Acordo cedo; sou madrugador. À cama sempre tem alguns livros à espera de agrado. O hábito antigo me deixa em ótimas companhias. Com um detalhe: nunca, em meio ao sono cerrado ou eventual pesadê-lo, chutei qualquer um para fora.
Hoje conclui leitura de "Encontos & Desencontos" de Cefas Carvalho. Ontem foi "O homem óbvio" de Rubens Lemos Filho.
Ambos são autores potiguares; labutam há anos na imprensa.
Cefas é poeta, escritor e jornalista. Passeia com desenvoltura pelo conto, romance e poesia, com a destreza de um Rodin a esculpir palavras. Tudo ao natural, sem afetação.
Na dedicatória do seu livro, à mulher-musa-amada, a prova de que seu novo trabalho é insumo básico. Ele dança com lobos para sobreviver como gente. "Para Cláudia, que ensina as luzes a brilhar…"
Não é apenas belo. É denso.
"Rubinho", filho de Rubens Lemos (o "Rubão", jornalista já falecido), é assessor de Comunicação Social do governo estadual e cronista. Calma. Não baila na frivolidade social. Sua área é a do "agrião", como diziam os antigos locutores esportivos.
Faz do futebol seu principal canteiro de obras. Manda às cucuias o preconceito brocoió de intelectualóides, que vêem no esporte apenas um amontoado de homens correndo atrás da bola. Encontra na bola a grande metáfora existencial.
"O épico está na dimensão de cada um", filosofa Rubinho, que não é diminutivo do pai. Faz-se menino-homem com paixão em preto e branco, mas em cores vivas a cada página do seu livro.
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