quinta-feira - 26/06/2025 - 08:24h
IOF

Lula tem derrota acachapante no Congresso; até base humilha governo

Hugo Motta seguiu vontade da maioria e levou governo à grande derrota (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Hugo Motta seguiu vontade da maioria e levou governo à grande derrota (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Do Canal Meio e outras fontes

A longa e dolorosa novela sobre o aumento do IOF terminou em tragédia para o governo. Tanto a Câmara quanto o Senado aprovaram o decreto que anula o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ampliando ainda mais a crise fiscal pela qual passa o país. Na Câmara, o governo viu partidos de sua base aliada, muitos com ministérios na Esplanada, rebelarem-se e apoiarem a oposição.

A votação foi humilhante para o Planalto: 383 votos a favor e apenas 98 contra. No Senado, o decreto entrou rapidamente na pauta e antes das nove horas da noite os senadores, em votação simbólica, seguiram a Câmara e confirmaram a derrota.

O governo estima que já neste ano a derrubada das medidas vai impactar a arrecadação em ao menos R$ 10 bilhões. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que vai ser preciso ampliar o contingenciamento de gastos para fechar as contas no azul. Desde a gestão Fernando Collor de Mello o Congresso não derrubava um decreto presidencial como fez na noite de ontem. (g1)

A decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de colocar em votação o decreto que anula o aumento do IOF pegou o governo de surpresa. O Planalto tinha como certa a promessa feita por Motta na segunda-feira da semana passada. No dia em que foi votado o pedido de urgência do decreto, o presidente da Câmara disse que não levaria a matéria para o plenário de forma imediata e que daria 15 dias para o governo tentar reverter a derrota que se avizinhava. O pedido de urgência recebera 346 votos a favor e 97 contra, uma amostra das dificuldades que Lula e Haddad enfrentariam para convencer os deputados a mudar de ideia. (Estadão)

Energia mais cara

Mas, ao longo da semana passada, o clima de tensão entre o governo e o Congresso só aumentou. Os parlamentares demonstraram a crescente insatisfação com o Planalto, derrubando os vetos que o presidente Lula havia feito em trechos de uma medida que amplia a isenção fiscal a empresas do setor elétrico.

Como consequência, os brasileiros terão que desembolsar mais na conta de luz — uma péssima notícia para o governo em um ano pré-eleitoral. Antes de colocar o decreto em votação, Motta disse que apenas seguiu a “vontade da Casa” ao levar a matéria ao plenário. (CNN Brasil)

Mais e mais dinheiro

Nos últimos dias, o governo vinha dando sinais de que buscava distender as tensões com o Parlamento. Na semana passada, já havia liberado cerca de R$ 900 milhões para as emendas parlamentares, uma reclamação crescente entre os deputados. Talvez percebendo que o clima na Câmara estava cada vez pior, o Planalto optou por praticamente dobrar o volume de recursos para as emendas parlamentares, com uma liberação total de R$ 1,72 bilhão. (Folha)

Com o projeto já na pauta de votação, o presidente Lula voltou a distribuir afagos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o maior derrotado na crise do aumento do IOF. Lula não citou a possibilidade de votação do decreto no plenário da Câmara, mas ressaltou que Haddad sempre tratou a economia brasileira com “seriedade”.

Lula ainda fez um apelo aos empresários: “A gente tem uma hora que a gente tem que deixar os nossos interesses individuais de lado e pensar um pouco neste país”, disse o presidente durante o anúncio do aumento do etanol na gasolina. (UOL)

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Raimunda diz:

    O mais interessante desse Congresso é que a conta para o pobre pagar, ninguém pensa duas vezes para aprovar. Prova disso é a derrubada do veto sobre a conta de luz, o aumento do número de parlamentares na Câmara e a sanha pelas emendas parlamentares.
    Como Decreto do IOF vai atingir a parcela mais rica, o que a gente ver é deputado e senador esbravejando que não aguenta mais pagar imposto. E por que a dificuldade para aprovar a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5.000,00? Será, também, porque a perda da receita será compensada pela minoria mais rica desse país? Claro que é, assim como está claro que os parlamentares, e os empresários só acreditam em ajuste fiscal se cair nas costas do pobre, e o maior exemplo disso é querer desvincular os benefícios previdenciários do aumento do salário mínimo, porque pra essa gente o assalariado e algumas políticas de inclusão do pobre no orçamento são os culpados pelo déficit fiscal e endividamento do país.

  2. Gilvan diz:

    Derrota humilhante foi para o povo e não para lula.O congresso votou para aumentar numero de despesas e de deputados,votou para tirar recursos dos menos favorecidos e favorecer a elite,quem saiu derrotado foi o congresso e a população.Lula continua bem avaliado.

  3. Marcos Pinto. diz:

    A gestão Lula III tá cumprindo literalmente e com exímia performance a Coreogeafia do Samba do Crioulo doido. Mesmo estando apenas na metade da gestão é bastante visível o triste cenário de Torre de Babel. Ja há até clima de fim-de-feira. Quem duria hein !?. Essa é de lascar.

  4. marcelo silva diz:

    esses deputados e senadores colocam a conta para o povo pagar, poderiam cobrar impostos dos ricos para aplicar o dinheiro no social, agora esses congressistas fazem jogo duplo, dizem que estão com o governo e com o povo, mas votam contra estes dois, são pessoas muito sem compromisso com o país, a conta de luz vai aumentar por causa deles.

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