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domingo - 06/03/2022 - 12:38h

O STF tem razão

Por Ney Lopes

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu confirmar, a destinação de quase R$ 5 bilhões para custear as campanhas eleitorais, o chamado “fundão eleitoral”, ou “Fundo Especial de Financiamento de Campanha”.

Logo surgiram os protestos e achincalhes com o STF, que tem sido muito comum ultimamente.

Claro que a cifra choca, numa hora de pandemia e de carências econômicas.fundoeleitoralpolitizedestaque

Todavia, ao contrário das ditaduras, existem regras e princípios nas democracias constitucionais.

Nesse caso, o STF respeitou a decisão legislativa, em deferência ao princípio da separação dos Poderes.

É o Congresso, e não o Judiciário, que define a legislação orçamentária.

A maioria dos ministros manifestou esse sentimento de excesso na verba destinada às eleições. Mas, vinculou-se a regra da Constituição, cuja missão de defende-la é do plenário da Corte.

Hoje no Brasil, pelos ataques continuados ao STF, nos casos que envolvem interesses do presidente Bolsonaro, tornou-se rotina “cada um partidário” desejar ser “juiz” e, por isso, emite a sua sentença pessoal contra as decisões prolatadas.

São usadas até publicações insultuosas nas redes sociais, como se isso fosse protesto legítimo, quando na verdade constituem transgressões.

A missão do STF é defender a Constituição.

Cabe, portanto, realizar o controle de constitucionalidade das leis aprovadas pelo Congresso.

Se uma lei contraria o texto constitucional, ela deve ser retirada do ordenamento jurídico.

Caso contrário, haveria uma inversão hierárquica de normas, com uma lei prevalecendo sobre a Constituição, o que é um evidente contrassenso.

A Justiça não pode revisar politicamente as decisões do Congresso, por mais equivocadas que possam ser.

Sendo constitucionais, as opções legislativas devem ser respeitadas

No caso específico, ”O valor (do Fundo Eleitoral) é alto, mas inconstitucionalidade aqui não há”, disse o presidente do STF, ministro Luiz Fux.

Ele tem razão.

É bom lembrar que em um Estado Democrático de Direito, com vigência do princípio da separação de Poderes, o orçamento público é uma decisão dos parlamentares eleitos, que respondem politicamente por essa decisão.

 No regime democrático, decisão equivocada do Congresso não é corrigida pelo judiciário, mas pelo voto livre do eleitor.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Hermiro Filho diz:

    Senhor Ney, pergunte a população brasileira se o STF defende por completo à Constituição brasileira.
    Conversa pra boi dormir.
    Três instância referenda a condenação do Lula e o próprio supremo bate o martelo concordando e depois de alguns anos volta atrás alegando que o pessoal da Lava Jato erraram
    Isto é respeitar a constituição?.

    • Hermiro Filho diz:

      A Dilma Rousseff sofreu um impeachment, mas, não perdeu os direitos políticos.
      À constituição foi rasgada ou não?.

      • Claudinei de Souza diz:

        Isso só mostra que esses processos citados fora com fins eleitorais, e sem base jurídica. Só perseguição política. Se realmente fosse contra a corrupção, muitos dos que estão de mãos dadas com o atual presidente estariam presos também. Mas foi a tentativa de tirar do poder e acabar politicamente, por meios escusos, do único partido realmente popular desse pobre país.

        • Hermiro Filho diz:

          E os 6 bilhões de reais que os esquerdistas e empreiteiros devolveram ao erário público foi por uma simples caridade, seu esquerdopata?

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Fico a imaginar se os congressistas aprovarem uma lei obrigando o oovo a carregar nun andor todo detentor de cargo eletivo. E de joelhos.
    Será que o STF não córrigirá tão estapafúrdia lei?
    O QUE É RAZOABILIDADE?
    //////
    CADÊ O COENTRO DA LICITAÇÃO DE MAIS 143 MIL REAIS REALIZADA EM 16/12/2020?

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