Carlos Santos, boa tarde
No dia 30/05/2018 foi publicado no blog uma notícia seguida de uma opinião sobre a decisão do TST de considerar abusiva a greve dos petroleiros (TST barra greve preparada por funcionários da Petrobras).
Dessa forma, na qualidade de Secretário-Geral do SINDIPETRO/RN, gostaria de exercer o direito de resposta com a publicação do seguinte texto:
A decisão do TST que considerou abusiva a greve dos petroleiros, agendada para os dias 30 e 31 de maio e primeiro de junho, é uma decisão típica de um regime de exceção. Impossível, no Estado Democrático de Direito, considerar abusiva a mera expectativa de exercício de um direito garantido na Constituição. É o mesmo que considerar abusiva a opinião de Carlos Santos sobre qualquer assunto, antes mesmo deste proferir sua opinião, pela mera expectativa de que este venha a desrespeitar os limites legais, éticos e morais. Isso era muito comum durante a Ditadura Militar, porém inadmissível durante um regime democrático.
Outrossim, os petroleiros estão em Estado de Greve desde Junho de 2015, quando foi apresentado o primeiro grande programa de desmonte da Petrobrás, ainda durante o governo Dilma. Realizamos uma grande greve na primeira quinzena de 2015, em defesa da Petrobrás e de um Brasil soberano, antes do impeachment.
De lá para cá, permanecemos em Estado de Greve e realizamos vários atos nacionais, várias Audiências Públicas, mantendo nossa presença na mídia sempre constante, com o objetivo de disputar a narrativa nacional e a consciência dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa da Petrobrás, do Brasil e contra o projeto neocolonialista que ascendeu com o Golpe de 2016 e vem fatiando a Petrobrás e entregando o pré-sal em uma velocidade inimaginável em tempos de normalidade.
No início de maio de 2018 aprovamos, por 98% dos votos da categoria, a greve dos petroleiros a ser deflagrada no final do mês de maio. Além disso, os sindicatos de petroleiros e a Federação Única dos Petroleiros afirmaram publicamente que garantiriam, durante a greve, o abastecimento nacional, reafirmando seu compromisso com o povo brasileiro.
Diante o exposto, considerar a greve dos petroleiros “abusiva” e “oportunista” nesse caso ou é a completa desinformação sobre o tema ou é desconsiderar toda a história de luta dessa combativa categoria e flertar com os interesses escusos de um regime de Exceção que entrega o patrimônio público e remete o Brasil ao papel de mera colônia, retirando direitos e oportunidades dos trabalhadores.
DIRETORIA COLEGIADA DO SINDIPETRO/RN
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