segunda-feira - 04/10/2021 - 08:42h
Cooperação

Câmara de Mossoró assegura comunicação com linguagem de sinais

A população surda pode acompanhar o trabalho da Câmara Municipal de Mossoró, por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Em sessões, audiências públicas e outras atividades, o Legislativo dispõe de intérpretes de Libras, que traduzem falas às pessoas com surdez em tempo real, no plenário, em eventos externos e na TV Câmara Mossoró.

Em sessões ordinárias e outras atividades a CMM utiliza a linguagem de Libras (Foto: Edilberto Barros)

Em sessões ordinárias e outras atividades a CMM utiliza a linguagem de Libras (Foto: Edilberto Barros)

Para viabilizar esse serviço, a Câmara firmou acordo de cooperação técnica com a Associação de Surdos de Mossoró e Região (ASMOR). A entidade tem caráter educativo, social e beneficente. Promove formação e conscientização dos surdos, afim de que conheçam e usem a Língua Brasileira de Sinais para integração da comunidade surda local.

Legalidade

Em observância aos princípios legais, o Acordo de Cooperação Técnica 001/2021 preenche lacuna de intérpretes de Libras na Câmara, haja vista a inexistência desses profissionais no quadro de pessoal da Casa. Cabe à Asmor fornecer os técnicos, mediante seleção e contratação por demanda (conforme a necessidade). A Cooperação Técnica vale por um ano.

Estima-se mais de 200 pessoas surdas em Mossoró. A presidente da Asmor, Adriana Angélica da Silva, diz que a medida permite aos surdos compreender, participar e, eventualmente, intervir na atividade parlamentar. “Torna o surdo agente ativo na democracia municipal. Esse exemplo deve ser seguido por outros órgãos públicos”, defende.

Ao dispor de Libras, a Câmara quebra barreiras na comunicação com a população surda, segundo o presidente da Câmara, Lawrence Amorim. “Com isso, incluímos as pessoas com surdez no dia a dia do Legislativo. Tendo acesso ao trabalho da Casa, eles são inseridos no processo político local e se desenvolvem ainda mais como cidadãos”, avalia.

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segunda-feira - 04/10/2021 - 07:48h
Assembleia Legislativa

“Chapão” pode ser caminho à salvação de muitos deputados

Nos intramuros da Assembleia Legislativa, as conversas começam a ganhar forma à montagem de chapão (ou chapões) à disputa eleitoral do próximo ano. A dificuldade de reeleição de alguns deputados com disputa proporcional sem coligação, é o “xis” da questão. Não é fácil montar ‘esteiras’ que facilitem a propulsão de suas respectivas candidaturas.

O fim das coligações passa a valer no próximo ano à Câmara Federal e legislativos estaduais, mas começou a vigorar ano passado, nos pleitos municipais. Cada partido terá que ter sua própria lista de candidatos, sem poder se juntar a nenhum outro.

Assembleia Legislativa é composta por 24 deputados e todos devem ir à reeleição (Foto: AL)

Assembleia Legislativa é composta por 24 deputados e todos devem ir à reeleição (Foto: AL)

Alguns deputados que estão praticamente sem fôlego à montagem de nominata em seu próprio partido, que facilite novo êxito eleitoral, veem o chapão como última solução. Uma roleta-russa, um tudo ou nada.

Em 2018, com a coligação ainda em vigor, PR / PSB / PSDB / PSD / PROS montaram essa estratégia com planos de reeleição da maioria dos deputados estaduais. Sobreviveram os mais fortes, claro, nove deputados. Desses, cinco do PSDB. Outros três, da mesma legenda, não obtiveram sucesso.

Foram reeleitos Ezequiel Ferreira (PSDB), Gustavo Carvalho, Tomba Farias, Raimundo Fernandes e José Dias pelo PSDB. George Soares, do PR (hoje PL), Galeno Torquato e Vivaldo Costa pelo PSDB, além de Albert Dickson na legenda do Pros, obtiveram reeleição.

Chapão de 2018 empurrou à reeleição 9 nomes, sendo cinco do PSDB (Reprodução BCS)

Chapão de 2018 empurrou à reeleição 9 nomes, sendo cinco do PSDB (Reprodução BCS)

Já Larissa Rosado (PSDB), Márcia Maia (PSDB), Gustavo Fernandes (PSDB), Ricardo Motta (PSB) e Jacó Jácome (PSD) não se reelegeram. Esse último está na Assembleia em face da cassação de Sandro Pimentel (Psol).

Seis candidatos dessa coligação chegaram a ser mais votados do que os quatro eleitos com menor votação àquela disputa, mas sobraram na lista de diplomados e empossados.

A tensão só aumenta com a proximidade oficial da campanha.

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segunda-feira - 04/10/2021 - 06:44h
Série D

América e ABC vencem e avançam para mata-mata decisivo

América e ABC avançaram às quartas de final do Campeonato Brasileiro da Quarta Divisão – 2021, em jogos nesse domingo (3). Se passarem pelos respectivos adversários vão subir automaticamente à Série C.

A tarefa do América foi fora de casa. No Estádio Nhozinho Santos em São Luís, Maranhão, venceu o Moto Clube por 2 x 4, após ter passado pelo contendor maranhense por 1 x 0, no domingo anterior, na Arena das Dunas. Já o ABC venceu o 4 de Julho de Piripiri (PI) por 2 x 0 no Estádio Frasqueirão, time como qual tinha empatado no jogo de ida.

O alvirrubro levou um sufoco no início do jogo, mas depois refreou a pressão do adversário e abriu o placar com Mazinho aos 14 minutos. O mesmo Mazinho ampliou ainda no primeiro tempo, aos 42. No segundo tempo, Luiz Henrique fez o terceiro gol aos 13 minutos.

Com 3 x 0 no placar, tudo parecia tranquilo demais para o América, mas o Moto Clube esboçou reação com gols de Lucas Hulk aos 20 minutos e Wallace Lima aos 31. Porém, aos 39, Luiz Henrique fechou placar com o quarto gol americano. O Campinense de Campina Grande (PB) será o próximo adversário do América, com o primeiro jogo no Arena das Dunas.

ABC vence em casa

O ABC fez 2 x 0 com Gustavo Henrique e Wallyson, um gol em cada tempo, em confronto no Estádio Frasqueirão. O primeiro gol foi feito por Gustavo Henrique aos 32 minutos. Wallyson, aos 28 minutos do segundo tempo, fechou o placar.

Na próxima fase, o alvinegro natalense pegará o Caxias em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Fará jogo de ida no estádio adversário e a partida decisiva no Estádio Frasqueirão.

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segunda-feira - 04/10/2021 - 05:56h
Covid-19

“Mossoró Vacina” aplicou 3.243 doses nesse fim de semana

O programa “Mossoró Vacina” desenvolvido pela Prefeitura de Mossoró, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aplicou em dois dias, sábado (2) e hoje (3), 3.243 doses de vacinas contra a Covid-19. Os imunizantes foram destinados aos adolescentes de 12 a 17 anos, 2ª dose e aplicação da dose de reforço para idosos acima de 70 anos.

Vacinação no sábado e domingo foi outra vez bastante ampliada (Foto: Allan Phablo)

Vacinação no sábado e domingo foi outra vez bastante ampliada (Foto: Allan Phablo)

A vacinação deste fim de semana ficou distribuída no sábado no Ginásio do SESI das 8h às 16h, onde foram aplicadas 1.598 doses de imunizantes e hoje (3), também das 8h às 16h, a vacinação aconteceu no Ginásio Municipal Pedro Ciarline com a aplicação de 1.645 doses de imunizantes contra covid-19.

Do total de 3.243 vacinas aplicadas, 648 doses foram destinadas aos adolescentes de 12 a 17 anos. O coordenador de Imunizações de Mossoró, Etevaldo de Lima, ressalta que a vacinação prossegue durante a semana no Ginásio do SESI.

Multivacinação

Etevaldo lembra também que, a partir de amanhã (4) será retomada, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a campanha de multivacinação que tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação do público de 0 a 15 anos.

Esse público deve comparecer às unidades levando cópias do documento de identificação com foto, comprovante de residência e caderneta de vacinação.

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domingo - 03/10/2021 - 23:56h

Pensando bem…

“Morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis.”

Jean-Paul Sartre

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domingo - 03/10/2021 - 13:38h

Começa a eleição de 2022

Por Ney Lopes

Falta um ano para a eleição de 2022. A disputa por espaços e prazos já correm.

Percebe-se que a maioria dos eleitores está indiferente, voltada para as emergências do dia a dia.

As sondagens mostram cerca de 1/3 do colégio eleitoral indeciso.  Pondera-se que muitos sabem em quem votar, mas preferem silenciar.Corrida, atleta, tênis, competição, disputa, estrada, atletismoAdmite-se que boa parcela dessa indecisão tem origem na “silenciosa expectativa”, em relação a uma terceira via, na sucessão presidencial.

Algumas pedras podem ser colocadas no tabuleiro.

A principal delas será a definição partidária dos possíveis candidatos à presidente e também governador e senador nos estados. Sem isso, as forças políticas ficam imobilizadas.

No caso presidencial, Bolsonaro hesita na sua opção partidária. Igualmente difícil é a situação do PT, no apoio ao ex-presidente Lula.

Além de resistências internas, que não aceitam Lula como candidato natural, será obra dificílima construir alianças com legendas da esquerda, que se queixam do centralismo petista no lançamento da candidatura, antes das consultas.

Um fato novo foi a aprovação das chamadas “federações partidárias”, que consistem em dois ou mais partidos atuarem de forma conjunta, como uma só sigla.

Essa via legal abre várias alternativas de acomodação política.

A fusão do PSL/DEM se revela uma operação política destinada a eleger deputados, manter a maioria no Congresso e garantir maiores parcelas do milionário fundo eleitoral de 150 milhões de reais por ano.

Para esse novo partido entrar na disputa presidencial, talvez a solução seja o PSD, liderado por Gilberto Kassab, integrar a federação partidária e o senador Rodrigo Pacheco inscrever-se na legenda, que trabalha o seu nome há tempo.

Tal hipótese reuniria “pesos pesados” como Geraldo Alckmin, em SP, Eduardo Paes no RJ, Alexandre Kalil em BH e ACM Neto.

A “federação partidária” também beneficiaria os blocos políticos de Lula e de Bolsonaro.

O PT pensa restabelecer a frente de esquerda formada com o PSB, o PCdoB e ampliá-la.

Já o presidente, optando por um pequeno partido, que possa controlar, consolidaria a sua aproximação com o PP.

O dia de hoje é um alerta para os líderes partidários, na busca de uma candidatura “única”, que una segmentos da direita, centro e esquerda e os insatisfeitos com Lula e Bolsonaro.

O tempo corre.

Fala-se na existência de um pacto de quase dez partidos, no sentido da escolha de nome, que enfrente o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula.

O critério seria o presidenciável mais bem colocado nas sondagens, desde que ele tenha dois dígitos na preferência do eleitorado. O prazo fixado até após o carnaval (1° de março).

Com os resultados conhecidos das pesquisas, o escolhido seria Ciro Gomes de centro-esquerda, que alcança 11%, o qual teria de superar obstáculos do seu partido.

Conta-se com a possibilidade de crescimento de Rodrigo Pacheco, após o lançamento.

Além disso, surgirão muitas dificuldades para João Doria, ou Eduardo Leite, de centro-direita, saírem da disputa.

Em analogia com pensamento do ex-embaixador Roberto Campos, essa tarefa exigirá, que “tal como os muçulmanos em suas mesquitas”, as lideranças deixem as sandálias do radicalismo ideológico e vaidades fora das negociações.

Por enquanto, cabe repetir o artilheiro Didi, que dizia “Treino é treino, jogo é jogo”.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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domingo - 03/10/2021 - 12:48h

Bandido/herói

Por Inácio Augusto de Almeida

Julho de 1944. A guerra perdida para a Alemanha.  Oficiais de alta patente sabiam que a derrota era inevitável e que, continuar lutando era apenas sacrificar ainda mais o sofrido povo alemão. Só que não tinham coragem de dizer isto ao louco que continuava acreditando na vitória.

E por conta da covardia do alto comando das forças armadas, milhares de militares e civis morriam todos os dias.

Um coronel não suportou ver tanta covardia causando tanto mal ao povo alemão e resolveu agir.

Explosivos foram acionados, mas Hitler conseguiu se salvar do atentado (Foto: reprodução)

Explosivos foram acionados, mas Hitler conseguiu se salvar do atentado (Foto: reprodução)

Chamou para si a tarefa de matar Hitler e negociar uma rendição condicional com os aliados. Rendição que, por não ser incondicional, manteria à Alemanha numa posição não humilhante e preservaria milhões de vidas.

STAUFFENBERG sondou vários generais e todos se mostraram simpáticos à ideia. Até mesmo o grande Rommel concordava que a guerra estava perdida.

Stauffenberg armou a OPERAÇÃO VALQUÍRIA e partiu para uma reunião na Toca do Lobo, onde Hitler se reuniria com generais, levando dentro da pasta uma bomba de alto poder explosivo. Stauffenberg chegou a colocar a pasta com a bomba armada para explodir minutos depois e conseguiu sair da sala.

A bomba explodiu e Stauffenberg retornou a Berlim certo que Hitler tinha morrido.

A Operação Walquíria começou a funcionar e todos aderindo ao projeto que buscava pôr fim a uma guerra que já não tinha sentido.

Logo que a voz do Hitler é ouvida nos rádios dos alemães, ele tinha sobrevivido, todos começaram a se afastar de Stauffenberg a quem passaram a chamar de traidor.

O Coronel Stauffenberg foi fuzilado imediatamente. Outros também foram fuzilados, mas sempre apontando Stauffenberg como o responsável pela traição.

E como TRAIDOR DA ALEMANHA Stauffenberg entrou para a história.

O tempo passou e a verdade surgiu.

Hoje uma enorme estátua do HERÓI Claus Von Stauffenberg pode ser vista na mais movimentada avenida de Berlim.

De bandido a herói.

A verdade pode demorar a aparecer, mas sempre aparece.

Que o exemplo de Stauffenberg sirva para covardes que mentem, encobrindo atos espúrios, reflitam.

A história está repleta de exemplos de que os imediatistas, os covardes, os mentirosos, terminam mergulhados na vala do esquecimento.

Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor

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domingo - 03/10/2021 - 11:42h

Os alienistas jurídicos

Por Marcelo Alves

Friedrich Dürrenmatt (1921-1990) foi um escritor suíço de língua alemã. Nasceu numa pequena cidade do cantão de Berna. Sua família era conservadora e protestante. Foi cedo morar na belíssima capital de facto do seu país. Estudou filosofia, filologia, literatura e até “ciências” nas universidades de Zurique e Berna. Logo abandonou a vida acadêmica.

Foi escrever romances e, em especial, teatro neoexpressionista. Dürrenmatt não era engajado partidariamente, mas tinha uma posição político-filosófica de vida. À moda do grande Bertolt Brecht (1898-1956), embora mais desmascarador do que didático, suas peças (e seus romances também) visam menos o entretenimento da plateia/leitor e mais fomentar o debate público sobre temas fundamentais. É denúncia. E é bastante original. Dürrenmatt foi também pintor. Mas, cá entre nós, foram os seus leitores e espectadores que tiveram mais sorte.

Friedrich Dürrenmatt, escritor e dramaturgo suíço, um nome sempre controverso (Foto: reprodução)

Friedrich Dürrenmatt, escritor e dramaturgo suíço, um nome sempre controverso (Foto: reprodução)

Sua primeira peça foi “Está escrito” (“Es steht geschrieben”, 1947), que estreou com grande polêmica. A trama gira em torno de uma “batalha” entre um cínico carreirista e um fanático religioso, que leva as escrituras ao pé da letra, tudo isso acontecendo enquanto a cidade em que vivem está sob um cerco. A noite de estreia foi um furdunço. E aí já dá para se ter uma ideia do tipo de “denúncia” de que estamos falando.

O primeiro grande sucesso foi a peça “Rômulo, o Grande”. Segundo Otto Maria Carpeaux (1900-1978), em “A história concisa da literatura alemã” (Faro Editorial, 2013), aqui, “ideias expressionistas, modernizadas up to date”, inspiram essa tragicomédia pseudo-histórica, “em que o último imperador romano, alvo do escárnio de milênios, é homenageado como grande estadista que não quis ‘salvar a civilização’, porque é impossível salvar civilizações. E que civilização!”.

Sua obra-prima possivelmente é “A Visita da Velha Senhora” (“Der Besuch der alten Dame”, 1956), uma mistura grotesca de comédia e tragédia sobre uma mulher rica que oferece ao povo de sua cidade natal uma fortuna se eles executarem o homem que a abandonou no passado. Em “A Visita da Velha Senhora”, como anota Carpeaux, “o desfecho é a morte trágica de um ‘herói’ nada trágico, causada pela vingança patológica de uma velha senhora e pela cobiça patológica de todos”.

Já no drama satírico “Os físicos” (“Die Physiker”, 1962), a ameaça trágica da bomba atômica é uma intriga de manicômio e levará ao poder um governo universal, encabeçado por uma louca”. Quão atual!

Entretanto, para nós, cultores da literatura e do direito, talvez (e enfatizo a dúvida, uma vez que o autor escreveu outras peças e romances “jurídicos”) a mais interessante obra de Dürrenmatt seja “O Casamento do Senhor Mississippi” (“Die Ehe des Herrn Mississippi”). Como registra Carpeaux, o louco promotor público dessa peça, “que manda centenas de sujeitos à forca para moralizar a vida pública, é personagem tipicamente expressionista”. É, assim, peça de pleno desmascaramento. Pondo de lado as relações pessoais entre as personagens, a peça tem como centro o radicalismo do promotor Mississippi, que se acredita um lutador pela “justiça do céu”. Ele internalizou de uma maneira muito peculiar os ditames da Bíblia, especialmente as chamadas “Leis de Moisés”.

Convidado a simpatizar com a “esquerda”, ele refuga. É infenso a qualquer moderação. Após uma revolta popular abortada, ele vai para um manicômio. De lá foge. Num ritual macabro de envenenamento recíproco, Mississippi morre ainda na crença de que o homem pode ser mudado por punições inumanas. Tem doido para tudo. Ao final, na peça, as personagens retornam à ribalta e fazem um balanço dos acontecimentos.

Bom, e que balanço nós podemos fazer disso aqui?

Há um meramente literário. “O Casamento do Senhor Mississippi” me lembra bastante “O Alienista” (1882), do nosso Machado de Assis (1839-1908), cujo protagonista da confusão é o médico psiquiatra Simão Bacamarte, o dono da Casa Verde, o seu próprio manicômio, até porque acabou internado lá.

Mas eu prefiro aqui meditar sobre uma observação do multicitado Carpeaux. O teatro expressionista/fantástico de Duerrenmatt “denuncia o absurdo na atualidade, que lhe garante sucesso universal”. Desmascara tragédias. Mas “o que parece tragédia, no mundo de hoje, é na verdade uma farsa, apenas de desfecho trágico”. Vimos isso entre nós, não vimos?

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 03/10/2021 - 10:32h

Lembranças da campanha eleitoral de 1988

Por Odemirton Filho 

Aqui ou acolá, boquinha da noite, eu vou à Casa Guaxinim, ali, na rua do antigo Horto Florestal, ouvir uma boa música e tomar uma. É um local agradável, na beira do rio Mossoró.

Fica vizinho ao “Sítio Cantópolis”, local de reunião da ex-prefeita Rosalba Ciarlini com os seus correligionários, principalmente, na época das campanhas eleitorais.

Rosalba participou de sua primeira campanha vitoriosa em 1988, como nesse comício em agosto daquele ano (Foto: reprodução BCS)

Rosalba em sua primeira campanha em 1988, como nesse comício em agosto daquele ano (Foto: reprodução BCS)

Pois bem. Dias desses, estando na Casa Guaxinim, lembrei-me da campanha eleitoral de 1988 à prefeitura de Mossoró.

Naquele ano, o resultado da eleição foi o seguinte:

– Rosalba Ciarlini (PDT) – 37.307 (49,7%);
– Laíre Rosado (PMDB) – 30.226 (40,2%);
– Chagas Silva (PT) – 2.507 (3,3%);
– Brancos – 3.594 (4.8%);
– Nulos – 1.503 (2%);
– Maioria Pró-Rosalba – 7.081 (9,5%). (Fonte Blog Carlos Santos).

Entretanto, a campanha eleitoral que terminou com a vitória de Rosalba Ciarlini não foi fácil. Na realidade, foi disputada e emocionante, inclusive nos bastidores. Porém, trago ao leitor, tão somente, as minhas lembranças.

O favorito era Laíre Rosado, genro do deputado federal Vingt Rosado. À época, o prefeito de Mossoró era Dix-Huit Rosado. Dix-Huit apoiou a candidatura de Rosalba, Vingt, a de Laíre.

A campanha eleitoral “pegou fogo”. Eu, no junho da minha vida, gostava de ver os comícios com os amigos. Juntos, saíamos numa camionete ou num Jeep. Era bebida até altas horas.

As campanhas eleitorais de antigamente não tinha tanto rigor, pois as leis eleitorais eram mais brandas. Era permitida a contratação de atrações musicais, muitas de prestígio nacional, para animar os comícios. Os trios elétricos sonorizavam as passeatas, o povo numa alegria só.

Havia a distribuição de bebidas, lanches, camisas e bandeiras para animar a galera. Aliás, existia leitor que, não se não ganhasse uma camisa, não votava no candidato. Muitos eleitores gostavam de “arengar” uns com os outros, não muito diferente dos dias de hoje. Alguns, apostavam nos seus candidatos.

Rosalba Ciarlini, a cada pesquisa, conseguia diminuir a vantagem de Laíre Rosado. Então, faziam-se mais e mais comícios. Mais e mais atrações musicais. Uma verdadeira multidão acompanhava as passeatas e os comícios de ambos os lados. A maioria das pessoas, na verdade, gostava era da folia.

Lembro-me de dona Edith Souto acompanhando as passeatas sentada sobre o capô de um Opala. Dos ônibus levando os eleitores pra lá e pra cá. Dos comícios no Largo da Cobal, do Jumbo, na Coelho Neto e no Ferro de Engomar. Quando se recepcionava alguma autoridade “de fora”, o governador por exemplo, a passeata saía do Aeroporto de Mossoró. A concentração “pra descer o alto” era na Churrascaria o Laçador, onde o pessoal já “carregava as baterias”.

Ah, também não se pode esquecer da “Força Jovem”, um braço forte na campanha eleitoral de Rosalba. Uma ruma de rapazes e moças. A turma animava pra valer. Na adolescência, eu ia a todos os comícios, dependendo, é claro, da atração musical.

Jingles animavam os comícios de Rosalba Ciarlini. “Vote, vote, vote pra ganhar, é a força do povo que vai governar”. Doutro lado, a música “Ilariê”, tocava nos comícios de Laíre Rosado. A candidatura do PT, também, tinha o seu jingle: “Chagas Silva, Zé Estrela, tome nota pra votar”.

Foram quase três meses de campanha eleitoral. Um “moído” medonho. Terminada a eleição, escutamos, ansiosos, a apuração pelo rádio. Mas não deu outra. No final da contagem dos votos, Rosalba Ciarlini venceu Laíre Rosado.

Ainda me Lembro do mar de gente descendo a avenida Presidente Dutra. Uma verdadeira festa. “Uma surra de saia”! Como diziam alguns homens vestidos com essa roupa no comício da vitória.

Foi uma deliciosa página da minha juventude.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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domingo - 03/10/2021 - 09:22h

Melão e melancia têm melhor temporada de exportação em 10 anos

Por Josivan Barbosa

O representante da empresa holandesa Greenery/Hage International, Frank Ocampo, afirmou em entrevista ao periódico espanhol Fresh Plaza que este é o melhor início de temporada de exportação do melão e da melancia brasileiros para a Europa nos últimos 10 anos.

Segundo o importador, isso se deve a três fatores: O nosso melão e melancia chegaram ao mercado europeu praticamente após o término da temporada espanhola que por sua vez terminou cedo, deixando o mercado ávido pelos produtos. Por outro lado, o melão e a melancia brasileiros começaram a chegar na Europa em tempo considerado ótimo que é o final do verão europeu.

Melão e melancia chegam a um mercado ávido por consumo, mas custos também se elevam (Foto ilustrativa)

Melão e melancia chegam a um mercado ávido por consumo, mas custos também se elevam (Foto ilustrativa)

Um terceiro fator que contribuiu para isso foi o atraso na chegada do navio da companhia marítima MSC, o que fez com que os produtos chegassem num momento mais escasso ainda de melão e melancia.

Um aspecto preocupante do mercado de frutos frescos na Europa é o aumento de 800 a 1000 dólares nos fretes marítimos, o que faz com que sejam beneficiados aqueles importadores que fecharam os contratos antes do aumento. Esse valor passa a ser uma preocupação para os importadores que negociam sem os contratos, pois passam a pagar valores muitos altos pelos produtos.

Melão no Reino Unido e custo altos

A temporada de melão brasileiro no Reino Unido começou na semana 37 e está sendo caracterizada por frutos de tamanho grande, quando o mercado varejista sente falta de produto de tamanho pequeno.

As condições meteorológicas estão facilitando a venda do melão e da melancia. Quanto mais quente, maior é a procura pelos frutos frescos.

O consumidor inglês estava já aguardando o melão brasileiro, pois a temporada do produto espanhol terminou cedo (primeira semana de setembro) e os últimos frutos do mercado oriundos da Espanha já não eram tão atrativos.

O brexit afeta a celeridade do fornecimento do melão pelos importadores ingleses para outros países europeus, o que leva mais tempo para a distribuição e, claro, aumenta os custos com a burocracia (documentos e impostos).

Outros fatores que elevam os preços para o importador inglês do melão brasileiro são o aumento no preço da embalagem de papelão (cerca de 80%) e nos fretes marítimos (30 – 40%). Todos estes custos são, claro, repassados para o consumidor. Resta saber até quando o consumidor está disposto a pagar por estes aumentos.

América Central em dificuldade

A América Central, um dos principais concorrentes do Brasil no mercado de exportação de melão e melancia, vive momentos difíceis em relação ao negócio desses dois produtos.

Os produtores de melão e melancia da Guatemala, Honduras, Costa Rica e Panamá emitiram um documento em conjunto alertando para os riscos da atividade dos produtores nesse período pós-pandemia devido aos altos custos da atividade agrícola provocados por aumento nos preços dos insumos e de logística global.

Um dos itens que mais está impactando nos custos é o aumento de 40 – 50 % no material de embalagem da fruta que é usado na fabricação da caixa de papelão.

Outro item que aumentou muito foi o preço dos polímeros usados em embalagem de atmosfera modificada do melão que já chega ao patamar de 30 -35%. O plástico usado na cobertura do solo subiu cerca de 15 – 20% e o material de irrigação (mangueiras para gotejamento) e os fertilizantes (MAP, DAP e uréia) tiveram incremento de preço de 25 30%.

Se já não bastasse a elevação de preços acima, a dificuldade de contêineres tem complicado para o produtor o que impacta também   nos custos de logística de exportação do produto e na importação de insumos.

A previsão é que a dificuldade de logística de contêineres se prolongue até 2022, o que pode levar ao fechamento de muitas empresas exportadoras de melão e melancia da América Central.

É PRECISO COMPREENDER que a produção de melão e melancia são cultivos intensivos em mão-de-obra e que já impacta muitos nos custos de produção. Além disso, os produtores só participam do comércio internacional desses produtos se tiver a sua área de produção certificada, cujo processo é bastante oneroso.

Vamos torcer para que esse problema da América Central não se repita aqui no Polo de Agricultura Irrigada RN – CE que tem nesses dois tipos de frutos a maior área cultivada para exportação.

Claro que o nosso produtor e exportador de melão e melancia já está sujeito a esses problemas e já sente na pele a realidade do mercado, mas, espera-se que as nossas empresas atentem para a situação com a celeridade necessária.

Queda da produção na Costa Rica

A produção e exportação de melão enfrenta uma forte queda na Costa Rica. O valor das exportações de melão daquele importante país da América Central caiu de U$ 68 milhões para U$ 55 milhões nos últimos 05 anos, com acentuação da queda nas exportações no período da pandemia.

A área cultivada com melão caiu de 5.566 ha em 2015 para 3.394 em 2020. O país chegou a produzir em 2006 cerca de 12 mil ha de melão.

A associação que representa os produtores de melão e melancia está trabalhando com a possibilidade de agregar valor ao produto e de incrementar o marketing das frutas da Costa Rica na Europa. A estratégia teria com forte argumento o apelo ambiental, o cultivo por pequenos produtores e a preocupação destes com o desenvolvimento sustentável.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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domingo - 03/10/2021 - 08:10h

Mulheres do Rio do Fogo

marisqueiras, mariscosPor David Leite

Existe um encontro diário entre o mar

e as mulheres do Rio do Fogo.

O mar oferece algas marinhas,

as mulheres as buscam na praia.

 

Pela praia, elas seguem catando

as algas e cantando mágoas.

O mar responde

com o murmúrio das ondas.

 

A música delas fala da vida,

de seus problemas e dilemas.

A sinfonia do mar é acalanto.

 

As algas são importantes para as mulheres.

As mulheres são vitais para o mar.

Dia após dia, maré após maré,

o mar não descansa,

e as mulheres não cansam.

 

As mulheres tiram

das águas seus sustentos.

O mar recebe, em troca,

a companhia amiga.

 

Algumas esperam, na mesma praia,

que o mar devolva seus companheiros.

E eles voltam, crestados pelo sol,

com peixes e saudades.

 

Chamam-nas “marisqueiras”.

Marisqueiras da praia do Rio do Fogo.

 

Mas, em verdade, em verdade,

elas são mulheres! Mulheres valentes!

Mulheres do Mar, do Rio, do Fogo.

David de Medeiros Leite é professor da Uern e doutor pela Universidade de Salamanca – Espanha

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Categoria(s): Poesia
domingo - 03/10/2021 - 07:20h

Réquiem para Chico Rodrigues

Por Marcos Ferreira

Quarta-feira, 29 de setembro de 2021; dez horas e vinte minutos desta manhã de céu azul. Enquanto escrevo esta página de adeus, que há de ser mais de uma, o meu velho e bom amigo Francisco Rodrigues da Costa (o Chico de Neco Carteiro) é sepultado no mesmo túmulo em que há vários anos jaz a sua amada esposa Zezinha. Esta era a vontade do insigne areia-branquense, ele que adotou Mossoró como o seu segundo berço desde a juventude, isto há quase sete décadas.

À noite, coração apertado, eu fui ao velório. Lá permaneci por cerca de hora e meia. Ofereci meus pêsames aos familiares, sobretudo aos netos e bisnetos, visto que as duas únicas filhas do escritor são falecidas. No velório, entre muitos rostos desconhecidos, encontrei apenas dois representantes do universo literário mossoroense: os escritores Raimundo Antônio e Marcelo Almeida.

Charge de autoria do chargista, caricaturista e cartunista Túlio Ratto

Charge de autoria do chargista, caricaturista e cartunista Túlio Ratto

Creio que os literatos ausentes no velório foram ao enterro. Coisa que não fiz. Não reúno condições emocionais para encarar um momento como esse. Despedi-me de Chico Rodrigues, portanto, à noite. Foi o nosso último encontro; ao menos neste plano. Espero reencontrá-lo qualquer dia, quando deste mundo eu também me despedir. Aí retomaremos as nossas longas, quase infindáveis conversas, especialmente sobre literatura, música e inúmeros fatos de Areia Branca.

Ali no caixão, sob o transparente véu que lhe cobria o rosto, Chico Rodrigues estava lívido, com o ar sereno de quem cumpriu a sua jornada com leveza e bonomia, além de muita coragem e resiliência para enfrentar os duros golpes que sofreu ao longo da vida. Agora, após oitenta e oito anos de pé, firme e forte, o apaixonante cronista de Saudades e outros livros do gênero enfim descansa.

Não mais lhe ouviremos os maravilhosos chistes; não mais usufruiremos do seu bom humor por vezes ácido e zombeteiro. Não mais, ao menos por enquanto, testemunharei as suas tiradas, a sua verve espirituosa, estremecendo a barriga protuberante com uma gargalhada muda.

Chico não teve vida fácil, todavia, como poucos, ele sempre soube sorrir com uma facilidade que nos contagiava. Possuía o dom da boa prosa; e não só na oralidade, mas também na sua escrita saborosa.

Além de seu leitor cativo, daí a pouco me tornei seu revisor. Muita coisa que produziu, antes de enviar para publicação, ele confiava ao meu crivo. Daí por diante nossa amizade se tornou mais estreita. Frequentava a minha casa amiúde, bebíamos um cafezinho, ele aboletado em uma rede que eu lhe armava aqui na área da frente. Falávamos de tudo e de todos, no bom sentido, claro.

QUANDO MUITOS ESTAVAM ENTREGANDO OS PONTOS, baixando as cortinas no show da vida, eis que Chico Rodrigues resolveu iniciar a sua admirável carreira de escritor com mais de setenta anos de idade. Eu o conheci por volta do ano de 2004. À época ele escrevia crônicas para o jornal Gazeta do Oeste. Publicou quatro livros de crônicas e dois romances, já viúvo e após ter perdido duas filhas. Tais dissabores nunca foram capazes de contaminá-lo com amargura nem pessimismo.

Chico Rodrigues era (difícil usar o verbo nesse tempo!) um dos melhores escritores memorialistas do Rio Grande do Norte, opinião esta que compartilho com o escritor e crítico literário Manoel Onofre Júnior. Conquistou leitores de diversas partes do estado com suas crônicas eivadas de saudosismo e precisão histórica, sobretudo ao discorrer sobre as memórias de sua poética Salinésia.

Embora fosse um mau leitor declarado, “sem qualquer influência dos clássicos”, como ele próprio costumava dizer, escreveu uma das mais belas obras autobiográficas da literatura norte-rio-grandense, o romance Perdão (o primeiro), lançado em 2014 pela editora Sarau das Letras com prefácio do professor e escritor Aécio Cândido. Julgo importante ressaltar que nesse momento Chico Rodrigues já contava oitenta e um anos de idade, mas demonstrando fôlego de jovem literato.

Ultimamente, entretanto, o mossoroense de Areia Branca vinha acusando o peso da sua longeva existência. A voz suave estava quase sumida, cortada pela asma e pelo cansaço. Emagrecera sobremodo e perdera muito da sua habitual alegria e bom humor. Os olhos globulosos pareciam cada vez mais distantes. Há poucos dias recebi uma ligação dele às três da madrugada. Tomei um susto.

— O que foi, amigo? — indaguei por telefone.

— Nada, poeta. Só achei que estava acordado.

— Não com os remédios que tomo toda noite.

— Escritor de verdade escreve até altas horas.

Não era apenas isso. Insone, acometido por ansiedade, tomando medicação para esse transtorno, Chico carecia apenas conversar com alguém. Não fui o único a quem ele telefonou a horas mortas. A doutora Luzia Praxedes, por exemplo, sua amiga e esposa do escritor Clauder Arcanjo, recebeu algumas dessas ligações.

Sim, o cronista precisava tão somente trocar umas palavras com os amigos. Pareceu-me até que estivesse se despedindo de alguns de nós, inconscientemente.

Assim como o meu pai, muito da cultura de Chico Rodrigues advinha da música, que ele recitava com precisão devido à sua poderosa memória. Ao contrário do meu pai, não era bom cantor. Nem foi de modo algum um literato que viveu debruçado sobre leituras. Escrevia bem e bonito graças ao seu talento inato para contar histórias, especialmente aquelas já bastante recuadas no tempo.

Tinha o hábito de vincular os assuntos que debatíamos a uma determinada música. No meio de uma conversa, de repente, evocava uma letra e compositor para ilustrar seu raciocínio e comentários. Sabia de cor Vicente Celestino, Nelson Gonçalves, Ataulfo Alves, Sílvio Caldas, Noel Rosa, Cartola, Lupicínio Rodrigues, Orestes Barbosa.

Bem-humorado, costumava cantarolar para mim a canção “Quando eu me chamar saudade”, grande sucesso do Nelson Cavaquinho:

“Por isso é que eu penso assim

Se alguém quiser fazer por mim

Que faça agora

Me dê as flores em vida

O carinho, a mão amiga

Para aliviar meus ais

Depois que eu me chamar saudade

Não preciso de vaidade

Quero preces e nada mais”.

Peço desculpas, caro amigo Chico, por não lhe ter oferecido tais flores em vida. Não ao menos assim, publicamente. Os dias e anos vão passando e a gente imagina ter mais tempo. Agora aguardemos o nosso reencontro.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
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sábado - 02/10/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“Quem exagera o argumento prejudica a causa.”

Friedrich Hegel

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sábado - 02/10/2021 - 23:50h
Ascensão

Julierme Torres assume Superintendência da Caixa em Mossoró

Torres: superintendente Foto: redes sociais)

Torres: superintendente (Foto: redes sociais)

O jornalista e economista Julierme Torres assume a Superintendência Executiva da Caixa Econômica Federal (CEF) em Mossoró. Essa direção regional tem alcance de cerca de 62 municípios.

Ele estava na gerência da CEF em Caicó.

Julierme já tinha sido gerente-geral da Caixa em Mossoró. No jornalismo, atuou em jornais locais como Gazeta do Oeste e Jornal de Fato, além de ter sido Secretário de Comunicação do Governo Cláudia Regina (DEM).

Ele substitui no cargo o gestor financeiro Gilson Pedro Ramos, natural de Curitiba (PR).

A Superintendência Executiva da Caixa Econômica Federal de Mossoró é a segunda do RN, depois de Natal. Foi instalada em 2020.

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Categoria(s): Gerais
  • Repet
sábado - 02/10/2021 - 23:46h
Mossoró

Deputada cumpre missão política quase ‘invisível’ visando reeleição

Eudiane: reeleição em jogo (Foto: AL/arquivo)

Eudiane: reeleição em jogo (Foto: AL/arquivo)

Sem divulgação pública, priorizando a discrição, a deputada estadual Eudiane Macedo (Republicanos) esteve em Mossoró por esses dias.

Encetou missão especial para tentar costurar providências ao fortalecimento do seu mandato e caminho que viabilize sua reeleição.

Vereadora por dois mandatos em Natal (pelo PHS, em 2012, com 2.078 votos; pelo Solidariedade, em 2016, com 4.922 votos), ela foi eleita à Assembleia Legislativa em 2018 sob a legenda do PTC, com 22.333 votos.

Agora sabe e sente na pele, que é hercúlea a missão para 2022.

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Categoria(s): Política
sábado - 02/10/2021 - 23:10h
Domingo, 3

Show do Mundo Bita “Dentro do mundo lá fora” tem duas sessões

Show do Mundo Bita - Natal - Teatro Riachuelo - 03-10-21Eles estão de volta! Flora, Lila, Dan, Tito e o amigão de bigode laranja retornam aos palcos com público. Após um longo período impossibilitados de rodar o Brasil por causa da pandemia, o “Mundo Bita” volta a Natal  com o show “Dentro do Mundo Lá Fora” – em formato seguro para as famílias e seguindo as recomendações de segurança biossanitária.

Será nesse domingo (03 de outubro), no Teatro Riachuelo, com duas sessões – às 15h e às 17h30.

A apresentação vai reforçar uma mensagem que é essência do fenômeno infantil: o incentivo às brincadeiras ao ar livre, a amizade entre as crianças e, ao mesmo tempo, a importância de seguir as medidas sanitárias que foram implementadas pelos órgãos de saúde e fazem parte dessa nova realidade na pandemia.

Vendas//uhuu.com/evento/rn/natal/show-do-bita-dentro-do-mundo-la-fora-9567  ou na bilheteria do Teatro Riachuelo.

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Categoria(s): Gerais
  • Repet
sábado - 02/10/2021 - 22:48h
Até lá

Estamos a um ano das eleições

Estamos a um ano das eleições de 2022.

Exatamente um ano: 2 de outubro.

Claro que alguns gostariam que eleições não ocorressem, mas não será feita a vontade dessa minoria.

Teremos novas eleições gerais, de deputado estadual à Presidência da República.

Até lá!

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Categoria(s): Política
sábado - 02/10/2021 - 20:22h
Economia

Brasil abre 1,4 milhão de novos negócios de maio a agosto

Do Poder 360

O Brasil alcançou a marca de 1,4 milhão de novos negócios abertos, de maio a agosto. É um recorde nunca visto desde 1930, quando esse tipo de levantamento começou a ser feito. O dado consta em estudo elaborado pelo ministério da Economia. Brasil bate recorde de empresas abertas

De acordo com o material, foram fechadas apenas 484,6 mil companhias no período –deixando um saldo positivo de 936,2 mil negócios abertos de maio a agosto, o 2º quadrimestre do ano. Com isso, o país alcançou 18,4 milhões de empresas em funcionamento. A maior parte está no setor de serviços (48,2%).

Em seguida, os segmentos com mais negócios são comércio (33,2%), indústria de transformação (9,4%) e construção civil (7,9%).

O número de empresas abertas no último quadrimestre representa aumento de 1,9% em relação ao anterior, e de 26,5% em comparação com o mesmo período de 2020. O comércio varejista de vestuário e acessórios foi o que impulsionou a alta, com 82.943 empresas abertas.

É um avanço de 11% em relação aos primeiros meses de 2021 e de 20,7% em relação ao 2º quadrimestre de 2020.

Agilidade burocrática

Outros ramos que tiveram destaque foram os de promoção de vendas (67.888 abertas), cabeleireiros, manicure e pedicure (46.137 abertas) e obras de alvenaria (45.957 abertas).

O secretário especial Caio Paes de Andrade (Desburocratização, Gestão e Governo Digital) avalia que mudanças promovidas pelo governo tem ajudado na melhora do ambiente de negócios no país. Ele cita o uso da plataforma GOV.BR nas juntas comerciais para a redução de custo e tempo dos usuários para a formalização do negócio.

O tempo médio para a abertura de uma empresa no Brasil chegou a 2 dias e 16 horas. São 13 horas a menos do que o registrado nos primeiros 4 meses do ano.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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Categoria(s): Economia
  • Repet
sábado - 02/10/2021 - 19:04h
Nota de Pesar

Ex-presidente da Câmara Municipal de Mossoró morre em Natal

Zadock em foto de 2008, quando voltou a ser candidato a vereador, sem sucesso (TSE)

Zadock em foto de 2008, quando voltou a ser candidato a vereador, agora em Natal, sem sucesso (TSE)

A Câmara Municipal de Mossoró emitiu Nota de Pesar pelo falecimento do ex-presidente desse poder, Zadock Chavante Ribeiro. Ele veio a óbito nesse sábado (2), em Natal.

A Câmara Municipal de Mossoró manifesta pesar pelo falecimento do ex-presidente da Casa Zadock Chavante Ribeiro, neste sábado (2), em Natal.

Zadock Chavante presidiu o Legislativo no biênio 1971-1972 e foi vereador por três mandatos consecutivos, entre as décadas de 60 e 70.

Foi servidor da extinta Telern e da Prefeitura Municipal de Natal, onde se aposentou. Tinha 82 anos e residia na capital do Estado

O Poder Legislativo reconhece a contribuição Zadock Chavante para Mossoró e irmana-se às condolências pelo seu falecimento.

Câmara Municipal de Mossoró – Palácio Rodolfo Fernandes – 02 de Outubro de 2021

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Categoria(s): Gerais / Política
sábado - 02/10/2021 - 18:38h
Abrasel/RN

Semana da Criança atenderá 400 menores esse mês

Semana da Criança Abrasel RN - 2021 - OutubroA 19ª edição da Semana da Criança Abrasel no Rio Grande do Norte vai ocorrer entre os dias 04 a 11 de outubro e beneficiar cerca de 400 crianças em situação de vulnerabilidade social. Nos próximos dias, estabelecimentos associados à entidade no RN receberão crianças de diversas instituições sociais para um dia de diversão com programações exclusivas.

Serão desenvolvidas atividades recreativas e gastronômicas e 18 casas inscritas terão suas estruturas utilizadas nessa ação social da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL/RN).

Nesta edição de 2021, com programação ao longo de oito dias, participam restaurantes e lanchonetes.

Estão inscritas as seguintes empresas: Curva do Vento, Gennari, Dellos, Gostoso Sabor, La Cachette, Agaricus, Pittsburg, Reis Magos, Fulô,  Only Pizza, Farofa D’Água, ½ Duzia, Sabor da Praia, Paçoca de Pilão, Santo Reis, Cassol, Rádio Café e Dunnas.

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Categoria(s): Gerais
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sábado - 02/10/2021 - 18:10h
Lavoisier Maia

Quadro de saúde de ex-governador é bem delicado

Lavoisier tem 93 anos (Foto: Web)

Lavoisier tem 93 anos (Foto: Web)

Do Blog Túlio Lemos

Não é das mais tranquilas a situação de saúde do ex-governador Lavoisier Maia.

Acometido de uma infecção, Lavô está sendo acompanhado por equipe médica em sua própria casa em Natal, que foi praticamente transformada em hospital.

A família está apreensiva. Lavô completa 93 anos dia 09 de outubro.

Ele foi governador do RN (15 de março de 1979 a 14 de maio de 1982), senador, deputado federal e deputado estadual.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – Na torcida pela recuperação de Lavô, gente da melhor qualidade.

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 01/10/2021 - 23:58h

Pensando bem…

Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino.

Marguerite Yourcenar

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