quinta-feira - 09/07/2009 - 19:13h

O “remanso” de François e Frederico de Deus Perdoe

O escritor François Silvestre entra em erupção em “Remando da piracema”. Faz uma abordagem lírica e iconoclasta, telúrica e corrosiva sobre nós mesmos. O ser e o não-ser.

É intrigante e perturbador como um Dostoiévski. Sarcasticamente rodriguiano. Visceral.

O romance é um passeio pela complexidade humana, em que ficção e realidade são tingidas com cores fortes por seu narrador-personagem. Com ele surgem Ritinha, Nogueira, Ana Raposa, doutor Antônio, o “professor”, Mãe Anja, Gerino e tia Clara (entre outros). Mostram nossa identidade nua e crua.

Sou também passageiro das agonias e utopias de “Frederico de Deus Perdoe”, num universo humano e, por si só, imperfeito.

É-me claro que o autor e o personagem nuclear buscam o mesmo remanso. Quixotescamente nosso descanso é a batalha, François (Frederico). Disso não tenho dúvidas.

Daí fica a nítida impressão de que a Odisséia está incompleta. Polifemo – mesmo cego à procura de Ninguém, não está fora de combate. Outra novela real nos espera adiante, nessa piracema que teima em não ter fim.

Da paulicéia desvairada, neste Julho de 2009, Carlos Santos (seu personagem real).

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Categoria(s): Nair Mesquita

Comentários

  1. françois, frederico. diz:

    seu texto me tocou. é isso mesmo. a piracema continua. abraços e vontade de novo papo, regado a chope.

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