Olha só quanto privilégio o meu: recebi há pouco em meu moquiço, nos arrabaldes de Mossoró, os escritores David Leite e Francisco Rodrigues.
Visitas raras, que se diga.
O comum por aqui é a presença dos meus amigos oficiais de justiça, sempre muito polidos, com intimação ou citação de processos movidos pela patota.
Com David e "Chico de Neco Carteiro" a prosa é rápida.
Nem ofereço cadeira; café não há. No máximo disponibilizaria água potável, extraída de minha vetusta geladeira, carinhosamente apelidada de "Chafariz": só tem água.
Assinalo, ainda, que por pouco não saio a recebê-los em traje sumário, quase Adão, nesse meu físico apolíneo de canário belga.
Chico é amigo das antigas; David compõe a infantaria da "República da São Vicente", universo telúrico de nossa infância.
Os dois, cá, presenteiam-me com "Caminhos de recordações", o terceiro livro de Chico.
Suas crônicas, com linguagem coloquial, dão lirismo a cada pedaço de Areia Branca, Mossoró ou terras de além-mar. São doces, acima de tudo.
Obrigado.
Também fui colega de classe do David, sem nenhum respaldo mnemônico, nos pretéritos 1981 e 2. Tô véi.