O passar dos dias, semanas e meses desde que a gestão da prefeita Fátima Rosado (DEM) admitiu que existia uma crise na Prefeitura de Mossoró, aponta que a situação está fora de controle. Medidas gerenciais e políticas indicam o pânico.

A prefeita fez apenas a abertura de entrevista coletiva à imprensa ontem (em que alguns órgãos de mídia sequer foram convidados). Em seguida saiu da sala no Palácio da Resistência, revelando em sua face sinais de exaustão: olheiras e dificuldade até para falar, como se estivesse sob efeito de ansiolíticos.

Coube – como sempre – ao secretário da Cidadania, Chico Carlos (PV), tentar explicar um rol de novas medidas. É a quarta vez desde junho passado (três meses) que o governo anuncia providências para conter crise denominada de "financeira".

O patético é que isso ocorre num momento em que o mundo e o país comemoram justamente o inverso. Os governistas não querem admitir, apesar dos fatos serem retumbantes, que existe mesmo é uma "crise de gestão", derivada da inaptidão para gerir os destinos da prefeitura.

Corte em alugueis de imóveis e de carros, por exemplo, são medidas anunciadas antes que foram repetidas no dia passado. Ocorre que ainda durante a coletiva, Chico Carlos não soube dizer o elementar: quantos veículos estavam alugados, quantos estão agora. Também afirmou que não dispunha de números quanto aos imóveis locados, valores médios etc.

Ainda se queixa quando escassos setores da imprensa atestam que a prefeitura não tem planejamento.

Em relação à saúde, após admitir fechamento do Atendimento Materno Infantil (AMI), Caps e da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Abolição II, mudou o discurso. Tratou tudo como "remanejamento". A UBS do Abolição III, por exemplo, "unificará" os serviços do II. Esqueceu de falar sobre a demanda de ambos, que se concentrará em apenas um.

Se a Prefeitura de Mossoró conseguir seu intento, essa UBS deixará de atender em média a 2.500 pessoas/mês. O volume de procedimentos atinge cerca de 4 mil/mês. A UBS do Abolição III, para onde a prefeitura pretende alojar os "órfãos" da UBS do Abolição II, tem média de mil atendimento/mês e cerca de 2,8 mil procedimentos/mês. Nada disso o secretário comentou na entrevista.

Cortar o festim é uma das decisões tomadas para tentar impedir o descarrilamento de vez das contas da prefeitura, que aumentou sua folha de pessoal em 41.94% de 2008 para 2009 (o que não foi mencionado). Correto. Também tirou apoio aos times de futebol do Potiguar e Baraúnas, algo sensato nesse momento.

Ficro, Expofruit, Festival Aéreo, Vaquejadas do Grupo Porcino Costa, Mossoró Moto Show e Auto da Liberdade não terão dinheiro público em 2010. Carnaval está cancelado. A Festa do Bode, idem.

O Cidade Junina vai encolher. Este ano foram só 14 dias, mas apenas nove com atrações festivas. O próximo ano é uma incógnita. Certeza apenas de retorno da A-Sim (empresa pernambucana) para de novo "privatizar os lucros" em vez de terceirizar serviços. Esse detalhe também foi omitido na coletiva.

A prefeitura, através de Chico Carlos e o titular do Planejamento (?), contabilista Canindé Maia, de novo chutou em termos de economia. Em junho anunciaram algumas providências e falaram em R$ 30 milhões de redução de custo para este ano. Noutra entrevista outro porta-voz saltou o delírio para R$ 36 milhões. Em mais dois anúncios os números foram igualmente desencontrados.

A "marolinha" da crise no município a cada dia ganha formato de tsunami.

Até aqui, o Governo "Da Gente" (deles) parece um cachorro vira-lata que caiu do caminhão de mudanças: não sabe para que lado corre, não possui sentido de direção. Já subtraiu gratificações, hora-extra e auxílio-transporte em pecúnia do servidor. Antes tinha proclamado revisão de contratos com empresas terceirizadas (o que não é verdade).

Também já falara em cortes em aluguéis de veículos e prédios, repetido agora.

Há meses que este Blog partiu na frente, criando o "Programa de Apoio à Patota (PAPA)", para ajudá-la a não quebrar de vez a prefeitura. Várias medidas propostas foram acatadas constrangidamente pelo governo. Entretanto muito mais como marketing do que ato concreto. A maioria soa apenas como propaganda.

A patota não é do ramo! Faz anos que o Blog proclama essa verdade. O tempo e os acontecimentos endossam.

Veja AQUI, por exemplo, nossa proposta básica contida no Papa;

Veja AQUI as mais recentes notícias sobre fechamento de unidades de saúde. Não se trata de inverdades ou invencionices, mas informações embasadas em depoimentos diversos.

Nota do Blog – O Governo "Da Gente" (deles) continua perdido, mas pelo menos começou a acertar no corte de festas.

São medidas antipopulares e em alguns casos de efeito econômico até ruim para a cidade, mas necessárias.

O Blog continua à disposição para colaborar com a patota, sempre com enfoque crítico. Uma assessoria sem qualquer ônus, em nome do interesse coletivo e arrimado no espírito cívico.

Avante, patota!