quarta-feira - 18/07/2012 - 11:39h
Até tu?

MPF pede anulação de concurso da Ufersa

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte ingressou com uma Ação Civil Pública contra a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Decorre de supostas irregularidades encontradas na correção das provas do concurso público realizado pela instituição em 2011.

A medida pretende anular o concurso para evitar maior prejuízo aos participantes.

A ação foi motivada por denúncias realizadas por candidatos que se sentiram prejudicados com o resultado final. A partir disso, foram constatadas irregularidades como atribuir nota a candidato que não realizou prova, acordar com candidato por telefone a apresentação de títulos oito dias depois do término do prazo, além de reprovar candidatos na análise dos títulos, uma vez que a fase era somente classificatória.

A peça afirma ainda que a correção permitiu que candidatos com pouquíssima experiência profissional fossem classificados a frente de concorrentes academicamente mais qualificados, portanto, perdendo qualquer sentido a exigência de títulos para determinar a classificação dos concorrentes. O fato teria prejudicado a classificação final dos participantes.

Após análise dos fatos, o MPF acredita que o resultado final não deve ser acolhido e por isso solicitou em tutela antecipada, ou seja, em caráter imediato, a anulação do concurso.

Caso a tutela antecipada não seja aceita, o MPF requer a suspensão do concurso para recontagem dos pontos da prova de redação e de títulos. Além disso, pede a aplicação de multa diária, em caso de descumprimento da decisão, no valor de R$ 5 mil.

A Ação Civil Pública está tramitando na 10ª Vara da Justiça Federal sob o nº 0001205-85.2012.4.05.8401.

Com informações do MPF.

Nota do Blog – (18h33, quarta-feira, 18 de julho de 2012) – A 10ª Vara da Justiça Federal em Mossoró decidiu nesta quarta (18), pela suspensão do concurso da Ufersa realizado em 2011. A medida é resultado de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal que apontou diversas irregularidades na correção das provas. Há perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, tendo em vista a iminência dos candidatos considerados aprovados serem investidos em seus respectivos cargos, conforme a programação de posse, prevista para o final de julho e início de agosto.

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Categoria(s): Administração Pública / Justiça/Direito/Ministério Público

Comentários

  1. LEO diz:

    As irregularidades encontradas no concurso da Ufersa são gritantes! Além das citadas pelo MPF, também temos:

    – Excesso de dificuldades para interpor recurso contra o gabarito: o candidato tinha que imprimir um formulário e ir bater até a universidade para entregar o documento. (Problema esse que já foi alvo de recomendação do próprio MPF, por dificultar a solicitação de isenção da taxa de inscrição). E quando as questões foram anuladas, sequer houve justificativa escrita por parte da banca.

    – Recurso contra a prova discursiva não houve! O candidato que quisesse, que ficasse batendo ponto todos os dias no Prédio Central pra ver se conseguia algo. Houve candidato que PERDEU A VAGA garantida porque a nota de outro foi corrigida, misturada com títulos e republicada no final. E não a Ufersa não divulgou a relação dos candidatos recorrentes.

    – Completa falta de transparência: os candidatos convocados para a prova de títulos, misteriosamente, não tiveram suas notas na prova objetiva divulgadas e os demais foram sumariamente eliminados. Outro ponto grave foi a indisponibilidade do candidato visualizar a sua prova corrigida. Algo inadimissivel nos dias de hoje. Se o candidato for vítima de um subjetivismo da banca, ele se deu mal e pronto.

    – Irregularidades graves encontradas pelo setor de Auditoria Interna colocou a Comissão de Concurso numa saia-justa. Levando à anulação das vagas para o cargo de Médico Veterinário. A história pode ser conferida aqui: //omossoroense.uol.com.br/cotidiano/17284-suspeitas-de-irregularidades-cancelam-vagas-de-medicina-veterinaria-do-concurso-da-ufersa

    Sem falar nos diversos erros técnicos. Que podem não causar a anulação, mas mancham certamente a eficiência e eficácia de um concurso público:

    – A Ufersa demonstrou que não tinha estrutura técnica suficiente para realizar um concurso desse porte. Isso pode ser comprovado com a celeuma que os candidatos foram submetidos para apresentar os títulos para nível superior. Uma completa esculhambação!

    – Equipe de atendimento ao candidato, não houve, apenas alguns servidores mal-humorados e mal-educados mandando mensagens grosseiras em discurso-padrão dizendo que todas as informações estavam no site. Mentira.

    – O edital não tinha informações mínimas sobre a quantidade de questões que o candidato iria resolver. Dizia algo como “Entre 40 e 50 questões.” Palhaçada isso! Se eu vou fazer uma prova, que eu saiba o número de questões para me preparar para responder dentro do tempo estipulado.

    – Banca de fundo de quintal para elaborar as provas. Uma empresa chamada “Makiyama Recursos Humanos” elaborou as provas com questões tiradas da Wikipedia: as alternativas foram escritas com o texto copiado/colado do referido site. Acabou sendo tanta questão feita nas coxas, que no cargo de Assistente em Administração, por exemplo, as 45 questões (número esse só descoberto pelo candidato no dia da prova, bem como o nome da belíssima empresa responsável), 5 foram anuladas. Isso sem falar em outros tantos para os outros vários cargos.

    – Pressa inexplicavel para a nomeação dos aprovados, possivelmente irregulares. A universidade deu quase quatro meses entre a publicação do edital e as provas, demonstrando que não existia tanta urgência assim para preenchimento dos cargos. Mais um mês e meio para divulgação do resultado final. E, além de dificultar mais uma ver a interposição de recurso contra o resultado final, homologou o concurso em poucos dias, providenciou a nomeação e a primeira rodada pra posse ocorre dia 20. É melhor mesmo o MPF se apressar. Prejuízos irreparáveis à coletividade à vista.

    É uma vergonha que o maior Concurso Público da área federal na cidade de Mossoró e região tenha sido algo tão porco. Espero que, usando um mínimo de bom senso, a Universidade, gozando de sua plena autonomia, anule o certame. Caso contrário, que a Justiça o faça.

    • paulo diz:

      Estudei muito pra esse concurso, assim como para outros. Se houve erros, então que sejam corrigidos e continue o certame.Li toda a ação do MPF, e no caso dos cargos de nível médio não existe motivo para anulação do concurso. os erros podem ser facilmente corrigidos sem prejudicar os aprovados que passaram honestamente. Toda a ação ênfatiza os cargos de nível superior, o fato de ter tido alguma desorganização, não justifica por sí só a anulação do concurso público. De qualquer forma, se for o caso, irei a justiça buscar meus direitos, pois assim como eu, acredito que a grande maioria entrou honestamente, senão todos.Acredito que erros pontuais possam ser corrigidos, e os que não são, não prejudica os cargos de nível médio. Por isso, acho que de certa forma o MPF, foi muito duro em suspender a posse para todos os cargos.

  2. Nicênia Aguiar diz:

    OS MEUS TITULOS SEQUER PODEM RECONTADOS PORQUE NO ATO DA ENTREGA OS FUNCIONARIOS DA UFERSA QUE ESTAVAM RECEBENDO OS TITULOS E QUE NEM ERAM DA BANCA REUSARAM O RECEBIMENTO ALEGANDO QUE ELES NÃO TERIAM VALOR!!!! O PRIMEIRO FOI O MEU CURSO COMPLETO DE INGLÊS!!!! PODE???? E A CAPACITAÇÃO PARA TRABALHAR COM PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS TB!!!!! FIQUEI CHOCADA MAS ME SENTI IMPOTENTE!!! SEI QUE ALGUM RECEM FORMADO FICOU A MINHA FRENTE, COM 10 ANOS DE EXPERIENCIA, DEVIDAMENTE COMPROVADA, NA ÁREA EDUCACIONAL. FIQUEI ARRASADA MESMO!!!!
    ACHO A PONTUAÇÃO OU VALIDAÇÃO DE QUALQUER TITULO CABE APENAS A BANCA AVALIADORA E NÃO OS FUNCIONARIOS QUE ESTAO ALI APENAS PARA RECEBER OS TITULOS E CERTIFICAR A AUTENTICIDADE.
    ESPERO QUE SEJA CANCELADO OU CASO ISSO NÃO OCORRA ABRA UM NOVO PRAZO PARA ENTREGA DE TITULOS NOVAMENTE, PORQUE NÃO FOI SÓ COMIGO NÃO – EU ATÉ FAÇO UM APELO – ELES DESCARTARAM SIM OS NOSSOS TITULOS, NA CARA DURA, SEM A DEVIDA COMPETENCIA PARA ISSO. TIVEMOS A NOSSA HONRA AMPUTADA.

  3. GILVAN diz:

    É lamentável que uma instituição conceituada como a ufersa seja obrigada a cancelar um concurso público.Concurso em nosso país deve-se tratar com seriedade.A maneira mais democrática e imparcial de conquistar uma vaga no serviço público é através do concurso.

  4. JULIO CESAR SOARES diz:

    E quem estudou, fez as provas, apresentou os títulos dentro do prazo e passou, como fica! deveriam localizar os responsáveis pela suposta fraude e puni-los, apenas os fraudadores, sem prejudicar quem é honesto.

  5. Roberto de Freitas diz:

    Amigos,

    Pelo que me disseram a 03 meses atrás…tem um SANTO que por sinal está concorrendo a eleição municipal deste ano por trás disso tudo!

    Isso é caso de Polícia Federal!

  6. Mel diz:

    Esse escândalo em concurso da Ufersa já era esperado, mas infelizmente, ninguém pode sentir pelos outros, tenho conhecimento que em um dos últimos concurso para professsor, exigia-se o perfil de professor doutor e foram aprovados e empossados professores que não haviam ainda concluído o doutorado. Os
    alguns com doutorado foram “eliminados” sumariamente conforme a comissão do concurso, na prova de didática. Assim, professores bem formados e titulados ficaram de fora, mesmo entrando com recurso administrativo e na justiça. É brincar com a vida alheia, com o dinheiro dos outros e com o dinheiro público, pois no lugar de aprovarem pessoas bem qualificadas, aprovaram os amigos. Isto é a prova da incompetência da instituição em elaborar e executar um concurso dessa magnitude. Parabéns ao Ministério Público Federal: continue na luta para não deixar que a educação do país, e em especial no RN, possa se tornar moeda de troca de favores entre pares.

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