Começou enxurrada. Uma série de açudes e barragens estão sangrando no RN. Se continuar a chuvarada, o estrago será maior do que em 2008. A maioria dos reservatórios tem muita água, mais do que possuíam no início do inverno passado.
Ninguém culpe a natureza pelos rigores pluviométricos. Os desdobramentos são responsabilidades do homem, sobretudo do poder público.
Do ano passado para cá, praticamente nada foi feito à reparação de açudes arrastados pelas águas. Algumas estradas continuam obstruídas.
Mas como era ano eleitoral, de tudo houve um pouco no show da classe política. Uns de forma sutil, outros de modo espalhafatoso e todos de modo muito cínico.
Em Governador Dix-sept Rosado, o então prefeito Anaximandro Vale apareceu boiando nas águas, ao lado de aliados, mostrando "solidariedade";
Em Ipanguaçu, o prefeito Zenildo Batista atacou de barco e se deixou fotografar ao lado de feiras etc;
Em Mossoró, Fafá Rosado (DEM) comandou uma canoa para visitar áreas alagadas, ao lado da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) e de um cão vira-lata. Pior é que sua Assessoria de Comunicação espalhou fotos pela mídia (AQUI) enaltecendo o "feito".
Governadora, outros políticos graúdos e seus asseclas, saracotearam em cima da miséria alheia, prometeram mundos e fundos e quase nada fizeram.
O governo Lula bradou que resolveria tudo. Nada.
Alguns que apostaram exageradamente na palavra, garantindo providências, terminaram sendo punidos pelas urnas. Um exemplo patente foi a candidata a prefeito do Assu, Fátima Moraes (PSB). Perdeu feio as eleições.
Vamos aguardar o que nos reservam para este ano.
Aposto uma cocada e um copo d’água bem gelado do filtro ou do pé do pote Carlos, como as promessas serão as mesmas: prometem fundos e mundos e, no final, nem mundos e muito menos os fundos, Valendo?
Caro Togo Ferrário, quem lhe responde antecipadamente é Valtércio Silveira. Não toparia a aposta em hipótese alguma, afinal, a água do fundo do pote, eu até poderia apostar pois aqui na chácara, tenho de sobra para lhe pagar, já a cocada, seria bem mais difícil, daí, correr da briga.
Não vale pirotecnia com a desgraça dos outros, ou melhor dizendo, dos sempre excluídos. Lembro aqui a sábia poesia de Herbet Viana – ” Alagados sem sal, favela da maré, a esperança vem do alto, das antenas de tv, a arte de viver da fé, só não se sabe fé em quê “.
O que vale é ação com precisão.
A ponte de Assu, pode não resiteir ao inverno desse ano, tendo em vista os abalos que sofreu ano passado pela grande quantidade de água que recebeu. É de conhecimento de todos que aquela ponte precisa de manutenção, no entanto não se tem notícias de uma visíta de engenheiros ou órgãos responsáveis depois do inverno passado, para avaliação dos estragos. Para mim, uma grande falta de responsabilidade e compromisso do poder público.