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segunda-feira - 29/08/2011 - 17:12h
Paralisação na Uern

Nota Oficial de grevistas sobre posição do Governo do RN

Secretário vê motivação política para a manutenção de greve na UERN

A manchete acima corresponde a matéria publicada sábado 27 de agosto de 2011 no Jornal de Fato (ver texto completo no link: //www.defato.com/politica.php).

Através dela, o porta voz oficial do governo do Estado, Secretário de Administração José Anselmo de Carvalho, provavelmente orientado pela Governadora Rosalba Ciarlini, acusa a greve da UERN de está sendo conduzida por interesses político-partidários.

Vejam na íntegra o que afirma o secretário: “O que surpreende é a questão da rejeição das propostas que o governo faz e, por isso, não descarto que (a greve) tenha influências partidárias (…) As suspeitas de ingerência partidária se devem ao fato da maioria dos militantes sindicais estarem ligados a partidos políticos que tendem a apresentar candidatos nas próximas eleições municipais. Como a UERN é sediada em Mossoró, o objetivo seria beneficiar nomes ligados ao PT e ao PSB”.

Antes que tudo, inicialmente fazemos os seguintes esclarecimentos:

1.  O Comando de Greve dos Professores é suprapartidário, ou seja, nele encontram-se professores filiados ao PT, PCdoB e PMDB. Não identificamos nenhum membro filiado ao PSB, pelos menos ninguém se manifestou enquanto tal; também não sondamos essa possibilidade e muito menos investigamos a vida política partidária de nenhum membro. É necessário reter que a maioria de seus membros não tem nenhuma filiação partidária. Alguns até já manifestaram ter votado em Rosalba Ciarlini para o governo do Estado;

2.  A Assembléia Geral dos Professores é a instância que delibera o início e o fim da greve. Cada membro do Comando tem apenas um voto na Assembléia Geral.

3.  Sobre nossas reivindicações, esclarecemos que, o que estamos reivindicando do ponto de vista salarial (23,98%) é um direito que a categoria conquistou através de seu Plano de Cargos e Salário de 1989. Imbuído de nossa responsabilidade institucional, nossa pauta de reivindicações também inclui: descontingenciamento do orçamento da UERN; suplementação de verbas, autonomia financeira, entre outros;

4.  Em relação ao movimento paredista, o Governo só se manifestou oficialmente com aproximadamente 20 dias de greve, mesmo assim de forma vazia, tendo em vista que propôs que a greve fosse suspensa uma vez que só em setembro de 2011 o governo teria possibilidade de atender as reivindicações;

5.  Em seguida, com aproximadamente 50 dias de greve o governo propôs a possibilidade de aumento para 2011 de 3% “se o limite prudencial do Estado não for um elemento impeditivo”;

6.  Finalmente, com 70 dias de greve o governo do Estado propôs oficialmente o escalonamento dos 23,98% reivindicado até 2014;

7.  A ADUERN comandou diversas greves nos três últimos governos estaduais: Garibaldi Filho, Wilma de Faria e Rosalba Ciarlini. Vale ressaltar que desses três governos foi a Governadora Wilma de Faria quem mais atendeu às reivindicações salariais dos professores, chegando em 07 anos de governo a aproximadamente 110% de aumento para a categoria.

Vale acrescentar também, que mesmo assim foi no governo Wilma de Faria que mais aconteceram greves na UERN. Isto é uma prova inconteste que a greve não é partidária, mas move-se por interesses estritamente institucionais.Dizer que a categoria sistematicamente recusou as propostas do governo não condiz com a verdade, afinal, pelo exposto só com 70 dias de greve foi que o executivo estadual fez uma proposta concreta e discutível.

Diante desta, abrindo mão da pauta original, a categoria de professores aceitou os prazos e os índices propostos pelo executivo estadual na certeza e com a convicção de que estava contribuindo para resolver o impasse.

Nossa resposta ao governo incorporava sua proposição e acrescentava aos índices sugeridos os percentuais correspondentes à variação da inflação acumulada no período como forma de não impor perdas salariais à categoria ao longo dos próximos anos.

Ressalte-se que no início do processo de negociação, membros do governo já haviam sinalizado positivamente com a possibilidade de atender o percentual apresentado, corrigindo os índices sugeridos, assim como acrescentado dos resíduos inflacionários que porventura existissem.

Neste aspecto, foi o governo quem recuou de sua proposta.Ainda sobre a ampla pauta de reivindicações da greve, em diversas ocasiões o Governo Estadual se comprometeu em descontingenciar os recursos financeiros da UERN.

Entretanto, até este momento a liberação dos recursos não foi efetivada.

Quem se nega a negociar?

Na verdade, o Secretário Anselmo Carvalho na medida em que acusa o movimento paredista de partidarismo tenta rebaixar e desqualificar o debate. Porque ao invés de se deter e opinar sobre a pauta de reivindicações da categoria, que é a motivação maior da greve, faz ilações especulativas em torno de intenções que só existem em sua mente, porque os fatos reais não correspondem às suas supostas afirmações.

Também é preciso reter, que em diversas ocasiões a governadora Rosalba Ciarlini acusou o movimento paredista de ser partidário, uma vez “que no governo de Wilma de Faria a categoria aceitou um escalonamento de três anos, mas no governo dela esta mesma categoria não se dispõe a aceitar o mesmo escalonamento.

Aqui cabe um esclarecimento crucial: em primeiro lugar no governo Wilma de Faria nós aceitamos um escalonamento de três anos para o correspondente a 64% e não para 27% em três anos como propõe a governadora Rosalba Ciarlini.

Em segundo lugar, em 2007, ano do acordo com a Governadora Wilma de Faria, a inflação não chegava a 2% ao ano. Em 2011 a inflação pode chegar a um patamar de 6,5%, com projeções para 2012, 2013 e 2014 de 21% de inflação acumulada.

As insinuações provocativas do secretário têm como objetivo central escamotear as reais intenções do governo para com a UERN.

Aqui cabe uma pergunta fundamental: Por que o governo contingenciou os recursos financeiros da instituição?

Esta medida tem motivação política ou é de outra natureza?

Por fim, diante de fatos tão incontestáveis, a conclusão isenta, ilibada e imparcial sobre o histórico deste movimento paredista, é que quem “esticou a corda da greve” foi o Governo Estadual.

Professor Flaubert Fernandes Torquato LopesPresidente da ADUERN

Professor Carlos Alberto Nascimento de Andrade – Membro do Comando de Greve dos Professores da UERN

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Categoria(s): Administração Pública / Educação

Comentários

  1. Josué Moreira diz:

    Parabéns pelo comunicado!A educação nunca foi prioridade no governo de Rosalba aqui em Mossoró, talvez construir escolas tenha sido seu único trabalho em favor da educação. Que bem o diga os professores municipais de Mossoró, pergunto: será que existe um filho de professor estudando numa escola pública municipal? A UERN deverá sofrer muito nesse governo cor de rosa…quando a maior autoridade do Estado do RN afirma que a UERN custa e gasta meio milhão por dia e que os prejuízos passam de mais de 40 milhões em decorrência da greve, o que se pode esperar de um governo desse? pense numa situação difícil “se corrrer o bicho pega, se ficar o bicho come”, não esqueça o final: “…se resistir o bicho foge” ou negocia. Sou professor e solidário a causa, por ela ser justa. Força, coragem e fé na educação!

  2. Mendes diz:

    Eu já imaginava que essa greve era político-partidária… no próximo ano serão dezenas de filiados a sindicatos e partidos atrás de vaga na cãmara municipal. rrsrs
    Tá explicado

  3. BRUNO diz:

    Filé, peixe, bacalhau e camarão
    Esse foi o banquete da governadora
    Enquanto na mesa do pobre falta pão
    Ganha mal a humilde professora
    E assim vai vivendo o meu povão
    A espera de uma alma salvadora
    Em vez de agir como cidadão
    Acreditam em promessa animadora
    Ou acordam e assumem a direção
    Ou jamais terão vida promissora

  4. Outro Bruno diz:

    O governo não tem interesse na UERN porque não tem interesse na educação e na consequente melhoria de vida da população. Se arrependimento matasse, eu já estaria morto por ter votado na excelentíssima senhora governadora Rosalba Ciarlini.

  5. João Paulo diz:

    Bom, primeiro de tudo quero começar o meu comentário dizendo o seguinte: não votei nesta senhora péssima gestora deste pobre estado chamado Rio Grande do Norte, e como tenho orgulho de não ter votado nela. Primeiro de tudo a senhora dona Rosalba não apresentava um projeto concreto para este estado, tudo que ela falava era em cima de um discurso muito bonito e nada mais, a campanha dela mostrava que o governo dela seria apenas o poder pelo poder, percebi isso muito bem, já não ia votar nela mesmo, depois do que vi aí é que não votei mesmo. Estamos vivendo a ditadura do Dem, este partido que achava que greve era motivo de polícia, e por sinal, muitas pessoas do Dem ainda acham isso. Estamos vivendo na ditadura de Carlos Augusto, afinal meu povo quem manda é ele, a senhora Rosalba é apenas pra puxar voto e nada mais. Espero que em 2014 o povo do Rn dê uma resposta a esta senhora fazendo-a perder a eleição. Eu não voto nela de maneira nenhuma e nunca vou votar. Ela só fez praça em Mossoró e nada mais, deveria no mínimo fazer praça pelas cidades do RN, mais nem isso faz.

  6. João Paulo diz:

    Agora a hashtag é: fora Rosalba! Fora Rosalba! Fora Rosalba! E não vote nunca mais.

  7. fernando fla diz:

    Mendes sempre falando besteira.O que salvo um povo é a educação, viu Mendes.

  8. fernando fla diz:

    Se entendi bem o governo da Rosa tartaruga, diz que gastos com EDUCAÇÃO dá prejuizo? Banda. de forró é cultura.

  9. Camila Sousa diz:

    Ontem em conversa com um amigo entramos no seio da política de Mossoró e começamos a fazer uma análise da situação em que passamos atualmente. Buscando organizar as ideias ontem tratadas as citarei em tópicos para melhor entedimento por parte dos colegas blogueiro e leitores do informativo.
    1. Segundo informações de muitos jornais e informativos, a gestão da cidade tem sido transformada nos últimos meses. Começamos a analisar essa afirmação e para isso fomos buscar a situação dos bairros periféricos como Santa Helena, Quixabeirinha, Estrada da Raiz, Vingt-Rosado, Santo Antonio, Alto da Pelonha, Alameda dos cajueiros, Rincão, Parque Universitário, Redenção, Integração, Nova Betânia II, etc, etc. Daí, vendo a situação desses bairros perceberemos se existe realmente um avanço da gestão na cidade de Mossoró. Nesses bairros falta água, falta infra-estrutura, policiamento, educação, os serviços de saúde, quando existem, são precários, a violência é constante, e a criminalidade domina.
    Na verdade onde mais se gasta hoje no município é com propaganda com o objetivo de ludibriar a população mossoroense e burlar a situação de fato.
    2. Em se tratando de governo do estado, o que vemos é um grupo de ditadores criando suas próprias regras de gestão e fazendo com o povo possa acreditar em avanços, isso feito por meio de propagandas em diversos meios de comunicação. Para isso pudemos provar através de um comunicado oficial o aumento em mais 5 milhões para gasto com propagandas no governo do RN.
    3. O terceiro ponto da nossa análise foi sobre o futuro. Sabemos de todos esses desmandos e descasos presentes na gestão do estado e do município, mas infelizmente isso irá continuar, pois o povo que precisa de melhoria é o mesmo povo que em 2012 e 2014 e…e… vai votar nessa banda do DEM ou de políticos que não têm projetos pro estado e pra cidade. Por isso que a reclamação atual é inócua, pois na primeira oportunidade que o povo tem de mudar tudo isso, preferem continuar do jeito que está. Parafrasenado Zé Ramalho, esse povo não ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem de comer… Preferem permanecer com essa infinita ferrugem emperrando nosso desenvolvimento.

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