Do Folha de São Paulo
Diante do sucesso do leilão de blocos de petróleo e gás realizado na semana passada, o governo anunciou nesta quinta-feira (23), no “Diário Oficial da União”, que decidiu antecipar o primeiro leilão de blocos de petróleo na região do pré-sal da bacia de Santos, previsto inicialmente para dezembro.
Será a primeira experiência do Brasil no modelo de partilha, que, ao contrário do modelo de concessão, implantado desde 1999, não prevê disputa por preços, mas pelo maior volume de petróleo que o investidor aceitar compartilhar com a União.
O leilão será realizado no mês de outubro e colocará à venda unicamente o gigantesco campo de Libra, em águas ultraprofundas, cujas reservas recuperáveis superam as reservas brasileiras de petróleo. É o maior campo já descoberto no país.
De acordo com o diretor da consultoria Expetro, Jean-Paul Prates, o anúncio é positivo e indica que o governo está querendo fazer um teste de venda do pré-sal, aproveitando o aquecimento conseguido com a 11ª rodada de licitações.
“O governo quer aproveitar o fluxo trazido pela última rodada e deve juntar com o leilão do gás não convencional, que também será em outubro, não teria sentido fazer dois leilões”, avalia.
O governo marcou também para 30 e 31 de outubro o primeiro leilão específico para áreas de gás natural convencional e não convencional.
Parceiros
De acordo com Prates, o leilão é, na verdade, uma busca de parceiros para a Petrobras, que foi contratada pela ANP para perfurar o campo. A Petrobras tem compulsoriamente 30% de todos os campos do pré-sal como operadora.
Ele prevê uma disputa forte pelo ativo, que tem perfil sob medida para empresas chinesas, que gostam de comprar blocos nos quais a produção seja rápida e, por este motivo, não participaram da 11ª rodada.
“Vai haver competição, é uma compra de petróleo ‘in situ’, os chineses gostam disso”, prevê, listando também as grandes petroleiras, instituições de financiamento e empresas de tecnologia de ponta.
“Vai ser um teste também para as empresas conhecerem mais a região para futuros leilões”, prevê.
Ele observa que é positivo o fato de o teste do leilão do pré-sal ser feito em Libra, porque a oferta de novas áreas para exploração no pré-sal, com a Petrobras como operadora, poderia comprometer o sucesso do leilão.
“Em nenhum lugar do mundo o sistema de partilha funciona assim (com operadora desde o começo). Primeiro se vende, depois a empresa vencedora se associa ao governo. Ir para o leilão sabendo que não vai poder operar deve afastar algumas petroleiras”, explicou.
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Nota do Blog – Vale lembrar que Prates, entrevistado nessa reportagem, foi secretário do Governo Wilma de Faria (PSB), sendo responsável por novos horizontes à economia e política energética do Rio Grande do Norte, sobretudo com a fonte eólica.
Enquanto isso Mossoro com seus inumeros desempregados, aguarda os invstimentos na exploração assegurados pela ilustre presidenta Graça Foster.