Por Odemirton Filho
Um dia desses conversando com o meu sogro, ele me contou a história de quando ia à cidade de Macau, no misto de Zé Tomás. Disse-me que a viagem era demorada, pois a estrada era de terra, e o misto ia parando de comunidade em comunidade, numa luta medonha até chegar ao destino. Saíam de Mossoró às 13h e chegavam a Macau por volta das 21h.
O misto, para quem não sabe, é um caminhão que na sua carroceria havia alguns bancos para o transporte de passageiros. Transportavam-se crianças, adultos, galinhas, cachorros, além das bagagens. Era o transporte comum de outrora, pois inexistiam ônibus ou carros de pequeno porte fazendo linha para o interior. Transporte por aplicativo? Ora, ora, isso é coisa de pouquíssimo tempo pra cá.
Nessa árdua jornada, até chegar ao destino, o misto parava em várias localidades. Segundo o meu sogro, o lastro do automóvel era carregado de macambira, sendo necessário apear os passageiros e as bagagens para descarregar a macambira que seria entregue nas fazendas e nos sítios, o que tornava a viagem bastante demorada e cansativa.
Lembro que, ao lado da igreja de São Vicente, no centro de Mossoró, havia também um misto que diariamente fazia o transporte de passageiros, porém, não me vem à memória o nome do condutor e qual o era o seu destino; isso lá pela década de oitenta.
Outro meio de transporte que também fez parte da cena urbana de Mossoró foram os ônibus de Belmont. Como a frota era antiga, aqui e acolá os ônibus davam o “prego” no meio do percurso, fazendo com que os passageiros tivessem que chegar ao destino “pegando” carona.
Na subida para o alto de São Manoel, próximo a ponte, em outros tempos as pessoas ficavam esperando carona para voltarem para as suas casas; as bicicletas e as carroças faziam parte do nosso cotidiano e, com o tempo, as motocicletas tomaram conta da cidade. Hoje, está tudo mudado; o trânsito cada vez mais caótico.
Eis, portanto, mais um pedacinho da história de Mossoró. E você, já viajou no misto de Zé Tomás? Ou andou nos ônibus de Belmont?
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
…E por falar em Misto, ainda tive o prazer em viajar nos três Caminhões-Misto que marcaram o cotidiano das esteadas pieirentas que ligavam as regiões Oeste e Limoeiro do Norte-CE à Mossoró. Nos dias de Segunda-Feira saíam dois famosos Caminhões-Mistos das cidades de Apidi e Felioe Guerra-RN teansportando garajais de galinhas, porcos, caprinos e ovelhas para a Feira Livre de Mossoró, De Apodi saía o Misto do Sr. DERIM Leite, e de Felipe Guerra o famoso Misto do Sr. Dequinha. À propósito, em um dos notaveis vídeos-docunentários denominados de “MOSSORÓ DE TODOS OS TEMPOS”, criados, dirigidos e Editados pela fantástica Jornalista Lúcia Rocha, o lépido e fagueiro Salvador Marinho andou descobrindo uma das muiras estrwpolias por ele protagonizadas. Contou que sempre viajava “in riba” da carriceria do misto , “pastorando” o seu garajal de galinhas a serem vendidas na Feira-Livre em Mossoró. Astuto, como sempre, não descia na parada costumeira no sítio Jucuri, à época com cerca de cerca de dez humildes casebres de taipa, destacando-se o famoso Café de Sêo Chico do Jucuri, lugar de parada costumeira para idas ao mijatório. Ocorre que os donos dos garajais de galinha desciam, vsendo certo que o astuto Salvador Marinho optava por não descer, pastorando o seu garajau. Matreiro, ás vezes encontrava uma ou duas galinhas mortas, sabe-se lá de que. Sorrateiramente, colocava as duas galinhas mortas no garajau de outro vendedor, e pegava duas galinhas vivas e punha no garajau bDepois de certo tempo . Os vendedores estranharam o estranho fato de nunca morrer galinha de Salvador Marinho. Com a cerrada vigilância, passou a constatar-se morte nas galinhas do esperto Salvador. Historias que o tempo leva…