Por Odemirton Filho
“Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efêmero. Na verdade, a velocidade com que vivemos impede-nos de viver”.
A reflexão acima delineada é do cardeal, teólogo e poeta português José Tolentino de Mendonça. E, para os dias atuais, cai como uma luva. Com efeito, o mundo vive numa velocidade sem igual, as pessoas têm pressa, correm de forma desabalada, e nunca, nunca, tem tempo para viver. Temos tantos compromissos que esquecemos, por exemplo, de cuidar de nossa saúde, deixando tudo para depois.
Esquecemos das pessoas que estão ao nosso lado e não aproveitamos os momentos juntos. Muitas vezes, somos absorvidos pelas redes sociais e esquecemos de aproveitar o real, a vida que corre. Não dá pra viver somente resgatando memórias do passado, porquanto o pretérito somente deve ser guardado no coração.
O que temos é o hoje. Aproveitá-lo é viver. O futuro, como se diz, a Deus pertence, e não sabemos se chegaremos lá. Tudo pode findar num instante. E aí, será que estamos vivendo? Ou estamos somente passando pela vida, sem saborear o que ela tem de melhor? Cabe a cada um, no seu subjetivismo, fazer essa reflexão e mudar a rota, se o desejar.
Assim, cabe-nos aproveitar o tempo ao lado de pessoas do nosso bem-querer, dedicando-lhes mais atenção, curtindo esses momentos devagar, devagarinho, fazendo-os eternos. Sim, precisamos fazer mea-culpa.
Talvez, chegue o dia no qual volveremos os olhos para trás e analisaremos o que fizemos, sopesando as nossas atitudes. Estamos vivendo para trabalhar ou estamos trabalhando para viver? Será que estamos aproveitando o aqui e o agora? Sei que é preciso muita labuta para fechar as contas do mês. Creio, porém, que não devemos romantizar uma rotina exaustiva.
Por derradeiro, deixo consignado as belas palavras do cardeal Tolentino:
“Uma alternativa será resgatar a nossa relação com o tempo. Precisamente porque temos de nos desdobrar e multiplicar, necessitamos de reaprender o aqui e o agora da presença, de reaprender o inteiro, o intacto, o concentrado, o atento e o uno”.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
Meu caro Odemirton, você sempre é preciso em suas colocações! O tempo é inegociável. Quando já se viu, passou. Se foi, foi. Se fez, fez. Se não disse, não disse. Se não, não. Não volta.
Um grande abraço! Excelente semana!
Valeu, meu caro amigo. Muito bom compartilhar com você o “Nosso Blog”, no qual colocamos nossas impressões sobre o mundo e, principalmente, aprendemos.
Abraços!
Mestre Odemirton,
Que bom é ler seus textos! pois a gente aprende a trazer para o mundo presente diversas contextos de ver o mundo real de maneira mais leve. PARABÉNS!!!!
Obrigado, meu caro. Sentimos falta de seus comentários, Rocha Neto, você é sempre bem-vindo a este espaço.
Um forte abraço.