Por Odemirton Filho

Rubem Braga para o BCS, em arte impressionista com uso de Inteligência Artificial, a partir de foto de O Globo
Certa vez, Rubem Braga, um dos nossos melhores cronistas, escreveu: “fazer crônica não dá trabalho! Eu poderia estar ouvindo música, lendo um bom livro, batendo um papo com algum amigo e estou aqui há três, quatro horas, lendo jornal, pensando umas coisas vagas, procurando um assunto qualquer pra escrever”.
Pois bem. Pegando carona nas palavras do velho Braga, acrescentarei: eu poderia estar sentado à mesa com Marcos Ferreira, Carlos Santos, Bruno Ernesto, Rocha Neto e Marcos Araújo, saboreando um café coado, caprichosamente preparado pelo dileto anfitrião da “casa branca”. Aproveitaria para aprender com cada um deles, ouvindo as suas histórias e dando gargalhadas.
Ou, quem sabe, poderia ir à praia com minha mulher, meus filhos e meu neto. E lá estando, tomaríamos uma água de coco; eu e o meu primogênito iríamos saborear uma “loira gelada”, apreciaríamos o azul do mar, o vai e vem da maré. Eu brincaria com o meu lindo neto, faríamos um castelo de areia, e esperaríamos as ondas para desmanchá-lo.
Talvez, eu ficasse em casa, balançando-me na rede. Abriria um livro para ler, folheando cada página com vagar e atenção. Aqui e acolá, acessaria as redes sociais para me inteirar do besteirol do dia. Também acessaria os blogs e portais pra saber a quantas andam o Brasil e o mundo. Eu até sei, vivemos tempos de intolerância política, guerras pelo mundo afora e corrupção, praga que há anos corrói as entranhas do nosso país.
Aproveitaria, de igual modo, para estudar algo sobre a Ciência do Direito, sobretudo Processo Civil e Eleitoral, minhas paixões desde os bancos da faculdade. Na docência, foram quinze anos lecionando referidas matérias e, com certeza, eu aprendi mais do que ensinei. Amadureci; fiz bons amigos.
Eu também poderia ir à casa dos meus pais para conversar. Ouviria as histórias do meu genitor sobre as brincadeiras no antigo horto florestal, quando ele e seus amigos tomavam banho nas águas (ainda salubres) do rio Mossoró, principalmente na época das enchentes. Escutaria as histórias emocionantes de minha mãe sobre o meu avô, Vivaldo Dantas de Farias, e da fé inabalável da minha vó Placinda.
Enfim, poderia fazer muitas coisas. Entretanto, cá estou, “enchendo linguiça”, com receio de não cumprir o compromisso semanal que há sete anos tenho com os leitores deste Blog. Isso dito, peço desculpas pelo texto mal-ajambrado. Até o próximo domingo.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos























Oiii. Suas crônicas são maravilhosas.
. Leves,falam de vivências, família,amigos e da melhor época vivida por crianças e jovens do Brasil.Quiçá do mundo.Leio todos os domingos…posso até dizer você é o Rubem Braga de hoje e daqui de nós. Obrigada pelos agradáveis momentos que me traz, através das suas palavras.Bom dia
Obrigado pelo comentário, Delvani Valdes de Murilo. Fico imensamente feliz com suas palavras. Eu realmente gosto de escrever textos leves, com o coração, pois já bastam os problemas cotidianos.
Tenha uma semana abençoada.
Isso mesmo, Odemirton! Não temos obrigação, porém um compromisso ! Se fosse obrigação, meu esforço seria mínimo. Vez ou outra apresentaria atestado médico e, teria que escolher alguém próximo para morrer de tempos em tempos. Seria um calvário, para nosso querido editor Carlos Santos. Aliás, certamente ele me demitiria sem direito ao seguro-desemprego, ou mesmo FGTS.
Pois é, Bruno. Temos um agradável compromisso semanal com este Blog e seus leitores. Agradeço pelo comentário. Um forte abraço, amigo.