Por Tárcio Araújo
Em plena atividade de pré-campanha à Prefeitura de Lajes para 2024, o vereador Nildo do Cabugi (União Brasil), cumpre solitário e de forma antecipada, o rito enfadonho na política de visitar algumas famílias do município. O mais intrigante é que na última sessão da casa legislativa, seu pronunciamento de postulante ao executivo pela oposição não encontrou eco entre os vereadores do próprio bloco partidário ao qual pertence.
A vereadora Irene Martins (Pros), por exemplo, que usou a tribuna logo na sequência, ignorou por completo o anúncio da pré-candidatura do colega. Sua fala tratou sobre outras amenidades. E só! Os demais vereadores; Gilmar Gomes (Republicanos), Sansão Gurgel (PV), Clara Fernandes (Republicanos), bem como a presidente da casa, vereadora Rosa Costa (Republicanos), também não manifestaram nenhum aparte de adesão.
Dentro do jogo político, esse é um sinalizador importante: denota enfraquecimento e discordância. Ou seja, Nildo do Cabugi está isolado no seu desejo de ser prefeito. É claro que o vereador teve o aval do líder da oposição em Lajes, deputado federal federal Benes Leocádio (UB), para ir a público expor com veemência sua postulação. No entanto, a estratégia pode ser apenas um movimento para redirecionar o foco das atenções e ganhar tempo.
É plausível que o deputado esteja lançando um “balão de ensaio” de forma antecipada. Afinal, ele joga com o blefe no xadrez político.
DE CERTO MESMO é que o grupo de oposição ao prefeito Felipe Menezes (PP) em Lajes, não está afinado. Nem tem vocação para a tarefa (ser oposição). Eles nunca estiveram no campo oposto do poder, e isso cria confusão de identidade ao próprio grupo. Uma oposição fragmentada, desarticulada. Lembra a torre de Babel da passagem bíblica: cada um falando uma língua própria, sem consenso coletivo.
Sobre esse aspecto tenho que dizer que Benes é o responsável por isso. Ele não criou uma liderança forte capaz de substituí-lo em sua ausência. Tinha medo de ser superado. Todos aqueles tidos como chefes políticos padecem dessa insegurança. Sabem que a traição ê um ato previsível na política. Absolutamente normal.
Mas voltando à pré-candidatura… Convencer seus pares neste momento me parece que seria uma atitude mais coerente do vereador. Assim, sairia mais fortalecido desde a largada. Ou, o seu líder ir em público e comprar sua candidatura com todas as letras. O que não acontecerá, porque Nildo não é o candidato preferencial do deputado Benes. Apesar de ter sua confiança e disposição para o embate. Mas peca na qualidade do discurso e no conteúdo político.
Terá pela frente um oponente infinitamente maior, sob todos os aspectos. No caso, o prefeito Felipe Menezes.
Certamente o deputado tem um nome na “manga”, como prioridade 01, mas não vai revelar, nem “queimar” o cartucho antes do tempo. Teme o desgaste, as divergências e os interesses de grupo. Afinal, ainda resta “terreno” até 2024.
O lançamento de uma pré-candidatura de oposição, com aval de Benes, pouco menos de dois anos antes do pleito, serve somente para marcar “território” e neutralizar qualquer outro interesse interno. O que deve ter reflexos negativos com mais tensão e discórdia dentro da própria oposição em Lajes.
Enquanto isso, Nildo do Cabugi segue como “piloto de testes” de Benes Leocádio. Caminha solitário fazendo sua peregrinação em eventos e encontros, entre um almoço aqui e outro ali… buscando adesão popular. Uma batalha insana!
*Já adianto que breve nosso blog entra no ar com muita análise e matéria opinativa. Lupa ampliada para a política e conteúdo de qualidade.
Tárcio Araújo é jornalista e editor do Jornal das Seis da 95 FM (Mossoró)
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