos aguardar. Abraços
eita como eu não me enganei.prefeito arretado gente.